No facebook, o Carlos Gláucio Sabino de Farias - que foi colega meu de Banco do Brasil - discordou dos lances que eu acabara de postar como absurdos bíblicos. Respondi que discordava dele, mas... tudo bem, disse-lhe, "lutarei até a morte pelo direito que tens de discordar" - como afirmara Voltaire, ... e continuamos amigos.
O rapaz estava morando sozinho na Capital, fazendo o curso de Medicina, e o tio-avô o convidava vez em quando para comer no casarão do Cabo Branco. Bom negócio para os dois: para o rapaz que se alimentaria melhor sem gastar nada e para o tio que teria companhia em sua célebre solidão. De certa forma, um encontro. Um encontro familiar e de gerações, no qual ambos os protagonistas teriam o que trocar – e ganhar. O tempo iria mostrar – e mostrou.
É nas profundezas onde o mar guarda seus segredos mais ocultos. Quem visse, percebia como estava agitado o sono de Cilgin. Era um ser em sofrimento. Ele se contorcia, gemia, abria os braços e se encolhia. E quem fosse capaz de entrar em seu sonho, poderia testemunhar alguém penando com um pesadelo. O pesadelo de quem caía do alto de um prédio, e lutava em tormenta contra a força do vento e da gravidade, vendo o chão se aproximar como uma vertigem.
Era no trabalho que melhor nos irmanávamos. Emulações à parte, naturais, legítimas, se não se rendiam não chegavam a comprometer o companheirismo. Terminavam recônditas.
O trabalho personalizado que resulta na singular interpretação com que o regente de orquestra marca a obra que conduz vai muito além dos gestos a que assistimos durante a performance. A preparação na qual ele lapida e imprime à peça uma concepção particular tem início nos ensaios quando, ao conhecer os músicos, avalia potenciais individuais e coletivos para explorar os limites e objetivos de seus sentimentos musicais.
Fui colega de Joaquim Lins, no curso ginasial, Colégio “Lins de Vasconcelos” conduzido pelo Prof. Manoel Nery. Quinca era gordo, bigode tímido, cara arredondada, primo do famoso escritor paraibano José Lins do Rego. Um orgulho secreto do colega que não fazia alarido do parentesco com o autor de “Fogo Morto”. Este tido e havido pelo intelectual maranhense Josué Montello como o melhor romance da geração de 30.
A revista Istoé, vol. 31, nº 2042, de 24-12-08, apresenta nas p. 70-72 uma reportagem intitulada “Os fantásticos passageiros da sinestesia”, na qual declara que “apenas um a cada mil indivíduos é portador de sinestesia”, e data de 1880 a primeira descrição do fenômeno, feita por Francis Galton, primo de Charles Darwin. A sinestesia não é algo de que algum privilegiado seja portador, porque é uma mistura de sensações existente com maior ou menor intensidade nos falantes de qualquer língua. Antes de Galton, contudo, no livro de poemas intitulado Fleurs du mal, de 1857,
Quanto mais lemos o Novo Testamento, particularmente os Evangelhos, mais nos convencemos de estar diante de uma excepcional alegoria.
Para explicar o que dizemos, partiremos de dois pressupostos que, aparentemente, se opõem. O primeiro é que tudo o que foi relatado pelos quatro evangelistas – Mateus, Marcos, Lucas e João – é a mais pura verdade, devendo ser entendido como ali se encontra.
Meus pais prosperaram muito nos negócios e a fantástica visão empresarial de Adrião Pires enxergou o futuro do comércio na direção do parque Solon de Lucena (lagoa), saindo da até então soberana rua Maciel Pinheiro. Fez mais, imaginou um empreendimento que se pagasse. Em resumo, construiria uma loja com três andares, escadas rolantes, ar condicionado central e em cima da loja duas torres com 80 espaçosos apartamentos, todos em mármore e vidros ray-ban. No topo construiria 4 maravilhosas coberturas com piscinas. De tal modo foi planejado o empreendimento que uma vez vendidos os apartamentos, tanto a loja como as 4 coberturas estariam quitadas, tocando a eles uma dessas coberturas e as outras três divididas entre os filhos.
A citada epígrafe acima revela onde aconteceu o causo. Causo não, mas sim um fato que me causou constrangimentos quando fui presenteado com a pecha de mentiroso, lá em priscas eras. Sim, bem lá atrás nos tempos quando eu tinha meus 7 anos.
Ouvi essa história de um amigo e a reconto com as licenciosidades da crônica. Mal os negócios se recuperavam da crise decorrente da pandemia que tangera a clientela da sua e de tantas outras lojas, a mulher apareceu com a novidade: eles estavam para receber uma sobrinha, seu marido canadense e um casal de filhos adolescentes, estes últimos com bom domínio do Português. O aviso viera em cima da hora por telefonema da cunhada residente em São Paulo. Ela falava da filha, do genro e dos dois netos. Saídos de Toronto,
NOME
O nome que me resta
não cabe em meu corpo
ouvidos poucos se prestam
a escutar a minha urgência
troco a minha fome
pelo espasmo de minha carne pouca
e esse desapego
deixou de ser escolha,
é o meu rastro pelas calçadas
onde escrevo meu nome de hoje
violência simbólica representa uma ameaça à dignidade da pessoa, resultando em sua submissão, seja de forma psicológica, econômica ou social. Essa prática ocorre com a conivência tanto da vítima quanto do agressor, muitas vezes sem que percebam — com lucidez — o que estão vivenciando ou praticando. O conceito foi introduzido pelo filósofo e sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930 - 2002). A natureza violenta de uma força simbólica coercitiva é complexa em sua manifestação, tornando-se mais sutil para ser
Tempo. Será ele igual para a mente, o corpo e a alma? E para os jovens? Os velhos? Evidentemente, não. Podemos dividir o tempo em três categorias básicas: físico, mental e espiritual. O físico corresponde ao tempo do relógio, também chamado de cronológico, Cronos, tempo que nos envelhece, que mata o corpo, coloca-nos rugas, tira-nos o vigor físico.
Ao ver o título desse romance da ganhadora do prêmio Nobel de Literatura 2013, Doris Lessing, achamos fofos. E pensamos que vamos encontrar bolinho de chuva, tricô, e meus netinhos. Pista enganosa!