Dizem que Mozart compunha “música pronta”, que não corrigia, nem alterava as obras que concebia. Alguns acreditam que contava com inspiraçã...

oscar niemeyer

Dizem que Mozart compunha “música pronta”, que não corrigia, nem alterava as obras que concebia. Alguns acreditam que contava com inspiração mediúnica, tal a fluidez com que compunha. Niemeyer era assim. Num só rabisco seu, podia estar contido todo um projeto.

E eis-me num salão de beleza para o habitual corte de cabelo. Cabelo somente, porque a barba eu faço em casa. E esse eterno refazer de barb...


E eis-me num salão de beleza para o habitual corte de cabelo. Cabelo somente, porque a barba eu faço em casa. E esse eterno refazer de barba diário é o meu Suplício de Sísifo. Ah, como invejo as mulheres por não terem barba para fazer, coisa com que nunca me acostumei. Faz muito tempo, me disseram que sangue de rato acaba a barba para sempre. Não tive coragem, ainda, de fazer a experiência. Mas confesso que a dica não é de se esquecer...
Mas deixemos a barba e vamos ao cabelo, que resolvi deixá-lo bem baixinho. E nessa especialidade, ninguém melhor do que meu cabeleireiro Josias, aqui do Salão de Beleza Center Bella, em Tambaú.
Fazer a barba nos leva a um momento de reflexão, e reflexão é de que estamos precisando. E refletir é parar um pouco para pensar na vida. Quer ver um excelente momento para a reflexão? É em pleno congestionamento no trânsito. Enquanto muitos ficam inquietos, buzinando, soltando palavrão, fazendo barulho, ouvindo forró vulgar, você medita ou ficando escutando aquela boa música.
Mas, Josias me tira da reflexão e cita trechos da Bíblia, sobretudo do Velho Testamento, inclusive os Salmos. Depois disso, passa a falar da seca que está atingindo a sua terra Riacho dos Cavalos, e o nordeste há tantas décadas... E a tristeza do meu cabeleireiro me comove. Cadê as águas que seriam transpostas do Rio São Francisco? E os nossos políticos que não agilizam esse projeto? Mas, Josias fica em silêncio. De sua boca de religioso não sai nenhuma critica, nenhum julgamento...
E não é só o livro sagrado que lhe traz serenidade. Ele também é perito no violão. Tanto é assim que, quando termina o serviço, corre para o instrumento, que, como a Bíblia, também lhe dá muita paz.
Olho-me no espelho, dou um sorriso – (nunca deixe de sorrir ao espelho), e pronto. Gosto do espelho por que ele não mente. Se exibe as nossas rugas, por outro, lado as estica com um belo sorriso. Deixo o espelho, saio da crônica, enquanto Josias com o seu violão e sua Bíblia, esquece, por alguns momentos, a tragédia sertaneja...

Não faz muito tempo, a revista Rolling Stone , dos Estados Unidos, relacionou os 100 melhores guitarristas da história. Como sempre acontec...


Não faz muito tempo, a revista Rolling Stone, dos Estados Unidos, relacionou os 100 melhores guitarristas da história. Como sempre acontece, é possível que haja injustiças e enganos. Aliás, alguns especialistas em música torceram o nariz, dizendo que a lista privilegia os norteamericanos, deixando de fora grandes grandes feras da Europa, principalmente do rock pesado.

S ou um homem que me acostumei a sempre me colocar no lugar do outro. Seria isso compaixão? Talvez sim. Afinal somos irmãos, queira...


Sou um homem que me acostumei a sempre me colocar no lugar do outro. Seria isso compaixão? Talvez sim. Afinal somos irmãos, queiramos ou não queiramos. E, consoante a lição de Jesus, temos a obrigação de amá-los, isto é, de compreendê-los.
Mas vamos à crônica de hoje. Há dias que venho pensando em Felipão, o novo técnico da Seleção Brasileira, que daqui a um ano em meio, estará sediando a Copa do Mundo, aqui no Brasil, o que não deixa de ser uma honra para o nosso país, cognominado o “País das Chuteiras”. O Brasil é tão das chuteiras, que, outro dia, conforme foi anunciado, a Academia Brasileira de Letras, a Casa de Machado de Assis, acaba de conferir uma medalha ao jogador Ronaldinho Gaúcho, que, se não é um homem de letras, já fez muitos gols de letras...
Retornando ao técnico Felipão, cuja foto está em todos os jornais, com um prestígio que nem o Ministro Joaquim Barbosa chega perto.
E o curioso é que Felipão sorria. Sorria diante de um grande problema, que é fazer o Brasil campeão dessa Copa. Se fosse eu, sim, se fosse eu, não dormiria mais, não comeria mais, não sorriria mais. Porque, aqui para nós, se o Brasil perder o título, em sua própria casa, como aconteceu na Copa de 50, o que será de Felipão?
Mas, ao que vi nos jornais, ele está um homem feliz da vida, com a obrigação de dar mais um título ao nosso país. Se ele ainda está dormindo, a mesma coisa está acontecendo com o povo. Ninguém está pensando em derrota. Afinal, ninguém esqueceu que já perdemos uma final de Copa, com o Uruguai, em pleno Maracanã lotado e vibrante. Um fato que até hoje é considerado a maior tragédia da história do futebol brasileiro. E eu nem me lembro quem era o técnico.
Mas Felipão está sorrindo no jornal, como se tivesse tirado na Mega Sena. Sorrindo à toa. E eu me colocando no lugar dele, fico pensando: só em aceitar ser técnico da Seleção mostrou que é um homem de peito. Agora é dizer para ele, num cochicho: se o Brasil estiver perdendo, já nos minutos finais, não se esqueça de dizer consigo mesmo: ”pernas pra que te quero? ” E corra, meu amigo, corra que uma multidão desvairada estará correndo atrás de si... Por isso, como bem intitulei bem a crônica, estou com pena de Felipão...

A bro o jornal para matar minha curiosidade, que nada mais é do que o apetite do conhecimento. E o conhecimento é que faz a sabedor...


Abro o jornal para matar minha curiosidade, que nada mais é do que o apetite do conhecimento. E o conhecimento é que faz a sabedoria. Muitas notícias, muitas fotos. Notícias alegres e notícias tristes. Afinal, como dizia um meu irmão, o jornal é o mundo em forma de papel. Embora, meu filho Germano venha me dizendo que a janela para o mundo agora é o seu iPad...
Mas vamos à leitura. Em meio a tantas notícias, eis que vejo uma que me entristece. Não foi a prisão de José Dirceu (quem diria, um homem tão bem posto....) Não foi a vitória do Fluminense carioca, que tanto alegrou o amigo jornalista Abelardinho Jurema. Não foi a posse da desembargadora Fátima na presidência de nossa suprema corte de justiça. Não, leitor, foi a notícia da revitalização da ala infantil, que se tornou um excelente espaço para as crianças portadoras de câncer, internadas no Hospital Napoleão Laureano. Um ala cheia de brinquedos, bolas, bonecas, carrinhos, todas dessas coisas que alegram as crianças. Que as fazem esquecer a terrível doença que a levaram para aquele triste mundo, que é um hospital. Imagino elas sorrindo diante dos brinquedos, gritando de alegria.
Muito humanitária essa idéia deste projeto chamado “Casa da Criança”, que contou com a participação voluntária da arquiteta Sandra Moura e mais 45 colegas.
É preciso lembrar que a alegria, o bom ânimo, o entusiasmo pela vida, caracterizam o espírito infantil. Ninguém respeita mais a vida do que a criança. Daí Jesus, certa vez, ter dito: “Vinde a mim as criançinhas, pois delas é o Reino do Céu. Admirável simbolismo do Mestre. A criança é entusiasmo constante, e a palavra “entusiasmo”, etimologicamente, significa “Deus em nós ”.
As crianças cancerosas do Hospital Napoleão Laureano, agora dispõem de um espaço para brincar, sorrir, gritar, vibrar de entusiasmo diante os brinquedinhos à sua disposição, no novo espaço. Elas vão sorrir, não num jardim, não na área de lazer ou na varanda de um edifício luxuoso, mas num hospital. Estou ouvindo seus gritinhos de contentamento, esquecidas do terrível mal que as levaram para ali.
Bem aventurado aquele que teve tão humanitária idéia, que muito me comoveu. Decerto, o espírito do grande missionário paraibano, Napoleão Laureano está muito feliz.

Sites com visual simples, que vão direto ao ponto a que se propõem, costumam ser mais atrativos. O Pronunciator é assim. Escolha no menu o...


Sites com visual simples, que vão direto ao ponto a que se propõem, costumam ser mais atrativos. O Pronunciator é assim. Escolha no menu o idioma que você fala e a língua que quer aprender. Clique Ok e, assim, você terá acesso a uma infinidade de lições e exercícios para fixar o aprendizado no idioma escolhido.

L uz, mais luz! Assim pediu Goethe, em seu leito, poucos momentos antes de deixar este mundo. Ora, mas luz lembra o sol. Decerto, n...


Luz, mais luz! Assim pediu Goethe, em seu leito, poucos momentos antes de deixar este mundo. Ora, mas luz lembra o sol. Decerto, na sua Frankfurt, naquele momento em que o grande escritor se despedia da vida terrena, dominava um rigoroso e frio inverno.
A propósito de luz e sol, andei, agora mesmo, puxando, ao acaso, dois livros para reler, e os que me caem às mãos são: “A Parahyba e seus problemas”, do nosso José Américo; e “Caminhos cheios de sol” de Peryllo Doliveira, ambos merecendo uma reedição.
Enquanto Peryllo entoa um hino ao sol, José Américo, no seu livro, entre outros problemas, cita o da seca, que continua castigando o nosso sertão. Até parece que se trata de um problema sem solução. É muito triste ver nas fotos dos jornais o gado esquálido, morrendo de sede, os açudes secando, o sertão se acabando, se desertificando. Bem disse o nosso Euclides da Cunha que o sertanejo é antes de tudo um forte. Pois, apesar da seca que o ameaça, há muitos anos, ele não arreda o pé de sua terra, que virou brasa.
E, aqui para nós, falaram tanto na possibilidade de trazer as águas do São Francisco para minorar a seca nordestina, e pronto. A obra não sai do papel e o silêncio é absoluto. Mas, o que mais admiro é a resistência do sertanejo. O diabo é que eu gosto muito de sol, de luz, de calor. Gosto de sol e gosto de mar. Daí eu achar lindo o nome de uma certa pousada, que se chama “Solemar”.
Apesar de nascer num lugar frio como o de Alagoa Nova, sou um apaixonado pelo sol. E a chuva , cronista? Sim, também gosto dela. Ler com chuva, dormir com chuva, refletir e sonhar com chuva também é belo. No entanto, na minha infância, minha mãe estava sempre dizendo: ”Saia dessa chuva, menino”. Ela nunca disse: “Saia do sol”. O sol nos leva ao divertimento, a chuva à introspecção. Meu médico, outro dia, me recomendou: “todos precisamos tomar um pequeno banho de sol diário”. Ora, mas banho lembra água...
Minha Alaurinda, já disse, como violinista, que só suporta o sol da pauta. O outro sol ela só aguenta com muito creme no rosto.
Mas deixem-me me deliciar com este “Caminho cheio de sol”, do nosso Peryllo. Todavia, o bom mesmo foi o banho de sol que tome,i ainda há pouco, aqui no meu jardim.

Dizem que mentir é uma arte. Quem tem talento consegue firmar uma mentira sem causar a menor desconfiança no interlocutor.


Dizem que mentir é uma arte. Quem tem talento consegue firmar uma mentira sem causar a menor desconfiança no interlocutor.

Pinturas e desenhos feitos das formas mais variadas e nos lugares mais inusitados, como em um simples e minúsculo palito de fósforo, sempre...


Pinturas e desenhos feitos das formas mais variadas e nos lugares mais inusitados, como em um simples e minúsculo palito de fósforo, sempre impressionam. A inédita arte de Alexandre Farto, conhecido como Vhils, se inclui adequadamente nesse contexto.

A  poetisa Cecília Meireles, no seu poema “Leilão de Jardim”, pôs à venda o seu rico jardim, fonte permanente de suas inspirações. ...


poetisa Cecília Meireles, no seu poema “Leilão de Jardim”, pôs à venda o seu rico jardim, fonte permanente de suas inspirações. Não sei se alguém chegou a comprar o pequeno paraíso da poetiza. Poetiza, sim, e jamais “poeta”, como costumam chamar determinados críticos.
Mas vamos ao poema, que começa assim: “Quem me compra um jardim com flores? Borboletas de muitas cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos?” E me vem a interrogação, por que diabo ela colocou à venda o seu jardim? Aqui, no edifício onde moro, há um jardim que, além de ser aguado, todos os dias, também recebe dos que passam pela calçada, um olhar de admiração, a começar pelas crianças, que chegam a puxar o braço das mães, chamando-as para a contemplação daquele recanto poético. Ah, leitor, como faz bem à alma dedicar alguns minutos a um jardim, a um bosque, a um mar, a um céu estrelado, a uma noite de luar! E nesse contemplar, muitos problemas são suavizados. Não esqueçamos que Jesus nos deu aquela lição para “olhar os lírios do campo”...
Nos poucos instantes que demoro o olhar no jardim de meu prédio, quantas coisas me maravilham. Ora vejam só aquela fila de formigas caminhando em direção de seu buraco residencial... Quanta ordem. Nenhuma se atreve a passar na frente da outra. As formigas, numa disciplina admirável, vão carregando, em silêncio, folhas que arrancaram de algum lugar. E fazem muito bem. Retiro o olhar daquelas admiráveis trabalhadoras, pois quem acaba de chegar ao cenário é a senhora lagartixa, que, vez por outra, balança a cabeça como a dizer na sua mudez: “Que beleza de espetáculo!” Mas o que encanta mesmo são estas borboletas no seu balé mudo. Como sabem beijar as flores e delas extrair o precioso suco. Os pássaros também participam daquele paraíso.
Mas o sol está esquentando muito, querendo também participar daquele momento poético e terapêutico. E as crianças que passam na calçada, puxando as mães pela saia, a dizer: “espie mãe. que beleza”. Mas a velha está com a cabeça tão cheia de problemas que só faz dizer ao filho curioso: ”Vem, menino, que já estou atrasada”.
Esquece que a pressa é inimiga da reflexão, da contemplação...

Em alguns idiomas estrangeiros, muitas situações ou características de uma pessoa (que necessitam de frases quilométricas para ser explicad...


Em alguns idiomas estrangeiros, muitas situações ou características de uma pessoa (que necessitam de frases quilométricas para ser explicadas em português) são resumidas em uma única palavra. Veja abaixo 5 desses termos simples, diretos e arrebatadores.

Leia essas frases e medite um pouco sobre o que você mesmo pode fazer para levantar sua auto-estima e levar a vida com serenidade e persev...



Leia essas frases e medite um pouco sobre o que você mesmo pode fazer para levantar sua auto-estima e levar a vida com serenidade e perseverança.

A  cronista Mariana Soares, imortal de nossa Academia, e que tive a honra de saudá-la em sua posse, com muita emoção, disse, em certa crônic...


cronista Mariana Soares, imortal de nossa Academia, e que tive a honra de saudá-la em sua posse, com muita emoção, disse, em certa crônica, que gostaria de viver no fundo do mar, onde há um profundo silêncio. E tem razão a cronista. Seria ótimo ver os peixes deslizando nas profundezas silenciosas do oceano, numa lentidão de sombras. Todavia a cronista esqueceu o aquário, esse fundo de mar em miniatura, que alguns psicoterapeutas apontam como uma excelente terapia de relax contemplativo, sobretudo nestes tempos de tantas ansiedades e depressões. Se bem que, o ideal é ver os peixes no seu habitat natural.
Mas, fora o fundo do mar e o aquário, há muitos lugares silenciosos, a ponto de você ouvir o próprio coração. E lembrar que o nosso corpo é um silencioso templo religioso. Até rimou. O cérebro, onde estão nossos pensamentos, funciona em profundo silêncio. O coração, esta admirável bomba que parece marcar os nossos passos na vida; os pulmões, que, através da respiração, nos trazem esse precioso alimento, que é o oxigênio, tudo isso funciona em silêncio. O sangue corre manso por todo o organismo, e assim por diante. Não há lugar mais silencioso do que o nosso corpo.
Vejamos outro lugar silencioso... Há muitos, leitor, sem esquecer uma praia deserta, longe daqueles turistas estúpidos que preferem fazer zoada e tomar cachaça do que olhar o mar, um bosque, um jardim botânico. Ah, leitor, estou me lembrando daquelas florestas e montanhas que vimos nas nossas andanças fora do país, a exemplo da Nova Zelândia e Áustria. As florestas que vi são tão caladas que você não imagina... Não se vêem nem pássaros.
E eis que acabo de me lembrar de um lugar, profundamente silencioso, nos hotéis em que nos hospedamos. Estou me referindo ao seus corredores muito bem atapetados, aqui e ali uma luxuosa poltrona para você se sentar, ler e meditar. E sem esquecer os belos quadros. Até as camareiras respeitam ali o silêncio, pois nos cumprimentam quase num cochicho. Mas os hóspedes passam por ali, doidos para deixarem o hotel e ganharem a rua.
Silêncio absoluto, que, decerto, ganha para o fundo do mar a que se refere Mariana. Pena que ele ande tão raro em nossa capital, sobretudo em nossas praias...

S im, leitor, quanto mais velho melhor. Não estou aludindo ao vinho, nem ao homem. Se bem que este vale pela sua sabedoria que só se adquire...


Sim, leitor, quanto mais velho melhor. Não estou aludindo ao vinho, nem ao homem. Se bem que este vale pela sua sabedoria que só se adquire envelhecendo, o que me faz lembrar Sócrates que jamais trocaria por uma criança ou um jovem.
Mas, fora isso, o que dizer do livro, que jamais envelhece? Livro velho é uma preciosidade. Portanto, bem-aventurado aquele que valoriza o livro velho.
Ora, ora, estava pensando nisso, quando ligo a TV e vejo nela uma entrevista. Era o jornalista Abelardo Jurema Filho entrevistando... Entrevistando quem? Entrevistando não um magnata do dinheiro, não um líder político vitorioso nas últimas eleições, não o bispo Edir Macedo, nem o jogador Ronaldinho... Abelardo, ou Abelardinho, entrevistava o nosso Heriberto Coelho, o dono do famoso Sebo Cultural, instituição que está completando 26 anos de existência.
E Abelardo, com o seu sorriso, com seus elegantes suspensórios, com seu cabelo bem cuidado, com sua simpatia, foi quem teve a bela idéia de trazer a publico um admirável idealista, o homem que conseguiu com seu esforço gigantesco, construir um monumental arsenal de livros antigos, preciosidades que Heriberto catou com muita paciência, abnegação e idealismo. Uma obra admirável que vale por umas das nossas preciosas referências turísticas e culturais. E saber que o autor desse empreendimento é um homem franzino, simples, humilde, mas um gigante em seu trabalho. “O Sebo Cultural” talvez seja o maior sebo do mundo. E digo isso com minha experiência turística. Meu filho Germano, em seu livro “Bazar de Sonhos”, dedica uma crônica ao livro velho, aos sebos. E informa que foi num sebo europeu que ele encontrou o livro, bastante antigo, intitulado “Cartas dos grandes músicos”. “Uma deliciosa relíquia para os que gostam de música erudita”, comentou.
Mas voltemos à entrevista. Abelardo cometeu um relevante ato de justiça, dando visibilidade no seu prestigiado programa “Happy Hour”, da RCTV, a um dos maiores empreendimentos culturais de nossa terra: O Sebo Cultural. E com que alegria ele conversava com Heriberto. Uma alegria tão grande quanto quando o Fluminense, seu time predileto, faz um gol.

G ermano, meu filho caçula, participa semanalmente do quadro Parada Obrigatória, no excelente programa Cá Entre Nós, apresentado pe...


Germano, meu filho caçula, participa semanalmente do quadro Parada Obrigatória, no excelente programa Cá Entre Nós, apresentado pela jornalista Rose Silveira, na RCTV, do Sistema Correio de Comunicação. Nesse quadro, ele traz para o telespectador suas impressões de viagem ao exterior, já que é um experiente “globe trotter”, conhecedor de muitas civilizadas metrópoles, por todos os 5 continentes.
Com uma sensibilidade e uma percepção fora do comum, o nosso arquiteto e cronista faz de suas viagens verdadeiros cursos de cultura turística, tudo observando, tudo comparando, tudo fotografando, e com tudo aprendendo. O programa Cá Entre Nós, que tem como apresentadora Rose Silveira, cuja simpatia, inteligência e muito charme concorrem para o já reconhecido sucesso, termina com o quadro “Parada Obrigatória”, que, se não estou enganado, tem um formato inédito em nosso país.
Mas deixemos lá o ineditismo e vamos falar do Parada Obrigatória, em que Germano traz para o telespectador tudo que vê por este mundo afora, em termos de turismo internacional. Com sua visão de cronista, artista, bacharel em Música e, sobretudo, de experiente arquiteto, ele flagra com bastante perspicácia cidades e paisagens espalhadas por este mundo, muitas delas de elevadíssimo nível cultural. Tudo, nessa vilegiatura, chama a sua atenção. Não só as requintadas metrópoles e belas paisagens, mas também os crepúsculos, menos as alvoradas, que o obrigariam a acordar muito cedo, coisa que nenhum turista faz.
Pois bem, para surpresa de todos, o nosso arquiteto achou de trazer, na última edição deste programa de TV Correio, não as metrópoles, com seus museus, sua Arquitetura, seus teatros, óperas, palácios, mas, alguns dos belos crepúsculos que ele viu com muito embevecimento. E haverá maior terapia do que contemplar um por do sol? Tão belo como um alvorecer. Ambos assinalam, metaforicamente, nossa viagem terrena. A chegada e a saída neste mundo. O alvorecer e o entardecer. A esperança e a saudade. Ambos nos dão uma significativa lição.
Seja o crepúsculo do Havaí, seja o nosso crepúsculo de Jacaré, ambos exprimem uma mesma didática. Que Germano nos traga, novamente, os belos crepúsculos que tanto nos ensinam, que tanto induzem à reflexão, que é o que mais nos distancia dos animais...

P ois é, no impropriamente chamado Dia dos Mortos, ou de “Finados”, aqui para nós, muita gente ainda acredita que a pessoa que não respira m...


Pois é, no impropriamente chamado Dia dos Mortos, ou de “Finados”, aqui para nós, muita gente ainda acredita que a pessoa que não respira mais vai encerrar sua vida num bonito caixão, que é lançado na terra. Embora a Ciência prove que o corpo físico se decompõe, restando apenas os ossos, muitos acham que o que se decompõe se recomporá no dia em que uma trombeta tocará chamando os mortos. Para o Juízo Final. Dependendo do julgamento, há os que vão curtir as delícias do Paraíso, outros irão para o Purgatório e, finalmente, os que serão condenados ao Inferno eterno, onde há muito fogo, e Deus fica de braços cruzados, indiferente a essas torturas. Aqui para nós, há muita gente que ainda acredita nessa versão. Há os materialistas que pensam que tudo se acaba, que tudo vira cinzas... E os espiritualistas? Esses acham que o que fica sepultado na terra é a carcaça carnal, e que o espirito sobrevive à matéria.
Mas, voltemos ao impropriamente chamado Dia dos Mortos. Não fui ao cemitério, mas lembrei dos entes queridos que já se foram. Que tal pegar os seus retratos e orar? Que tal proferir uma oração em seu nome, enviar-lhes boas vibrações, bons pensamentos? Tive muita pena das flores que foram arrancadas para enfeitar os caixões e túmulos. Caixões mortuários... como são bonitos! E lembrar que seus fabricantes e comerciantes não têm o direito de fazer propagandas de suas mercadorias, nem em vitrines. Nem no rádio, nem no jornal, nem no outdoor, nem nos supermercados anunciam os objetos de seu comércio. Nenhum dizendo: "Compre o seu caixão agora e seus familiares pagarão em dez vezes sem juros!"
E antes de terminar a crônica vou lhe revelar uma coisa que muito estranhei. Não quis acreditar no que via. Sim, leitor, vimos numa pequena e bucólica cidade alemã, chamada Wiesbaden, um requintado caixão mortuário numa vitrina de uma luxuosa loja. Um belo caixão, talvez destinado aos mais ricos. Tive pena que caixão tão bem confeccionado fosse lançado à terra.
Mas, neste recente Dia de Finados, me lembrei muito daquela inscrição no túmulo de Allan Kardec, lá no Cemitério Père Lachaise, em Paris: "Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei". E me lembrei, também, do belíssimo livro do Prof. Waldo Lima do Vale: "Morrer, e Depois?”...