“Até quando o mundo será governado pelos tiranos?
Até quando nos oprimirão com suas mãos cobertas de sangue?
Até quando se lançarão povos contra povos numa terrível matança?
Até quando haveremos de suportá-los?” Bertold Brecht (1898 – 1956).
Diário da Navegação, de Pero Lopes de Sousa, foi escrito a partir de 03.12.1530 e terminou aproximadamente em 24.01.1532. A obra narra a expedição de seu irmão, Martim Afonso de Sousa, que recebeu de Dom João III de Portugal, o Colonizador, a atribuição de iniciar oficialmente a colonização do Brasil. Dois marcos desse período são as fundações da Vila de São Vicente em 22.01.1532, por Martim Afonso de Sousa (relatada na obra),
A arte da escrita é como um portal para o íntimo da alma, um refúgio onde as palavras dançam em sinfonia com os pensamentos mais profundos e os sentimentos mais puros.
É nesse espaço sagrado, entre linhas e parágrafos, que muitos encontram a libertação, a cura e a redenção que tanto anseiam.
Sou apaixonada pelo futuro. Com isto, me desafio constantemente a fazê-lo melhor que o passado e mais interessante que o presente. Não rejeito e nem esqueço o que vivi, mas gosto de pensar no que ainda posso realizar.
Fui criado ouvindo MPB de um lado e o rock-pop nacional e internacional de outro.
Acompanhei toda sua trajetória na música e me encantava como ela conseguia misturar religião e sensualidade em suas canções, como em “Like a prayer”.
Ou com o furor de “Like a virgin”, a falar de uma mulher sexualmente independente. Ou a latina “La isla bonita”.
Ou a materialista de “Material girl”.
A ousadia de “Vogue”.
A polêmica “Papa Don’t Preach”.
Madonna falou de muitos temas importantes em suas músicas, alguns ainda hoje tabus numa sociedade cada vez mais careta e politicamente correta.
Mas hoje vou de “Live to tell”, um pouco melancólica, é verdade, mas uma das que mais gosto dela.
“Eu sei onde mora a beleza”, diz determinado momento da canção.
E ela mora no vigor e na presença de Madonna pontuando toda minha adolescência e ainda me encantando, acrescento.
A recente apresentação de Madonna no Brasil me fez rever alguns clipes musicais.
Não só dela, mas de outros artistas.
Nos anos 1980, era uma febre de clipes nos programas televisivos.
Lembro que a Globo passava a semana inteira anunciando o novo clipe de Michael Jackson ou de Paralamas ou de Caetano que seria exibido no domingo, no Fantástico.
E a gente ficava até tarde assistindo o programa não para ver aquelas matérias compridas sobre doenças ou das polêmicas políticas da semana, mas para ver aquele novo clipe.
Na segunda-feira, só se comentava sobre ele nas rodas de amigos e conversas de estudantes nos intervalos das aulas.
Quem tinha um pouquinho de grana corria para a Aky Discos comprar o novo disco do artista preferido.
Depois, chegar em casa, olhar a capa do disco, conferir o encarte, colocar o bolachão na radiola e tocar.
Uma, duas, três, muitas vezes.
Hoje tudo mudou.
Quase não tem mais clipes, quase não tem mais discos, quase não tem encartes, quase não tem radiolas...
Encantamento. Momento lúdico. Magia. É a infância a fase que passeia por sutilezas contundentes de um mundo real. Infelizmente, este instante é “veloz como o vento”. Em “Isaura – veloz como o vento”, de Norma Alves (Editora União, 2012), a palavra se delicia com a imagem. O livro inicia-se com a clássica expressão “era uma vez” e segue mantendo a expectativa do leitor, que é mantida através de jogos de palavras, como a antítese, além de neologismos.
A religião surgiu da necessidade - quando não havia, ainda, suficiente ciência - de se entender o que é o mundo e o que fazemos aqui, mas sempre - infelizmente - foi instrumento do oportunismo de grandes opressores. Sempre.
Quando o poeta voltou seu olhar para a mãe que se encontrava distante, ele iniciou a composição da canção que nunca concluiu. Recordando as canções de ninar que escutava quando menino, no aconchego do colo, silenciosamente tentou compor o poema que se perdeu na imensidão das metáforas e do sonho. Mas não desistiu, persistiu na composição poética que dedicaria para ela, mas jamais terminou o trabalho porque nunca se conclui a canção a ser dedicada às mães.
A expressão “vida de cachorro” precisa ser atualizada. Antigamente, era sinônimo de desprezo e abandono. Viver como um cão era dormir ao relento, comer sobras de refeições, levar vez por outra uns pontapés. Hoje, traduz um cuidado e uma abastança que muitos humanos não têm. O excesso de zelo com esses bichos tem chegado a preocupações sutis, como a de levá-los a terapeutas comportamentais.
Você é aquilo que consome e por isso é seu próprio fandom (fã-clube)”, assim escreveu a escritora Claire Dederer que publicou o livro Monster: A fan's Dilema, que trata da busca pessoal para lidar com a intersecção de critérios morais e estéticos na apreciação de uma obra.
Houve uma Cartilha da Doutrina Social da Igreja, publicada há alguns anos, em que o Papa João Paulo II recomendou aos clérigos que não comunguem com a ideia de legalização do casamento entre homossexuais. Ora, o amor entre duas pessoas já é o casamento. A cerimônia para celebrar essa união ou tem fins meramente burocráticos, pois a sociedade a exige para alguns atos da vida civil, como, por exemplo, para definir regras de herança e de venda de bens – nesse caso, qual a diferença se num casamento civil as pessoas têm sexos opostos ou não? – ou tem fins festivos, como acontece na cerimônia religiosa, onde os nubentes, jubilosos, diante da divindade em que acreditam, proclamam seu amor um para o outro e para as pessoas queridas.
Não, a intenção não é falar sobre a até agora hipotética extinção dessa categoria tão importante, necessária e querida, a dos livreiros, hoje tão ameaçada, por várias razões. O objetivo é tratar da morte concreta e irrecorrível de um livreiro especial: Pedro Herz, dono da icônica Livraria Cultura, que tanto serviu aos brasileiros nas últimas décadas. Entretanto, creio que os dois temas estão de alguma forma relacionados, de modo que abordarei ambos, sucintamente, como convém à crônica.
O ouro que plantou o homem à terra e cultivou dramas se foi, restou talhado como ornamentação de igrejas e soterrado em paredes de velhas minas e da história. Aos vivos restou o chão cercado por serras e os alicerces antigos fincados nas rochas, equilibrados em caminhos imprecisos e íngremes. Só o tempo com suas incertezas traz algum sentido. Antes lágrimas, sangue e chibata, agora poses e história. Minas Gerais é terra de misturas, de desencontros e encontros, é plural, de início forçosamente, depois à revelia da vontade dos homens.
Antes de tudo, falemos um pouco de Marineuma de Oliveira, nascida em Campina Grande, mas que viveu a infância e a juventude na cidade de Pocinhos (PB), em meio a uma família de músicos e ativistas culturais. Reside em João Pessoa desde os anos 80, é educadora, poetisa, doutora em Linguística e professora aposentada da Universidade Federal da Paraíba. Admiradora da literatura e da poesia, é idealizadora e coordenadora do Poética Evocare (palavra cantada e ritmada), grupo que promove performances artísticas em escolas, eventos culturais, acadêmicos, buscando despertar o gosto pela leitura por meio de um diálogo interdisciplinar.