Assisti, há alguns anos, no Zarinha Centro de Cultura, ao documentário “O Homem que vê no Escuro”, sobre o professor e crítico de cinema Jo...
Loucos por cinema
Assisti, há alguns anos, no Zarinha Centro de Cultura, ao documentário “O Homem que vê no Escuro”, sobre o professor e crítico de cinema João Batista de Brito. O filme tem direção, produção e roteiro do professor e amante do cinema Mirabeau Dias. A exibição contou com seleta plateia de amigos e intelectuais da cidade.
Preste atenção! Se prestares atenção No que as pessoas fazem Elas não mais te enganarão Por mais bonito que falem
Devemos pensar nos outros
Preste atenção!
Se prestares atenção
No que as pessoas fazem
Elas não mais te enganarão
Por mais bonito que falem
Minha primeira rua, numa cidade brejeira de interior, apesar dos longos anos de vivência e surpresas ante outras cidades, continua sendo me...
Anaísa e o obelisco
Minha primeira rua, numa cidade brejeira de interior, apesar dos longos anos de vivência e surpresas ante outras cidades, continua sendo mesmo a primeira de minha experiência urbana. Nenhuma outra, por mais arraigada à existência, me infundiu maior admiração e gosto de viver nela. Não abria para nenhum cenário especial como Areia, cercada de montanhas; as casas, uma pegada com a outra, em nada se distinguiam, salvo a que hospedava o juiz, única com jardins laterais de papoulas multicores fechando o ângulo que se abria para dar lugar ao obelisco erguido no terreno de chão batido chamado de praça. Era a praça do monumento.
A imagem é pujante na contemporaneidade. É que o advento da Fotografia, por exemplo, mudou toda concepção de mundo, ou de vida, expressas n...
A poética da imagem
A imagem é pujante na contemporaneidade. É que o advento da Fotografia, por exemplo, mudou toda concepção de mundo, ou de vida, expressas na Poesia e na Literatura. A essa constatação, atribuo a precisão da imagem.
Falava-se em costurar a cortina. Havia uma costureira, D. Sandy, famosa pelas peças cosidas e realçadas, verdadeiras obras artísticas; a mo...
A cortina
Falava-se em costurar a cortina. Havia uma costureira, D. Sandy, famosa pelas peças cosidas e realçadas, verdadeiras obras artísticas; a modista estivera a medir, traçado um projeto do adorno: prometera ficar a cortina pronta em menos de duas semanas.
Narrei, há poucos dias, as conversas dos galos da minha vizinhança, cheias de ritmo e me dizendo coisas interessantes. Para a minha satisfa...
O mito do galo
Narrei, há poucos dias, as conversas dos galos da minha vizinhança, cheias de ritmo e me dizendo coisas interessantes. Para a minha satisfação, o Dr. Adhailton Lacet Porto, Juiz de Direito, leu o meu texto e me informou que havia julgado um processo em que uma moça se queixava da vizinha, cujo galo cantava cedinho.
Nos acostumamos a ouvir a afirmação de que o amor e o ódio sempre andam juntos. Dois lados de uma mesma moeda. Há uma linha tênue que separ...
O amor e o ódio caminham juntos
Nos acostumamos a ouvir a afirmação de que o amor e o ódio sempre andam juntos. Dois lados de uma mesma moeda. Há uma linha tênue que separa um do outro. Interessante perceber que tem muita gente que fala de amor com ódio no coração. Essas emoções conflitantes se encontram em todo ser humano. Nietzsche já afirmava que “O amor e o ódio não são cegos, mas cegados pelo fogo que levam por dentro”
Sempre tive o hábito de acalentar a madrugada. Como durmo muito cedo, geralmente acordo por volta das 4 da matina. Desde que começou esse...
Um dia isso passa...
Sempre tive o hábito de acalentar a madrugada. Como durmo muito cedo, geralmente acordo por volta das 4 da matina.
Desde que começou esse confinamento, no entanto, vejo que tenho muitas companhias. Acordo, fico bolando na cama, mexo no celular e encontro um monte de gente online, fazendo postagens, curtindo, comentando.
Na verdade, estamos como zumbis nesse pandemônio que vivemos. Muita tensão e inquietação para conseguir dormir com leveza.
Como se não bastasse o confinamento, ainda vêm as notícias de morte, as doenças na família. Como diria Gullar, estamos com o corpo riscado de hematomas. Mas sempre existe a cura. E quando ela chegar, a madrugada é que nos acalentará.
2020 é praticamente um ano perdido. Tudo sendo adiado para as calendas gregas. Quando não, cancelado.
Não há perspectiva de mudança. O pico sempre fica para o mês seguinte, já que não se tem a cura e o vírus está no ar.
E há outros vírus que estão no ar, mas desses é melhor nem falar.
O certo é que a vida está suspensa e não somos os que se equilibram em cima do arame. Nós somos o arame.
Cuidemos um do outro e aguardemos!
Uma hora isso tudo passa.
Talvez alguns leitores estejam se perguntando o que significa adversativo; outros talvez estejam dizendo que já viram vários títulos dados ...
Jesus adversativo
Talvez alguns leitores estejam se perguntando o que significa adversativo; outros talvez estejam dizendo que já viram vários títulos dados a Jesus, mas não este. Para responder a essas dúvidas, é importante começar lembrando que a adversatividade é a condição da contraposição que se manifesta linguisticamente pelas orações adversativas - aquelas iniciadas pelas conjunções coordenadas mas, porém, contudo, entretanto, todavia.
"Sub specie aeternitatis" - A expressão latina consta da Ethica, de Espinosa , e tem sido traduzida de diferentes maneiras. Há os...
À luz da eternidade
"Sub specie aeternitatis" - A expressão latina consta da Ethica, de Espinosa, e tem sido traduzida de diferentes maneiras. Há os que a entendem como “à luz da eternidade”, enquanto outros preferem “do ponto de vista da eternidade”, como o escritor Paulo Rónai. Pessoalmente, penso que as duas traduções são boas, pois expressam com razoável fidelidade o “espírito” da frase, isto é, uma perspectiva de vida eterna colocada como parâmetro, referencial ou contraponto à vida terrena dos homens.
Tudo aconteceu desse jeito mesmo, tal e qual. Era a época em que Rita Pavone buscava um martelo para com ele dar na cabeça daquela exibida ...
Os tons da saudade
Tudo aconteceu desse jeito mesmo, tal e qual. Era a época em que Rita Pavone buscava um martelo para com ele dar na cabeça daquela exibida de olhos pintados. Também, nas dos casais coladinhos, em baile com música lenta e luzes apagadas. Que raiva isso dava naquela mocinha com modos de criança, mas já então nos palcos do mundo.
Num desses paradoxos da vida, passei nove meses calado, em 1997, pintando minha homenagem ao mestre supremo da palavra - William Shakespea...
Palavra e cor
Num desses paradoxos da vida, passei nove meses calado, em 1997, pintando minha homenagem ao mestre supremo da palavra - William Shakespeare – no retângulo de 3,60 X 7,20 m, composto de trinta e seis telas, que está lá no auditório da reitoria da UFPB. Em lugar de criar espetáculos teatrais, seus textos me proporcionaram “fotogramas” deles. Foi o que vi Miguelângelo fazer no teto da Sistina, com os versículos do Gênesis.
Tinha vários colares de pérola. E este era velhinho; guardado a sete chaves. Com um fecho especial, há tanto tempo, havia sido um presente ...
Ela e seus pequenos tesouros...
Tinha vários colares de pérola. E este era velhinho; guardado a sete chaves. Com um fecho especial, há tanto tempo, havia sido um presente de papai.
Dos picos pedregosos desceu o avô para a vila, a fim de arrumar matrimônio. Egresso dos Pintados, os quais, sabe Deus sob que tecnologia an...
O avô
Dos picos pedregosos desceu o avô para a vila, a fim de arrumar matrimônio. Egresso dos Pintados, os quais, sabe Deus sob que tecnologia ancestral, plantavam um bom grão de café pelas encostas íngremes da montanha, compunha um tipo exótico em meio àquela brejeirice, com seus olhos e cabelos claros.
Era possível reconhecer nas letras uma certa impressão digital de cada pessoa. Um registro individual, a identidade de cada remetente nas c...
Cartas
Era possível reconhecer nas letras uma certa impressão digital de cada pessoa. Um registro individual, a identidade de cada remetente nas curvas e traços da escrita. As cartas manuscritas e toda uma série de sentimentos. Da expectativa de sua chegada, nem sempre prevista, ao desvendar dos seus "segredos" contidos em palavras. A passagem do carteiro era uma festa. Os dias da chegada desse visitante ilustre sabia-se de cabeça.
Tenho em minhas mãos um exemplar de Les cinq livres des faits et des dits de Gargantua et Pantagruel (Os cinco livros dos feitos e ditos d...
Livro, um artigo de luxo
Tenho em minhas mãos um exemplar de Les cinq livres des faits et des dits de Gargantua et Pantagruel (Os cinco livros dos feitos e ditos de Gargântua e Pantagruel), publicados originalmente entre 1532 e 1564, da autoria de François Rabelais (1494-1553), escritor renascentista, de grande importância para o reconhecimento do francês como uma língua de cultura.
Nunca me libertei da primeira impressão que uma antiga folhinha do ano me marcou com a estampa de um “prado bem verde mesclado de cores de ...
Sevilha e Ingá
Nunca me libertei da primeira impressão que uma antiga folhinha do ano me marcou com a estampa de um “prado bem verde mesclado de cores de predomínio amarelo que ornavam um lago azul, diferente da água barrenta do pequeno açude lá de casa.” Essa impressão me rendeu a única página de que não me arrependi neste meio século de literatice. Marcos Tavares não imagina o instante feliz que vivi quando a apontou, sério, num rompante dos seus, para integrar a coletânea de autores paraibanos editada por iniciativa do professor Neroaldo Pontes quando secretário de Educação.
Quando Zélia começou a namorar Jorge, a mãe dela disse que ele era um homem muito preparado, e que ela não estava à altura dele. Zélia cont...
Lado a lado e de mãos dadas
Quando Zélia começou a namorar Jorge, a mãe dela disse que ele era um homem muito preparado, e que ela não estava à altura dele. Zélia contou a Jorge, que quis conhecer a futura sogra. Depois de um bom papo, Jorge perguntou a ela se ele merecia Zélia.
O hábito começou muito cedo. Dizia “papá” e “mamã” com um prazer especial em jogar com as sílabas. “Pa... pá”, “mã... mã” – os sons iam e v...
O colecionador de palavras
O hábito começou muito cedo. Dizia “papá” e “mamã” com um prazer especial em jogar com as sílabas. “Pa... pá”, “mã... mã” – os sons iam e voltavam até que ele os guardava para depois, quando quisesse, brincar de novo. Com o tempo foi juntando outros fonemas (“bu... bu”, “pi... pi”, “tó...tó”). Um dia teve febre e ouviu “dodói”; enamorou-se da palavra e ficou repetindo-a em seu delírio.
As três coisas mais fortes da existência humana, eu vi de uma vez só: a morte, o amor e a vida. Eu era menino e um garoto mais velho da r...
As três feridas
As três coisas mais fortes da existência humana, eu vi de uma vez só: a morte, o amor e a vida.
Eu era menino e um garoto mais velho da rua foi atropelado.
Naquele tempo, menino brincava na rua, na calçada. O medo não fazia parte. Raul devia ter uns 17 ou 18 anos e foi atropelado por um Opala.
Imagine-se numa eletrizante excursão na Bavária alpestre, pelas lentes de um drone, de uma madrugada ao anoitecer, guiado por uma grande ob...
Uma viagem sinfônica
Imagine-se numa eletrizante excursão na Bavária alpestre, pelas lentes de um drone, de uma madrugada ao anoitecer, guiado por uma grande obra musical; assim é o Opus 64 de Richard Georg Strauss. Ao convite irrecusável orbitam algumas informações sobre seu criador, a obra em si e os desdobramentos dessa aventura que impressiona pela pujança e emotividade.
Fortemente impactado pela morte de seu colega de ofício – “o judeu” como ele costumava chamar – Gustav Mahler, em 1911, Richard soltou uma frase de efeito: “torturo-me com uma sinfonia, trabalho que, quando tudo estiver dito e feito, me trará menos satisfação do que perseguir baratas...”.
Espirituoso, Richard, sim, teve descomunal trabalho, muito embora tenha tido uma verve criadora e facilidade no compor que sequer requeria aproximar-se do piano durante seu processo composicional. Mas o trabalho deveu-se à intrincada trama de relacionamento temático, além das alusões imagéticas, baseadas numa viagem que fizera aos alpes bávaros, aos seus quatorze anos, e, ainda, nos recursos timbrísticos muito ricos que desprendeu na instrumentação, sem perder de vista uma orientação filosófica nietzscheriana. Para ainda mais adensar essa urdidura sinfônica, ele a faz como uma espécie de conto fantástico, façanha alpinista de um adolescente – ou de suas lembranças – reunida ao respeito que nutria por Mahler e sua obra: diversas são as alusões à música mahleriana e seu peculiar estilo.
Tal como Franz Liszt, – que criou sinfonias, poemas sinfônicos e sonatas em formas unas e cíclicas – Strauss concebeu Ein Alpensinfonie como um romance imagético-musical, ou conto orquestral. Os vinte e dois títulos são guias para o ouvinte, representações visuais que se desdobram, sem pausas, num cenário montanhesco de impressões que o compositor reuniu: Noite, Nascer do Sol, Ascensão, Entrada na Floresta, Vagueando junto ao Ribeiro, Na Cascata, Aparição, Sobre Prados Floridos, Na Pastagem Alpina, Perdendo-se por entre o Bosque Denso e a Mateira, No Glaciar, Instantes Perigosos, No Cume, Visão, Aumento do Nevoeiro, O Sol encobre-se a pouco e pouco, Elegia, Calma antes da Tempestade, Trovoada e Tempestade, Descida, Pôr-do-sol, Final e Noite.
A obra inicia e finaliza-se com a noite fazendo-nos atentar para o fechamento de um ciclo natural com tempo próprio, dado pelas montanhas, suas sombras e espantosas belezas. Também, noutro perceber, a filosofia que há na própria apreensão desses pulsos naturais de recorrência. O intelectual Antônio Houaiss – que nasceu apenas treze dias antes da estreia de Ein Alpensinfonie – define o verbo perceber como uma tomada de consciência por meio dos sentidos; um conhecimento por intuição ou perspicácia. Compreender, então, esse mundo sinfônico, – tanto literal das imagens não só Richard, mas de todos os que às montanhas alpinas forem, como das referências composicionais que direcionaram, por exemplo, as relações motívicas com os conceitos de Nietzsche emprenhados em Strauss – tem como condição sine qua non essa ‘tomada de consciência’ das capacidades cógnitas straussianas. Compreensão musical que não se dará apenas em nível de performance, ou seja, do desempenho de intérpretes, mas, aqui, toma um sentido amplo e irrestrito: a contenção em nós do fenômeno, de suas articulações timbrísticas e discursivas, e de seu poder expressivo e referencial, seja por criadores, executantes e ainda quaisquer outros ouvintes.
Assim, não só ouvimos essa sinfonia com nossos ouvidos, mas todas as inteligências, sentidos e recursos possíveis e imagináveis são convocados para o ato eminentemente polissêmico e plural.
A madrugada vai se movimentando para o amanhecer e os primeiros dilúculos (Sonnenaufgang), que se irrompem por sobre a cordilheira gelada, explodem na orquestração que é sempre cheia. Após os irradiantes fachos de luz dá-se a ascensão imperiosa do sol (Der Anstieg) que soa enérgica, acentuada, quase marcial: um intenso despertar. À poesia da natureza é incrementada a curiosidade humana de explorar o entorno e surge a misteriosa floresta; como um narrador em primeira pessoa, a música nos faz adentrá-la (Eintritt in den Wald). Antes da floresta propriamente, há recurso já bem conhecido porém numa dimensão ampliada cujo efeito é magnífico: doze trompas, dois trompetes e dois trombones longe do alcance de visão (fora do palco) a anunciar uma altruística empreitada de caça, a encorajar.
Na floresta a música reporta-nos para um caminhar pensativo ao lado de um curso d’água: a destreza de Strauss é de uma simplicidade e criatividade tal que só os grandes possuem; ele põe, lado a lado, dois grupos rítmicos, um mais melódico e outro em notas bem curtas e sinuosas como uma corredeira que brota e segue. A corrente de água vai tomando forma e desemboca numa cachoeira (Am Wasserfall) que primeiro é pressentida, ouvida a queda d’água, e depois, vista (Erscheinung).
A fauna e flora nas montanhas é exuberante: cores florais nas pequenas campinas montanhescas e sinos de vacas e cabras alpinas associadas a breves trechos melódicos que rememoram cantos pastorais, inclusive encontrados nalgumas sinfonias de Mahler, como a sexta e a sétima. A aventura segue por trilhas erráticas com moitas fechadas, em momentos delicados e incertos (Gefahrvolle Augenblicke) cuja métrica interna é difícil de conduzir. E, claro, a geleira (Aus dem Gletscher) e o cume montanhoso (Aus dem Gipfel) levam-nos a uma melodia reflexiva e singela que é seguida pela visão (Vision) do todo, do amplo alcance que nos enternece e nos faz calar... Aparição, talvez, do próprio Mahler: no cume dos montes quiçá possa-se ver e ouvir a quem admiramos em Arte... Paira uma neblina, o sol, a pouco e pouco vai-se embora e a nostalgia emana numa Elegia – em memória de Mahler?... – que é sucedida por uma calmaria, depois forte e breve tempestade com trovoada e pôr do sol (Sonnenuntergang). Um epílogo (Ausklang) arremata a obra antes do ressurgir da noite... É de fato uma obra magistral: indispensável repertório e desafio imprescindível para ouvidos aventureiros e desprendidos que buscam profundo deleite e abstração.
Referindo-me à relação de Richard e Gustav, ouso a alegoria de que, além das que já são sabidas, as montanhas alpinas, na sinfonia, são a barreira da morte que separa dois grandes baluartes contemporâneos de fé musical e carreiras bem semelhantes, mas, no topo inabalável, se (re)encontram: onde não há tempo mensurado, e onde um dia é como mil anos, onde a melodia é supra-humana, lugar de perfeita harmonia... Richard levou quatro intensos anos, em meio a criação de várias óperas, para finalizar sua Ein Alpensinfonie. Dedicou-a com gratidão profunda ao entusiasta de sua Arte, o Conde Nicolaus Seebach, quando este dirigia a Capela Real de Ópera em Dresden, a que também foi dedicada. A estreia foi aos vinte e oito de outubro de 1915, sob a batuta do próprio compositor, com a Dresden Hofkapelle em Berlim. Recomendo o registro fonográfico realizado em 1941, na autêntica e arrebatadora execução de Richard Strauss & Die Bayerische Staatskapelle.
Não, não era por acaso que se resolveu pela rejeição daquela nova moradora da rua. Uns a achavam um saco de impropérios, uma mulherzinha ba...
Vizinha esnobe
Não, não era por acaso que se resolveu pela rejeição daquela nova moradora da rua. Uns a achavam um saco de impropérios, uma mulherzinha banal que não iria trazer para ninguém uma convivência prazerosa. Era uma mulher nada serena, advinda de ricas procedências sulistas, neta de algum ricaço empresário da Pauliceia.
Já morando no atual apartamento, pensávamos que bichos seriam páginas viradas. Mas não contávamos com o amor que nossos filhos têm por eles...
A evolução dos bichos (III)
Já morando no atual apartamento, pensávamos que bichos seriam páginas viradas. Mas não contávamos com o amor que nossos filhos têm por eles e por mim. E me deram no Natal de 2006 uma linda salsichinha (dachshund) preta e marrom: Maria Luiza Pires de Sá Espínola. Ou Merilú, como ela gostava de ser chamada.
Sou acordada pela Banda de Música Santa Cecília. É a alvorada que a Banda me presenteia avisando que é dia de festa, é vinte e quatro de ju...
Por trás daquelas montanhas
Sou acordada pela Banda de Música Santa Cecília. É a alvorada que a Banda me presenteia avisando que é dia de festa, é vinte e quatro de junho, aniversário da nossa cidade. O frio, o céu azul e as músicas me despertam para as comemorações. Agora, é vestir o uniforme de gala, saia cuidadosamente plissada, blusa de manga comprida, gravata, boina, luvas brancas e os sapatos impecavelmente engraxados. Perfeita e pronta para desfilar pelas ruas da cidade representando nosso colégio.