Caminho pelas ruas de João Pessoa como um índio na Avenida Paulista. Esse é o mal dos nascidos e criados na cidade. Qualquer mudança, al...

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Caminho pelas ruas de João Pessoa como um índio na Avenida Paulista. Esse é o mal dos nascidos e criados na cidade. Qualquer mudança, alguma fachada em ruínas, um contemporâneo que morre, um galho de árvore que tomba, tudo nos diz respeito. Outro dia, fiquei de baixo astral ao acompanhar a derrubada de uma caramboleira, em Tambiá. Ela fora a sombra gostosa do encontro com a primeira namorada. A velha casa transformada em clínica e a caramboleira retirada para dar lugar ao estacionamento. Perdi o dia.

      Dor da alforria Queria estar feliz Era um desejo Havia urgência Desejo puro, firme, duro De coração a galope Ouvir em sons...

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Dor da alforria
Queria estar feliz Era um desejo Havia urgência Desejo puro, firme, duro De coração a galope Ouvir em sons tua voz Pedir pra te ver agora Era a essência E você disse não Que não era o dia E qual seria? Eu não entendi, Você falou que hoje não

Não lembro mais quem disse que se você alimentar seu cérebro exclusivamente com séries de TV bobinhas, tipo "Two and a half men"...

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Não lembro mais quem disse que se você alimentar seu cérebro exclusivamente com séries de TV bobinhas, tipo "Two and a half men", não espere que ele entenda Platão. Se os Titãs já tinham alertado que a televisão "me deixou burro demais", o que dizer agora que a avalanche de vídeos do Tik Tok e de fotos de bobagens no Instagram parece ter dominado as mentes?

Publiquei, recentemente, um texto crítico sobre um projeto de lei apresentado por uma deputada federal, cujo propósito é retirar da celebr...

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Publiquei, recentemente, um texto crítico sobre um projeto de lei apresentado por uma deputada federal, cujo propósito é retirar da celebração do casamento civil a frase final “Eu vos declaro marido e mulher”, sugerindo alterações que neutralizariam essa conclusão.

As ladeiras têm sentidos próprios, conexões entre si. É como possuir algo mágico, o poder de capturar a história, de contar inúmeras histó...

As ladeiras têm sentidos próprios, conexões entre si. É como possuir algo mágico, o poder de capturar a história, de contar inúmeras histórias. E elas são muitas por esses brasis da vida. Inclinações que testemunharam invasões, batalhas, sacrifícios, martírios, vida e morte, honra e destruição. Oh ladeiras cujos paralelepípedos viveram ao longo de séculos a presença de herois e vilões de muitas raças. Quando ainda sem pavimento sentiram na própria terra o pulsar do país que começava a ser construído e cuja obra segue inacabada, como pele de testemunha das idas e vindas humanas.

Se João Pessoa possui poucas ladeiras, ainda assim podemos citar as de São Francisco e da Borborema. Acesso do berço de nascimento da cidade, o Porto do Capim, ao topo da elevação onde hoje existe a Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, as duas ladeiras desafiam o vigor físico dos pedestres e guardam muito da história paraibana.

Na ladeira de São Francisco, um pouco após a sua metade, estrategicamente, foi erguida da Casa da Pólvora. Era o paiol das armas, das munições da antiguidade, atualmente celeiro de cultura. Hoje a calmaria do local disfarça os caóticos momentos de batalhas. Pólvora, tiros, sangue, morte... Portugueses, holandeses, escravizados africanos, locais das três raças e muitas misturas. Do alto, a visão do entardecer a jogar ouro na cidade baixa. Percurso paralelo faz a ladeira da Borborema, após surge do encontro com a Rua da Areia.

Ladeiras tão antigas quanto as famosas elevações de outro ouro, pontilhadas por igrejas da velha e magnífica Vila Rica do passado, a Ouro Preto. A cidade mineira dos inconfidentes, da luta pela independència, sufocada por forcas e esquartejamentos. Da Praça Tiradentes elas despontam. Nessas ladeiras mineiras repousam os ideias de liberdade individual e coletiva. Lá, elas foram criadas como acessos entre as ruas históricas encravadas pela busca do ouro das montanhas das Minas Gerais. Por ali, muitos passaram ora como senhores, ora como escravizados. Uns tantos encontraram o fim sobre o platô no Morro da Forca, sombrio lugar de belo nascer e por do sol. Pelos arredores, ladeiras que levam a muitas igrejas.

Conterrâneas de lutas são as ladeiras de Olinda. Passarelas de carnavais, serpenteiam pela velha cidade pernambucana. Conexões de tempos, ladeiras de multidões e solidões, dos blocos e bares, da pitombeira e seus quatro cantos, do Alto da Sé e sua ladeira a despejar azuis de céus e do mar. Local estratégico que domina os arrecifes e as terras baixas. Uma das mais famosas e íngrimes é a Ladeira da Misericórdia, acesso à Igreja e ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia. “Ó linda!” Por onde surgem bonecos gigantes com vida. Desfiles diversos da alegria do frevo precedido pelas lutas do país nada pacífico de colônia, império e república.

Ladeiras como as seculares de São Salvador, a primeira capital brasileira. Construída numa elevação por questões de segurança, a fortificada cidade viu surgir caminhos íngremes a trazer para o alto víveres e humanos desembarcados dos navios. Aí surge a Ladeira da Preguiça, uma das três mais antigas da cidade. E ainda tem as da Conceição, Misricórdia, Montanha, Curuzu, Aflitos e tantas outras. Subidas e descidas na formação nacional da mistura da Bahia tão nobre ao Brasil.

E tome ladeira! O esforço físico para percorrê-las é maior, vencer os aclives/declives exige resistência, atenção redobrada. Porém, as ladeiras históricas merecem um olhar mais atento, carinhoso do visitante. São páginas da nossa história que guardam beleza singular. Se a subida é um desafio, como diz o dito popular: “Para descer todo santo ajuda”.

Radicalizando e depurando a proposta sonora do Movimento Armorial, tema abordado em nosso artigo anterior, Ariano Suassuna então abraça o ...

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Radicalizando e depurando a proposta sonora do Movimento Armorial, tema abordado em nosso artigo anterior, Ariano Suassuna então abraça o Quinteto Armorial, que viria a se tornar um dos mais substanciais grupos musicais brasileiros, na verdade o mais importante a criar, até hoje, uma música de câmara erudita brasileira de raízes populares. Formado em Recife, em 1970, e liderado por Antônio José Madureira, gravou quatro discos até o seu encerramento, em 1980. Sua proposta era criar um diálogo entre o cancioneiro folclórico medieval galaico-português e as práticas criativas e interpretativas nordestinas, ligadas à tradição oral e musical da região, buscando uma síntese entre a música erudita e as tradições populares.

Li que essa coisa de superstição tem origem no tempo das bruxas medievais e seus gatos pretos. E que, desde então, habita a mente e o cora...

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Li que essa coisa de superstição tem origem no tempo das bruxas medievais e seus gatos pretos. E que, desde então, habita a mente e o coração de muita gente mesmo nos grandes e modernos centros culturais do mundo.

Fugir do número 13, desse modo, não é, assim, uma exclusividade do subdesenvolvido que vos fala. Fazem isso, igualzinho, nos Estados Unidos, a ponto de certas companhias aéreas não oferecerem assento com esse número.

A poda foi criminosa por dois motivos: a violência do fato em si e a grave consequência. O ninho que abrigava o filhote de bem-te-vi veio ...

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A poda foi criminosa por dois motivos: a violência do fato em si e a grave consequência. O ninho que abrigava o filhote de bem-te-vi veio ao chão com galhas e lágrimas da cajazeira depenada. Uma pena...

Eis que sai do morno aconchego uma coisinha de asa e cauda, com mancha amarela no papo, assustada, olhinhos brilhando sem entender nada. Os pais aflitos piavam de um lado pro outro numa algazarra sonora, em sinais de alerta e protesto. E agora?

Meu amigo Luciano B. saía de uma boate no Recife enfrentando uma chuva intensa. Estava a bordo de uma loura espetacular e queria "se...

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Meu amigo Luciano B. saía de uma boate no Recife enfrentando uma chuva intensa. Estava a bordo de uma loura espetacular e queria "se amostrar". Logo que seu potente carro começou a percorrer o caminho que os levaria à suíte presidencial do Sheraton, um outro veículo que vinha atrás passou a dar insistentes sinais de luz e buzinar freneticamente. O Don Juan paraibano quis mostrar sua macheza e baixou o vidro, estendeu o braço para fora e mostrou aquele dedo que significa vocês sabem o quê. O outro veículo continuou a buzinar e a dar luz alta e segundos depois o carro do meu amigo caiu num enorme buraco, sem condições de continuar andando.

Lembro que neste período do ano, quando as árvores mudavam as folhas, os cajus e as mangas maduros se esparramavam pelo chão, os araçás a...

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Lembro que neste período do ano, quando as árvores mudavam as folhas, os cajus e as mangas maduros se esparramavam pelo chão, os araçás amadureciam nas capoeiras e em casa mamãe pendurava num galho de árvore capulhos de algodão colhidos no roçado, onde colocava objetos – caixas de fósforos cobertas com papel dourado e flores de papel branco –, sabíamos que chegou Natal.

Na bodega se falava dos preparativos da festa que ocorria na cidade entre o Natal e Ano Novo, com parques de diversões, pescarias, barracas de jogos e bingos, além do pavilhão onde ocorriam os leilões com perus e galinhas assadas. Dias antes, comitiva da Igreja, com uma carta do padre, pedia pelos sítios donativos para as festividades e o custeio da limpeza e manutenção do templo dedicado ao Sagrado Coração de Jesus.

Eram oito dias de festas, com início pelo Natal, com a celebração do advento e nascimento do Menino Jesus, e concluídas em primeiro de janeiro, com a imagem do homenageado num andor que percorria nos braços do povo a Rua Monsenhor Walfredo até a Praça Antônio Bento, em frente da Igreja, onde ao entardecer, era celebrada missa.

De roupa e sapato novos, na boca da noite acompanhávamos grupo de gente procedente dos sítios que se dirigia à cidade, numa boa prosa, às vezes sob o luar.

A praça ficava engalanada para a festa, que começava ao final do dia, tinha intervalo para a Missa do Galo e depois todos voltavam aos folguedos para brincar até o dia amanhecer. Retornávamos felizes, empoeirados e cansados para a labuta do dia, aos afazeres do sítio que não poderiam deixar para depois.

O pensamento voltou para o menino que não saiu da manjedoura. As cantigas ensinadas por minha avó e mamãe são lembradas agora, enquanto a memória reconstrói aquelas cenas.

No sítio onde morávamos, vovó cantava essa modinha que recordo emocionado:

Nossa Senhora à beira do rio, Lavava os paninhos do seu bento filho. Nossa Senhora lavava São José estendia. O menino chorava com o frio que fazia. A Virgem, sorrindo assim lhe dizia: Não chore meu amor! Isso são os orvalhos do Pai do Senhor. O filho do rico em berço dourado e Tu, meu menino, em palha deitado!

Agora são recordações. Boas recordações. O tempo mudou ou mudamos nós? Ficaram as lembranças que nos consolam.

O Menino Jesus que venerávamos naquela época, renasceu agora, mas o coração de todos vive a apreensão da festa que pode não começar devido às balas a zunir sobre nossas cabeças, vindo não se sabe de onde.

Pedaços de recordações de como tudo se realizava com simplicidade, diferente do que vimos agora.

Recentemente visitei uma senhora de noventa anos, que resida em nosso recanto de terra, recordou estes versos, versos que não lembrava.

Em homenagem a bell hooks , que faleceu ontem, 15 de dezembro de 2021 Este é o título do romance da americana Toni Morrison, ganhadora...

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Em homenagem a bell hooks, que faleceu ontem, 15 de dezembro de 2021

Este é o título do romance da americana Toni Morrison, ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura, 1993. Esse livro foi escrito entre 1962 e 1965 e, como ela afirma no posfácio, “é uma tentativa de dramatizar a opressão que o preconceito racial pode causar na mais vulnerável das criaturas: uma menina negra”.

Ela tinha marcas no corpo e na alma, e estava decidida a mudar. Foi assim que Helena – ela me pediu para não revelar seu nome verdadeir...

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Ela tinha marcas no corpo e na alma, e estava decidida a mudar. Foi assim que Helena – ela me pediu para não revelar seu nome verdadeiro - iniciou a jornada rumo a uma grande transformação em sua vida. Ela não precisava de ajuda de ninguém pois, para ela, naquele momento a ajuda estava dentro dela, não fora. Ela precisava se redescobrir, descobrir uma nova versão de si mesma. Essa versão estava em seu interior, adormecida, pronta para ser despertada, explorada e vivida.

Hoje, 27 anos depois, parece-me imperdoável que o Conselho Estadual de Cultura não tenha reeditado o livro de Irenêo Joffily logo na prime...

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Hoje, 27 anos depois, parece-me imperdoável que o Conselho Estadual de Cultura não tenha reeditado o livro de Irenêo Joffily logo na primeira leva da Biblioteca Paraíbana, iniciativa pela qual tanto nos batíamos no propósito de reanimar a tradição editorial do Estado na instrumentação de sua cultura. Integravam o conselho José Octávio, José Elias Borges, Wellington Aguiar, Itapuan Botto e o locutor que vos fala. Os que não eram vinculados à história ou à antropologia, eram a elas afeiçoados. E passamos batidos

Numa certa edição do Correio das Artes, Linaldo Guedes contou uma história que caracterizou como escândalo absurdo. História, envolvendo ...

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Numa certa edição do Correio das Artes, Linaldo Guedes contou uma história que caracterizou como escândalo absurdo. História, envolvendo cinco pessoas, numa mesa de bar. Pessoas que se dedicam à poesia e à Crítica Literária e que, naquele instante, protagonizaram uma cena de desequilíbrio e violência.

As folhas secam pelo sol, pelo fogo, pelo tempo, mas ainda preservam a beleza. Podem mudar de lugar, porque assim desidratadas, voam com m...

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As folhas secam pelo sol, pelo fogo, pelo tempo, mas ainda preservam a beleza. Podem mudar de lugar, porque assim desidratadas, voam com mais leveza e rapidez. De Bananeiras a João Pessoa, seguem uma escala de cores temporária, do verde ao cinza, como se o brejo se tornasse sertão.

Durante os sete anos que o Espaço Om funcionou, recebi muita gente se queixando de variadas doenças. De tanto repetir a mesma explicação ...

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Durante os sete anos que o Espaço Om funcionou, recebi muita gente se queixando de variadas doenças. De tanto repetir a mesma explicação terminei por escrever este texto, sob o ponto de vista do conhecimento através do Yoga e seus princípios. Vai que ajuda alguma pessoa…

Roggers foi o sítio de um inglês, Richard Roggers, que aqui chegou, na primeira metade do Século XIX. Teria sido um viajante que largou o...

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Roggers foi o sítio de um inglês, Richard Roggers, que aqui chegou, na primeira metade do Século XIX. Teria sido um viajante que largou o navio, no Porto do Varadouro, seduzido pelas belezas do lugar. Aqui, fez fortuna; casou-se com uma morena bem brasileira, dona Francisca Romana, e foi feliz para sempre, nos trópicos.

As Tragédias Gregas põem em cena a imperfeição humana. O personagem atua seus conflitos e suas falhas, que levam ao πάθος , ao sofriment...

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As Tragédias Gregas põem em cena a imperfeição humana. O personagem atua seus conflitos e suas falhas, que levam ao πάθος, ao sofrimento, dele próprio e daqueles a quem está vinculado.

Ájax, como personagem trágico da peça homônima sofocliana, traz em si as características do herói da tragédia. Ele não reflete antes de agir, está deslocado em relação ao seu contexto, sua trajetória está impregnada de ações desmedidas, se deixando tomar pela soberba e pela ira.
Suas ações, movidas pelo princípio do prazer, tendo na base as representações ideativas das pulsões do Id, frustram-se ao se deparar com a realidade que se impõe. E nesse movimento entre processos internos e acontecimentos externos, Ájax é o típico herói trágico, que se vê diante de aporias, sem saída para o seu conflito.

Pais e mães que procuram meu curso para seus filhos costumam fazer a ressalva: “Queremos um curso de redação, não de gramática.” Geralment...

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Pais e mães que procuram meu curso para seus filhos costumam fazer a ressalva: “Queremos um curso de redação, não de gramática.” Geralmente acrescentam a essas palavras a informação de que os filhos não leem, ou leem pouco, por isso têm dificuldade de escrever. O acréscimo é pertinente, demonstra bom senso. Quem não lê não escreve. O que não se entende é a restrição à abordagem gramatical. Como se fosse possível produzir satisfatoriamente um texto sem o conhecimento das normas que disciplinam o uso da língua.

O historiador inglês Peter Burke, acadêmico de primeira linha (é — ou foi — professor em Cambridge) e colaborador do jornal Folha de S. Pa...

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O historiador inglês Peter Burke, acadêmico de primeira linha (é — ou foi — professor em Cambridge) e colaborador do jornal Folha de S. Paulo, publicou em 2009, pela Editora Civilização Brasileira, uma coletânea de ensaios intitulada O historiador como colunista. Livro erudito e leve ao mesmo tempo, oferece ao leitor reflexões sobre temas os mais diversos, todos de grande interesse cultural, entre os quais destaquei,

'O cargo de Gênio da Raça Brasileira ainda está vago', diz D. Pedro Dinis Quaderna no romance da Pedra do Reino, de Ariano. O fat...

premio nobel merecimento cultura geral geniosidade injustica
'O cargo de Gênio da Raça Brasileira ainda está vago', diz D. Pedro Dinis Quaderna no romance da Pedra do Reino, de Ariano.

O fato de jamais termos alcançado o Nobel – nem Suassuna – tem a ver com isso.

Bem,

Tolstoi, Joyce, Borges e Fernando Pessoa morreram sem recebê-lo, o que quer dizer muita coisa. Alguns autores apenas medianos, no entanto, foram premiados, o que nos diz mais ainda. Mas é claro que há uma lista de escritores notáveis que deram ao Nobel uma importância extraordinária. Cito – de memória - Camus, Faulkner, Hemingway, Bergson, Octavio Paz, Gabriel García Márquez, Saul Bellow, Neruda, Beckett, Steinbeck, Gide, Pirandello e Thomas Mann.

Nascido em Campina Grande - PB, em 1935, Orlando Tejo, faleceu em Recife - PE, em 01 de julho de 2018. Advogado, jornalista, ensaista e p...

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Nascido em Campina Grande - PB, em 1935, Orlando Tejo, faleceu em Recife - PE, em 01 de julho de 2018. Advogado, jornalista, ensaista e poeta, é conhecido por sua obra prima - Zé Limeira O Poeta do Absurdo (1973) - mais um caso clássico em que, a obra, ou o personagem, superam o próprio autor. Um bom exemplo, é o das gêmeas Ilíada e Odisseia que brilham além de Homero, e que também registram mitos transferidos pela tradição oral.

De nascimento prematuro, só tardiamente estreou em livro. Tal paradoxo seria suficiente para ilustrar a cronologia da vida e da obra de M...

De nascimento prematuro, só tardiamente estreou em livro. Tal paradoxo seria suficiente para ilustrar a cronologia da vida e da obra de Mário Quintana, fronteiriço de Alegrete, Rio Grande do Sul, onde nasceu no dia 30 de julho de 1906.

Na verdade, a cronologia desse poeta gaúcho se perfaz sob a égide da solidão de ter nascido antes da maioria dos seres gerados à época em que ele o foi; de lançar-se a público aos 34 anos com um solitário livro de ressonâncias simbolistas quando se vivia a quase unanimidade do modernismo e, finalmente, pela condição de fronteiriço não por ser natural de Alegrete, mas por extrapolar

O Pássaro Secreto, um livro muito forte, profundo, verdadeiro, que impressiona pela narrativa densa, bem sequenciada e sem arrodeios. Uma l...

O Pássaro Secreto, um livro muito forte, profundo, verdadeiro, que impressiona pela narrativa densa, bem sequenciada e sem arrodeios. Uma leitura impossível de ser interrompida, mesmo entre um capítulo e outro, ou por alguns segundos, pelo mistério e suspense que o envolvem, tão bem ornamentado.

A atmosfera criada por Aglaia, protagonista capaz de amar e odiar, com a mesma intensidade que experimenta ciúmes e desprezo, possibilita-a mergulhar no seu mundo próprio, mas com boas leituras dos clássicos, do teatro, da literatura, da música, em um universo doméstico composto de constante aprendizado. Assim ela aprende a se impor como uma pessoa diferente, com forte personalidade, pois o conhecimento adquirido não a permite usar a máscara da falsidade para se relacionar com o mundo exterior.