A casa da minha infância tinha muitas janelas, por elas eu fugia para o mundo e me sentia livre como um passarinho. A casa da minha infância ficava numa rua enladeirada, quando chovia a água escorria no meio fio, colocava barquinhos de papel e navegava por muitos mares.
A casa da minha infância A casa da minha infância tinha muitas janelas, por elas eu fugia para o mundo e me sentia livre como...
A casa da minha infância
A casa da minha infância tinha muitas janelas, por elas eu fugia para o mundo e me sentia livre como um passarinho. A casa da minha infância ficava numa rua enladeirada, quando chovia a água escorria no meio fio, colocava barquinhos de papel e navegava por muitos mares.
Segismundo Spina, no livro Episódios que a vida não apaga (São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 1999, p. 149) afirma que o “Aurélio não tin...
Houaiss, um dicionário ruim
Augusto dos Anjos, sabe-se, morou na capital paraibana, então chamada de Paraíba, no período que vai de 1908 (ano da morte de Mach...
Augusto e Milton passeiam juntos pela Rua Direita
Enrolando os sonhos com as mãos Papel de presente da papelaria da esquina Na caixa embalo sonhos Lembranças que esc...
Enrolando os sonhos com as mãos
Papel de presente da papelaria da esquina Na caixa embalo sonhos Lembranças que escolhi a dedo Presentes de loja Nem sempre cabem no bolso Estico números Que sirvam no cartão de débito Debruço no papel meus olhos Grato coração O tempo da prece sentida A palavra com que reconheço a cada ser único que amo Todos com nomes próprios Partes vivas do enredo
Datam de três ou quatro anos minhas limitações de viagem. Não falo das que alvoroçavam o ânimo de algumas boas e antigas amizades com...
Pequenas viagens de fortes lembranças
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O nada
No Brasil, a Roda dos Expostos foi proibida a partir do Código de Menores de 1927 em seu artigo 15: “A admissão dos expostos à assi...
A Roda dos Expostos
Tive a oportunidade de ver uma em um antigo convento em Igarassu, Pernambuco. Fiquei girando curiosa para ver realmente se a identidade das pessoas poderia
O glorioso São José Esporte Clube, já foi no passado o Esporte Clube São José. Agremiação fundada em São José dos Campos no distante 19...
O crepúsculo
A maior liberdade a que me permito é não me sentir obrigada a satisfazer expectativas alheias.
Aprendi a silenciar
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Paixão à primeira leitura
Todos sabemos muito bem que, do que se veicula na internet, nem tudo se aproveita. Aleatoriamente, há alguns dias, passei o olho em ...
Canícula e Intuição
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Há um trecho de um poema de Cora Coralina que diz assim: “Ajuntei todas as pedras Que vieram sobre mim Levantei uma escada muito al...
Entre pedras e livros, a Festa Literária de Paraty
Os versos falam sobre transformar as dificuldades em algo positivo; sonhar e buscar realizar esse sonho. Pensar assim é ter coragem de enfrentar os percalços da vida, como ela fez, produzindo doces para sobreviver, mas realizando seu sonho de escritora, ao colar, nos saquinhos de papel que serviam de embalagem, seus poemas encantadores.
Ousadia foi a palavra que me veio à cabeça, ao me meter na aventura de ir a Paraty conhecer a festa literária mais importante do Brasil. Participar desse evento era um desejo antigo a que me dei o luxo de realizar.
A gente não se engana e sabe que é um evento grandioso voltado para o mundo mercadológico editorial. Lá parece que tudo gira mais em torno de quem escreve do que de quem lê. É um filão a ser explorado, pois quem não quer ser reconhecido pela arte literária que produz? Todo artista quer se mostrar e se exibir. Poucos são os que estão ali que não tenham pelo menos um livrinho publicado ou um texto em alguma antologia.
Porém, há a possibilidade de ver e de ouvir escritores que admiramos e trocar experiências num ambiente cuja maioria gosta e respira literatura. Andar pelas ruas de pedras irregulares e ver a luta de tanta gente buscando sair do anonimato são um capítulo à parte.
Há atividade para tudo quanto é gosto. Da programação oficial, formatada em 20 mesas temáticas, que acontecem numa tenda-auditório climatizada, com reprodução das falas num ambiente com telão que fica ao lado (esse sem ar-condicionado, mas pelo menos com acesso gratuito), até a programação de inúmeros outros espaços privados a que chamam de casas, com suas peculiaridades e que competem entre si pelos ávidos participantes itinerantes, que vão de uma a outra, em busca de novidades.
Encontramos muitos lugares alternativos em meio a um areal (único local plano, mas cheio de lama), ao lado do rio que corta aquele pedaço da cidade histórica, feita de pedras desiguais e escorregadias, em que até quem tem nariz empinado precisa andar olhando onde pisa, sob pena de escorregar e ir ao chão da dura realidade.
No entanto, gostei muito da experiência. Ter o nome na programação oficial, através da participação em uma casa parceira, poder lançar um livro na FLIP e estar em uma coletânea de textos de autoria feminina encheram-me de orgulho. Fiz questão de marcar presença e colocar à venda, numa mesinha branca, forrada com toalha preta, meus três livros de poesia. E as pessoas, curiosas, paravam, folheavam, perguntavam de mim e alguns até compravam.
Além da mesa 19, cujo tema foi “Só então pude falar”, composta pelo escritor mais lido do momento, Itamar Vieira Júnior, Miriam Espodito e a simpática Glicéria Tupinambá, vi, com muito apreço, a mesa 15, que trouxe falas sobre o artista em destaque, Augusto de Campos, vivinho da silva, com seus 92 anos, um gênio do que ouso chamar, com todo respeito que merece, de poeta do virtual, visual e sinestésico, reverenciado por André Vallas, Ricardo Aleixo e Simone Homem de Melo.
No mais, não nos esqueçamos dos perrengues, como um calor infernal, um apagão em toda a cidade, no segundo dia do evento, cheia de mosquitos que picavam para valer, chuva de vez em quando e as filas quilométricas até para conseguir um pequeno espaço do lado de fora, perto da janela, para ouvir alguma celebridade literária ou para pegar um autógrafo do autor do livro mais vendido.
A experiência foi boa. É preciso vivê-la, se você escreve e gosta de literatura. Juntar pedras e construir com elas escadas é ainda o que mais precisamos aprender a fazer. Se voltarei lá um dia? Quem sabe? Talvez. Por que não?
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