As grandes datas têm sobretudo um valor simbólico. É o caso do Ano-Novo, que em essência não muda nada mas nos dá a impres...

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As grandes datas têm sobretudo um valor simbólico. É o caso do Ano-Novo, que em essência não muda nada mas nos dá a impressão de que alguma coisa recomeça.

Todo ano a mais é um sinal de envelhecimento, mas insistimos em pensar que um novo tempo nasce à medida que outro morre. Em vez de sucessão, renovação. Na ingênua alegoria do nosso desejo, o Ano-Novo aparece como um bebê rechonchudo e risonho que vem substituir um velhinho magro e decrépito.

O precursor da carta dos direitos humanos foi o Cilindro de Ciro, uma peça rara cunhada em forma de barril e argila cozida, descoberta ...

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O precursor da carta dos direitos humanos foi o Cilindro de Ciro, uma peça rara cunhada em forma de barril e argila cozida, descoberta nas ruínas da Babilônia (Mesopotâmia), em 1879. O objeto, criado em vários estágios, mede 22,5 centímetros por 10 cm, no seu diâmetro máximo. Data do século VI a.C. (539 a.C.) e o texto talhado sua estrutura elogia Ciro, o Grande, listando sua genealogia como um rei de uma linhagem de reis. Nele, é declarada a liberdade de religião e a abolição da escravatura. Todavia, o Museu Britânico e alguns estudiosos rejeitem essa interpretação de protagonismo sobre as normas que reconhecem a dignidade humana.

▪ Mabruk : palavra de origem árabe que significa “Felicidade”, “Próspero”, “Que comece abençoado”. Expressa o caráter de bênção daquel...

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Mabruk: palavra de origem árabe que significa “Felicidade”, “Próspero”, “Que comece abençoado”. Expressa o caráter de bênção daquele dom pelo qual felicitamos alguém.
Mazal: termo usado no misticismo judaico para descrever a raiz da alma.

Vendo, com Alcione, da janela do nosso quarto, aqui em Coimbra, as brumas do Ano Novo, lembrei-me de que publiquei neste Ambiente de L...

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Vendo, com Alcione, da janela do nosso quarto, aqui em Coimbra, as brumas do Ano Novo, lembrei-me de que publiquei neste Ambiente de Leitura Carlos Romero, um texto intitulado As brumas de dezembro, em que eu me reportava à passagem do que se convencionou chamar “Ano Novo”. Em rápidas palavras, o ano, no primeiro calendário do mundo ocidental, atribuído tradicionalmente a Rômulo, o mítico primeiro rei de Roma, começava em março, acompanhando o ritmo das estações. Como Roma se situa no hemisfério norte, entre os dias 20-22 de março, sob o influxo da Constelação de Peixes, ocorre o início da primavera, a primeira das estações, com o fenômeno conhecido por Equinócio de Primavera.

Janeiro é o primeiro mês do ano, mês de expectativas positivas, planos, projetos, mas que, ainda assim, traz o gosto das experiências...

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Janeiro é o primeiro mês do ano, mês de expectativas positivas, planos, projetos, mas que, ainda assim, traz o gosto das experiências e sensações legadas pelo ano findo.

A origem do nome janeiro está no deus latino Jano. Numa Pompílio, no século VI a.C., incorporou o mês de janeiro ao calendário,

MEU PRIMEIRO ALUMBRAMENTO COM OS SEGREDOS DA ARTE Eu tinha 15, 16 anos, trabalhava de dia e fazia um curso um tanto ingênuo de pint...

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MEU PRIMEIRO ALUMBRAMENTO COM OS SEGREDOS DA ARTE

Eu tinha 15, 16 anos, trabalhava de dia e fazia um curso um tanto ingênuo de pintura à noite. Foi quando meu pai me deu o Primeiro Encontro com a Arte, da Melhoramentos, obra do alemão-baiano Karl-Heinz Hansen. Aconteceu que nesse livro dei - entre tantas obras-primas espalhadas pela Europa -
com o então divulgado como o Autorretrato do artista com a barba nascente, de Rembrandt, no MASP, o que me fez passar a insistir para que alguém me levasse ao Museu de Arte de São Paulo que, na época, ficava na 7 de abril (Somente iria para a Av. Paulista em 68). Aquele filho-de-deus-na-Terra estava a hora e meia de ônibus de mim! Quem me levou foi minha irmã Wilma (que perdemos em 2019, aos 87 anos). Inesquecível, isso, porque - ao cruzarmos a rua para chegarmos ao museu -, ela teve um belo flerte com Hélio Souto (1929-2001), então galã famoso do cinema brasileiro. Anos depois, a autoria do quadro foi desautorizada por experts holandeses. Mas tudo bem. Conheci o MASP. Tive outro ganho igualmente notável, que ainda subsiste: o texto, nesse livro, que há sob a foto do Les Glaneuses (As Respigadoras), de Millet:

- Os braços das duas mulheres mostram em seu trabalho uma tendência para baixo, dão ao quadro um peso para a esquerda. Para compensar, Millet utilizou-se do cavaleiro no alto, à direita.
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"As Respigadoras" Jean-François Millet, 1857 ▪ Museu d'Orsay (Paris)
O CENÁRIO D'A VERDADEIRA ESTÓRIA DE JESUS era composto de duas torres e uma mesa, tudo feito com canos de ferro galvanizados. As torres consistiam em quatro tubos verticais cada uma, sustentando dois pisos e uma escadinha, também de ferro. Quando o diálogo dos quatro evangelistas anunciava que se ia rememorar a travessia do Mar Vermelho, havia um blecaute e, no reacender dos refletores, a cena... passava a ser vista,
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WJ Solha
pela plateia, ... de cima, Dema e Tião já na horizontal, como se os dois canos laterais das duas torres fossem balaustradas de um par de pieres. Aí o Jorge (de repente Moisés), também na horizontal, suspenso um pouco acima da mesa, via Dema alarmando que o exército egípcio se aproximava e que eles estavam encurralados pelo Mar Vermelho (a cortina do teatro, vermelha, "abaixo" deles). Aí um tubo de luz surgia da entrada da plateia sobre o grupo, que ouvia - olhando "para cima", na verdade por cima do público, para a fonte do clarão - minha voz ampliada, dizendo as palavras de Jeová: Moisés, estende o teu cajado sobre o mar... e fende-o! Jorge fazia isso, ... as cortinas do Teatro Santa Roza se abriam ao som da música imponente,... e a plateia ... delirava. Acho que foi a criação mais aplaudida de meu teatro.


MAS ACHO QUE O MAIOR "MILAGRE" que vi, em arte, como Suspension of Disbelief (Suspensão da Incredulidade ou "suspensão do julgamento sobre a implausibilidade, numa realidade secundária") foi a que me deixou pasmo no Louvre: a magnífica Vitória de Samotrácia, em que o autor desconhecido, há vinte e dois séculos, fez, na pedra, um belo corpo de mulher vestido em "transparente" tecido... de pedra!

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Vitória de Samotrácia (Museu do Louvre) Marie-Lan Nguyen

Excertos do livro "Autob/i/ografia", disponível impresso na Arribaçã e em formato Kindle na Amazon  

O leitor já ouviu falar nesse tal questionário Proust? Não tem problema se não. Ele é um conjunto de perguntas de autoconhecimento torn...

O leitor já ouviu falar nesse tal questionário Proust? Não tem problema se não. Ele é um conjunto de perguntas de autoconhecimento tornado comum em fins do século XIX e era algo assim como os diários, cultivados por moços e moças, principalmente por estas, sempre sonhadoras. O célebre escritor francês Marcel Proust (1871-1922) respondeu-o quando tinha 18 anos,

      O ÚLTIMO (Por que o último, se existe o contínuo da expectativa?) Os riscos ocupavam todas as paredes do cômodo ...

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O ÚLTIMO
(Por que o último, se existe o contínuo da expectativa?) Os riscos ocupavam todas as paredes do cômodo Custava revirar os olhos e contá-los (na verdade era impossível) Havia espelhos dependurados, nenhum espaço para incluir um sonho e uma possibilidade de saber do infinito E naquele em torno, que incluía a eternidade, se despejava o desejo humano

Fernando Moura encerrou o ano, como seria de esperar, não só de um gestor consciente da responsabilidade do lugar a si confiado, como, ...

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Fernando Moura encerrou o ano, como seria de esperar, não só de um gestor consciente da responsabilidade do lugar a si confiado, como, antes disto e superior a isto, de um cultor estudioso e impenitente do relicário de valores da Paraíba. Como jornalista, escritor, editor, expert da comunicação, a demanda de fregueses em seu antigo escritório, num 1º andar da praça que felizmente sobrou, nesses tempos, para o grande Antenor Navarro, lá a procura era mais de maníacos da preservação histórica, das relíquias memoriais da cidade do que dos interesses mais imediatos. Encerrou o ano com a fortuna crítica hoje possível sobre a obra A Paraíba e seus problemas, nestes seus cem anos de vitaliciedade sempre recorrente.

O calendário gregoriano é, hoje, o sistema de datação mais amplamente utilizado em todo o mundo, sendo adotado pela maioria dos países ...

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O calendário gregoriano é, hoje, o sistema de datação mais amplamente utilizado em todo o mundo, sendo adotado pela maioria dos países para fins civis e sociais. Seu nome é derivado do Papa Gregório XIII, que o introduziu em 1582 para reformar o calendário juliano.

Há três tipos de nomes para os dias da semana: os da astronomia ou planetários, os da mitologia nórdica e os numerados, reminiscência d...

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Há três tipos de nomes para os dias da semana: os da astronomia ou planetários, os da mitologia nórdica e os numerados, reminiscência da tradição cristã de numerar os dias a partir do sábado.

Na nomenclatura planetária, partia-se dos planetas conhecidos da época, por ordem decrescente da distância da Terra: Saturno, Júpiter, Marte, Vênus e Mercúrio. Se terminarmos a contagem pela Lua e pusermos o Sol no centro, teremos a seguinte ordem astrológica:

E sobrevivemos ao Natal! Com os babilaques de sempre – comprei uma árvore minúscula e cafona, para brindar a minha neta, Luísa, que des...

E sobrevivemos ao Natal! Com os babilaques de sempre – comprei uma árvore minúscula e cafona, para brindar a minha neta, Luísa, que descobriu antes do tempo e quis ver. Lá se foi a surpresa.

Acordei assustado com o alarido das cachorras. Só depois é que ouvi o estouro de uma bomba, provavelmente a segunda. Merilú corria p...

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Acordei assustado com o alarido das cachorras. Só depois é que ouvi o estouro de uma bomba, provavelmente a segunda.

Merilú corria prum lado e pro outro, alucinada. Minie, bem mais idosa, ouve mal, não tendo reagido muito. As gatas correram para se esconder.

O poeta Luís Vaz de Camões questiona algumas vezes, em Os Lusíadas , o descaso para com as artes, sendo o epílogo do poema o momento ma...

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O poeta Luís Vaz de Camões questiona algumas vezes, em Os Lusíadas, o descaso para com as artes, sendo o epílogo do poema o momento mais sintético e mais claro desse questionamento, sem as amenizações metafóricas de outras partes. Ao despedir-se o poeta de tão longa narração, ele expressa o seu lamento final, a respeito do fato, dedicando, ainda, 11 estrofes até o fechamento do poema (Canto X, Estrofe 145):

Juro que é verdade. Um amigo querido cujo juízo não aguenta muita pressão estava tentando nos contar da sua programação para a festa d...

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Juro que é verdade. Um amigo querido cujo juízo não aguenta muita pressão estava tentando nos contar da sua programação para a festa da virada do fim do ano. De repente embatucou na pronúncia de "Réveillon" e começou a fazer variações sobre o tema. Saiu de um tudo, até rei leão, menos o correto. Ele começou a se exasperar quando cada nova tentativa terminava numa gargalhada dos circunstantes, foi tomando ar e de repente levantou e foi embora gritando: "- Amigos de merda vocês são. Vão se lascar". Há testemunhas.

Havia um concerto naquela mulher miudinha. Ela dava aos fregueses de seu trabalho artesanal sorriso quase constante. A risonha meio-ido...

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Havia um concerto naquela mulher miudinha. Ela dava aos fregueses de seu trabalho artesanal sorriso quase constante. A risonha meio-idosa, simplicidade das flores de prado, trabalhava a criação de universo de arames retorcidos, panelas pintadas, toalhas de mesa bordadas.