“Sem poesia não há salvação”, escreveu Mario Quintana. Sem dúvida, uma das pessoas que têm plena consciência desta sabedoria é Jorge Elias Neto, que vem há muito se dedicando à poesia. Neste O ornitorrinco do pau oco, traz-nos ele uma coletânea de seus primeiros quatro livros publicados e poemas inéditos. Segundo Carlos Nejar, o poema de Jorge Elias Neto é “feito de chispas”, o que é uma observação perfeitamente correta. Mas também de sua composição fazem parte – como Nejar também nota – o sonho, assim como o lirismo e, claro, a condição humana de um modo geral.
Vida e Poesia “Sem poesia não há salvação”, escreveu Mario Quintana. Sem dúvida, uma das pessoas que têm plena consciência desta ...
O Estalo da Palavra (XIV)
“Sem poesia não há salvação”, escreveu Mario Quintana. Sem dúvida, uma das pessoas que têm plena consciência desta sabedoria é Jorge Elias Neto, que vem há muito se dedicando à poesia. Neste O ornitorrinco do pau oco, traz-nos ele uma coletânea de seus primeiros quatro livros publicados e poemas inéditos. Segundo Carlos Nejar, o poema de Jorge Elias Neto é “feito de chispas”, o que é uma observação perfeitamente correta. Mas também de sua composição fazem parte – como Nejar também nota – o sonho, assim como o lirismo e, claro, a condição humana de um modo geral.
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Vivia numa mata fechada, sem saberem que existia. Sem grilhões em seus pés, pelo vale da confiança, sem medo de na decepção tropeça...
NPAA*
Vivia numa mata fechada, sem saberem que existia.
Sem grilhões em seus pés, pelo vale da confiança, sem medo de na decepção tropeçar, corria sem cessar; nos rios do prazer, sem receio de em uma pedra de desgosto bater, mergulhava de olhos fechados; arriscava voar nas asas do regalo das trocas do saber; andava de mãos dadas com o riso frouxo; vestia-se sem os adornos da obrigatoriedade.
Entre as árvores do anonimato era possível ouvir o canto da admiração, que encantava os dias de solidão sem deixar se tornarem escuridão.
Tranquila, vivia apostando nos avanços e recuos.
A incerteza em que pé iria dançar deixava a pura emoção aflorar.
Veio o fim dos tempos, em minutos o que era paraíso virou deserto.
Já não há abraços de carinho para as noites embalar, nem conversas para as dores amenizar. A escuridão sem estrela virou constante. O calor do verão da entrega congelou; flores da primavera do gozo não brotam mais; lágrimas do inverno dos desencontros não cessam de jorrar; a convivência vive no outono com suas folhas caídas pelo chão do dia a dia.
Na floresta as oportunidades eram enredadas pelas cordas do desejado encontro, hoje já não existe a matéria prima para sua criação, apenas a causalidade dita sua aparição.
O deserto cada dia castiga mais. Os oásis dos encontros estão mais escassos e disputados. O tempo de permanência no respirador da esperança foi reduzido para segundos. Assim, correndo contra o relógio da sobrevivência, ela tem tentado de tudo para não morrer.
Um fio de vida corre em suas veias certificando que ainda pulsa a raiz do que há anos foi plantado, amenizando a dor da cruenta situação que se encontra. A espera que bate forte em seu peito quebrantado, lhe garante que desse chão ressequido da presença brotará a mais linda flor que irá ver, mesmo que seja apenas no entardecer do seu viver.
Apesar da razão negar, o coração diz que basta mais um pouquinho de paciência e lhe pede para aguentar que o solicitado “um tempo” vai terminar.
Ela, seguindo firme com o propósito de se salvar, tem conseguido sorrir e não chorar.
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