Existem nomes de pessoas, lugares e objetos, escritos em idiomas estrangeiros, que a gente, quando lê, fica sem saber a pronúncia correta. ...

marilyn monroe

Existem nomes de pessoas, lugares e objetos, escritos em idiomas estrangeiros, que a gente, quando lê, fica sem saber a pronúncia correta.

Geralmente, a dúvida ocorre na sílaba tônica ou na forma como devem ser ditas as vogais: se abertas ou se fechadas.

É o que os jornais estão avisando. E ela virá muito elegante, bem vestida, perfumada, recém-saída do salão de beleza, e com aquele...


É o que os jornais estão avisando. E ela virá muito elegante, bem vestida, perfumada, recém-saída do salão de beleza, e com aquele sorriso bonito de quem está de bem com a vida.
É a primeira vez que ela vem à nossa Paraíba, que na última eleição presidencial lhe deu muitos votos, inclusive o meu. Dilma vem sem Lula, seu grande amigo e que fez muito para a sua ascensão política.
E ela vem com aquele sorriso alegre e otimista de quem está com a consciência tranquila. Ela nunca veio ver os nordestinos, que vivem nadando em problemas, agora agravados com uma das piores secas da história. Ah como seria bom que ela providenciasse a irrigação de nosso interior, como fez Nilo Coelho em Petrolina, hoje um exemplo de cidade próspera e com uma economia bem resolvida.
Decerto, o rosto muito bem maquiado será o seu cartão de visita. Mas me desculpe, não resisto à essa censura: ”Ó Dilma, por que demoraste tanto a vir à nossa tórrida e sofrida terra? Eu sei que sua presença é uma honra. Eu já estou imaginando a alegria de sua chegada, muito bem assessorada pelo nosso governador Ricardo Coutinho, que tem muito a lhe mostrar... E as mulheres, principalmente, as mulheres estarão curiosas para vê-la ao vivo, mulher que sabe administrar, sabe se vestir, se perfumar, e cuidar de sua aparência.
Você, Dilma, será muito bem recebida. E, sem dúvida, visitará a Estação Ciência, que é a presença do genial artista Niemeyer em nossa cidade, e o nosso Centro de Convenções, uma das maiores obras públicas da nossa história. E, sem dúvida, irão lhe mostrar outras coisas belas de nossa capital. Que pena que nossa Orquestra Sinfônica ainda não esteja à altura nem em condições de lhe oferecer um concerto. Quem sabe da próxima, não é governador Ricardo?
Mas, Dilma, será que a levarão para ver o nosso sertão, onde os açudes estão secando, o gado morrendo e a miséria tomando conta de tudo? Será que lhe mostrarão a tragédia da seca que tanto preocupou o estadista Epitácio Pessoa? E em que ficou o projeto de transpor as águas do rio São Francisco? Desculpe-me pelo realismo do cronista, que parece estragar sua visita. Mas, só a presença da presidenta fará, talvez, aquele povo sorrir novamente.  

Q ual é o maior crime que um homem pode praticar na vida? É o crime contra si mesmo. O crime de extinguir a própria existência, que...


Qual é o maior crime que um homem pode praticar na vida? É o crime contra si mesmo. O crime de extinguir a própria existência, que ele não criou. É o tal suicídio que muitos praticam, na esperança de exterminar para sempre os seus sofrimentos. E assim, agem movidos pela concepção de que tudo acaba com a morte. Dir-se-ia a busca pelo Paraíso do Nada.
O homem é o único animal que se suicida, que destrói a própria existência. Ninguém viu um leão, um elefante, um cachorro, se auto-destruindo. Dizem que o lacrau, quando ameaçado pelo fogo, se envenena com o veneno da própria calda. Se não me engano, quando criança, fiz essa experiência...
Deve ser um desespero muito grande o que leva um homem a se atirar de um edifício, ceifando a preciosa vida. O famoso escritor Stefan Zweig, que escreveu um livro elogiando o nosso país, chamando-o País do Futuro, suicidou-se juntamente com a esposa, respirando gás. Que grande solidariedade!
Mas, por que o homem se suicida? Será só para não sofrer mais? Por que esse desejo de não ser mais nada? Puro materialismo, ignorância da vida além da morte. Assim fez o nosso presidente Getúlio Vargas, dando um tiro no peito, desesperado com a crise de seu governo.
E me vem à mente aquela inscrição que está lá no Père Lachaise, em Paris, atribuída a Allan Kardec|: ”Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei”.
Se o leitor tem alguma tendência de acabar com a vida que Deus lhe deu, não deixe de ler o livro psicografado por Yvonne Pereira: ”Memórias de um suicida”. O suicida foi o famoso escritor português Camilo Castelo Branco. Ignorante da vida espiritual, da vida além da morte, seu espírito sofreu o diabo. Viveu um verdadeiro inferno, na sua consciência, cujo fogo é o do remorso...
Mas, por que estou escrevendo sobre suicídio? Justamente pelo que li, manhã cedo, nos jornais: a notícia do falecimento do famoso astro da TV, Walmor Chagas, que se suicidou dando um tiro na cabeça, como fez outro famoso, o escritor Ernest Heminguay.
Por que destruir aquilo que não somos capazes de criar: a vida?
A maior responsabilidade é a responsabilidade de viver e de conviver. E não devemos esquecer de outros suicídios como o do fumo, da droga, dos abusos da comida, dos excessos do álcool, e outros abusos...

N ão, não foi a recente eleição para prefeito da capital, sob o comando seguro e eficiente do jovem desembargador Marcos Cavalcanti...


Não, não foi a recente eleição para prefeito da capital, sob o comando seguro e eficiente do jovem desembargador Marcos Cavalcanti.
A eleição a que me refiro é a da nossa venerável Academia Paraibana de Letras. Uma eleição que teve tudo de festa de confraternização, pois não houve competidores. Ninguém quis concorrer com o desembargador Marcus Cavalcanti que ficou sozinho do páreo. E ele ia recebendo os que iam votar, com muitos sorrisos e fraternais cumprimentos.
A “eleição-confraternização” trouxe até Eilzo Matos, lá do sertão, onde a seca está matando o sertanejo. Trouxe também de longe o irrequieto, bom falante e homem de televisão, Jsoé Nêumane. E o nosso Damião pra lá e pra cá, em plena lua de mel com a presidência da venerável casa. Ele começou sua gestão colocando corrimãos na entrada do prédio, facilitando o acesso dos mais idosos, que devem evitar quedas e ficarem atentos às topadas e escorregadelas. A passarela está uma beleza.
Marcos numa serenidade invejável, esquecido da toga, das maçantes reuniões do Tribunal e dos acórdãos, agora estava ele como escritor, como pesquisador de alentadas obras sobre sua terra Mamanguape. Sereno, o desembargador Marcos estava esquecido das recentes eleições para prefeito, quando ele teve impecável atuação.
Vi muitos colegas imortais, que há muito tempo não via, a exemplo do poeta Jomard, autor do belo e lírico Intinerário da nossa capital.
E o presidente Damião me mostrando o que já fez e o que vai fazer pela nossa Academia, que sempre foi bem presidida.
O clima fraternal era tão gostoso que eu desejei que os que estavam na Galeria, em forma de retratos, descessem dos quadros e viessem participar da festa.
Enchi os ouvidos de boas e salutares conversas. E cadê as imortais femininas? Só vi Ângela, que com seu enigmático sorriso e boa conversa, sempre contribuiu para enriquecer o ambiente. E enquanto todos se confraternizavam, o imortal Juarez Farias, auxiliado por uma boa equipe, ia recebendo os votos dos imortais.
Infelizmente não pude esperar pelo esperado resultado da urna. Não pude abraçar o meu colega de imortalidade Marcos Cavalcanti, que vai ocupar a cadeira, antes preenchida pelo grande Joacil Pereira, sempre presente na nossa memória e no nosso coração.

D entre os animais irracionais, o homem se afina muito com o cachorro em várias coisas. Talvez seja por isso que, de vez em quando,...


Dentre os animais irracionais, o homem se afina muito com o cachorro em várias coisas. Talvez seja por isso que, de vez em quando, eles se tratem assim, entre si. Começa que o homem gosta do barulho, assim como o cão. Tão quanto gosta de briga. Está aí a TV cheia de notícias de guerras entre povos, que nunca terminam. Mas o cão tem a seu favor uma atenuante: ele é irracional. Domina-o o instinto.
Os outros animais, ao que saiba, são mais do silêncio. Vejam, por exemplo, o galo. Ele apenas nos delicia com aquele canto saudoso, pelas madrugadas, que faz a gente refletir. E foi esse canto que despertou Pedro, o apóstolo, para a negação. Isto é, quando o apóstolo negou perante os soldados e juízes que não conhecia o seu Jesus. Aí veio aquela prévia advertência do Mestre a Pedro: “Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes.
Mas voltemos à crônica, ou melhor à tese: parece mesmo que só o homem é inimigo do silêncio. Engraçado que enquanto ele no útero materno, o bicho dorme que é uma beleza.
Campeão do barulho, o bicho-homem, vez por outra, está matando o silêncio, cometendo o crime do “silenciocídio”. E haja bombas no São João, no Ano Novo, nos gols do futebol. Bomba, esse fogo de artifício que é uma barbaridade e deveria ser proibido. E que dizer dos carros, notadamente as motos, e os liquificadores? Já ouvi dizer que uma certa senhora foi comprar um liquidificador e avisou logo ao vendedor que só gostava daquele que faz muita zoada. E vem agora a pergunta? por que as motos fazem aquele barulho ensurdecedor?
Mas, sabem que os que gostam do barulho, assim o fazem para evitar o silêncio que o obrigam a pensar? A reflexão para eles é uma tortura. O barulho é como a cachaça, faz-lhes esquecer a realidade da vida.
E vem a indagação: onde é que mais está o barulho? Ora, hoje ele está em toda parte. Até nas igrejas, vejam só. A missionária Tereza de Calcutá dizia que “para falar com Deus é preciso o silêncio”.
Concluo a crônica dizendo: o cachorro é barulhento, mas, lembremos que a seu favor está a atenuante da irracionalidade...

Se você ainda não tem noção do que seja uma vaquejada, experimente digitar o termo no Google Imagens .


Se você ainda não tem noção do que seja uma vaquejada, experimente digitar o termo no Google Imagens.

J esus ia caminhando com os apóstolos, na ardente areia, quando notou que dois deles discutiam, lá na frente, quebrando o silêncio da serena...


Jesus ia caminhando com os apóstolos, na ardente areia, quando notou que dois deles discutiam, lá na frente, quebrando o silêncio da serena caminhada, porquanto muitos pareciam orar.
Mas, eis que os lá da frente estavam a quebrar a placidez daquela romaria. Mais adiante, durante um ligeiro repouso, o Mestre acercando-se dos dois discípulos, indagou: qual o motivo de tão acesa discussão? Um deles foi logo respondendo: “discutíamos sobre qual de nós será o primeiro no Reino dos Céus?” Jesus, então, lhes disse: ”O maior será o menor no Reino dos Céus”...
É a tal coisa, todo mundo deseja ser o mais culto, o mais bonito, o mais poderoso, o mais rico, o mais elegante, o mais sábio, movido pelo sentimento de vaidade, esquecido de que o Eclesiastes já dizia, numa censura: “Vaidade, tudo é vaidade. ”
Mas não devemos esquecer, que seria do que se julga grande, se não fosse o pequeno? O mar é uma majestosa beleza, que encanta a todos, todavia é preciso lembrar que ele feito de minúsculas gotas... E a montanha, com aquela esplêndida grandeza, que seria dela se não fossem os grãos de areia que a compõem? A árvore merece respeito, no entanto, veio de uma diminuta semente. E é sustentada pelas humildes raízes, que não são vistas, nem lembradas e jamais serão elogiadas.
Que bela esta sinfonia de Anton Bruckner que ouço agora! Entretanto, foi composta com apenas sete notas. A longa caminhada é feita de pequenos passos. É suntuoso o palácio, é belo o automóvel, último modelo, no entanto sem uma simples chave não teremos acesso a eles.
Dizia Madame Roland, personagem da Revolução Francesa: ”liberdade, liberdade, quantos crimes foram praticados em teu nome!” Parodiando, poderíamos dizer: humildade, humildade, quanto desprezo do mundo para contigo.
Jesus foi sublime na sua sentença: “o maior será o menor no Reino dos Céus”. E tanta gente por aí se gabando, enchendo de vaidade. Tanta gente desejando ser o maior, o mais poderoso! Esquecida de que, muitas vezes, o maior é exatamente o pequeno...

T anto barulho, tanta bebedeira, tanta festa, tanta comida, tanta zoada, tantos fogos, só porque mais uma folhinha do calendário é ...

Tanto barulho, tanta bebedeira, tanta festa, tanta comida, tanta zoada, tantos fogos, só porque mais uma folhinha do calendário é virada. Esquecemos que o tempo é uno, uno e silencioso, silencioso e imperceptível. Ouçamos o tique taque do relógio, olhemos os dois ponteiros, marcando os segundos, os minutos, as horas. Dir-se-ia a dança do tempo. Segundos que viram minutos, minutos que viram horas, horas que viram semanas, semanas que viram meses, meses em séculos, séculos em milênios...
O que é, enfim, a passagem de um ano? Uma gota no oceano. Uma poeira nas galáxias. E a gente com as nossas vaidades, ambições, ilusões.
Mas, a grande lição de uma passagem de ano é que tudo passa. Não existe marcha à ré do tempo. Ele não sabe voltar. Ele é como o solo. Se nele nada plantamos, não existe colheita alguma. Aproveitar o tempo, eis a nossa grande responsabilidade. E, sem dúvida, mais na frente virá aquela inquietante pergunta: o que fizeste do tempo, o que fizeste da terra.
E vem outra indagação: o que fizeste do teu viver, a quem irás dar conta do tempo que te foi dado? Se não há responsabilidade, qual o sentido da vida?
Nasceste num corpo de carne, num corpo maravilhoso que nenhum homem será capaz de construi-lo. E quem construiu tão magnífica máquina, uma maquina que pensa, que imagina, que deseja, que inventa, que ama, que questiona, que investiga, que descobre, que tem remorsos e arrependimentos, que sofre.
O computador é extraordinário, mas não tem coração, logo não ama. Ora, veja este mosquito... O homem, algum dia, fará um deles, apesar de sua tecnologia?
Festejamos a passagem do ano, à beira-mar, em companhia de alguns familiares e vimos fogos de artifício iluminando a noite. Tantas alegrias, tantas esperanças, tantos abraços e beijos, tantos votos de felicidade! E esquecemos nossos propósitos. Será que vamos continuar os mesmos, nenhuma reflexão, nenhuma transformação interior? E o tempo, o que fizemos e o que vamos fazer dele? Eis a inquietante pergunta...

N inguém amou mais esta nossa capital, a antiga Felipéia, também chamada Frederika, do que o escritor e poeta Ascendino Leite, que chegou a ...


Ninguém amou mais esta nossa capital, a antiga Felipéia, também chamada Frederika, do que o escritor e poeta Ascendino Leite, que chegou a escrever um belo e livro intitulado “Minha Cidade”, uma espécie de declaração de amor à terra que nasceu à beira de um rio e foi parar no mar de Tambaú, onde ainda se vê o belo e imponente Cabo Branco, que, como se informou, está sendo corroído pela erosão.
Outro grande apaixonado por João Pessoa foi o genial lírico, poeta Perillo D´Oliveira, autor de “Caminhos Cheios de Sol”. Perillo amava tanto esta nossa capital que chegou a compor uma oração, que começa assim: ”Ave Cidade, cheia de graça! O meu espírito é contigo”.
Eu nasci em Alagoa Nova, um verdadeiro sítio de mangueiras, segundo o poeta e historiador Eudes Barros. Mas dela saí com a idade de quatro anos. Deixei a mãe-terra orando para mim.
Acontece que a cidade cresceu, sofisticou-se. Aí apareceram os grandes edifícios, sedentos de espaço e altura, e com nomes estrangeiros. Ora vejam estas denominações: “Maison de France”, “Mediterranée”, “Palazzo Milleluci”, “Milanesi”.
Mas não houve antes uma lei limitando a expansão e o adensamento dos espigões, a exemplo da lei que limitou a altura dos edifícios à beira-mar, através da brilhante iniciativa do governador João Agripino. Mas, em Tambaú e Manaíra, parece que todos aqueles prédios caíram de para quedas, aos montes, matando as árvores, sufocando o ar, impedindo o vento...
E o paraibanismo, o amor à terra, foi desaparecendo. Cadê denominação como edifício Manaíra, Sanhauá, Acácia, Ipês, Flamboiá, Tambaú?... Mas quem está dando uma lição de paraibanismo, que merece palmas de todos nós, são as nossas emissoras de TV. Incrível como isso aconteceu. Ei-las: TV Cabo Branco, TV Sanhauá, TV Tambaú, TV Correio da Paraíba, TV Cidade João Pessoa, TV Miramar.
A verdade é que João Pessoa, depois que nasceu, lá na cidade baixa, não satisfeita com a chegada na praia de Tambaú, onde há o mar e a praia mais bonitos do mundo, achou de subir o Planaldo do Cabo Branco, onde a cultura está encontrando espaço, com a Estação Ciência, Estação das Artes. E as festas de Natal e Ano Novo acendem, cada vez mais, a curiosidade dos turistas. E que o final da nossa mais bonita avenida, a Epitácio Pessoa, deixe de ser estacionamento de carro e barracas para comilança e bebedeira...

V ocê já viu um peru no quintal? Vez por outra, ele se incha e sai exibindo suas penas aos outros animais. Eis aí a imagem da vaidade. Mas a...


Você já viu um peru no quintal? Vez por outra, ele se incha e sai exibindo suas penas aos outros animais. Eis aí a imagem da vaidade. Mas acho que o peru não tem essa intenção de ser melhor do que os outros. O peru é humilde e, nas festas natalinas, muitos deles vão para a mesa. Não para comer, mas para serem comidos, lembrando o Hamlet de Shakespeare, quando um personagem perguntou a outro: “Onde está Sicrano?” E a resposta foi muito realista: ”Está num banquete onde não come, mas é comido”! Ele o queria dizer que estava no cemitério. E, aqui para nós, o cemitério é um grande banquete para os vermes.

Mas deixemos de coisas lúgubres e voltemos ao peru, que, decerto, gostaria de ser poupado na festa comemorativa do nascimento de Jesus. Animal simples, o peru. O poeta Sérgio de Castro bem que deveria aproveitá-lo para um poema no seu próximo “Zoo Imaginário”...

O peru é dócil. Se você der um grito, ele responde com outro grito. E, cá entre nós, como diz a amiga Rose Silveira, eu, na meninice, me diverti muito com isso.

Mas essa inofensiva e bonita ave não se incha de vaidade. Estufa-se de contentamento, embora, vez por outra, se entristeça com a festa de Jesus, quando ele papado. Eu imagino a sua reflexão, a sua angústia, o seu medo. Se ele pudesse, voaria bem alto, para um lugar que nem uma águia e iria pousar, bem longe, numa montanha, até que o Natal passasse.

Dizem que o peru é uma ave supersticiosa, meio boba, pacífica. Não sei como ele não esteve na manjedoura, junto com outros animais, vendo Jesus nascendo.

E quer ver uma coisa? Trace um círculo em torno do peru e ele não sairá deste círculo. Ele é como certas pessoas que ficam presas à rotina, incapazes de uma aventura, incapazes de sair do círculo mental do comodismo, da mesmice. Não indagam, não pesquisam, não estudam, não refletem. O dia de ontem é sempre o mesmo de hoje, e de amanhã...

Não seja peru, leitor, seja águia, gaivota, busque novos horizontes, não se prenda ao fanatismo religioso. Fanatismo é a doença da fé. Foi o fanatismo que levou os sábios à fogueira, e que queimou Joana D”Arc.

É o peru no Natal, o peixe na Semana Santa... Sei não. É melhor encerrar essa crônica...

E stive ouvindo recentemente a sinfonia nº 9, de Bruckner, mas, antes de assistir à mesma peça sob a regência do famoso maestro Her...


Estive ouvindo recentemente a sinfonia nº 9, de Bruckner, mas, antes de assistir à mesma peça sob a regência do famoso maestro Herbert Von Karajan, que rege como quem está com raiva. Com o semblante solene, sério, de quem não está de bem com a vida, ele parecia arrancar as notas da partitura como se fossem espinhos. A sinfonia é de uma extrema suavidade, sobretudo, no final, que enternece, que nos transporta ao paraíso. Mas Karajan não perdia no rosto aquela severidade que o caracteriza. A cabeleira muito alva e bonita, o maestro austríaco nascido em Salzburg, terra de Mozart, de muita cultura, mostrava pouca doçura no semblante. E eu estava vendo a hora ele parar o concerto, e passar um carão em um algum músico desafinado.
E fiquei monologando: por que tanta carranca, meu Deus dos Céus? Do rosto bonito não saía nem um sorriso. Mais ainda: nem um meio sorriso. E o sorriso é como o sol, ilumina, alegra, estimula. Pus-me a refletir: será que o genial regente é sempre assim? Assim, diante da visão do mar, do crepúsculo, de uma árvore em floração? Dizem que o maestro austríaco nutria simpatias pelo Nazismo, logo com Hitler, que não era de sorrir.
Mas depois de Karajan, eis que passo a ouvir Leonard Bernstein, um homem que é a própria música. Ele não só externa um belo e humano sorriso, como chega até a dançar sobre o tablado. Era como se ele fosse a própria música. Ambas se fundiam numa comovente imagem. Bernstein! Como ele me comoveu chegando a provocar lágrimas! E fiquei a monologar, qual a razão de tão diferentes comportamentos? Por que a carranca de um e a doçura do outro?
Bernstein! A cabeça alva como a neve, um meio sorriso no rosto cheio de rugas, e todo o corpo vibrando, como se a orquestra em “tutti” ainda fosse pouco. O suor, os olhos, às vezes, se fechando, como se estivessem dormindo, e aquele sorriso que me fez chorar de emoção.

Se você tem interesse em praticar ou aprender francês, encontrará nos sites abaixo um vasto e interessante material didático para essa empr...


Se você tem interesse em praticar ou aprender francês, encontrará nos sites abaixo um vasto e interessante material didático para essa empreitada, tais como questionários, vídeos, áudio, passatempos, além de textos curtos e fáceis de compreender.

O  menino nasceu para melhorar o mundo. O mundo dos poderosos, dos fazedores de guerra, dos viciados do poder, que moram em palácios luxuoso...

O menino nasceu para melhorar o mundo. O mundo dos poderosos, dos fazedores de guerra, dos viciados do poder, que moram em palácios luxuosos, dos analfabetos do amor e doutores do ódio.

O menino nasceu com a difícil missão de salvar o mundo. Veio ensinar o caminho da felicidade, da concórdia e da paz. E sua primeira lição a da humildade, talvez a lição mais difícil do mundo. Ao invés de um palácio, escolheu uma manjedoura, ora vejam só. Isto é lugar para se nascer?  Mas uma estrela desceu à Terra para iluminar a manjedoura humilde. Nenhum palácio por mais luxuoso, foi iluminado daquela maneira.
Teve como pais um carpinteiro e uma mulher do povo. E cresceu na pobreza material. Não pôde frequentar uma escola, consequentemente, não recebeu diplomas de Mestre, nem PHD. Assim mesmo enfrentou um caloroso debate com os doutores da lei, com apenas doze anos. Donde teria vindo aquela cultura ?  O menino da manjedoura começou a perturbar os doutos, a provocar invejas, a inquietar os religiosos. Depois, o Menino da Manjedoura começou a dar vista aos cegos, a limpar leprosos, a movimentar paralíticos, praticar curas incríveis, sem ser doutor. Mas a sua missão na Terra era implantar o Reino de Deus. O Reino do amor, o da paz e da sabedoria. Mas, sozinho, como cumprir a sua missão? Teve de convocar gente para o difícil trabalho. E não foi à procura dos doutos, e sim, de humildes pescadores, que largaram suas redes, para acompanhar aquele homem de voz cativante, cujo olhar era de uma doçura nunca vista. Depois, foi atrás de comerciantes, de cobradores de impostos, que também atenderam ao seu chamado, sem tergiversar. O menino da manjedoura começou a sua jornada. 
E pelo crime de pregar o amor, do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, foi acusado, condenado, insultado, humilhado e, por fim, pregado numa cruz de braços abertos e tendo como companheiros dois malfeitores. Mas, no alto da cruz, todo ensanguentado, ainda teve ânimo de pedir ao Pai perdão aos seus acusadores. Morrendo de sede, pediu água e lhe deram vinagre.
Estamos, neste Natal, comemorando o seu nascimento, cada um ao seu modo. Mas o que o Menino da Manjedoura deseja é que transformemos nosso coração numa humilde manjedoura. É no intimo de cada um que Jesus deseja nascer, pois, deixou o mundo rogando que amássemos uns aos outros.

O painel acima mostra quatro simples regrinhas para alguém enfrentar a vida. Nenhuma delas é espinhosa. Pense bem nas mensagens: divertir-s...


O painel acima mostra quatro simples regrinhas para alguém enfrentar a vida. Nenhuma delas é espinhosa. Pense bem nas mensagens: divertir-se; não causar sofrimento aos outros; não se deixar abater diante de dificuldades e focar sempre na felicidade. Nada do outro mundo.

Veja bem a imagem acima. Observe as cores e os detalhes. Grampeador, tesoura, cubo mágico, fita azul, tênis, macã, CDs e resma de papel. Na...


Veja bem a imagem acima. Observe as cores e os detalhes. Grampeador, tesoura, cubo mágico, fita azul, tênis, macã, CDs e resma de papel. Nada demais, não é mesmo? Apenas a bancada em desordem de algum estudante desleixado.

P ego no jornal e leio a notícia que eu esperava. Deputados resolveram ver pessoalmente o drama da seca, problema que inquieta o no...


Pego no jornal e leio a notícia que eu esperava. Deputados resolveram ver pessoalmente o drama da seca, problema que inquieta o nosso sertão desde a gestão do Presidente Epitácio Pessoa, que chegou a ir para a Tribuna e, de dedo em riste, apontar para o Nordeste, gritando: “Ide ver a tragédia que assola o nosso Sertão!" Aquele gesto emocionou a todos. E se mobilizou no busto, em homenagem ao Presidente, colocado no início de nossa principal avenida. Faz muito tempo, esse discurso do Presidente, mas o problema ainda não foi resolvido. A seca continua castigando o nosso sertanejo, matando gado, gente e vegetação, secando açude, transformando pães em pedras.
Ah, se a seca fosse no Sudeste, em São Paulo ou no Rio Grande do Sul! A Presidenta Dilma já estaria em companhia de seus ministros e de seus assessores, visitando “in loco” a tragédia... O rio São Francisco já estaria doando um pouco de suas águas para a solução do gravíssimo problema, aliás, uma obra que está ainda em grande parte no papel, e o que foi construído se deteriorando, se acabando.
Acontece que o Nordeste sempre foi, e ainda é um eterno esquecido. José Américo, no seu livro "A Parahyba e seus problemas" trata muito bem da velha questão.
A verdade é que o problema continua desafiando os nossos administradores. Mas, às vezes, basta a vontade política, como se viu em Petrolina, no sertão pernambucano, há muitos anos, através dos projetos de irrigação idealizados pelo governador Nilo Coelho.
Estou vendo, aqui, uma foto mostrando um açude quase seco, o gado morto. A vida do Sertão se acabando.
Será que Dilma não vê isso? Mas os nossos deputados saíram de suas poltronas legislativas e resolveram ver a tragédia de perto.
Resolveram ir ao Sertão, ver toda a triste realidade dessa dramática estiagem. Para depois entregar o relatório a Dilma. Quem sabe...
E tudo isso ocorrendo em plena comemoração natalina. Num clima de muita alegria e muita confraternização.
Parabéns deputados. Só assim os senhores estão honrados os seus mandatos.