Não é qualquer um que tem amigos há mais de meio século. Amigos de verdade, digo, e não meros conhecidos de ocasião, de conveniência, ...

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Não é qualquer um que tem amigos há mais de meio século. Amigos de verdade, digo, e não meros conhecidos de ocasião, de conveniência, de mesa de bar ou de chapéu, como diria Machado de Assis. Amigos para o que der e vier, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, semelhante a um casamento feliz e longevo. Amigos, uma meia dúzia, no máximo, feitos ao acaso (ou não), ao puro sabor das circunstâncias, e que jamais poderiam prever a rara longevidade da amizade, esse tesouro que ilumina nossas vidas, não raro mais que os próprios parentes de cada um.

As lembranças e os sabores não precisam morrer para outros nascerem. O espaço da memória é infinito. Juliana Ulyssea . Quero vive...

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As lembranças e os sabores não precisam morrer para outros nascerem. O espaço da memória é infinito.
Juliana Ulyssea. Quero viver para sempre.

Na infância, duas pessoas foram fundamentais na minha formação literária, minha mãe e Chicuta. Minha mãe costumava contar histórias para que o sono chegasse. Menina traquina e fujona, só ficava quieta quando estava ouvindo histórias. Lembro-me bem de três dessas histórias que embalaram minhas noites insones – João e Maria, Maria Borralheira e A menina dos cabelos verdes que, em Câmara Cascudo aparece com o título de A Madrasta. Anos mais tarde,

Reencontro um livro de que me desfiz não sei como. Estou só, a casa no primeiro sono, a solidão da noite e o peso dos anos levando-me...

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Reencontro um livro de que me desfiz não sei como. Estou só, a casa no primeiro sono, a solidão da noite e o peso dos anos levando-me juntos a recorrer à brochura encontrada por acidente num sebo pouco frequentado da Visconde de Pelotas. Ia a caminho da ótica, tombei numa saliência da calçada, indo bater entre as estantes do sebo. Deram-me água, retomei o fôlego e me vi com o olhar num livro de Palmeira, “O habitante do amanhã”.

Sob função primordial de vigilância e segurança, a Arquitetura Militar se destaca em eminentes exemplos pelo mundo. Da Idade Média, ...

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Sob função primordial de vigilância e segurança, a Arquitetura Militar se destaca em eminentes exemplos pelo mundo. Da Idade Média, período em que este estilo se destacou com mais força em magníficos castelos, régias torres e monumentais muralhas, chamadas de “remparts”, aos dias de hoje, como se verificou na restauração e repaginação da arquitetura do quase milenar Castelo de Breda, na Holanda, durante o século passado.

Roma levou perto de quatro séculos para estender seus domínios por quase todo o mundo conhecido de então: de 241 a.C., com a conquista...

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Roma levou perto de quatro séculos para estender seus domínios por quase todo o mundo conhecido de então: de 241 a.C., com a conquista da Sicília, até o ano 107 da era cristã, com a colonização da Dácia.

Com a decadência de Roma e com a invasão dos bárbaros, no séc. V, o Império Romano do Ocidente se esfacelou. O do Oriente – chamado também de Império Bizantino – só caiu em meados do séc. XV (1453), com a tomada de Constantinopla pelos turcos, marcando o fim da Idade Média.

Apesar de enxergar pouco, continuo a recolher no casulo do meu ser grãos de vida, ou melhor, grãos de areia, de ações que transformam...

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Apesar de enxergar pouco, continuo a recolher no casulo do meu ser grãos de vida, ou melhor, grãos de areia, de ações que transformam o orvalho de bondade das relações sociais, tão ausentes ou fecundadas de sentimentos. Não me conformo que, na luta pela sobrevivência, a vida se torne nada=nada.

O Livro III de Notre-Dame de Paris é composto de dois capítulos – Notre-Dame e Paris à vol d’oiseau ( Paris vista de cima ou Paris...

victor hugo notre dame paris
O Livro III de Notre-Dame de Paris é composto de dois capítulos – Notre-Dame e Paris à vol d’oiseau (Paris vista de cima ou Paris em rápida visão do alto) – que eu considero a pedra no sapato de quem está iniciando as leituras de Victor Hugo. Não que os capítulos sejam enfadonhos,

Claro que os queridos leitores sabem que privilégio vem do latim Privilegium , ou seja, "lei privada". Ocorre quando legis...

Claro que os queridos leitores sabem que privilégio vem do latim Privilegium, ou seja, "lei privada". Ocorre quando legisladores (sempre eles, os políticos) produzem uma lei ou bem brasileiramente enxertem em qualquer projeto de lei um dispositivo que privilegie um determinado grupo ou alguém. É o jaboti, porque esses animais não sobem em árvores, principalmente a árvore legal. Vou citar dois exemplos para mostrar o que são os privilégios no Brasil.

O primeiro deles é recente e está totalmente documentado. Em 2017 o governo de Minas Gerais lançou um Refis (patranha legal que beneficia periodicamente os sonegadores) para facilitar a quitação de impostos devidos. Segundo a
Museu Inhotim (MG) inhotim.org.br
Lei 22.549/ 2017, os devedores poderiam também dar obras de arte para pagar seus débitos com a fazenda estadual. Era um jaboti cultural e com toca certa.

Livro Lydia: um labirinto Autora Ingrid Konrath

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Livro Lydia: um labirinto
Autora Ingrid Konrath

Feminicídio é um neologismo criado nos dias atuais devido à violência exacerbada contra a mulher. Esta violência, que é pauta desde os...

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Feminicídio é um neologismo criado nos dias atuais devido à violência exacerbada contra a mulher. Esta violência, que é pauta desde os primórdios, continua nos dias de hoje ainda com maior intensidade. A cada 15 segundos uma mulher é vítima de agressão no Brasil. Mesmo com a Lei Maria da Penha, os homens não se intimidam e continuam maltratando suas esposas, irmãs, namoradas. A violência, fruto da relação de poder do homem sobre a mulher, não acontece de uma hora para outra.

Dias atrás, comecei a receber convite dos meus filhos e amigos para encontro no Threads. Abri o tradutor do Google e grafei a palavr...

internet golpe
Dias atrás, comecei a receber convite dos meus filhos e amigos para encontro no Threads. Abri o tradutor do Google e grafei a palavra, vagarosamente, letra por letra, segundo a segundo, posto que somente consigo usar um dedo nesses tecladinhos milimétricos, difíceis, irritantes. Os da outra mão servem-me nessas ocasiões para segurar o telefone. Pois bem, depois de digitado o “a”, o aplicativo traduziu: “ameaça”. Mas, para meu sossego, ainda faltavam o “d” e o “s” por mim completados passado o susto.

Escolhi caminhar pelo mundo sem carregar pesos desnecessários. Fiz um pacto comigo mesma e expulsei a ideia de perfeição, essa gaiol...

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Escolhi caminhar pelo mundo sem carregar pesos desnecessários. Fiz um pacto comigo mesma e expulsei a ideia de perfeição, essa gaiola dourada. Hoje, encontro grande tranquilidade em me reconhecer imperfeita. Não celebro minhas falhas, tampouco as oculto.

na beira/do açude ouvi/um rumor não era /zabumba nem/era tambor apenas um/cisne ouvindo/uma flor ( Lau Siqueira ) A primeira edi...

boqueirao feira literaria flibo
na beira/do açude ouvi/um rumor
não era /zabumba nem/era tambor
apenas um/cisne ouvindo/uma flor

(Lau Siqueira)

A primeira edição dessa Feira, há 14 anos atrás, Juca, meu companheiro foi participar e me convidou, mas eu, professora da UFPb e, em pleno semestre, não pude ir. Depois, na 7ª edição, fui com a poeta Vitória Lima lançar meus livros, e lá reencontrei a escritora e minha professora UFPe, Luzilá Gonçalves e ainda conheci o escritor pernambucano Cassio Cavalcante, biógrafo de Nara Leão. Desde aí que admirei o trabalho de Mirtes Solpino e toda a equipe que faz acontecer a literatura em plena praça dessa cidade do Cariri paraibano.

A vida, em sua essência, é um delicado entrelaçar de momentos, sentimentos e experiências que nos moldam e nos definem. Muitas vez...

A vida, em sua essência, é um delicado entrelaçar de momentos, sentimentos e experiências que nos moldam e nos definem.

Muitas vezes, nos deparamos com situações que nos desafiam a manter nossa beleza interior e a luz que nos guia.

CiprestesVan Gogh, 1889
É como a pluma que, embora leve e vulnerável, é carregada pelo vento, dançando com graça e leveza, sem perder sua essência.

Assim também somos nós, seres humanos, navegando pelas tempestades e calmarias da vida, sempre buscando permanecer fiéis a quem realmente somos.

Ao olharmos para os lírios do campo, somos lembrados da pureza e da simplicidade que a natureza nos oferece.

Eles florescem em meio às adversidades, sem pedir nada em troca, e é essa mesma beleza que devemos cultivar dentro de nós.

A brancura dos lírios nos convida a refletir sobre a importância de mantermos nossos corações limpos e abertos, mesmo quando o mundo ao nosso redor parece escuro e hostil.

A vida nos apresenta desafios, mas é em como respondemos a eles que reside a verdadeira medida do nosso caráter.

A colheitaVan Gogh, 1889
Ser um horizonte na vida daqueles que nos cercam é uma tarefa nobre.

Significa ser um farol de esperança, um exemplo de bondade e compaixão.

Muitas vezes, somos confrontados com pessoas que, por suas próprias inseguranças ou feridas, optam por agir de maneira negativa.

GramadoVan Gogh, S.XIX
É nesses momentos que devemos lembrar que a resposta à maldade não deve ser a retribuição, mas sim a escolha consciente de ser luz.

A luz, em sua essência, não busca ofuscar, mas iluminar; não busca se impor, mas acolher.

A capacidade de discernir entre a bondade e a esperteza é um dom que todos devemos cultivar.

Pomar com cipresteVan Gogh, S.XIX
A esperteza, muitas vezes, se disfarça de inteligência, mas é a bondade que realmente enriquece nossas vidas e das pessoas ao nosso redor.

Ser esperto pode trazer vantagens momentâneas, mas a bondade gera conexões duradouras e profundas.

Portanto, escolher ser um agente de bondade é um ato revolucionário em um mundo que, por vezes, parece valorizar o egoísmo e a competição.

A planície em AuversVan Gogh, 1890
É fundamental lembrar que, mesmo quando somos feridos, não devemos permitir que isso nos torne amargos.

A vida é um fluxo constante de dar e receber, e se permitirmos que as experiências negativas nos transformem em pessoas amargas, perdemos a oportunidade de ser um bálsamo para as feridas alheias.

A verdadeira força reside em manter nosso coração aberto, mesmo diante das dificuldades, e em sermos capazes de perdoar e seguir em frente.

Campos, com papoulaVan Gogh, 1890
Assim, ao caminharmos por esta jornada chamada vida, que possamos sempre nos lembrar de sermos como os lírios do campo: belos em nossa simplicidade, resilientes em nossas dificuldades e sempre prontos para oferecer luz àqueles que nos rodeiam.

Que possamos nos tornar um refúgio de bondade e compreensão em meio ao caos, e que nossa beleza interior nunca esmoreça, mesmo quando o vento sopra forte.

A vida é uma tela em branco, e somos os artistas. Que nossas escolhas sejam pinceladas de amor, compaixão e luz.

Campo de trigo com perdizVan Gogh, 1887
Que nossa essência seja o legado que deixamos para o mundo, inspirando outros a fazerem o mesmo.

Afinal, o que realmente importa é como vivemos e como tocamos a vida das pessoas ao nosso redor.

Que sejamos sempre um horizonte, refletindo a beleza e a luz que existem dentro de nós.

O olfato é considerado o sentido mais primitivo, e estudos revelam que o humano é capaz de distinguir nada menos do que 400 mil odore...

literatura paraibana ana paula cavalcanti ramalho marca cheiro
O olfato é considerado o sentido mais primitivo, e estudos revelam que o humano é capaz de distinguir nada menos do que 400 mil odores diferentes. Diz-se que, inclusive, o primeiro sentir quando se conhece uma pessoa é de seu cheiro, ainda que esse processo se dê, na maioria das vezes, de forma inconsciente.

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o T...

flores vinca maria sem vergonha
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
Fernando Pessoa