Para definir a situação atual do País, recordo uma assertiva de Dom Marcelo Carvalheira de vinte anos atrás, quando nosso arcebispo em...

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Para definir a situação atual do País, recordo uma assertiva de Dom Marcelo Carvalheira de vinte anos atrás, quando nosso arcebispo emérito dizia àquela época que “estávamos vivendo uma guerra civil”. Quando escutei isto, num tempo quando ainda a incidência da violência não amedrontava tanto, mesmo rodando às nossas casas, estremeci.

As palavras “guerra civil” sempre estiveram na minha mente como algo pernicioso à dignidade humana, porque escutava meu pai conversar sobre isso quando me colocava perto do balcão na bodega, em nossa casa.

Dois jovens brancos, skinheads, atiram uma mulher Rume no rio Elba, a uma temperatura abaixo de zero. A mulher é milagrosamente salva ...

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Dois jovens brancos, skinheads, atiram uma mulher Rume no rio Elba, a uma temperatura abaixo de zero. A mulher é milagrosamente salva por um agricultor. Um conselho (?) de Defesa Rume exige punição e os jovens são presos, mas o Partido Nacionalista, de extrema direita, os defende e eles ganham a liberdade. Há muitas histórias como essa em Lunik-IX. Uma delas é a dessa mulher de idade madura, branca, olhos azuis, que eles encontram estendendo roupas num varal, ao lado de sua casa e sem muita pressa, como se pretendesse interpor sua figura à passagem dos homens com a parafernália do áudio-visual. Como se assim esperasse ser notada pela excepcional visita de uma rede de televisão da União Européia.

Em meio à caminhada pela estrada canavieira recheada de chuva intermitente, risos aventureiros e lama contínua, percebo que é um novemb...

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Em meio à caminhada pela estrada canavieira recheada de chuva intermitente, risos aventureiros e lama contínua, percebo que é um novembro, em um mês estranho de um ano confuso. Lá fora, no dito mundo, sabe-se que ainda haverá Copa do Mundo mesmo com o São João já ido; e em frente aos quartéis há torcedores canarinhos que pedem golpe, querem mudar a regra do jogo... em vão esperneiam.

Bravíssimo, Maestro Daniel Barenboim! Feliz aniversário! Se há uma geopolítica musical, Barenboim, que hoje completa 80 anos, é um...

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Bravíssimo, Maestro Daniel Barenboim! Feliz aniversário!

Se há uma geopolítica musical, Barenboim, que hoje completa 80 anos, é um dos grandes responsáveis por uma certa détente artístico-cultural na política internacional.


Em 2001, por exemplo, ele regeu, no Festival de Ópera de Israel, "Tristão e Isolda", de Wagner. Em 2002, conduziu a West Eastern Divan Orchestra em Ramallah, na Cisjordânia, quando a capital de fato da Palestina encontrava-se então marcada por fortes combates. Em 1998, com a Filarmônica de Berlim no mítico Waldbühne, abaixou a batuta e cruzou os braços para, num ato democrático inédito, permitir que a orquestra seguisse sozinha numa espetacular interpretação do Bolero de Ravel. Seguiu-se um estupenda ovação.

Há muito tempo não uso relógio. E fui daqueles que tinha relógios coloridos que mudava de pulseira como quem muda de horas. Depois, vi...

Há muito tempo não uso relógio. E fui daqueles que tinha relógios coloridos que mudava de pulseira como quem muda de horas.

Depois, vi que o tempo está dentro de nós. Assim como o sol que viola a janela de meu quarto nessa manhã virótica.

Às vezes, acho que meu relógio do tempo está sempre sendo reiniciado do zero. Como em um filme a que assisti (já faz tempo) e não lembro o nome.

Sara Groblechner
Mas não reclamo. É como se nunca tivesse deixado de ser o zumbi de lá atrás.

Outro dia coloquei aqui um poema de Cassiano Ricardo sobre o relógio, poema este que gosto muito:

O Relógio
Diante de coisa tão doida Conservemo-nos serenos Cada minuto da vida Nunca é mais, é sempre menos Ser é apenas uma face Do não ser, e não do ser Desde o instante em que se nasce Já se começa a morrer

Curioso que nunca fui muito de venerar relógios.

Quando era guri, queria ter um, porque a gente sempre quer o mundo adulto quando estamos pequenos.

Então, como os demais meninos da rua, costumava desenhar a lápis um relógio em meu braço esquerdo (aliás, nunca entendi porque só se usava relógio em braço esquerdo).

Mile Cure
O desenho era tosco, pois sempre fui péssimo nessa arte, mas atendia à vaidade de achar que tinha um relógio no braço.

Depois, viraram moda uns relógios coloridos, com as pulseiras de cores diferentes.

A gente comprava um e ele vinha com várias pulseiras de cores diferentes, lembram?

Eu tive um bicho desses, não sei se foi comprado ou se ganhei. Parei de usar relógio depois que comprei meu primeiro celular.

Àquela altura, já usava o relógio apenas para ver as horas, e não mais para enfeitar minha vaidade.

Como o celular já tem a hora na tela, preferi parar de usar relógio. Mas o poema de Cassiano Ricardo guardo comigo até hoje.

Afinal, “cada minuto da vida/ nunca é mais, é sempre menos”...

Segundo pesquisa recente feita na Inglaterra, os homens preferem o futebol ao sexo. Entre pernas cabeludas correndo num campo e pernas ...

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Segundo pesquisa recente feita na Inglaterra, os homens preferem o futebol ao sexo. Entre pernas cabeludas correndo num campo e pernas depiladas movendo-se sobre um colchão, eles preferem as primeiras.

Isso deixa intrigados sexólogos, antropólogos e terapeutas comportamentais, que não conseguem entender como se pode trocar, por exemplo, um orgasmo por um grito de gol. Ou os pequenos carinhos

Reconstruir uma história familiar pode levar décadas, ou milênios como alguns povos estão tentando em regiões nem tão inóspitas como im...

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Reconstruir uma história familiar pode levar décadas, ou milênios como alguns povos estão tentando em regiões nem tão inóspitas como imaginamos. Nossos povos latinos sequelados e sofridos durante longos genocídios, devido a propósitos unicamente econômicos, se desfizeram por medo e morte, e caso não se omitissem da violência opressora correriam o risco de extermínio. Ficamos intimamente ligados às pessoas e aos lugares, ao país, à língua que adotamos. Desejamos ficar ali pra sempre, por isso o mal é intenso quando nos tiram os laços construídos em nossa comunidade.

Ontem pela manhã descubro que brotaram cogumelos na plantinha do meu banheiro. À tarde se abriram gloriosos, à noite começaram a murch...

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Ontem pela manhã descubro que brotaram cogumelos na plantinha do meu banheiro. À tarde se abriram gloriosos, à noite começaram a murchar e hoje, descubro que estão secando.

Paradoxo da vida. Amanhecer e morrer durante vinte e quatro horas.

Conosco não é diferente. Cheguei aos sessenta anos questionando o que virá. Estou no penúltimo ciclo do cogumelo… começando a murchar?

Ela nunca tocara tão bem até então. O artista sabe. Sempre. Quando se sai bem e quando não. Quando se sai mais ou menos também. O artis...

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Ela nunca tocara tão bem até então. O artista sabe. Sempre. Quando se sai bem e quando não. Quando se sai mais ou menos também. O artista não precisa da crítica, pelo menos não sempre. Pois ele, lá no fundo de si mesmo, sabe. Ou desconfia. As críticas favoráveis certificam-lhe o que ele já sabe – ou pressente -, mas servem-lhe de afago, de confirmação, coisas tão necessárias para o ego inseguro quanto água para os sedentos. Por isso ela estranhou aquele silêncio vindo de quem ela menos esperava. Que ocorrera? Ela queria entender.

Paraíba, 13 de novembro de 2022

Paraíba, 13 de novembro de 2022

Uma amiga, viúva dos seus quase 70 anos, com dois filhos já casados e resolvidos financeiramente, vivia se queixando dos inúmeros probl...

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Uma amiga, viúva dos seus quase 70 anos, com dois filhos já casados e resolvidos financeiramente, vivia se queixando dos inúmeros problemas de saúde, da violência crescente na sociedade, da impossibilidade de viver tranquila com a própria aposentadoria e a pensão do marido, fontes que lhe garantem uma renda de algo em torno de 8 mil reais por mês.

Queria Queria escrever poesia Mas não posso Entregue aos fatos E a razão Queria o verbo sem condicional Mas não po...

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Queria
Queria escrever poesia Mas não posso Entregue aos fatos E a razão Queria o verbo sem condicional Mas não posso Palavras passam fluidas As mãos não as alcançam Retornam ao coração Queria o querer sem queria Mas não posso Há pressa e prazo A ritmar compasso O tempo é duro É de prestar atenção Queria , Oh como queria ! Largou-se de mim a poesia Cumpro regras, venço o tempo Sufoco em mim a emoção Há um medo de dizer o bem dito A coerção que limita A liberdade de expressão Há algozes No caminho das palavras Seres escuros Sombras tenebrosas Há um oco O recolho ao centro do ovo Onde a vida germina quente Sob a casca branca e fina Na força da oração Só a fé a apontar destino No incontrolável desatino Do caos em turbilhão Queria escrever poesia Mas não posso Há sol Atrás das nuvens escuras Do medo e da coerção Há sol, mas não posso Nem ouço pássaros Mataram as flores Com pés de manadas de burros Sem rédeas e sem direção Há um grito mudo no ar Há reza forte nos lábios De mães e pais Crianças sem esperança Há fome de amor No prédio que chega ao céu E na favela que deságua na lama Queria este querer que asfixia O claro a vencer a treva escura As cores livres ufanando O espaço O tom humano de um abraço A leveza de um traço A boa semente da verdade Que a paz vibrasse agora No coração da humanidade Queria Não são os homens Os que se ostentam ali Estes já se mostraram torpes Embriagados pelos prazeres Que o poder outorga E a ilusão confere O que tolhe é o ha de vir A loucura a olhos vistos O circo com as jaulas abertas O leão nas ruas sem domador Em tempo real o picadeiro A mostra de feras iradas No púlpito da TV aberta Fechando em dor A desalma do futuro E o povo ri feito criança orfã Quando ganha um pirulito É só mais um programa da televisão Só mais um furo Há impotência na pseudo escolha Inocentes , distraídos Com a carcaça da vez Não há escolha Há um restolho de ossos Em travessa de filé mignon Desconheço aqueles homens Que se ostentam irados Propostas de superfície São brados que explodem No imaginário montado Falta brio Corações de gelo Extertores de frio Inferno na primavera do inverno Mulheres com voz de homens Perderam o poder da intuição Assisto Rio também Uma risada nervosa Mas o circo não é imaginário Nas palavras vãs Não há perfume de rosa Nem um Cícero a ocupar o tablado Quero crer no atrás da curva Seguir em paz meu caminho Mas Não posso escrever poesia Não posso
Quero
Quero falar de abelhas Quero falar de vida Abelhinhas Broches delicados Em rolê Entre pistilos Metamorfoseando pólen Criando flores Perpetuando a vida Quero falar de vida Urge falar de vida Plantar e colher Um mundo são

Em novembro de 1809, quando Henry Koster, atendendo recomendação médica, deixou Liverpool com destino ao Recife, ele somente pensava em...

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Em novembro de 1809, quando Henry Koster, atendendo recomendação médica, deixou Liverpool com destino ao Recife, ele somente pensava em melhorar a sua saúde no clima tropical. Koster era filho de ingleses, nascido em Portugal, mas foi para a Inglaterra ainda criança. Devia ter, ao chegar ao Brasil, alguma condição financeira que o permitiu viajar, por algum tempo, por Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. Depois de percorrer essas Capitanias, arrendou um engenho com escravaria próximo ao Recife e, em seguida, tornou-se plantador

O entretempo de 1912 a 1930 se caracteriza como período em que mais fortemente prepondera a influência do paraibano de Umbuzeiro, Epitá...

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O entretempo de 1912 a 1930 se caracteriza como período em que mais fortemente prepondera a influência do paraibano de Umbuzeiro, Epitácio Pessoa, na cena política nacional, primeiro como Senador, depois como Presidente da República e, em seguida, como Senador outra vez.

A esta altura, a Paraíba, mesmo diante de fortes divergências políticas locais, e de fatores geoambientais limitantes, com relação à construção de um porto no Sanhauá, a ainda não tão pujante capital paraibana aspirou a que o então pequeno Porto do Varadouro, ou Porto do Capim, ganhasse mais envergadura e se estabelecesse como porto competitivo, com maior capacidade de desempenho e com potencial para estimular

“As palavras se movem, apenas no tempo; mas o que apenas vive Pode apenas morrer. As palavras após a fala encontram o silêncio” T. E...

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“As palavras se movem, apenas no tempo; mas o que apenas vive Pode apenas morrer. As palavras após a fala encontram o silêncio”
T. Elliot

Era mais um dia de trabalho. A noite chegou desapercebida, escondida pela cortina da sala, lá fora o tempo corria! A espera do elevador enfrentava a saída simultânea de vários profissionais da área de saúde e clientela. Mas, após um breve aguardo, abriu-se uma porta com uma sorridente ascensorista. Algumas pessoas já presentes, recuaram educadamente para receber o novo afluxo. O silêncio propiciava olhares furtivos, avaliações rápidas, o olho no relógio... Um casal de meia-idade confirmava o próximo horário do dentista, quando ela subitamente quebrou a discrição, como se houvesse lembrado de algo importante:

Araruta é uma música de Noel Rosa. Uma das tantas, em que ele expressa a sua genialidade. Parece música com tom de marchinha de carnav...

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Araruta é uma música de Noel Rosa. Uma das tantas, em que ele expressa a sua genialidade. Parece música com tom de marchinha de carnaval ou daquelas debochadas que permeiam a sua obra. As gerações de hoje, em overdose de sertanejos, pancadões e quejandos, não devem saber o que é marchinha de carnaval, festa tomada por outros ritmos, além do frevo, marcha-rancho e da própria marchinha.

A Araruta de Noel Rosa e Orestes Barbosa, de 1932, gravado em 1983, por Carlos Didier, biógrafo de Noel Rosa, segue, no entanto, em outra direção. É música de qualidade. Embora não seja versado nessa arte, sendo apenas um apreciador, achei a música parecida com um ragtime do tempo das melindrosas. Em alguns momentos,

Meu colega escritor Ariano Suassuna contava que uma vez foi jantar na casa de milionários cariocas e a anfitriã ficou decepcionada ao...

Meu colega escritor Ariano Suassuna contava que uma vez foi jantar na casa de milionários cariocas e a anfitriã ficou decepcionada ao saber que ele jamais havia saído do Brasil. Pior ainda; não conhecia a Disney. Ariano concluiu então que para aquela senhora o mundo se dividia em duas partes; os que conheciam a Disney e o resto.

Observando o Brasil bem de longe (estou não fazendo nada em Florença), depois de conviver com brasileiros de todas as regiões e de todas as tendências políticas que encontro em restaurantes e museus, cheguei à insuperável conclusão de que o Brasil transformou-se em duas Disneys. Os que votaram em Bolsonaro entendem que o resto não merece sua atenção. Os que votaram em Lula não têm, como direi… a melhor impressão de quem não sufragou seu candidato.

Súbito me vejo à porta do sapateiro ou mais precisamente à banca de bicho ali atravessada, eu de pé a ver de cima a bela cabeça de mulhe...

Súbito me vejo à porta do sapateiro ou mais precisamente à banca de bicho ali atravessada, eu de pé a ver de cima a bela cabeça de mulher de cabelos anelados em sua ocupação diária de passar bicho. Não estava em meus cálculos parar ali, repetir o milhar sustentado desde o ano de 1949, quando fui levar um documento à casa do doutor Otávio Amorim, na Floriano Peixoto de Campina Grande, e senti na placa do seu carro, 1382, um forte palpite.

Em memória de Julio Rafael e Murilo Jardelino "Aquele exato momento de felicidade ninguém mais nos tira, aferrou-se no tempo, p...

lula eleicoes 2022 pt vitoria
Em memória de Julio Rafael e Murilo Jardelino

"Aquele exato momento de felicidade ninguém mais nos tira, aferrou-se no tempo, pertence agora à história. Uma multidão embevecida de alegria, separada por paredes permeáveis, explodindo em canto por toda parte, como se fosse o próprio júbilo a expulsar do poder o homem atroz..."
Julián Fuks, UOL, 05/11/22

"Chegou o grande dia. A vitória eleitoral da sociedade civil contra um projeto de autocracia miliciana e fundamentalista não tem outro nome: lavamos a alma. Esse banho vai ser demorado..."
Receita para lavar a alma, de Gregório Duvivier

Eu não circulava pelo centro de João Pessoa há um bom tempo. Mas eis que amigos me recomendaram a busca do Terceirão, o Camelódromo ins...

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Eu não circulava pelo centro de João Pessoa há um bom tempo. Mas eis que amigos me recomendaram a busca do Terceirão, o Camelódromo instalado sobre um pedaço do teto daquele túnel escavado no eixo da Miguel Souto por baixo dos cruzamentos com a Visconde de Pelotas, a Duque de Caxias e a General Osório. E lá fui eu.

Por trás da voz pausada e mansa e do olhar furta-cor – ora azul, ora esverdeado, está a professora, escritora, crítica literária, e a ...

Por trás da voz pausada e mansa e do olhar furta-cor – ora azul, ora esverdeado, está a professora, escritora, crítica literária, e a primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Paraibana de Letras (APL), Ângela Bezerra de Castro. Pela curta descrição do seu currículo, logo se percebe que trata-se de uma paraibana de personalidade diferenciada, o que se comprovará ao longo dos relatos sobre sua trajetória de vida. No dia 1º de outubro, ela completou oito décadas de existência, anos estes que reúnem momentos de muitos desafios, aprendizado, superação, conquistas, alegrias e uma constante luta em busca de seus objetivos.

No futuro não distante, se eu puder me recordar destas flores e da música, me darei por satisfeito. Na velhice ou já sem corpo, ao se...

flores aquaticas ninfeias lembrancas saudades conduta fazer bem
No futuro não distante, se eu puder me recordar destas flores e da música, me darei por satisfeito. Na velhice ou já sem corpo, ao senti-las saberei que viver valeu demais.

Ignoro se existe um tesouro que mais valha do que ter boas lembranças. É por isso que devemos vigilantes sempre estar. Se na vida semearmos coisas boas no caminho, mais à frente, certamente, a colheita se fará na medida do plantio.

Quando eu era bem criança, brincava de caloura do Chacrinha e dublava Maria Bethania. Era e continua sendo minha abelha rainha. Ainda g...

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Quando eu era bem criança, brincava de caloura do Chacrinha e dublava Maria Bethania. Era e continua sendo minha abelha rainha. Ainda guardo a mesma paixão.

Há mais de dez anos eu remendava uma crônica publicada no extinto jornal O Norte, com frase retirada do Diário de Pernambuco,...

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Há mais de dez anos eu remendava uma crônica publicada no extinto jornal O Norte, com frase retirada do Diário de Pernambuco, atribuída a uma negra, à época, com 84 anos: “A gente é cativo da pobreza”. Igualmente, no meu texto, recordava o pensador francês Emmanuel Mounier, para quem a verdade está ao lado do pobre.

Recorri ao filósofo e à mulher pernambucana para referendar a história de quem sobrevive com tão pouco.