O senso de liberdade é um tesouro precioso, frequentemente desafiado de maneiras que nos fazem questionar a sua real essência.
Em um mundo onde a liberdade de expressão é constantemente ameaçada e a censura parece se infiltrar em nossas vidas cotidianas, é cada vez mais difícil para o cidadão comum navegar e compreender plenamente a extensão de seus próprios direitos e privilégios.
Os amigos e colegas vão se encantando, vivos ou não. Outro dia, na passarela do calçadão da Duque de Caxias, deparei-me com um deles. Não vou revelar o nome. Questão ética. Fazia parte de um grupinho que se reunia por ali, puxando do Ponto Cem Réis para a Praça João Pessoa. Conversa vesperal a discutir os sinais da vida. Ele se disse afugentado pelos anos, temia revelar o tanto estava anotado na caderneta. “Já não sou criança” – a idade escondida, disfarçada, escamoteada, envergonhada de se expor.
Fui várias vezes a Caracas. Na primeira, em 1975, em entrevista para o Jornal do Brasil, do então presidente adeco (social democrata), Carlos Andrés Pérez, colhi seu inesperado apoio ao acordo nuclear Brasil X Alemanha, combatido pelos ianques.
Antes de chegarmos ao que me proponho expor nestas “mal traçadas linhas”, vamos inicialmente tomar uns parágrafos para esclarecermos algo acerca dessa preciosidade que precisamos cuidar com muito zelo e atenção: o tempo. Para quem está como eu, batendo uma bolinha no time dos sub80, é, sim, uma preciosidade. Não quero ocupar o meu — estou me referindo
A história da Inconfidência Mineira foi contada para os brasileiros, durante mais de 180 anos, quase como uma lenda. Somente entre 1976 e 1982, foi publicada a terceira e última edição dos Autos da Devassa da Inconfidência Mineira, editada por Tarquínio José Barbosa de Oliveira e Herculano Gomes Mathias, com um total de três mil páginas dividida entre 10 volumes, patrocinada pelo governo de Minas Gerais. Embora em 1873, Joaquim Norberto de Souza e Silva, ministro de Dom Pedro II, tenha escrito História da Conjuração Mineira, a primeira obra realizada em função dos Autos da Devassa. Outro texto importantíssimo foi escrito pelo historiador inglês Kenneth Maxwell, traduzido para o português como A devassa da devassa (Conflicts and Conspiracies).
Há quem diga que a sociedade está se feminizando, e isso não é ruim. Segundo Freud, a civilização é fruto de uma renúncia aos instintos, o que significa uma redução gradativa da testosterona (o hormônio masculino por excelência). A mulher tende a ser o modelo para o qual ser humano evolui na busca de uma sociedade mais pacífica e terna.
O ressentimento nasce na culpa que o indivíduo cria, em detrimento de algo que alguém pretensiosamente provocou para chegar em sua condição atual inaceitável. O mais difícil é entender o motivo pelo qual isso não passa. A versão provável desse drama é a de que a queixa se mantém porque a pessoa terá que assumir que foi ela quem fracassou em algum momento, e não os outros que provocaram o problema.
A publicação "Raízes do Brasil" (1936) pelo historiador, sociólogo, e escritor de São Paulo, Sérgio Buarque de Holanda (1902 – 1982), introduz o conceito do "homem cordial", que se tornou fundamental para a compreensão do país. O livro analisa a história do Brasil, de sua população e de suas estruturas, como a influente família patriarcal que surgiu durante a era colonial. Organizado em sete capítulos, a obra versa temas como "Fronteiras da Europa", "Trabalho e Aventura", "Herança Cultural", "O semeador e o Ladrilhador", "O Homem Cordial", "Novos Tempos" e "Nossa Revolução". A palavra "cordial" aqui não se restringe apenas a boas maneiras e gentileza.
Talvez a maior preocupação de quem tem livros e os guarda e preserva amorosamente seja o destino deles quando já não se estiver aqui para deles cuidar. O temeroso “day after” de toda biblioteca particular, seja ela grande ou pequena. Chego a imaginar que os livros devem pensar sobre essa previsível e incontornável ausência do dono e suas consequências para eles. O mesmo imagino em relação aos animais de estimação. O que será de mim quando aquele ou aquela que me ama desaparecer? Esta é a pergunta que, em minha imaginação, paira no ar.
O Monte 'Arafat, também conhecido como “Jabal 'Arafat” ou “Jabal ar-Rahman” (Monte da Misericórdia), é um dos locais de maior importância histórica e espiritual no Islão. Situado a aproximadamente 20 quilómetros a sudeste de Meca, no Reino da Arábia Saudita, o Monte 'Arafat é central para o ritual da “Hajj”, a peregrinação que todo o muçulmano adulto e saudável deverá fazer pelo menos uma vez na vida, caso tenha condições financeiras e físicas.
Na calçadinha da praia do Cabo Branco, numa dessas tardes mornas de começo de semana, encontro uma velha amiga da nossa família. Conversa vai, conversa vem, ela me fez uma pergunta que me surpreendeu em todos os sentidos:
“É quase ininteligível que uma nação com o desenvolvimento dos Estados Unidos fosse entregue à direção de um ser tão inadequado quanto Donald Trump. E esteja ameaçada de repetir o desatino. Guardadas as proporções, o Brasil de Bolsonaro, a Venezuela de Maduro, a Argentina de Milei, apesar de tudo, não justificam tamanho desprezo do destino”.
É como reencontro o jornalismo de Jânio de Freitas, estranhamente despachado da Folha de S. Paulo onde alimentou consciências quarenta e mais anos seguidos. O parágrafo que abre este registro chega-me por conta de Paulo Emmanuel, um jovem da terceira geração de seus fiéis leitores que o resgata de publicação nova não sei se impressa ou virtual. Tão fiel quanto o nosso Frutuoso Chaves, outro cultor de carteirinha de Jânio.