A mitologia grega é um conjunto de mitos, crenças, lendas e histórias que os gregos antigos utilizavam para explicar os fenômenos da natureza e do Universo. Os mitos gregos estão divididos em três períodos principais. O primeiro é a teogonia, que aborda a origem dos deuses, do planeta e do ser humano. O segundo período refere-se à era em que deuses, semideuses e mortais interagiam diretamente. Por fim, o terceiro é conhecido como a fase dos heróis, em que a atividade divina tornou-se mais limitada, e as maiores lendas heroicas, como as relacionadas à Guerra de Troia, influenciaram a origem de nação e Estado.
Se faltasse outra palavra para defini-lo, gentleman serviria, pois, de fato, ele o foi, na plena expressão da palavra. Um cavalheiro de província, sim, mas que poderia sê-lo em qualquer lugar do mundo, tamanha era sua distinção de verdadeiro lorde inglês. Um lorde dos trópicos e nos trópicos. E, sendo assim, inevitavelmente um pouco (talvez muito) deslocado entre os aborígenes, em sua maior parte uma gente rude e inculta, que costumava — e costuma — ver com tacanha desconfiança
Atraído por aforismo de Gide, saído da sombra para o Memorial que é página deste jornal, já me achava fechando a escrita à luz do do poente, quando vem o pior: a tevê anuncia a morte de Dalton Trevisan. Ele de sua Curitiba, província literária isolada até então dos cânones, tornada epicentro do mais novo modo de contar. O conto clássico já havia encurtado fora das nossas matrizes, aqui e ali com Tchekhov, Katherine Mansfield, William Saroyan, para falar do que sei. Mas não havia chegado ao conto-síntese, “beirando o patético e o grotesco, a face oculta de um ser humano que sempre procura mostrar o que na realidade não é”, como flagra Afrânio Coutinho.
"Se pomos uma lente de aumento sobre a trágica condição humana, a vida fica mais dolorosa e sem razão. Prefiro achar o arco-íris desenhado na lágrima do que a lágrima me turvar a visão".
Estar entre os astros
É presente de quem tem
Os pés plantados na terra
Mãos se estendendo pelo ar
Em direção a outras pra se apertarem e produzirem
E a mente flutuando pelo universo
Já disse Djavan
"MOVER É UM DOM"
E incessantemente nos movemos
Com todo o universo
Daí morrer é mover o dom
O engenheiro André Rebouças foi uma das figuras mais destacadas da vida brasileira na segunda metade do século 19. Para Joaquim Nabuco, “Rebouças foi talvez dos homens nascidos no Brasil o único universal pelo espírito e pelo coração... Pelo espírito teremos tido alguns, pelo coração outros; mas somente ele foi capaz de refletir em si ao mesmo tempo a universalidade dos conhecimentos, e a dos sentimentos humanos”. Uma das principais facetas da vida de André Rebouças foi a sua decisiva participação no movimento abolicionista que culminou com a extinção do trabalho servil no Brasil. A contribuição de Rebouças no esforço para a extinção da escravidão no país
Num recanto o ventilador quebra a sonoridade noturna. E gira, gira, gira... embebido antes de consumir qualquer bebida que regue a noite. São tempos "decembrais" e as festivas luzes natalinas intercalam claridades coloridas no ambiente, refletindo tons diversos às taças de vinho e água. Um gole para abrir a sede de beber livros, músicas, olhares e seduções.
Há vários tipos de dicionários: de etimologia, de usos, de língua, de morfologia (O Dicionário Morfológico da Língua Portuguesa, de Evaldo Hackler, Sebold Back e Egon Ricardo Massing, publicado pela Unisinos, de São Leopoldo, em 1984, é, que eu saiba, o único dicionário morfológico do mundo), de afixos e desinências, de análise do discurso, de sinônimos e antônimos, de linguística, de termos literários, de provérbios, de origens de expressões, de filologia, de filosofia, de gramática, de onomatopeias, de vozes de animais, de palíndromos
O substantivo naufrágio, vem de naufragĭum, numa síncope de *navifragĭum, termo hipotético que deriva de navifrăgus, adjetivo que significa “que quebra o navio, que provoca o naufrágio”.
Minha história com a escrita vem da infância. Desde criança, já mostrava aptidão para criar narrativas, quer na escola, nas atividades de produção textual, quer no dia a dia das brincadeiras com as amigas, fazendo roteiros para as aventuras que simulávamos estar vivendo.
Quarenta e seis pessoas morreram desde janeiro último aqui no Brasil em consequência de acidentes com elevadores. Quantos ficaram feridos não sei, mas com certeza pelo menos centenas de passageiros.
“Ninguém, além de Deus, conhece o mistério dos céus e da terra.” (Alcorão, capítulo XXVII; Al-naml; versículo 65); “Ó fiéis, (...) as adivinhações (...) são manobras abomináveis de satanás. Evitai-as, pois, para que prospereis.”
Alcorão, capítulo V; Al-mai’da; versículo 90.
“Em verdade, Deus possui o conhecimento da Hora, faz descer a chuva e conhece o que encerram os ventres maternos. Nenhum Ser saberá o que ganhará amanhã, tampouco nenhum ser saberá em que terra morrerá, porque (só) Deus é Sapiente, Inteiradíssimo.”
Meus amigos leitores, as estimadas leitoras, já perguntaram a alguém de suas proximidades, caso essa criatura houvesse nascido bicho, qual gostaria de ter sido? Pois algumas vezes nem seria preciso perguntar, pois só de olhar é possível fazermos essa dedução. Querem um exemplo: o pavão!
“Você está perto da insulina”, advertiu-me a médica depois de correr as vistas pelo exame de sangue que me havia prescrito, dias antes. Substituiu pela sisudez o semblante risonho com que me recebera no consultório de onde eu iria sair, instantes depois, com medicação nova, uma lista enorme de restrições alimentares e a intimação: “Quero vê-lo em outubro”. Isso foi em julho e, desde então, tenho fugido dela.
Há vinte anos morreu o meu pai, Manoel, botafoguense de boa cepa.
Com meu velho aprendi que ser botafoguense é um estado de espírito. É um não precisar se envolver com as miudezas da patuleia.
Botafoguense não anda: paira. Até ontem, estávamos cada vez mais etéreos. Os adversários nos provocavam, dizendo que andávamos minguados e minguantes. Que nosso fim estava próximo. Enganaram-se, claro. Voltamos e calamos todo mundo, porque ninguém cala o amor - especialmente esse amor. Somos raros mesmo. Aliás, raríssimos. Uns
POEMAS DO LIVRO “A arte do Zero” (Editora Arribaçã – 2021)
Quo Vadis
Sou um devoto de pernas tortas,
um desequilíbrio me preenche,
uma crença na embriaguez
(Um tom de cor
que não percebem os olhos claustrofóbicos)
Conforme os cartazes, não existo,
uma impossibilidade me percorre como
um sangue incolor
O extravio da vida de Osmundo era de fazer chorar. Comprava artigos de primeiríssima em lojas chiques. A mulher reclamava, afinal de contas não ganhavam bem. Funcionários de baixo pódio. Enquanto a santa esposa economizava, cortando daqui e dali Osmundo convidava velhos comparsas de chope. Vinham as paredes de praxe. Soltava o disco de jovem guarda, e,
ao som de guitarras e emoções readquiridas, ficava o grupo até o embriagar do dia, a tropeçar na noite.
Desde a juventude viciado no bozó, perdia e ganhava, mas se mantinha no luxo de finos tratos, unhas cuidadas, sapato da moda. Usava um anel de brilhante vermelho, se dizia formado em Direito, enganava donzelas, vivia seu carnaval privado. Na hora de arranjar uma esposa definitiva, deparou-se com Ritinha bonita de rosto, pobre de roupas. Foi sincera para com o futuro marido: não gosto de parecer o que não sou. Ele ficara fascinado pela sincera confissão da moça, logo informada como zeladora de bons costumes, católica firme, mulher que não lhe traria embaraço. Calado até passadas as núpcias: contou tudo a nu sobre suas fantasias traduzidas em consumo impulsivo.
Assim conviviam até que surgiram os filhotes. O gasto foi estreitando o espaço para a farra de Osmundo. Já iam no terceiro rebento quanto rebentou a ira do marido preterido em dar vazão à sua inclinação patológica. Levou roupas para remontagem, adquiriu sapatos novos no crediário (não usava cartão de crédito). Ritinha chorava de tristeza pela falta de compreensão do marido. Primeiro a família. Ele se enfatiotava como nos velhos tempos, saía em notívagas aventuras, rumo à jogatina incurável. Na Amaro Coutinho deixava rodos de dinheiro, tomava empréstimo, empenhava, se possível, até a roupa. Reinaugurou as sessões de bebedeira.
Enquanto berravam as crianças, Osmundo tocava e cantava no bar da esquina. Ritinha só fazia rezar. As contas do terço estragadas. Outras contas penduradas. A vida correndo aos sopapos.