Feminicídio é um neologismo criado nos dias atuais devido à violência exacerbada contra a mulher. Esta violência, que é pauta desde os primórdios, continua nos dias de hoje ainda com maior intensidade. A cada 15 segundos uma mulher é vítima de agressão no Brasil. Mesmo com a Lei Maria da Penha, os homens não se intimidam e continuam maltratando suas esposas, irmãs, namoradas. A violência, fruto da relação de poder do homem sobre a mulher, não acontece de uma hora para outra.
Dias atrás, comecei a receber convite dos meus filhos e amigos para encontro no Threads. Abri o tradutor do Google e grafei a palavra, vagarosamente, letra por letra, segundo a segundo, posto que somente consigo usar um dedo nesses tecladinhos milimétricos, difíceis, irritantes. Os da outra mão servem-me nessas ocasiões para segurar o telefone. Pois bem, depois de digitado o “a”, o aplicativo traduziu: “ameaça”. Mas, para meu sossego, ainda faltavam o “d” e o “s” por mim completados passado o susto.
Escolhi caminhar pelo mundo sem carregar pesos desnecessários. Fiz um pacto comigo mesma e expulsei a ideia de perfeição, essa gaiola dourada. Hoje, encontro grande tranquilidade em me reconhecer imperfeita. Não celebro minhas falhas, tampouco as oculto.
na beira/do açude ouvi/um rumor
não era /zabumba nem/era tambor
apenas um/cisne ouvindo/uma flor (Lau Siqueira)
A primeira edição dessa Feira, há 14 anos atrás, Juca, meu companheiro foi participar e me convidou, mas eu, professora da UFPb e, em pleno semestre, não pude ir. Depois, na 7ª edição, fui com a poeta Vitória Lima lançar meus livros, e lá reencontrei a escritora e minha professora UFPe, Luzilá Gonçalves e ainda conheci o escritor pernambucano Cassio Cavalcante, biógrafo de Nara Leão. Desde aí que admirei o trabalho de Mirtes Solpino e toda a equipe que faz acontecer a literatura em plena praça dessa cidade do Cariri paraibano.
A vida, em sua essência, é um delicado entrelaçar de momentos, sentimentos e experiências que nos moldam e nos definem.
Muitas vezes, nos deparamos com situações que nos desafiam a manter nossa beleza interior e a luz que nos guia.
É como a pluma que, embora leve e vulnerável, é carregada pelo vento, dançando com graça e leveza, sem perder sua essência.
Assim também somos nós, seres humanos, navegando pelas tempestades e calmarias da vida, sempre buscando permanecer fiéis a quem realmente somos.
Ao olharmos para os lírios do campo, somos lembrados da pureza e da simplicidade que a natureza nos oferece.
Eles florescem em meio às adversidades, sem pedir nada em troca, e é essa mesma beleza que devemos cultivar dentro de nós.
A brancura dos lírios nos convida a refletir sobre a importância de mantermos nossos corações limpos e abertos, mesmo quando o mundo ao nosso redor parece escuro e hostil.
A vida nos apresenta desafios, mas é em como respondemos a eles que reside a verdadeira medida do nosso caráter.
Ser um horizonte na vida daqueles que nos cercam é uma tarefa nobre.
Significa ser um farol de esperança, um exemplo de bondade e compaixão.
Muitas vezes, somos confrontados com pessoas que, por suas próprias inseguranças ou feridas, optam por agir de maneira negativa.
É nesses momentos que devemos lembrar que a resposta à maldade não deve ser a retribuição, mas sim a escolha consciente de ser luz.
A luz, em sua essência, não busca ofuscar, mas iluminar; não busca se impor, mas acolher.
A capacidade de discernir entre a bondade e a esperteza é um dom que todos devemos cultivar.
A esperteza, muitas vezes, se disfarça de inteligência, mas é a bondade que realmente enriquece nossas vidas e das pessoas ao nosso redor.
Ser esperto pode trazer vantagens momentâneas, mas a bondade gera conexões duradouras e profundas.
Portanto, escolher ser um agente de bondade é um ato revolucionário em um mundo que, por vezes, parece valorizar o egoísmo e a competição.
É fundamental lembrar que, mesmo quando somos feridos, não devemos permitir que isso nos torne amargos.
A vida é um fluxo constante de dar e receber, e se permitirmos que as experiências negativas nos transformem em pessoas amargas, perdemos a oportunidade de ser um bálsamo para as feridas alheias.
A verdadeira força reside em manter nosso coração aberto, mesmo diante das dificuldades, e em sermos capazes de perdoar e seguir em frente.
Assim, ao caminharmos por esta jornada chamada vida, que possamos sempre nos lembrar de sermos como os lírios do campo: belos em nossa simplicidade, resilientes em nossas dificuldades e sempre prontos para oferecer luz àqueles que nos rodeiam.
Que possamos nos tornar um refúgio de bondade e compreensão em meio ao caos, e que nossa beleza interior nunca esmoreça, mesmo quando o vento sopra forte.
A vida é uma tela em branco, e somos os artistas. Que nossas escolhas sejam pinceladas de amor, compaixão e luz.
Que nossa essência seja o legado que deixamos para o mundo, inspirando outros a fazerem o mesmo.
Afinal, o que realmente importa é como vivemos e como tocamos a vida das pessoas ao nosso redor.
Que sejamos sempre um horizonte, refletindo a beleza e a luz que existem dentro de nós.
O olfato é considerado o sentido mais primitivo, e estudos revelam que o humano é capaz de distinguir nada menos do que 400 mil odores diferentes. Diz-se que, inclusive, o primeiro sentir quando se conhece uma pessoa é de seu cheiro, ainda que esse processo se dê, na maioria das vezes, de forma inconsciente.
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeiaFernando Pessoa
Em Amar, verbo intransitivo (1927), de Mário de Andrade, a relação entre Carlos e Elza se inicia com a aproximação da linguagem. Durante a narrativa nos deparamos com vários momentos em que o corpo se constitui por meio da língua(gem). Isso é percebido quando ambos os sujeitos “se leem”, cada qual com seus estímulos e impulsos. Elza é a professora alemã do menino. A ela cabe o ensino do idioma de seu país. A atividade docente é interceptada quando entre eles o corpo
Aí,
vem a Sainte-Chapelle de Paris,
angélica, magnífica envergadura,
além das basílicas de San Giovanni in Laterano e de San Paolo Fuori le Mura,
que em comum têm a Lança do Destino, a Sagrada Lança e a Lança de Longino,
cada qual com a celebridade de ter sido aquela com que – sem piedade – o centurião vazou o peito divino.
No Dia do Jornalista manifesto minha gratidão a três amigos – Nathanael Alves, Carlos Romero e Gonzaga Rodrigues - que foram fundamentais na minha formação de cidadão, de leitor, de repórter e de poeta. Mas também lembrarei de Angélica Nunes, que abraçou tão bela profissão, para orgulho de todos nós.
Tem crescido o número de pessoas que se submetem a procedimentos estéticos. Segundo li em matéria divulgada pela Internet, “no Brasil houve um aumento de 390% na procura por esses procedimentos no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior”. Retirada de gordura, preenchimento facial ou mesmo a tradicional plástica são comuns nos que querem melhorar o seu aspecto físico.
POEMAS DO LIVRO “O ORNITORRINCO DO PAU OCO”
(Editora Cousa – 2018)
BESTAS, BEATS E BEATOSNa medida em que o olhar poético flui
do verde para o concreto,
muito se perde.
Cabe devastar a poesia,
arrancar a relva,
desgastar a terra,
impregnar de concreto
a carne
e esparramar ao sol
a pele tatuada dos homens?
O non sense,
em dizer:
Maldito deus.
Há uma palavra em coreano in-yun, que quer dizer providência ou destino. Ela se refere especificamente a relacionamentos entre pessoas, que talvez venha do budismo e da reencarnação.
Acrasia é um termo de origem grega que se refere à incapacidade de um indivíduo de exercer controle ao optar por ações que vão de encontro ao que ele próprio considera ser o melhor, segundo sua consciência. Essa definição se aplica a pessoas que não conseguem moderar seus desejos excessivos e que não respeitam os limites sociais e afetivos, entre os quais se destaca o respeito ao próximo. A etimologia da palavra em grego descreve que "a" é uma negação, enquanto "kratein" significa controlar. Quando traduzida para o latim, resulta em "incontinentia", que se interpreta como incontinência, ou seja, desregramento. Atualmente, a acrasia é objeto de análise em ética, psicanálise, psicologia e psiquiatria.
Na culinária, os chefes de cozinha costumam preferir o fogo brando ao forte para alcançar o cozimento perfeito das iguarias. Trata-se, logo se vê, de uma sabedoria lentamente apurada ao longo do tempo, através de experimentos mil, de erros e de acertos, ao fim dos quais se concluiu que sempre comem melhor os que não têm pressa. Foi nessa filosofia, talvez, que o nosso poeta Sérgio de Castro Pinto escolheu o inspirado título de seu livro mais recente: Brando fogo das palavras, Editora Patuá, São Paulo, 2024, belamente ilustrado por Flávio Tavares.
Custa compreender como pessoas cultas e de sensibilidade para as vicissitudes da condição humana se agastem com programas sociais adotados num país com dívida cinco vezes centenária a um povo que nasceu igual e foi encontrado plantando e colhendo com deveres e dádivas pacificamente iguais. País verde com seus arranha-céus cercados de montanhas que servem de painel ostensivo para a mais profunda desigualdade social num mundo ultramoderno. Triste e perigosa miséria, seja às margens do nosso pequeno rio Jaguaribe, em cujo pico se adensam os andares de luxo, ou da belíssima e universal Baía da Guanabara. Lá, aos olhos do mundo; aqui afrontando o deslumbre do mais novo turismo.