O amor como a poesia nos repõe o olhar, sedento pela crueza revestida de um leve cozimento - cicatriz a ser a lembrança. Não quero te...

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O amor como a poesia nos repõe o olhar, sedento pela crueza revestida de um leve cozimento - cicatriz a ser a lembrança. Não quero ter filhos para ser pai do mundo. Sem pretensão de ser Deus. Não quero que ninguém seja órfão em sua dor. Por isso estou sempre a gestar. Paro às vezes para parir. Sofro as contrações da vida e nalgumas madrugadas pus meu choro à prova. Fui aprovado. Já diziam: “a noite é curada com a lágrima”. É mais fácil acreditar nos precipícios lacrimais do que no sorriso fácil.

Quando o professor Milton Marques Júnior retornou de Coimbra, onde passou oito meses na companhia de sua esposa Alcione, cuidei dos p...

Quando o professor Milton Marques Júnior retornou de Coimbra, onde passou oito meses na companhia de sua esposa Alcione, cuidei dos preparativos para seu reencontro com o tamarindo por ele plantado nos jardins da Academia Paraibana de Letras.

Certamente em função do tema que desenvolve – uma versão de como se teria urdido o mito de Jesus Cristo –, Waldemar Solha ope...

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Certamente em função do tema que desenvolve – uma versão de como se teria urdido o mito de Jesus Cristo –, Waldemar Solha opera com alguns dos recursos que inauguraram a vertente dialógica da literatura. O presente trabalho se propõe a apontar alguns desses recursos, ligados ao diálogo socrático e à sátira menipeia, observando-lhes a pertinência linguística, em função do plano temático, e a possível eficácia literária.

A escolha da ordem das palavras numa frase define uma intenção e um sentido. Daí que, ao dar título a esta conferência, optamos não p...

gilberto freyre paraiba
A escolha da ordem das palavras numa frase define uma intenção e um sentido. Daí que, ao dar título a esta conferência, optamos não por “Gilberto Freyre e a Paraíba”, mas “A Paraíba de Gilberto Freyre”. Com a preposição "de" queremos denotar posse ou pertencimento. Deste modo, a relação de afeição se explicita já na primeira frase. Como na passagem famosa do poema de San Juan de la Cruz:

Os telefones celulares oferecem dopamina digital ao longo de 24 horas, 7 dias por semana, aos indivíduos conectados com seus interesses...

Os telefones celulares oferecem dopamina digital ao longo de 24 horas, 7 dias por semana, aos indivíduos conectados com seus interesses, apenas, e alheios ao que acontece ao seu redor. Vivemos em uma época de acesso sem precedentes a estímulos de alta recompensa e muita dopamina: drogas, comida, notícias, jogos, compras, sexo e redes sociais.

R. Lach
A variedade e a potência desses estímulos são impressionantes. E todos somos vulneráveis ao consumo excessivo e à compulsão ao utilizar as redes sociais. E qualquer pessoa pode desenvolver um vício desses.

Na era moderna, é fácil perceber o problema. Sabemos muito bem que os celulares, a internet e as mídias digitais são drogas potentes cujas baterias podem ser recarregadas todas as noites.

As redes ativam os mesmos circuitos que as drogas tradicionais, como o álcool, a cocaína e os comprimidos sintéticos. Elas liberam dopamina (nosso neurotransmissor de prazer) no sistema de recompensa do cérebro.

Quanto mais dopa mais viciante é a experiência. E a consequência disso é o que chamamos de custos irrecuperáveis de tempo, saúde, dinheiro... uma lista amarga que surpreende os especialistas à busca de soluções.

Mikoto
A doutora Anna Lembke, psiquiatra e professora da Escola de Medicina da Universidade Stanford, em seu livro Nação dopamina, explora as novas e empolgantes descobertas científicas que explicam porque a procura incansável do prazer gera mais sofrimento do que felicidade. Ela mostra que o caminho para manter a dopa sob controle é encontrar contentamento nas pequenas coisas e buscar conexão com as pessoas queridas.

Cottonbro St.
Como prova disso, Dra. Anna compartilhou diversas experiências vividas por seus pacientes, em trechos que são histórias fascinantes de sofrimento e redenção. Os relatos trazem esperança de que é possível transformar nossas vidas e encontrar o segredo do equilíbrio, combinando a ciência do desejo com a sabedoria da recuperação.

"Navios não afundam por causa da água que está no seu entorno, mas sim como consequência de quem os maneja mal". Não é sobre o que os outros dizem sobre nós que insistimos em respirar. É sobre sonhos, os nossos, aqueles que acreditamos serem possíveis de realizar na vida real, e compartilhar com alguém que tenha as mesmas aspirações.
redes sociais

    Cansaço Amor: quantas palavras necessárias para que um gesto se torne inscrito no tempo? Hilton Valeriano Não me pre...

poesia capixaba espiritossantense jorge elias neto
 
 
Cansaço
Amor: quantas palavras necessárias para que um gesto se torne inscrito no tempo? Hilton Valeriano Não me presta, não me cabe o alforje de palavras, a pretensão de um discurso; supor que a obviedade de um soluço ocupe mais que um segundo de um tempo que se desfaz e não cabe nesse cabedal polvilhado de tolices;

Artistas têm procurado sincronizar sua criação a distintas correntes de pensamento, seja nas ciências humanas ou nas ciências naturais...

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Artistas têm procurado sincronizar sua criação a distintas correntes de pensamento, seja nas ciências humanas ou nas ciências naturais. Esse vínculo gerou espaço para a elaboração de temas que orientam suas obras e impulsionam seu processo criativo, além de possibilitar o desenvolvimento de suas próprias teorias. Eles têm atribuído significados à arte, buscando novas possibilidades de relação entre filosofia, ciência e arte. Diante disso, destaca-se o paradigma trazido pela arte conceitual contemporânea nas últimas décadas do século XX com as investigações da Neuroestética. Essa nova área de estudo é explorada por meio da neurobiologia, neuroanatomia, neurofisiologia e neurociência, com o objetivo de aprofundar a compreensão do funcionamento do cérebro humano.

Conta Otto Lara Resende que Guimarães Rosa gostava de dar o seguinte conselho aos seus amigos escritores: “Não fabriquem biscoitos, ...

cronistas escritores literatura
Conta Otto Lara Resende que Guimarães Rosa gostava de dar o seguinte conselho aos seus amigos escritores: “Não fabriquem biscoitos, fabriquem pirâmides.”. Referia-se o autor de Grande Sertão: Veredas provavelmente a obras semelhantes ao seu célebre livro. Obras importantes, definitivas, de preferência volumosas. Rosa gostava de livros grossos, que ficassem de pé sozinhos. Vejam só. Como se fosse fácil fabricar pirâmides. Como se dependesse apenas da vontade e do esforço do escriba. Quantas pirâmides não teríamos se fosse assim tão simples...

Há eventos que desanimam e quitam a alegria, contudo nos cabe criar estratégias de resistência e de motivação para prosseguir sem recl...

esperanca gratidao otimismo aceitacao
Há eventos que desanimam e quitam a alegria, contudo nos cabe criar estratégias de resistência e de motivação para prosseguir sem reclamar. A tristeza é uma ferida que não devemos conduzir no coração, sob o risco de vivermos abaixo da sombra projetada pelos próprios fantasmas que criamos, o que pode transformar a vida numa jornada fastidiosa e desgastante, malversando um recurso luminoso que nos foi facultado como benção e não como condenação.

Vivi desde fins do último julho, a partir das Olimpíadas, deslembrado da condição de idoso a não ser quando, a pé, ia à padaria ou à ...

Vivi desde fins do último julho, a partir das Olimpíadas, deslembrado da condição de idoso a não ser quando, a pé, ia à padaria ou à farmácia nas duas esquinas mais próximas. Apesar da pequena distância, os tropeços das calçadas arrastavam-me à dura realidade de uma cidade sem espírito público ainda que a crônica lírica chegue a consagrá-la como cordial. Cidade cordial, assim refletida em sua historiografia e no espírito representado por Coriolano, Celso Mariz, Carlos Romero, Crispim, Martinho Moreira Franco, seguidos sem hiato pela nova ou jovem crônica dos dias de hoje. Foi preciso que a Prefeitura, em gestão ainda recente, nivelasse no cimento toda a Beira-Rio e toda a Epitácio para advertir ou lembrar um espaço como direito ou prerrogativa humana.

A Mesopotâmia, a célebre “terra entre os rios” (nome dado à região supostamente por Alexandre, o Grande ), não foi um todo único, mas u...

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A Mesopotâmia, a célebre “terra entre os rios” (nome dado à região supostamente por Alexandre, o Grande), não foi um todo único, mas um conjunto de civilizações diversas que ocuparam territórios para além das planícies dos rios Tigre e Eufrates, e que parece remontar mais longe no tempo ao norte (Assíria), onde os primeiros colonos construíram as suas pequenas aldeias, por volta de 6.000 a.C.

Nos mistérios diários que a vida tem, a felicidade é o ser mais fugidio na existência humana. Baila entre nós. Mostra-se fugazmente...

brasilia catedral almas gemeas
Nos mistérios diários que a vida tem, a felicidade é o ser mais fugidio na existência humana. Baila entre nós. Mostra-se fugazmente. No entanto, quase nunca permanece em uma morada por muito tempo. Aliás, os dois são parceiros em tudo.Isso acontece e nos passa despercebido.

Em 1912, em Portugal, Antônio Maria José de Melo Silva César e Menezes, conde de Sabugosa, no prefácio do seu livro Dama dos tempo id...

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Em 1912, em Portugal, Antônio Maria José de Melo Silva César e Menezes, conde de Sabugosa, no prefácio do seu livro Dama dos tempo idos, propõe o termo estória para designar a narrativa de ficção. No Brasil, proposto por João Ribeiro e encampado por Gustavo Barroso, em 1942, o termo adquiriu popularidade e prestígio, graças, possivelmente, à publicação, em 1962, do volume de contos Primeiras estórias, de Guimarães Rosa.

O que esperar de um poeta que intenta trabalhar a sua poesia optando pelo caminho da forma fixa tradicional, utilizando-se de métrica e...

augusto anjos haeckel dawkins
O que esperar de um poeta que intenta trabalhar a sua poesia optando pelo caminho da forma fixa tradicional, utilizando-se de métrica e de rima? Espera-se que, pelo menos, ele tenha um domínio do assunto. A pergunta retórica inicial tem a intenção de, mais uma vez, abrir caminho para uma abordagem sobre a poesia de Augusto dos Anjos. Dentre tantas coisas que, a respeito do poeta, já não têm sentido discutir, como a sua filiação estética ou a cediça afirmação de cientificismo, também coloco na conta das inutilidades afirmativas, com cara de grande importância, a discussão da forma ou da estranheza

      SONHO DE RIO corre no curso de todo rio intermitente a vontade de ser nuvem novamente sou um rio que seca e, vez por out...

poesia paraibana marineuma oliveira
   
 
SONHO DE RIO
corre no curso de todo rio intermitente a vontade de ser nuvem novamente sou um rio que seca e, vez por outra, enche

Semana passada comecei a contar a história de Valmir Azevedo, o maior estelionatário do país, que muito jovem chegou a gerente do Banc...

pilantragem vigarista estelionatario valmir azevedo
Semana passada comecei a contar a história de Valmir Azevedo, o maior estelionatário do país, que muito jovem chegou a gerente do Banco do Brasil e desviou milhões das mais polpudas contas correntes que administrava. Foi descoberto pela vida de ostentação que levava e teve que cumprir pena na Casa de Detenção de São Paulo. Na prisão fez amizade com o supra sumo da bandidagem. Foi solto graças ao Advogado Arnault (guardem esse nome e aguardem). E voltou ao crime.