C onheci, na minha infância, uma senhora que assobiava que era uma beleza. Dir-se-ia que assobiava “como um homem”. Ela se chamava,...


Conheci, na minha infância, uma senhora que assobiava que era uma beleza. Dir-se-ia que assobiava “como um homem”. Ela se chamava, se não me engano, Maria Caçador. Era forte, sempre muito alegre, e, vez por outra, haja assobio.
O assobio, como o sorriso, é uma excelente terapia. Quem assobia está de bem com a vida. Eu gosto muito de assobiar. Vez por outra ensaio alguns temas do primeiro movimento da Sinfonia Pastoral, de Beethoven, o começo da Sinfonia nº 8 de Bruckner, ou Concerto para Violino e Orquestra de Subelius
E, aqui para nós, modéstia à parte, sou bom de assobio. Agora mesmo estou me lembrando de um capitão, no tempo em que eu estava no Exército. Não estou me lembrando de seu nome, só sei que o homem assobiava a todo instante. Assobiava como respirava. E que simpatia de homem. Sempre de bom humor. Nada de cara dura.
Mas, deixemos o capitão com o seu assobio, a sua simpatia e seu constante bom humor e voltemos à crônica.
Na minha família houve pouco assobio. Minha mãe, vez por outra, até que ensaiava um. Lembrar que ela, quando solteira, tocava flauta, e seu pai era clarinetista. Eu tive a quem puxar. Meu pai, de música só cantarolava o Hino Nacional, ou a modinha chamada Jardineira. Se bem que era louco pela serenata Rimpianto, de Toselli.
A verdade é que o assobio é uma excelente terapia. Não sei se algum desembargador assobia, antes de vestir a severa toga, se um Ministro ou se o Papa já assobiou amenizando, assim, o austero ambiente do Vaticano. E me vem agora a indagação: quem assobia mais, o homem ou a mulher?
Não gosto daquele assobio meio moleque das salas de concerto, porquanto a palma é um modo mais discreto e distinto de aplaudir. Mas, nas salas de concerto daqui... Lembrar que assobio é mesmo que vaia. Por que, então, vaiar um artista?
Hitler não sorria, muito menos assobiava, creio. Acho que Stalin a mesma coisa. Quem assobia deve estar sempre de bem com a vida. As crianças, em geral, não assobiam, já repararam? Os adolescentes, sim, mas já os velhos, muito pouco.
Assobiemos, a vida se torna mais alegre, mais descontraída! Maria Caçador passou a vida assobiando e todo mundo gostava dela.

A h, essa chuva que me chega agora, pois o sol, faz tempo, não queria deixá-la vir. A gente espiava pra cima, e nada de nuvem. Só s...


Ah, essa chuva que me chega agora, pois o sol, faz tempo, não queria deixá-la vir. A gente espiava pra cima, e nada de nuvem. Só sol. Sol de queimar a pele, de fazer calor, de secar as plantas, matar o gado. E minha Alaurinda escondendo a pele, que não foi feita para o calor. Violinista, ela de sol só suporta o da pauta, nas suas partituras.
E o sertanejo, com os olhos pra cima, pedindo a Deus água, muita água, que tudo está seco. Açudes virando poças... E tanta gente sem um pingo (já que estamos falando em água) para matar a sede.
Mas agora pela manhã choveu. Para que tanta lamentação, cronista? É verdade. Tudo passa, tudo vai, tudo volta, tudo se transforma, tudo se renova, tudo renasce. As lágrimas viram sorrisos, esta é a grande didática da vida. Para isso precisamos de muita compreensão. E compreender é saber as causas, é se colocar no lugar do outro. Portanto, nunca julgue. Esta a maior lição da vida.
A chuva estava molhando as plantas do nosso jardim. Será que ela apareceu atendendo ao cronista, que está ansioso para ver o céu cinzento, o chão úmido, o cheiro de terra molhada no ar, e basta de egoísmo solar.
A verdade é que Tudo passa mesmo na vida, tudo termina em saudade. A saudade é o passado que volta.
E com a chuva descendo, com a chuva molhando, eu sai para ver a sua chegada, aqui em Tambaú, e fui bater no planalto do Cabo Branco. Como está bonito aquilo! Estação Ciência, a mão do homem e a mão de Deus se encontrando. E como é bonito avistar as enseadas do Cabo Branco e Tambaú tomando banho de chuva. E a estátua de Iemanjá, a Rainha do Mar, toda vestida de azul, entre coqueiros. Acho que ela ficou muito escondida. Vamos irmãos umbandistas, descobrir aquela para quem se jogam flores no mar. Jogar flores no mar... Haverá coisa mais poética, mais bonita?
Volto à casa e vejo, novamente, o sol iluminando. A chuva foi de novo embora. Chuva de verão. Mas tudo passa. Nada se eterniza, exceto a saudade...

A Alice, a que me refiro, aqui, não é aquela do best-seller do escritor inglês Lewis Carroll, “Alice no país das maravilhas”, cuja...


A Alice, a que me refiro, aqui, não é aquela do best-seller do escritor inglês Lewis Carroll, “Alice no país das maravilhas”, cuja leitura tem encantado as crianças do mundo inteiro. A nossa Alice – Maria Alice de Carvalho –, (a primeira à esquerda, na foto)  é daqui mesmo. Nasceu na bucólica e fria Bananeiras, onde viveu grande parte de sua vida, ensinou e fez muitos amigos.
E tudo ia muito bem, quando ela achou de mudar de religião. Tornou-se espírita, fato que não agradou muito ao padre de lá. Mas Alice, menina muito firme e teimosa, achou até de polemizar com o sacerdote. Fundou um centro espírita, fez palestras, promoveu obras de beneficência. Mas, o que será que fez a menina se tornar espírita? A resposta está no livro que ela acaba de lançar, em concorrida tarde na Federação Espírita Paraibana, sob o título “Meu encontro com Deus”, e que tive a honra de apresentá-lo. Encontrar-se com Deus... que maravilha!
O mundo de nossa escritora foi um mundo de muitas incompreensões. Mas ela soube conviver com toda ignorância e o preconceito de que foi vítima. Aprofundou-se no estudo da Doutrina, começando pelo “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.
Médium, ela convivia com os espíritos, evoluídos ou não. E chegou até a ouvir um conselho de uma entidade para deixar o fumo. Eis o que ela disse: “Um dia, após o almoço, ao afastar-me para fumar no terraço de minha casa, sozinha, materialmente falando, ouvi perfeitamente alguém próximo ao meu ouvido dizer: “Se você continuar a fumar terá um câncer de garganta”. Parei, ouvi, olhei para os lados, e joguei o cigarro e a carteira no cesto de lixo da sala. A partir daquela hora, nunca mais fumei, nem bebi. Com toda certeza, aquela voz era de um espírito amigo, um benfeitor”.
A verdade é que essa “Alice do país dos espíritos” escreveu um livro, fruto de uma longa e frutífera experiência, e que nos induz a sérias reflexões. Ninguém sai de seu livro como entrou. Com o seu divino encontro, a menina faz o leitor pensar. E para quem gosta de pensaer, vai esta informação: O livro de Maria Alice está à venda na livraria da Federação Espírita Paraibana, ali na rua Bento da Gama.

S ensibilizado e muito honrado, eis que, para minha agradável surpresa, encontro na caixa postal de nossa casa, o novo livro, atenc...


Sensibilizado e muito honrado, eis que, para minha agradável surpresa, encontro na caixa postal de nossa casa, o novo livro, atenciosamente autografado, do jornalista, compositor e escritor Walter Galvão, cujo título me intrigou.
Afinal o que vem a ser Silabário? Evidente que a palavra vem de sílaba, que nada mais é do que um tijolo na construção da frase. Mas, segundo buscas mais apuradas, entendemos que silabário pode ser cartilha, que, no caso de Galvão, é uma “cartilha” de poesia em prosa.
O livro, a princípio, me assustou, mas depois fui tentando decifrá-lo. Sim, o livro não pede uma exegese, mas uma decifração. Não é uma leitura fácil. Inteligência, perspicácia, humor e cultura ressaltam de seu rico texto. O grande crítico Agripino Grieco, referindo-se ao cronista Genolino Amado, costumava dizer que ele era “inteligente de fazer medo”. E a frase agora me lembra Galvão.
Mas vamos ao livro Silabário. É uma coleção de poemas, que nos levam a muitas reflexões. De seu texto emergem frases de uma perspicácia admirável como estas: “O orgasmo é a geometria abstrata dos ângulos de prazer concreto”. Outra: “A tristeza não é solúvel na água”; “A nostalgia é a saudade com preguiça”; Por fim, como amostra do senso de humor do autor, este texto: “Se Deus fosse mulher, as noites teriam sabores, os dias teriam mais fé. Um mundo com outras cores. Mas será que Ele não é?”
Muitas de suas reflexões são tocadas de um certo ceticismo. Galvão é dotado de uma extraordinária e apurada observação. Um homem que sabe pensar e é dono de uma forte personalidade. Daí, vez por outra, se esconder nas palavras. Nos seus “poemas-reflexões”.
“Silabário” é um livro que nos obriga a pensar. Ao lê-lo, vez por outra, somos inclinados a parar. Fazer uma pausa para refletir, pois, em poucas palavras o autor quer nos dizer muita coisa.
Gostaria de terminar este meu texto com esta bela confissão do autor: “Ouvi um sussurro de eternidade neste exato instante, o som de todos os tempos num só cântico, uma balada contra o esquecimento”. Isto, meu caro leitor, é poesia em alto estilo!  

Em certos projetos, como pôsteres e logotipos, às vezes cai bem o uso de uma fonte robusta, no estilo da tão conhecida impact .


Em certos projetos, como pôsteres e logotipos, às vezes cai bem o uso de uma fonte robusta, no estilo da tão conhecida impact.

L uz, mais luz ! Assim pediu Goethe , já perto de deixar este mundo. Ora, luz lembra o sol. Decerto, na sua terra gelada, naquele momento de...





Luz, mais luz ! Assim pediu Goethe, já perto de deixar este mundo. Ora, luz lembra o sol. Decerto, na sua terra gelada, naquele momento de despedida deste mundo, dominava o frio de um rigoroso inverno.
Andei, agora mesmo, puxando da prateleira, ao acaso, dois livros para reler, e os que me caem às mãos são: “A Parahyba e seus problemas”, do nosso José Américo e “Caminhos cheios de sol”, de Perillo Doliveira, ambos merecendo uma reedição.
Enquanto Perillo entoa um hino ao sol, José Américo, no seu livro, entre outros problemas, cita o problema da seca, que continua castigando o nosso sertão. Pelo tempo que persiste, até parece que se trata de um caso sem solução. É triste ver, nas fotos dos jornais o gado esquálido, morrendo de sede, os açudes secando, o sertão se acabando. Bem disse o nosso Euclides da Cunha que o sertanejo é antes de tudo um forte. Sim, apesar da seca, que o ameaça, há muitos anos, ele não arreda o pé de sua terra, que virou brasa.
E, aqui para nós, falaram tanto na possibilidade de trazer as àguas do São Francisco para minorar a seca nordestina, e pronto. Silencio absoluto.
Mas o de que mais admiro é a resistência do sertanejo. O diabo é que eu gosto muito de sol, de luz, de calor. Gosto de sol e gosto do mar. Daí eu achar lindo o nome Solemar, de um certo estabelecimento que não lembro qual é...
Apesar de nascer num lugar frio como o de Alagoa Nova, sou um apaixonado pelo sol. E a chuva, cronista? Sim, também gosto muito dela. Ler com chuva, dormir com chuva, refletir e sonhar com chuva também é belo. No entanto, na minha infância, minha mãe estava sempre dizendo: ”Saia da chuva, menino”. Ela nunca disse: “saia do sol”. O sol nos leva ao divertimento, a chuva à introspecção. Meu médico, outro dia, me recomendou: “você precisa tomar banho de sol” Ora, banho lembra água. Minha Alaurinda já disse, como violinista, que só suporta o sol da pauta. O outro sol ela só aguenta com muito creme no rosto.
Mas deixem-me me deliciar com este “Caminho cheio de sol”, do nosso Perillo. Pois, o bom mesmo foi o banho de sol que tomei, aqui no jardim. 

N ão tenho raiva, tenho é pena das pessoas que não sorriem. O sorriso é sintoma de solidariedade, de saúde, de alegria. O velho Rab...


Não tenho raiva, tenho é pena das pessoas que não sorriem. O sorriso é sintoma de solidariedade, de saúde, de alegria. O velho Rabelais dizia que o riso é próprio do homem. E disse bem. Nunca se viu um animal sorrir, a não ser o cachorro através do balanço de sua cauda. A hiena, segundo contam, ri quando está às vésperas de morrer.
Mas, vamos ao homem. Muitos deles preferem a carranca. Vivem de cara amarrada. Só riem quando escovam os dentes ou quando viram caveira. Sim, leitor, nunca se viu uma caveira séria. Dir-se-ia que é ela quem realmente sorri por último...
Mas vamos ao sorriso, que é uma espécie de luz no rosto. Lembrar que o sorriso mais bonito é o do renascido. As crianças novinhas sorriem muito, apesar de serem banguelas.
Mas é preciso lembrar que o sorriso não é apenas um abrir de dentes. Você pode sorrir através dos olhos, da expressão do rosto. E isto faz lembrar Jesus, a quem se diz que nunca sorriu. Será que foi de cara amarrada que ele disse “olhai os lírios do campo!”? Duvido. Mais ainda: que dizer daquele convite que ele fez às criancinhas: vinde a mim as criancinhas porque delas é o reino dos céus”?
Voltando a Rabelais, ele disse que o sorriso é próprio do homem. Discordo, em parte. Na Natureza tudo é sorriso. Sorriem as flores, sorri o sol, sorri a luz, sorri o mar seu sorriso de espumas, sorri o bem-te-vi, alegrando as manhãs. Só os amargos, os doentes, os ressentidos, os que não amam é que fecham a janela do rosto. Lembre que você pode sorrir sem necessidade de abrir os dentes.
Abro a coluna de Abelardo e vejo muita gente sorrindo, de bom astral. Lá, somente um outro está de rosto fechado. Até na seção dos que já morreram, o obituário, vejo gente sorrindo nas fotos...
Sorriso, repito, é bondade, é sabedoria, é consciência tranquila, é amor. Um coração cheio de ódio, inveja, orgulho e ressentimentos só pode se expressar na carranca.
E há quem sorri até no sofrimento, até no leito de hospital, o que é admirável. As cidades também riem. Não Londres, não Berlim, mas Paris, a “cidade luz,” que acabamos de rever.

P ois é, a chuva traz a água, e o sol a luz. Eis aí duas coisas sem as quais, não haverá vida. Tanto é assim que quando os pesquisa...


Pois é, a chuva traz a água, e o sol a luz. Eis aí duas coisas sem as quais, não haverá vida. Tanto é assim que quando os pesquisadores descobrem um planeta, a primeira coisa que procuram é saber se há nele a presença ou resquícios de água. Na lua, infelizmente, ao que informaram os astronautas, não há água. Que pena...
Mas prossigamos na crônica, sem esquecer que acabo de tomar uma gostosa água de coco e de saborear sua laminha. Ah, como somos ricos de coqueirais! Lá fora, na velha Europa, não existem coqueirais. Pelo menos nunca me chegou à boca uma aguinha de coco, nas minha andanças pelo Velho Mundo.
Olho para o céu e o vejo limpo de nuvens. E haja calor, haja suor, que é a única água que não mata a sede. No sertão nem se fala, com seus açudes secando, os animais morrendo. Deve ser horrível morrer de sede. Em sua anunciada vinda por aqui, o nosso governador Ricardo deve insistir pra que a presidente Dilma vá ao sertão ver de perto aquela calamidade, tão antiga e sem solução.
Mas o sol sabe apenas dar luz, foi criado para isso. E nós precisamos e desejamos os dois, luz e água. A água que mata a nossa sede e lava o nosso corpo. Quando estamos no ventre materno, é grande a escuridão, mas não falta uma bolsa d'água...
O danado é que a chuva, apesar de ser necessária, quando chega em excesso a gente reclama, e haja guarda-chuvas e sombrinhas se abrindo... Mesmo que não seja em excesso, costumamos falar contra a chuva. Chamar-lhe de “mau tempo”. Dizer que ela traz a gripe, molha a nossa roupa.
Mas, aqui para nós, precisamos fazer uma conclamação pública rogando ao Todo Poderoso que venha chuva, muita chuva, pois o calor está abrasador. Minha Alaurinda chega chorar, com saudade da Noruega, da Finlândia.
E as águas do São Francisco passando tão perto de nós, e nada de se desviarem pra cá...
Queremos água e luz. Luz do sol e água da chuva, sem os quais não há vida. E deixe-me tomar outra água de coco e depois um café bem quentinho, graças à minha adorável Alaurinda.  

P ois é, não são somente os cá de baixo que caem. Os de lá de cima, também. Refiro-me a um desembargador amigo, que já não está mais no exer...

Pois é, não são somente os cá de baixo que caem. Os de lá de cima, também. Refiro-me a um desembargador amigo, que já não está mais no exercício da toga, que ele exerceu com tanta dignidade, integridade, com tanto empenho, e com tanta humildade. Sim, ele nunca se orgulhou do cargo. Sempre foi discreto e reservado.
Mas vamos à crônica, que o nosso desembargador subiu e caiu, mas não houve nada de grave. Não se machucou, não quebrou uma perna, apenas machucou o ombro. Quem me contou o fato foi sua esposa. Esposa não, anjo de guarda. Ele e ela formam um casal admirável. Temperamentos díspares mas que souberam se afinar, se harmonizar, aparar as arestas, pois onde há o amor, há a compreensão, e onde há compreensão, há paz.
O meu desembargador e amigo, amigo e mestre, caiu da escada que pôs na estante onde ia em busca de um livro, certamente, para pesquisa, porquanto ele é escritor com livros já publicados.
A mulher é o seu anjo de guarda, mas nem sempre os anjos da guarda estão sem nada a fazer. O desembargador vive, hoje, a maioria de seu tempo, lendo, refletindo e escrevendo. Caiu de sua estante, em sua casa, o lugar onde ele passa a maior parte do tempo. Mas, quem está livre de uma queda, notadamente, os mais vividos? Na vida a gente, vez por outra, desliza, dá uma topada ou uma escorregadela. E eu tenho muito medo de cair, pois, por conta da minha coluna, não esta aqui do Correio da Paraíba, mas a que sustenta o meu corpo, que sofreu uma cirurgia de estenose lombar, devo ter ainda mais cuidado com queda.
O nosso desembargador, fiel ao ditado “boa romaria faz, quem em casa está em paz”, quase não sai de casa, a não ser para curtir a sua granja, onde chega a plantar, respirar bom ar, caminhar e saudar a vida.
Mas fiquemos por aqui, pois já é tempo de matar a curiosidade do leitor. O desembargador é o meu dileto amigo Onildo Farias, e sua cara-metade é Terezinha, esposa e anjo de guarda, que, desta vez, não pôde impedir que seu protegido caísse, felizmente sem mais graves conseqüências.
Agora, cá pra nós, me ficou esta curiosidade: que livro terá sido esse que ele buscou com tanto apetite?...

A bro o jornal e leio muitas noticias, boas e más. Mas, o que esperar da vida e dos homens, senão coisas boas e coisas más? Quase p...


Abro o jornal e leio muitas noticias, boas e más. Mas, o que esperar da vida e dos homens, senão coisas boas e coisas más? Quase pulei de alegria quando li que, a partir de agora vai haver muito mais rigor com relação à embriaguês no trânsito. O tal bafômetro vai detectar se o motorista comeu até um bombom de licor. Mas acontece que o sem vergonha do infrator não vai perder a carteira de motorista, o que seria o ideal. Contudo, as penalidades previstas pela nova lei são bastante rigorosas. Porque, aqui para nós, o sujeito que enche a cuca de álcool e pega no volante... Não há estupidez maior. Portanto, gostei dessa noticia.
Outra informação que me agradou muito foi a declaração do abençoado Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, a propósito da lei da ficha limpa. Ele não admite por hipótese alguma a toga suja. A Justiça jamais deve ser cega, muito menos para a desonestidade.
Aliás, por falar em ficha limpa, houve, faz tempo, um deputado do Rio Grande do Sul que moveu uma campanha chamada de “mãos limpas”. E viva a honestidade. Meu pai costumava dizer a respeito de um homem: “ele é honesto, e pronto. ”
E a propósito, é conhecida a história de um filósofo grego, chamado Diógenes, que andava segurando uma lanterna, ao meio-dia em ponto, à procura de um homem honesto em Atenas. E parece que não encontrou o que buscava.
Estou me lembrando, agora, de um homem a quem meu pai muito elogiava, nessa questão de honradez. Era o engenheiro Nogueira, da Prefeitura, que chegou ao exagero de não querer usar carro oficial. E que dizer daquele velho político que dizia, descaradamente, ”roubo, mas faço”? Sim, leitor, há o que faz, ao que não faz e, por último, o que rouba mas faz. Qual a sua opinião? Vou logo dando a minha: prefiro o que nem faz, nem rouba. Roubar, nunca!
Mas deixemos o jornal, e vamos às outras notícias. Que tal a gostosa coluna do nosso Abelardo? Que refrigério! Quanta informação interessante! Ah, o jornal... Dizem que a nova tecnologia vai extinguir suas versões em papel. Que isso aconteça quando eu estiver fazendo “aquela” viagem...
E viva o jornal, a vida em forma de papel. Outro viva para o Ministro Joaquim Barbosa. Ele merece.

N ão é propriamente carta, mas bilhete. Bilhete endereçado ao nosso prefeito debutante Luciano Cartaxo, que acaba de entrar na real...


Não é propriamente carta, mas bilhete. Bilhete endereçado ao nosso prefeito debutante Luciano Cartaxo, que acaba de entrar na realidade administrativa, agora sem campanha, sem propaganda, sem os eleitores acenando e gritando “já ganhou, já ganhou”. Valeu o esforço, o jovem prefeito está aí, ora com gravata, ora vestido, esportivamente. A gravata ficou para os debates frente à TV. É verdade que o dinâmico e inesquecível Damásio Franca trabalhava na rua, de paletó e gravata. O mesmo ocorria com o presidente João Pessoa, que administrava o trabalho dos presidiários, na rua, vestido de jaquetão e gravata, e com aquela seriedade que Deus lhe deu.
Mas vamos ao bilhete, que já está se tornando carta. Sim, meu jovem e elegante prefeito. Confesso que estou muito ansioso pela sua ação governamental, pela obrigação de tornar a nossa João Pessoa numa bela, educada, limpa, silenciosa e tranquila capital, hoje tão visitada pelos turistas, atraídos pelos nossos encantos naturais, a começar pela praia Tambaú, sem dúvida a mais bela do mundo, e olhe que tenho viajado muito por aí afora, tendo até livros publicados nesse sentido. E como toda pessoa sensível e inteligente sabe transformar suas viagens num verdadeiro curso de experiências, confesso que as verdes e mornas águas do nosso mar não se comparam com mar nenhum do mundo.
Sei meu jovem edil, que os problemas são muitos, que há aqueles que procuram prejudicar seu trabalho, que a verba não é farta e assim por diante.
Meu jovem prefeito, lembre-se de que uma cidade que se preza, mormente quando é capital de um Estado, precisa dos seguintes itens: ser silenciosa, nada de poluição sonora, limpa, nada de lixo pelas ruas, ajardinada, sem buraqueira nas calçadas, bom transporte, se bem que a solução é ainda um metrô, de superfície ou não. Uma cidade, capital de um estado, precisa de belas praças, jardins botânicos, praias sem barulho, constante culto à Natureza. Lembrar que João Pessoa já foi cantada pelos poetas como cidade-jardim. Educação e silêncio, eis o grande binômio para a nossa capital.
Mas fiquemos por aqui, meu jovem prefeito. Um último lembrete. Desobstrua o final da Av. Epitácio Pessoa, a principal de nossa cidade, que nas noites de fins de semana fica um caos, interditado para barracas, o diabo...
Ainda volto. Se Vossa Excelência não se incomoda...

Na madrugada deste domingo (27.01.2013), em Santa Maria, Rio Grande do Sul, mais de 200 jovens estudantes morreram pisoteados ou asfixiados...


Na madrugada deste domingo (27.01.2013), em Santa Maria, Rio Grande do Sul, mais de 200 jovens estudantes morreram pisoteados ou asfixiados no interior da boate Kiss, em decorrência de incêndio provocado por um sinalizador utilizado em um show musical pirotécnico.

Existem nomes de pessoas, lugares e objetos, escritos em idiomas estrangeiros, que a gente, quando lê, fica sem saber a pronúncia correta. ...

marilyn monroe

Existem nomes de pessoas, lugares e objetos, escritos em idiomas estrangeiros, que a gente, quando lê, fica sem saber a pronúncia correta.

Geralmente, a dúvida ocorre na sílaba tônica ou na forma como devem ser ditas as vogais: se abertas ou se fechadas.

É o que os jornais estão avisando. E ela virá muito elegante, bem vestida, perfumada, recém-saída do salão de beleza, e com aquele...


É o que os jornais estão avisando. E ela virá muito elegante, bem vestida, perfumada, recém-saída do salão de beleza, e com aquele sorriso bonito de quem está de bem com a vida.
É a primeira vez que ela vem à nossa Paraíba, que na última eleição presidencial lhe deu muitos votos, inclusive o meu. Dilma vem sem Lula, seu grande amigo e que fez muito para a sua ascensão política.
E ela vem com aquele sorriso alegre e otimista de quem está com a consciência tranquila. Ela nunca veio ver os nordestinos, que vivem nadando em problemas, agora agravados com uma das piores secas da história. Ah como seria bom que ela providenciasse a irrigação de nosso interior, como fez Nilo Coelho em Petrolina, hoje um exemplo de cidade próspera e com uma economia bem resolvida.
Decerto, o rosto muito bem maquiado será o seu cartão de visita. Mas me desculpe, não resisto à essa censura: ”Ó Dilma, por que demoraste tanto a vir à nossa tórrida e sofrida terra? Eu sei que sua presença é uma honra. Eu já estou imaginando a alegria de sua chegada, muito bem assessorada pelo nosso governador Ricardo Coutinho, que tem muito a lhe mostrar... E as mulheres, principalmente, as mulheres estarão curiosas para vê-la ao vivo, mulher que sabe administrar, sabe se vestir, se perfumar, e cuidar de sua aparência.
Você, Dilma, será muito bem recebida. E, sem dúvida, visitará a Estação Ciência, que é a presença do genial artista Niemeyer em nossa cidade, e o nosso Centro de Convenções, uma das maiores obras públicas da nossa história. E, sem dúvida, irão lhe mostrar outras coisas belas de nossa capital. Que pena que nossa Orquestra Sinfônica ainda não esteja à altura nem em condições de lhe oferecer um concerto. Quem sabe da próxima, não é governador Ricardo?
Mas, Dilma, será que a levarão para ver o nosso sertão, onde os açudes estão secando, o gado morrendo e a miséria tomando conta de tudo? Será que lhe mostrarão a tragédia da seca que tanto preocupou o estadista Epitácio Pessoa? E em que ficou o projeto de transpor as águas do rio São Francisco? Desculpe-me pelo realismo do cronista, que parece estragar sua visita. Mas, só a presença da presidenta fará, talvez, aquele povo sorrir novamente.  

Q ual é o maior crime que um homem pode praticar na vida? É o crime contra si mesmo. O crime de extinguir a própria existência, que...


Qual é o maior crime que um homem pode praticar na vida? É o crime contra si mesmo. O crime de extinguir a própria existência, que ele não criou. É o tal suicídio que muitos praticam, na esperança de exterminar para sempre os seus sofrimentos. E assim, agem movidos pela concepção de que tudo acaba com a morte. Dir-se-ia a busca pelo Paraíso do Nada.
O homem é o único animal que se suicida, que destrói a própria existência. Ninguém viu um leão, um elefante, um cachorro, se auto-destruindo. Dizem que o lacrau, quando ameaçado pelo fogo, se envenena com o veneno da própria calda. Se não me engano, quando criança, fiz essa experiência...
Deve ser um desespero muito grande o que leva um homem a se atirar de um edifício, ceifando a preciosa vida. O famoso escritor Stefan Zweig, que escreveu um livro elogiando o nosso país, chamando-o País do Futuro, suicidou-se juntamente com a esposa, respirando gás. Que grande solidariedade!
Mas, por que o homem se suicida? Será só para não sofrer mais? Por que esse desejo de não ser mais nada? Puro materialismo, ignorância da vida além da morte. Assim fez o nosso presidente Getúlio Vargas, dando um tiro no peito, desesperado com a crise de seu governo.
E me vem à mente aquela inscrição que está lá no Père Lachaise, em Paris, atribuída a Allan Kardec|: ”Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei”.
Se o leitor tem alguma tendência de acabar com a vida que Deus lhe deu, não deixe de ler o livro psicografado por Yvonne Pereira: ”Memórias de um suicida”. O suicida foi o famoso escritor português Camilo Castelo Branco. Ignorante da vida espiritual, da vida além da morte, seu espírito sofreu o diabo. Viveu um verdadeiro inferno, na sua consciência, cujo fogo é o do remorso...
Mas, por que estou escrevendo sobre suicídio? Justamente pelo que li, manhã cedo, nos jornais: a notícia do falecimento do famoso astro da TV, Walmor Chagas, que se suicidou dando um tiro na cabeça, como fez outro famoso, o escritor Ernest Heminguay.
Por que destruir aquilo que não somos capazes de criar: a vida?
A maior responsabilidade é a responsabilidade de viver e de conviver. E não devemos esquecer de outros suicídios como o do fumo, da droga, dos abusos da comida, dos excessos do álcool, e outros abusos...

N ão, não foi a recente eleição para prefeito da capital, sob o comando seguro e eficiente do jovem desembargador Marcos Cavalcanti...


Não, não foi a recente eleição para prefeito da capital, sob o comando seguro e eficiente do jovem desembargador Marcos Cavalcanti.
A eleição a que me refiro é a da nossa venerável Academia Paraibana de Letras. Uma eleição que teve tudo de festa de confraternização, pois não houve competidores. Ninguém quis concorrer com o desembargador Marcus Cavalcanti que ficou sozinho do páreo. E ele ia recebendo os que iam votar, com muitos sorrisos e fraternais cumprimentos.
A “eleição-confraternização” trouxe até Eilzo Matos, lá do sertão, onde a seca está matando o sertanejo. Trouxe também de longe o irrequieto, bom falante e homem de televisão, Jsoé Nêumane. E o nosso Damião pra lá e pra cá, em plena lua de mel com a presidência da venerável casa. Ele começou sua gestão colocando corrimãos na entrada do prédio, facilitando o acesso dos mais idosos, que devem evitar quedas e ficarem atentos às topadas e escorregadelas. A passarela está uma beleza.
Marcos numa serenidade invejável, esquecido da toga, das maçantes reuniões do Tribunal e dos acórdãos, agora estava ele como escritor, como pesquisador de alentadas obras sobre sua terra Mamanguape. Sereno, o desembargador Marcos estava esquecido das recentes eleições para prefeito, quando ele teve impecável atuação.
Vi muitos colegas imortais, que há muito tempo não via, a exemplo do poeta Jomard, autor do belo e lírico Intinerário da nossa capital.
E o presidente Damião me mostrando o que já fez e o que vai fazer pela nossa Academia, que sempre foi bem presidida.
O clima fraternal era tão gostoso que eu desejei que os que estavam na Galeria, em forma de retratos, descessem dos quadros e viessem participar da festa.
Enchi os ouvidos de boas e salutares conversas. E cadê as imortais femininas? Só vi Ângela, que com seu enigmático sorriso e boa conversa, sempre contribuiu para enriquecer o ambiente. E enquanto todos se confraternizavam, o imortal Juarez Farias, auxiliado por uma boa equipe, ia recebendo os votos dos imortais.
Infelizmente não pude esperar pelo esperado resultado da urna. Não pude abraçar o meu colega de imortalidade Marcos Cavalcanti, que vai ocupar a cadeira, antes preenchida pelo grande Joacil Pereira, sempre presente na nossa memória e no nosso coração.