Edgar Morin é um filósofo, sociólogo, antropólogo francês, nascido em Paris em 1921. Ele é conhecido por desenvolver a epistemologia da...

edgar morin pensamento complexo filosofia
Edgar Morin é um filósofo, sociólogo, antropólogo francês, nascido em Paris em 1921. Ele é conhecido por desenvolver a epistemologia da complexidade, que teve seu início na década de 1960. Esse tipo de pensamento desafia o paradigma tradicional da razão e da ciência como as únicas formas de interpretar a realidade, buscando interconectar conhecimentos dispersos e
edgar morin pensamento complexo filosofia
Edgar Morin UFRN/Daniel Teixeira
promover uma integração entre a cultura científica e a humanística. Na perspectiva da complexidade, “tudo está interligado”. Essa abordagem emerge como uma maneira de evidenciar a multidimensionalidade do mundo real, incentivando todos a estabelecer uma epistemologia que promova o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento, visando uma compreensão mais abrangente do mundo. Compreender o contexto global de maneira unidimensional já não é viável, considerando que as relações humanas são múltiplas e incompreensíveis. Tanto uma visão analítica quanto uma visão holística têm se mostrado cada vez mais insuficientes para entender a condição humana.

O envelhecimento de tudo que é vivo marca a gradativa vitória de Tânatos sobre os viventes. É inevitável, sabemos nós, eternos aprendi...

carlos drummond darcy ribeiro
O envelhecimento de tudo que é vivo marca a gradativa vitória de Tânatos sobre os viventes. É inevitável, sabemos nós, eternos aprendizes da finitude. Aceitar isso com alguma naturalidade é sabedoria, pois de que adianta qualquer revolta e irresignação? Entretanto, dentro do possível, e mesmo sem se mostrar, Eros luta contra Tânatos até onde pode. É inevitável também, pois é da natureza de tudo que vive querer permanecer vivo, pelo menos até onde der. Eros e Tânatos, pulsão de vida e pulsão de morte, como dizem os psicanalistas, as duas forças vitais que nos regem e se combatem mutuamente.

Reclamar pode se tornar um hábito nocivo que vai erodindo o chão abaixo de nós. Quem sempre realça o lado mais difícil da vida, acaba...

impaciencia escarnio grosseria
Reclamar pode se tornar um hábito nocivo que vai erodindo o chão abaixo de nós. Quem sempre realça o lado mais difícil da vida, acaba por cavar um abismo sob os próprios pés, cultivando a desesperança que obstrui a visão de soluções e saídas que, de outro modo, estariam claras.

As ruas da Cidade Velha de Jerusalém, palco de passagens bíblicas, revelam histórias verdadeiramente incríveis, desde logo, natura...

jerusalem tatuagens
As ruas da Cidade Velha de Jerusalém, palco de passagens bíblicas, revelam histórias verdadeiramente incríveis, desde logo, naturalmente, nos locais sagrados para as três religiões monoteístas, passando pelos enigmas mais profundos que se inalam, ao percorrer dos séculos, em cada degrau calcorreado ou dédalo estreito de rua por onde se caminhe.

Nesta véspera de aniversário da cidade, palmas primeiro para o fotógrafo Leonardo Ariel ao flagrar dois jovens restauradores em passara...

joao pessoa centro historico
Nesta véspera de aniversário da cidade, palmas primeiro para o fotógrafo Leonardo Ariel ao flagrar dois jovens restauradores em passarada com os pelicanos do Cruzeiro num banho de restauração e simbolismo que pela primeira vez me surpreende nestes 73 anos de vida pessoense. A foto, um flagrante antológico tanto pela surpresa da arte quanto pelo significado, saiu publicada na 1ª página da nossa A União da última sexta-feira (2).

Logo no início do seu poema dramático Morte e Vida Severina , João Cabral de Melo Neto retrata um costume antigo de distinguir nomes...

biblia nomes escritura alegoria
Logo no início do seu poema dramático Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto retrata um costume antigo de distinguir nomes iguais pela filiação e também pelo local de nascimento:

O meu nome é Severino, não tenho outro de pia, como há muitos Severinos

Coisas estranhas. Quando, no Museo Reina Sofia , Madri, 1994, parei ante o Guernica (3,49 m X 7,77 m), fiquei impactado... comigo, poi...

che guevara pieta waldemar solha
Coisas estranhas. Quando, no Museo Reina Sofia, Madri, 1994, parei ante o Guernica (3,49 m X 7,77 m), fiquei impactado... comigo, pois nem separado da obra do século apenas pelo vidro à prova de balas, me empolguei. Isso, durante bom tempo, me azucrinou. “Por que? Por que? Por que?”

O local: Avenida Nossa Senhora de Copacabana, bem próxi mo a um famoso e tradicional hotel. Passava um pouco de 11h30. O andar apres...

fome miseria crianca pedinte esmola
O local: Avenida Nossa Senhora de Copacabana, bem próxi mo a um famoso e tradicional hotel. Passava um pouco de 11h30. O andar apressado e indiferente reproduzia, por medo, por culpa, por indiferença, qualquer outro dia em que se manipulam valores e se esquecem de nossos verdadeiros pássaros.

Viralizou na internet uma trend — algo que é repetido por várias pessoas nas redes sociais. O trecho do livro Memórias Póstumas de Brá...

Viralizou na internet uma trend — algo que é repetido por várias pessoas nas redes sociais. O trecho do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, se espalhou rapidamente: "ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver", frase que ressalta a visão irônica do personagem-defunto do livro.

Essa trend aconteceu devido ao compartilhamento de um vídeo de uma influenciadora norte-americana que teceu elogios ao romance e afirmou que é a melhor obra de todos os tempos: "Por que vocês não me avisaram que esse é o melhor livro já escrito?" Disse encantada.

Depois desse hit nas redes sociais, o livro liderou a vendas nas livrarias físicas e virtuais do Brasil. Confesso que não fiquei nada surpreso com a admiração de um gringo com a qualidade de uma obra brasileira, porque de fato temos artistas fabulosos. O que me surpreendeu foi uma "bolha da internet" ficar admirada com a grandeza dos artistas brasileiros.


Será mesmo que precisamos de uma "certificação" norte-americana para que possamos valorizar nossa cultura, nossa arte, nossos talentos? Será que ainda nos comportamos como colonizados que anseiam o aval dos colonizadores? Quantos YouTubers brasileiros já devem ter feito vídeos em redes sociais encantados com o romance machadiano, mas não viraram hit, por não terem o peso do aval de um gringo? Ou será tudo uma jogada mercadológica, uma estratégia de vendas, um publipost para aumentar a vendas de livros?

Deixando de lado os questionamentos e a trend — já que tende a ser passageira e possivelmente nas próximas semanas os caçadores de likes e views já terão esquecido até dos vermes do cadáver — passemos para um ponto altamente relevante desta reflexão: a atemporalidade de uma obra.

Para vocês terem noção, o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas foi publicado pela primeira vez em 1881, é um dos livros mais traduzidos no mundo e há séculos é considerado um clássico da literatura brasileira, sendo estudado em escolas e universidades, e, ainda assim, segue sendo redescoberto por novas gerações. Esse é o lado positivo dessa trend: o acesso à literatura, uma vitrine democrática, apresentar os clássicos aos jovens leitores.

Recordei-me até do trecho de uma entrevista de Ariano Suassuna, em que ele faz a diferenciação entre êxito e sucesso. Faço questão de transcrevê-lo:

Ariano Suassuna
"Então, eu acho que a pessoa não deve procurar o gosto da moda. Eu faço muito a distinção entre êxito e sucesso. Pegue qualquer banda de rock atual que ela faz mais sucesso que Euclides da Cunha, mas Os Sertões é um livro que é um êxito muito maior, porque no século seguinte, no século XXII, ninguém vai mais se lembrar da banda de rock, mas se lembrarão de Os sertões”.

O Brasil tem o livro como esteio para seu povo e para sua identidade como nação. Memórias Póstumas de Brás Cubas não é só uma trend, uma visualização, não é só sucesso de vendas, é um êxito, é nosso esteio, a identidade do povo brasileiro e será sempre redescoberta por gerações e gerações, mundialmente. Como bem diz nosso dito popular brasileiro: para gringo ver.
SOBRE O AUTOR
babel babilonia
Paulo Henrique é mestre em Relações Internacionais, especializado em Linguística Aplicada, licenciado em Letras e graduado em Economia. É autor de vários livros, disponibilizados na Amazon, entre eles: "Poemas para Apaixonados, Magoados e Iludidos", "O Prazer nas Palavras", "O Amor se Acaba com o Tempo?" e "Fantásticas Estórias com 6 Palavras".

Partamos de duas afirmações: a sátira só tem sentido se incomodar; todas as interpretações são bem-vindas, desde que se atenham ao ob...

jogos olimpicos ultima ceia
Partamos de duas afirmações: a sátira só tem sentido se incomodar; todas as interpretações são bem-vindas, desde que se atenham ao objeto interpretado.

A sátira é um recurso estilístico, que amplia o seu fundamento, a ironia, saindo do cotidiano para a Arte. A ironia, dependendo do grau com que é criada, não fere, necessariamente. A sátira é ferina, é mordaz e só atingirá o seu objetivo se o satirizado se incomodar, se não houve incômodo ou desconforto, o esforço satírico resultou inútil. Sou partidário de ambos os recursos, a ironia e a sátira. Admiro os grandes escritores, de Marcial a Gregório de Matos, por exemplo, que a utilizaram

Lembrem; na última semana comecei a contar a história de Josias, que de policial em São Paulo passou a ladrão de automóveis, foi pre...

conto juiz corrupto pilantragem
Lembrem; na última semana comecei a contar a história de Josias, que de policial em São Paulo passou a ladrão de automóveis, foi preso, fugiu da cadeia, falsificou um diploma de bacharel em Direito, foi aprovado num concurso para Juiz no Acre, encheu o saco, deixou a toga, fez concurso para Delegado de polícia em Santa Catarina e na cidade de Tubarão onde foi lotado esquentava carros roubados em São Paulo. Ufa; que resumo, hem?

Por alguma razão, lembra de um texto que escreveu, uns tempos atrás, sobre suicídio de escritores. Dentre eles, Ernest Hemingway. Tiro ...

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Por alguma razão, lembra de um texto que escreveu, uns tempos atrás, sobre suicídio de escritores. Dentre eles, Ernest Hemingway. Tiro de espingarda na cabeça. Tinha saído de uma clínica de reabilitação. Mas, havia uma maldição em sua família. Anos antes, seu pai, Clarence, se suicidou, com um tiro de revólver. Seus irmãos Úrsula e Leicester também tiraram a própria vida. A maldição continuou. Décadas depois, sua neta, a atriz Margaux, morreu com uma overdose de soníferos. Parecia um carma de família. E, ao final, os sinos dobraram por quase toda a família.

    A língua que se fala no céu Lua distante espelho do oculto aparição efêmera imagens escapam sonhos neblinosos

poesia tatui cristina siqueira
 
 
A língua que se fala no céu
Lua distante espelho do oculto aparição efêmera imagens escapam sonhos neblinosos

Nunca é demais lembrar que a vida é feita de escolhas e premências. Obrigados ou não, desejosos ou não, eu e você sempre faremos as n...

cozinha gastronomia gourmet
Nunca é demais lembrar que a vida é feita de escolhas e premências. Obrigados ou não, desejosos ou não, eu e você sempre faremos as nossas, no transcurso da existência. E, isso, para o bem ou para o mal, o melhor ou o pior. Trocando em miúdos, somos seres mutantes o tempo todo. O que nos é prioritário tem a volatilidade do tempo e das circunstâncias.

O que o pássaro Dodô tem a ver com relações abusivas? Recentemente, tendo ido a Londres, visitei o Museu de História Natural. É, s...

dodo extinto abuso relacao abusiva
O que o pássaro Dodô tem a ver com relações abusivas? Recentemente, tendo ido a Londres, visitei o Museu de História Natural. É, simplesmente, fenomenal! Mas dentre tantas maravilhas, chamou-me a atenção o pássaro Dodô, mais por sua história do que propriamente por seu aspecto. Proveniente da Ilha de Maurício, país insular pertencente ao continente africano e situado no Oceano Índico, foi extinto dentro do intervalo de menos de um século por navegadores holandeses. Sem predadores naturais, desconhecia o perigo e, desse modo, não temeu o ser humano quando com ele se deparou. Era caçado para servir de alimento e era facilmente capturado.
dodo extinto abuso relacao abusiva
Dodô (reconstituição) ▪ Museu de História Natural, Londres ▪ Imagem: E. Dénes
Cogita-se que deixou de voar exatamente por conta da ausência de predadores e da abundância de alimento na ilha.

Mas o que chamou a minha atenção a seu respeito foi exatamente a sua docilidade diante do inimigo, diante do seu algoz, sem perceber o mal que esse poderia lhe fazer. A confiança tornou-o indefeso, o que acelerou a sua extinção. Isso levou-me a pensar acerca das situações de abuso nas relações do âmbito humano, a começar por famílias disfuncionais, em que os pais têm comportamento abusivo em relação a seus filhos, seres indefesos e completamente dependentes.

O Parque Zoobotânico Arruda Câmara, mais conhecido como Bica, completou 100 anos em 27 de dezembro de 2022. Manuel de Arruda Câmara fo...

bica fonte parque arruda camara leoa
O Parque Zoobotânico Arruda Câmara, mais conhecido como Bica, completou 100 anos em 27 de dezembro de 2022. Manuel de Arruda Câmara foi um grande botânico e inventor paraibano. Cristão-novo, nasceu no sertão paraibano.