Sempre tive no jornal o livro que nunca fecha, que se abre a cada rasgo no cotidiano. Nesse do domingo passado sublinhei de vermelho e...

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Sempre tive no jornal o livro que nunca fecha, que se abre a cada rasgo no cotidiano. Nesse do domingo passado sublinhei de vermelho e guardei como recorte a aula que Lucilene Meireles foi extrair em entrevista com o presidente do Conselho Federal de Economia, presente num seminário do ramo em João Pessoa.

SONETOS NOUTRA VIDA Noutra vida escrevi uns versos puros, Tão singelos, amáveis, verdejantes; As rimas em estrofes sus...

SONETOS

NOUTRA VIDA
Noutra vida escrevi uns versos puros, Tão singelos, amáveis, verdejantes; As rimas em estrofes sussurrantes, Que as flores exultavam além-muros. Harmônicos, formavam melodias, Poetas se apinhavam ao meu lado; Na alvorada, o momento cobiçado, Alegres recitavam poesias. Rubras rosas se abriam radiantes, Pássaros pipilavam saltitantes, E no céu reluziam as estrelas.

Vi o soldado paraguaio avançar em minha direção em passo de ganso, baioneta em riste, eu imóvel, as mãos pra trás, segurando o boné, ...

Vi o soldado paraguaio avançar em minha direção em passo de ganso, baioneta em riste, eu imóvel, as mãos pra trás, segurando o boné, o infeliz se aproximando como um robô, até o comandante gritar uma ordem em guarani, o que o fez estacar recolhendo a arma pra vertical junto ao peito, os calcanhares das botas batendo com eco no salão em que estava o túmulo de Solano López, no panteão que fica no centro de Assunção. Aí, nova ordem, giro do soldado, calcanhares batendo de novo, ele se foi, voltei pra continuar a ler a placa de bronze, o boné sempre nas mãos que mantive o tempo todo para trás, eu imaginando que aquilo tudo se devera ao fato de eu usar barba, o que era proibido, lá, naqueles sombrios anos 70.

Aquela senhora se dirigia seguida por seus filhos, a um terreno próximo de casa. Lugar coberto de pequenas árvores. Ali, ela escolhia u...

Aquela senhora se dirigia seguida por seus filhos, a um terreno próximo de casa. Lugar coberto de pequenas árvores. Ali, ela escolhia um bom galho, com copa bem arredondada e retornava para casa muito satisfeita.

Chegando em casa, assentava o galho dentro de um pesado jarro, de forma que ficasse bem firme. Começava a cobri-lo cuidadosamente e de forma homogênea cada galho com algodão, até que tudo ficasse bem branquinho. Trabalho minucioso que exigia paciência,

"O canto de Gal é cura, mas também é curadoria de toda a expressão da música popular brasileira". Carlinhos Brown "S...

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"O canto de Gal é cura, mas também é curadoria de toda a expressão da música popular brasileira".
Carlinhos Brown
"Sabe uma faca me rasgando?... Gal Costa sempre me trata com choque elétricos, eu chego pra ver ela e não vejo ela, e me arrebato por ela, e me arrebento por ela, me desarrumo por ela... cada vez acontece alguma coisa estranha, cada vez é como se a vida tivesse se partido, se começando, se acabando..."
Tom Zé

Eu não vi o rei, que virou nome de café, jogar... Azar o meu! A minha primeira copa foi em 78. Havia uma ditadura por lá, Argentina, ou...

Eu não vi o rei, que virou nome de café, jogar... Azar o meu! A minha primeira copa foi em 78. Havia uma ditadura por lá, Argentina, outra por cá, Brasil. Rivais históricos, infelizmente, parceiros nos crimes contra a humanidade e a democracia. Perdemos sem perder em campo, campeões morais. Deu zebra, pior, Peru! Com oito anos, eu não tinha ideia do que era ditadura, ou mesmo “campeão moral”.

16/09, sexta 6 horas. Florescia o dia no Jardim 13 de Maio, a plenos pulmões da primavera de setembro de 2022. Em lugar tão pr...

16/09, sexta
6 horas. Florescia o dia no Jardim 13 de Maio, a plenos pulmões da primavera de setembro de 2022. Em lugar tão próximo às águas que banham o Varadouro e o marco-zero da antiga Filipeia de Nossa Senhora das Neves. Era chegada a hora de bordar o tempo, acolher afetuoso chamado e oferecer abraço aos formidáveis laços do passeio pelos fios e rios que desenham e oferecem vida à extraordinária paisagem fincada entre o cariri e o sertão da Paraíba.

Seguimos, eu e meu filho, o arquiteto Tao Pontes, ao encontro do casal amigo Delma e Carlos Cesar, que, a nós se juntaria, por vias e rias nos largos arredores dos Bancários, até a ida ao ateliê do artista Chico Ferreira. Dalí, partiríamos, também, na doce companhia de Camila e Capitu, com destino a incrível e sublime aventura.

Houve uma época em que me passou pela cabeça escrever livros de autoajuda. A justificativa...

Houve uma época em que me passou pela cabeça escrever livros de autoajuda. A justificativa para isso, confesso, não era das mais nobres. Como os autores desse tipo de literatura vendem muito, pensei em me arriscar no gênero para, quem sabe, robustecer minha conta bancária.

Eu imaginava que fazer livro de autoajuda seria fácil. Não precisava ser erudito nem conhecer profundamente filosofia, psicologia, antropologia ou qualquer outra dessas especialidades nobres. Bastava ter delas uma leitura superficial, algum bom senso e, claro, uma boa dose de esperteza.

Os novos planos são refeitos a velhos tempos, sempre acompanhados de dúvidas, incertezas e previsões das mais diversas origens e reli...

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Os novos planos são refeitos a velhos tempos, sempre acompanhados de dúvidas, incertezas e previsões das mais diversas origens e religiões. Mas parece que nossa resiliência foi ao limite nos últimos anos. Por isso, como poderemos manter o fôlego à frente de nosso tempo, este sábio que sempre mostra um caminho pra chamar de nosso, muitas vezes com areia e pedra?

Quando éramos jovens, o tempo passava por nós, e, hoje, mais velhos, o contamos a conta-gotas. Descobrimos que as melhores formas

Se Ernesto Sábato dizia que “depois de ler Proust você jamais conseguirá ser o mesmo”, com Gonzaga Rodrigues essa mudança radical ac...

lima barreto literatura brasileira
Se Ernesto Sábato dizia que “depois de ler Proust você jamais conseguirá ser o mesmo”, com Gonzaga Rodrigues essa mudança radical aconteceu após a leitura de Lima Barreto, principalmente As Recordações de Isaias Caminha, este livro emblemático de um autor que, 100 anos depois de sua morte, continua conquistando jovens leitores, como se deu com a crônica de Café Alvear, há mais de setenta anos.

Pois é, existem diplomas e diplomas, medalhas e medalhas, títulos e títulos. As pessoas sabem disso, sem que ninguém precise explicar ...

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Pois é, existem diplomas e diplomas, medalhas e medalhas, títulos e títulos. As pessoas sabem disso, sem que ninguém precise explicar a diferença entre uns e outros. E isso é bom, pois prova que a inteligência pública para intuir certas verdades muitas vezes é subestimada pelos que se julgam mais espertos que os outros. Circulando por aí, sabemos, tem muito diploma, muita medalha e muito título cujo recebimento diminui mais que engrandece os seus agraciados. E também, ao contrário, muito diploma, muita medalha e muito título cujo não recebimento só aumenta a estatura dos não contemplados.

Paraíba, 20 de novembro de 2022

Paraíba, 20 de novembro de 2022

Digitar para inserir a própria vida no livro não é simples. Requer coragem e planejamento e confesso que tenho ambos de sobra. Em se tr...

literatura estilo escrever
Digitar para inserir a própria vida no livro não é simples. Requer coragem e planejamento e confesso que tenho ambos de sobra. Em se tratando da sociedade pós-moderna, quando tiramos de nossas vidas o lado ruim e os compromissos diários, fica somente o tempo da escrita. Eis a questão crucial: aproveitá-lo da melhor maneira (im)possível. Santo Agostinho perguntou “o que é o tempo” no livro XI de Confissões e até hoje perguntamos a mesma coisa e é assunto que não se esgota. Se o tempo também não se esgota, devemos preenchê-lo com questões interessantes para que a vida não se torne um tédio, contra o que tanto lutamos.

Tem um período da vida que é muito importante... ... ter um tempo sem perguntas, sem pedidos, apenas necessário para dar vazão ao chor...

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Tem um período da vida que é muito importante... ... ter um tempo sem perguntas, sem pedidos, apenas necessário para dar vazão ao choro preso na garganta, engolido a cada manhã, escondido por baixo da fantasia "sou forte, tudo aguento" .

... ser criança para não ter que explicar as lágrimas, apenas sentir o colo consolador e a certeza do "vai passar" .

... ser adolescente e acreditar no amor dos contos de fada.

Há exatos cem anos, no mês de novembro de 1922, falecia no Rio de Janeiro um dos maiores escritores brasileiros. A notícia, publicada n...

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Há exatos cem anos, no mês de novembro de 1922, falecia no Rio de Janeiro um dos maiores escritores brasileiros. A notícia, publicada no jornal carioca “A Noite”, afirmava que a sua morte já era esperada “pois que, de havia mezes, elle apresentava serios sympthomas de grave enfermidade, a que concorria a sua indole irreprimivelmente bohemia” e a matéria do jornal acrescentava que o falecido era:

Acorda. Corre pra varanda e olha o céu. Apesar das centenas de mãozinhas que queriam lhe prender na cama, reage, bota um cropped e vai ...

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Acorda. Corre pra varanda e olha o céu. Apesar das centenas de mãozinhas que queriam lhe prender na cama, reage, bota um cropped e vai caminhar!

Uma volta no açude CAMINHANDO... Não tem joelhos pra correr [usa sempre esse argumento pra convencer seu comodismo]. Olha o mundo em volta, mais do que caminha. Dá bom dia pra cada olhar que cruza o seu. Nem todos respondem. Segue.

Memória Para escrever o presente texto não precisei ir ao arquivo de jornais, livros e documentos. Bastou o arquivo da memória, onde...

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Memória

Para escrever o presente texto não precisei ir ao arquivo de jornais, livros e documentos. Bastou o arquivo da memória, onde o prédio da velha A União ainda permanece aceso dentro da noite, com o ruído seco das suas linotipos e o som de uma sineta anunciando a chegada de provas para a revisão.

Eis uma imagem que perdura na minha lembrança. Demoliram o antigo prédio do tradicional jornal mas ele continua presente dentro de mim. E chegou a vez de evocar aquele poema de Manuel Bandeira – Última Canção do Beco – em que há uns versos assim:

O cientista e evolucionista alemão Ernst Haeckel, no livro Os enigmas do universo (tradução de Camille Bos. Paris: Librairie C. Reinw...

O cientista e evolucionista alemão Ernst Haeckel, no livro Os enigmas do universo (tradução de Camille Bos. Paris: Librairie C. Reinwald/Schleicher Frères Éditeurs, 1902), que citaremos neste ensaio, em tradução nossa da língua francesa, procura nos dar uma rápida visão do olhar científico da sua época, a respeito de como a Terra, “uma parte infinitamente pequena do Cosmo” (Capítulo XIII – História do desenvolvimento do Universo, p. 285), teria se formado.

A abóbada celeste já estava ali, a olhos vistos. Não a cúpula que ostenta os céus ao redor da Terra, bem acima dela, mas o monumental t...

A abóbada celeste já estava ali, a olhos vistos. Não a cúpula que ostenta os céus ao redor da Terra, bem acima dela, mas o monumental teto do Royal Albert Hall, em Londres. Tudo brilhava com os mágicos efeitos de sua magnífica iluminação, em sintonia com a luz que contornava a aura coletiva de uma plateia em burburinho, já encantada com o porvir.

O hino “Vem, Espírito Criador” explode com o órgão, a grande orquestra, os quatro corais, dando início à “Sinfonia dos Mil”, como é conhecida a 8ª sinfonia de Gustav Mahler. A plateia, calada por dentro e gritando na alma, entra em sintonia com a mensagem:

O texto que publico a seguir foi escrito há quatro anos por minha bela e muito amada filha. Nada mais atual: ...

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O texto que publico a seguir foi escrito há quatro anos por minha bela e muito amada filha. Nada mais atual:
Pra quem não sabe: sou nordestina. Não voto no PT. Já votei. Não mais. Mas não sou definida por isso. Também sou mãe, esposa, filha, irmã, amiga... Até inimiga.

Me formei em direito. Cursei Letras. Pós em tradução jurídica pela PUC e tradução pela USP (tomando inclusive vagas de sulistas no processo seletivo). Pós também em gastronomia, mais exatamente Cozinheira Chef Internacional. Teatro e TV também fazem parte de minha formação.

Nuzree
Luto boxe e Muay Thai. Fui da equipe estadual de natação. Joguei vôlei e handebol no colégio. Hoje em dia corro.

Sei dirigir carro mecânico. Sou ótima com decoração. Faço terapia. Falo inglês com fluência. Me viro no francês e no espanhol e estou aprendendo japonês.

Sou espírita.

Viajei e viajo muito pelo Brasil. Morei na Inglaterra. Já viajei para Argentina, Paraguai, França, Irlanda, Escócia, EUA, Chile e Austrália. Portugal também, a passeio, para conhecer aqueles que um dia falaram de nós como hoje você fala de mim.

Leio pra caramba. Assisto a filmes até cansar os olhos. Tenho amigos gays, héteros, casados, solteiros, divorciados e até viúvos.

Ainda assim, nada disso me define.

Como nada disso definiria você. E, mesmo que definisse, eu te respeitaria.

Nuzree
Não é a escolha política de uma pessoa, um estado ou uma região que a define.

Porém é sua opinião pequena que a define, uma atitude diz mais sobre quem você é, e qual o tipo de caráter que você tem, do que sobre seus supostos julgados.

Soberba é pecado. Racismo é crime. Arrogância é feio.

Você acaba sendo pequeno.

Graças a Deus tenho fé na humanidade e esperança de que você evolua.

Negros já foram execrados, assim como mulheres, assim como judeus, assim como homossexuais, assim como nós todos, brasileiros.

Seja sempre bem-vindo ao meu Nordeste; lindo, hospitaleiro e misericordioso. Espero, pelo bem do Brasil, que ele não fique independente, porque senão, você, racista preconceituoso, estará perdido!"
Ana Carolina Pires Bezerra Muro

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Nota do autor: Só tomei conhecimento deste texto, de minha filha Ana Carolina (foto à direita), esta semana, através do amigo Dedé Borréia, que soltou uma graça: “- Você nunca vai escrever tão bem como sua filha”. Mas posso me esforçar, né?

Acho que acontece a todo mundo. Muitas vezes, a gente sai da cama com umas saudades esquisitas. E a coisa se agrava na marcha irrefreáv...

nostalgia gibi quadrinhos series
Acho que acontece a todo mundo. Muitas vezes, a gente sai da cama com umas saudades esquisitas. E a coisa se agrava na marcha irrefreável dos anos. Quanto mais velha a cabeça se põe, mais embaralha o miolo. Já acordei com falta de doce americano, raspadinha de morango, porta-chapéu, brilhantina, estampas da Eucalol e camisa volta-ao-mundo.

Sempre me senti no vácuo em relação ao Ministro Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo. Em 1946/47, quando, nos meus 13 anos o surpreend...

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Sempre me senti no vácuo em relação ao Ministro Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo. Em 1946/47, quando, nos meus 13 anos o surpreendi de retrato colado na janela de nossa casa, em Alagoa Nova, candidato a governador pelo partido do Brigadeiro, seu retrato não me pareceu mais simpático que o do herói dos Dezoito do Forte de 1922, um esquisitão que a Igreja adorava e que a oposição castigava com baixezas do tipo “é capado.”

Olhando o espelho retrovisor de tempos vividos, muitas vezes nos surpreendemos com lembranças que nos contam acontecimentos até de muit...

manifestacao estudantil brizola constituicao
Olhando o espelho retrovisor de tempos vividos, muitas vezes nos surpreendemos com lembranças que nos contam acontecimentos até de muita alegria, vividas naquela época, notadamente quando exibíamos a primeira grande conquista da vida, que era o ingresso na Universidade da Paraíba.

Nos investíamos das muitas indulgências que a cidade nos concedia, como universitários.

No último dia 10 de novembro, dentro da Programação do 2° Festival de Arte e Cultura do IFPB , a referida instituição, por meio da Pró-...

No último dia 10 de novembro, dentro da Programação do 2° Festival de Arte e Cultura do IFPB, a referida instituição, por meio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), incluiu entre suas quatro atividades o 3° Concurso Literário do IFPB, em foram homenageadas, simultaneamente, as escritoras Lourdes Ramalho (in memorian) e Marília Arnaud.