A casa da minha infância A casa da minha infância tinha muitas janelas, por elas eu fugia para o mundo e me sentia livre como...

A casa da minha infância
A casa da minha infância tinha muitas janelas, por elas eu fugia para o mundo e me sentia livre como um passarinho. A casa da minha infância ficava numa rua enladeirada, quando chovia a água escorria no meio fio, colocava barquinhos de papel e navegava por muitos mares.

Segismundo Spina, no livro Episódios que a vida não apaga (São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 1999, p. 149) afirma que o “Aurélio não tin...

dicionario lingua portuguesa
Segismundo Spina, no livro Episódios que a vida não apaga (São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 1999, p. 149) afirma que o “Aurélio não tinha, como não tiveram os próprios dicionaristas Cândido de Figueiredo e Laudelino Freire, estofo filológico para um trabalho sério, no campo da lexicografia”. Também não têm estofo os responsáveis pelos verbetes do Dicionário Houaiss. Eis, numa análise rápida, algumas inadequações que revelam ou a pressa ou a incompetência dos que elaboraram o léxico do Houaiss. Consulto o CD de 2009, da ed. Objetiva.

Augusto dos Anjos, sabe-se, morou na capital paraibana, então chamada de Paraíba, no período que vai de 1908 (ano da morte de Mach...

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Augusto dos Anjos, sabe-se, morou na capital paraibana, então chamada de Paraíba, no período que vai de 1908 (ano da morte de Machado de Assis) a 1910. A rigor, não teve uma casa para chamar de sua, tantas foram as suas moradas, principalmente na Rua Direita (atual Duque de Caxias). Como bem disse José Américo em célebre palestra, o poeta estava sempre “pulando de uma casa para outra, nas ruas da Capital”, o que certamente retratava a instabilidade financeira,
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Faculdade de Direito (Recife) Caio Fernandez
profissional e pessoal do homem triste que não logrou fixar-se em nossa aldeia, a despeito de ter tudo para isso: um berço senhorial (não importa se decadente), um diploma de bacharel em Direito pela prestigiosa Faculdade do Recife, inteligência e talento mais que provados nas páginas dos jornais da época. Às vezes penso que tudo tinha de ser assim – difícil - para ele, para que do sofrimento e das dificuldades pudesse brotar o Eu, sua obra única e imortal. Quem sabe, tivesse tido ele sucesso na província, bom emprego, bom salário, reconhecimento e prestígio social, tivesse se perdido para as letras – as altas letras, diga-se -, como tantos valores costumam se perder na volúpia das facilidades e na preguiçosa acomodação da bonança. A felicidade, que eu saiba, nunca gerou grande arte. Não sei a razão, mas é assim. E talvez foi por isso que alguém já escreveu que “só os idiotas são felizes”. Será?

      Enrolando os sonhos com as mãos Papel de presente da papelaria da esquina Na caixa embalo sonhos Lembranças que esc...

 
 
 
Enrolando os sonhos com as mãos
Papel de presente da papelaria da esquina Na caixa embalo sonhos Lembranças que escolhi a dedo Presentes de loja Nem sempre cabem no bolso Estico números Que sirvam no cartão de débito Debruço no papel meus olhos Grato coração O tempo da prece sentida A palavra com que reconheço a cada ser único que amo Todos com nomes próprios Partes vivas do enredo

Datam de três ou quatro anos minhas limitações de viagem. Não falo das que alvoroçavam o ânimo de algumas boas e antigas amizades com...

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Datam de três ou quatro anos minhas limitações de viagem. Não falo das que alvoroçavam o ânimo de algumas boas e antigas amizades como Arnaldo Tavares, Carlos Roberto de Oliveira, Luiz Augusto Crispim ou Franciraldo Loureiro, para quem todos os batentes, dentro ou fora do país, não passavam de domésticos.

Em sentido comum, a palavra "nada" se refere à ausência de algo, à inexistência ou ao vazio. Em termos científicos, o mais p...

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Em sentido comum, a palavra "nada" se refere à ausência de algo, à inexistência ou ao vazio. Em termos científicos, o mais próximo de tal ideia seria o vácuo no espaço, que consiste num ambiente que contém pouca ou nenhuma matéria, mas que, numa perspectiva mais acurada, está longe de ser realmente “nada”, devido à presença de campos quânticos. Na física e na cosmologia, a ideia do "nada" não se alinha com a ausência total de algo, pois, em escala subatômica, o vácuo quântico é um estado cheio de atividade. Na matemática, o mais próximo da ideia de "nada" são o zero e o conjunto vazio, dois conceitos fundamentais nas operações aritméticas e na teoria dos conjuntos, respectivamente.

No Brasil, a Roda dos Expostos foi proibida a partir do Código de Menores de 1927 em seu artigo 15: “A admissão dos expostos à assi...

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No Brasil, a Roda dos Expostos foi proibida a partir do Código de Menores de 1927 em seu artigo 15:

“A admissão dos expostos à assistência se fará por consignação directa, excluido o systema das rodas”.

Tive a oportunidade de ver uma em um antigo convento em Igarassu, Pernambuco. Fiquei girando curiosa para ver realmente se a identidade das pessoas poderia

O glorioso São José Esporte Clube, já foi no passado o Esporte Clube São José. Agremiação fundada em São José dos Campos no distante 19...

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O glorioso São José Esporte Clube, já foi no passado o Esporte Clube São José. Agremiação fundada em São José dos Campos no distante 1933. Em sua primeira versão, o ECSJ, tinha sua sede social na rua XV de Novembro e seu estádio na Rua Antônio Saes, arquibancada de madeira e capacidade para algo próximo de 5 000 espectadores, contando é claro, com a geral, separada do gramado por um alambrado. Este setor, mais popular, ficava na outra lateral, lado oposto das arquibancadas e ainda com uma parte atrás de uma das duas traves onde se posicionam os goleiros durante uma contenda.

A maior liberdade a que me permito é não me sentir obrigada a satisfazer expectativas alheias.

A maior liberdade a que me permito é não me sentir obrigada a satisfazer expectativas alheias.

Inteiramente fascinada, encantada, maravilhada com a narrativa profundamente humana de Annie Ernaux, concluí a leitura de PAIXÃO SIMPL...

annie ernaux paixao
Inteiramente fascinada, encantada, maravilhada com a narrativa profundamente humana de Annie Ernaux, concluí a leitura de PAIXÃO SIMPLES, uma obra de pouco mais de cinquenta páginas, intimista e introspectiva, espécie de inventário da paixão intensa e proibida experimentada pela autora por um homem chamado A.

Todos sabemos muito bem que, do que se veicula na internet, nem tudo se aproveita. Aleatoriamente, há alguns dias, passei o olho em ...

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Todos sabemos muito bem que, do que se veicula na internet, nem tudo se aproveita. Aleatoriamente, há alguns dias, passei o olho em duas postagens no Instagram, a primeira era uma aula de língua portuguesa; a segunda, uma utilização da etimologia, para fundamentar um argumento.

Nas aulas de língua portuguesa, pela internet, já tive a oportunidade de observar vários absurdos, dentre eles tecnicismos que não interessam a quem está fazendo segundo grau ou a quem vai prestar concurso que não seja para a área de língua ou de linguística.

Há um trecho de um poema de Cora Coralina que diz assim: “Ajuntei todas as pedras Que vieram sobre mim Levantei uma escada muito al...

Há um trecho de um poema de Cora Coralina que diz assim:

“Ajuntei todas as pedras Que vieram sobre mim Levantei uma escada muito alta E no alto subi Teci um tapete floreado E no sonho me perdi”

Os versos falam sobre transformar as dificuldades em algo positivo; sonhar e buscar realizar esse sonho. Pensar assim é ter coragem de enfrentar os percalços da vida, como ela fez, produzindo doces para sobreviver, mas realizando seu sonho de escritora, ao colar, nos saquinhos de papel que serviam de embalagem, seus poemas encantadores.

Ousadia foi a palavra que me veio à cabeça, ao me meter na aventura de ir a Paraty conhecer a festa literária mais importante do Brasil. Participar desse evento era um desejo antigo a que me dei o luxo de realizar. 

Feira Literária Internacional de Paraty (RJ) Marineuma Oliveira
A gente não se engana e sabe que é um evento grandioso voltado para o mundo mercadológico editorial. Lá parece que tudo gira mais em torno de quem escreve do que de quem lê. É um filão a ser explorado, pois quem não quer ser reconhecido pela arte literária que produz? Todo artista quer se mostrar e se exibir. Poucos são os que estão ali que não tenham pelo menos um livrinho publicado ou um texto em alguma antologia.

Marineuma Oliveira
Porém, há a possibilidade de ver e de ouvir escritores que admiramos e trocar experiências num ambiente cuja maioria gosta e respira literatura. Andar pelas ruas de pedras irregulares e ver a luta de tanta gente buscando sair do anonimato são um capítulo à parte. 

Há atividade para tudo quanto é gosto. Da programação oficial, formatada em 20 mesas temáticas, que acontecem numa tenda-auditório climatizada, com reprodução das falas num ambiente com telão que fica ao lado (esse sem ar-condicionado, mas pelo menos com acesso gratuito), até a programação de inúmeros outros espaços privados a que chamam de casas, com suas peculiaridades e que competem entre si pelos ávidos participantes itinerantes, que vão de uma a outra, em busca de novidades. 

Encontramos muitos lugares alternativos em meio a um areal (único local plano, mas cheio de lama), ao lado do rio que corta aquele pedaço da cidade histórica, feita de pedras desiguais e escorregadias, em que até quem tem nariz empinado precisa andar olhando onde pisa, sob pena de escorregar e ir ao chão da dura realidade.

Feira Literária Internacional de Paraty (RJ) Marineuma Oliveira
E vamos encontrando pelas ruas camelôs de livros, dividindo o passeio com vendedores de pipoca, salgadinhos, doces, churros e até milho verde cozido! E há os restaurantes caros, cafés, bistrôs, onde acontecem saraus e leituras de textos os mais diversos. Mas não se engane: tudo é muito caro e nem sempre bom. Houve dia em que faltou água e café, acreditem, numa cafeteria.

No entanto, gostei muito da experiência. Ter o nome na programação oficial, através da participação em uma casa parceira, poder lançar um livro na FLIP e estar em uma coletânea de textos de autoria feminina encheram-me de orgulho. Fiz questão de marcar presença e colocar à venda, numa mesinha branca, forrada com toalha preta, meus três livros de poesia. E as pessoas, curiosas, paravam, folheavam, perguntavam de mim e alguns até compravam. 

Feira Literária Internacional de Paraty (RJ) Marineuma Oliveira
Das mesas oficiais, assisti a três no espaço pago. Eu queria sentir todos os lugares dali. Na mesa de abertura, David Jackson e Adriana Armony falaram sobre Patrícia Galvão, Pagu, a pessoa homenageada do evento. Logo após, veio o show de Adriana Calcanhoto. 

Além da mesa 19, cujo tema foi “Só então pude falar”, composta pelo escritor mais lido do momento, Itamar Vieira Júnior, Miriam Espodito e a simpática Glicéria Tupinambá, vi, com muito apreço, a mesa 15, que trouxe falas sobre o artista em destaque, Augusto de Campos, vivinho da silva, com seus 92 anos, um gênio do que ouso chamar, com todo respeito que merece, de poeta do virtual, visual e sinestésico, reverenciado por André Vallas, Ricardo Aleixo e Simone Homem de Melo.

Feira Literária Internacional de Paraty (RJ)Flip
No mais, não nos esqueçamos dos perrengues, como um calor infernal, um apagão em toda a cidade, no segundo dia do evento, cheia de mosquitos que picavam para valer, chuva de vez em quando e as filas quilométricas até para conseguir um pequeno espaço do lado de fora, perto da janela, para ouvir alguma celebridade literária ou para pegar um autógrafo do autor do livro mais vendido. 

A experiência foi boa. É preciso vivê-la, se você escreve e gosta de literatura. Juntar pedras e construir com elas escadas é ainda o que mais precisamos aprender a fazer. Se voltarei lá um dia? Quem sabe? Talvez. Por que não?

Preciso parar com essa mania de revisitar as biografias dos meus ídolos. Mais uma vez me surpreendo com a quantidade de informações fal...

santos dumont aviacao relogio
Preciso parar com essa mania de revisitar as biografias dos meus ídolos. Mais uma vez me surpreendo com a quantidade de informações falsas ou ao menos muito duvidosas que nos dão nas escolas. Até agora eu tinha Santos Dumont como o pai da aviação e não se falava mais nisso. Era uma das referências do Brasil.

Na sociedade atual, globalizada, sob o domínio das tecnologias da comunicação, o cidadão comum é assediado pelos meios galopantes da s...

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Na sociedade atual, globalizada, sob o domínio das tecnologias da comunicação, o cidadão comum é assediado pelos meios galopantes da supracitada. O profissional médico também pode e deve obter proveito desses avanços tecnológicos e dessas novas fontes de informações em função de sua prática.

Não costumo buscar senha para atendimento “preferencial” em bancos nem nas Casas da Cidadania que os Poderes Públicos instalam, des...

Não costumo buscar senha para atendimento “preferencial” em bancos nem nas Casas da Cidadania que os Poderes Públicos instalam, desde 2001, para tratos que vão do emplacamento do carro ao título de eleitor. Refiro-me ao ambiente único onde prestam serviços individuais ao distinto público os governos federal, estadual e municipal, além dos cartórios e das concessionárias de telefone, água e luz.

O nome do livro submetido aos leitores junta uma expressão de José Américo de Almeida (1887/1980) a um enunciado de Milton Ma...

augusto anjos joao pessoa centro historico
O nome do livro submetido aos leitores junta uma expressão de José Américo de Almeida (1887/1980) a um enunciado de Milton Marques Junior. A expressão consta da conferência pronunciada pelo saudoso escritor e homem público, natural do Município de Areia, no evento comemorativo do cinquentenário do nascimento do poeta Augusto dos Anjos3 , em 1934. Milton a reuniu ao enunciado explicativo do propósito de sua obra.