Foi em 1985. Estava com o meu primeiro filho, Lucas, com pouco mais de um ano. Mas tomei coragem e deixei-o na casa da minha mãe, com toda a infra necessária. Partimos eu, o pai de Lucas, e mais um casal amigo. De carro, rumo ao Rio. Lá ficaríamos hospedados na casa do amigo, Zé Palhano, na Tijuca, e outros chegariam. Juca, o meu futuro companheiro também viria de São Paulo onde morava na época.
A vida é uma caminhada repleta de altos e baixos, onde cada experiência, seja positiva ou negativa, tem um papel fundamental em nossa formação e crescimento pessoal.
Acabo de ler Rita Lee: uma biografia (GloboLivros, 2016), já em sua 17ª impressão. Consta-me que teria já vendido, contando todas as edições, mais de 400 mil cópias, o que é um estrondoso sucesso editorial, aqui, em terras tupiniquins.
Rosariumpara Jeannette Priolli
Portal da Coroa de Rosas
Íntimo ritual sagrado
corola da rosa fechada
nas pétalas orvalha o segredo
o beijo do olhar guardado
mistérios da luz
Bem, é só um pequenino momento fotográfico. Em poses, uns de pé, outros sentados. Não me lembro quem acionou a Kodak. Um de nós. Ficou ausente do grupo, da turma do ginásio. Sei que a pequenina foto me carregou à Praça São Francisco e de olhos úmidos. Revolvi a cena tão passageira, desinteressante a quem está lendo esta crônica. Mas volto atrás: quase todos tiveram esses encantos grupais dos colegas de escola. Duvido que, me lendo agora, deixe de retroagir no tempo e captar a cintilação, mesmo rápida, de algum lugar no passado.
Perguntaram-me qual é a minha métrica para escolher livros. Fiquei pensativo, porque nunca parei, de fato, para “medir” as escolhas que faço no âmbito da minha bibliomania. Mania se mede? Reflito, então, que os livros mais marcantes foram justamente aqueles que me escolheram e não os escolhidos. Na nossa vida de leitores, há livros que são imprescindíveis, dado que são clássicos, essenciais para a formação acadêmica, de professores a advogados, passando por psicólogos,
Os escritores José Américo de Almeida e José Lins do Rego eram amigos inseparáveis. Entre ambos, existia uma amizade literária que perdurou por toda a vida. Amizade transformada pela confidência pessoal, pelo aconselhamento.
Inicio agradecendo a sua participação, mesmo estando distante, no meu curso, Uma Introdução a Os Lusíadas, programado para dois sábados (21 e 28/09), num total de seis horas-aula, aberto a qualquer público interessado e ministrado no âmbito de nossa Academia Paraibana de Letras, patrocinadora do evento, em comemoração ao quinto centenário de nascimento de Luís Vaz de Camões.
Era a época do carrancismo, de muito apego as tradições e aos costumes, do poder pela força. Quando o adulado coronel, barrigudo, mandava no juiz, no delegado e no prefeito. Prendia e mandava soltar. Tempo em que o sentimento de honra aflorava. Qualquer desfeita era tomada como desonra e exigia reparo. Uma filha ofendida dentro de casa era o pior que podia suceder, o maior dos ultrajes. Para sanar a ofensa só havia duas saídas: casamento ou tragédia. Feito o casório, não se falava mais no assunto, botava-se uma pedra em cima; caso se negasse a reparar o mal feito, era morte na certa.
Outrora eram somente os santos e as figuras históricas. Hoje praticamente todo profissional tem o seu dia. Mesmo fora das profissões, basta alguém pertencer a uma categoria para ter a sua data especial, tornando-se alvo de homenagens cujo objetivo não é outro senão incrementar o comércio. Há um dia para tudo e para todos, do faxineiro ao vendedor de picolé – o que, quanto a este, é muito justo. Num país quente como o nosso, o picolezeiro tem a nobre função de refrigerar os corpos e desentorpecer as almas, deixando-nos mais dispostos para enfrentar estações como o verão.
Na ausência de um momento saudável regado à saúde, família, amigos e um lar, desenhamos uma história com muitos instantes em um vazio criado para ser preenchido a partir das possibilidades mais secas. Alguns questionam: lutar para quê? Para tudo. Lutar pela vida ainda presente.
A angústia, conforme apresentada pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788–1860), está relacionada à sua visão pessimista da existência humana e do mundo. Segundo ele, os seres humanos são escravos de seus próprios desejos. Ao satisfazer um desejo, imediatamente surge outro, de modo que se vive em um estado de insatisfação constante. Além disso, o pensador observa que o mundo está repleto de injustiças e violências,
tornando a existência uma fonte contínua de sofrimentos. Sua obra mais conhecida, O Mundo como Vontade e Representação, publicada em 1819, explora esses temas. O livro é dividido em quatro partes: o primeiro capítulo é dedicado à teoria do conhecimento, o segundo à filosofia da natureza, o terceiro à metafísica do belo e o quarto à ética.
Não sei por que me lembrei dele ao ler o mais recente livro de Aldo Lopes de Araújo, Memorial do esqueleto e outros contos, Sebo Vermelho Edições, Natal, 2024. Refiro-me ao poeta e contista português Miguel Torga, tão grande que o nosso Jorge Amado considerava-o merecedor do Nobel, só para se ter uma ideia do valor desse médico taciturno, cujo nome verdadeiro era (e é) Adolfo Correia da Rocha. Nascido em São Martinho de Anta, Trás-os-Montes, viveu, trabalhou e morreu em Coimbra, onde se formou. Entretanto, quando jovem, viveu uns tempos em Leopoldina, Minas Gerais, o que nos remete ao nosso Augusto dos Anjos que lá viveu seus últimos dias como diretor de um colégio. Coincidência? Sabe Deus.