Por que as pessoas apontam para o pulso quando perguntam as horas, mas não apontam para o traseiro quando perguntam onde fica o banheiro?

Por que as pessoas apontam para o pulso quando perguntam as horas, mas não apontam para o traseiro quando perguntam onde fica o banheiro?

P assei minha infância na Lagoa, isto é, no Parque Sólon de Lucena, onde meu pai comprou um sítio, que tinha quase todas as frutas, desde o ...


Passei minha infância na Lagoa, isto é, no Parque Sólon de Lucena, onde meu pai comprou um sítio, que tinha quase todas as frutas, desde o abricó à pitanga, da jaca ao cacau. E havia um frondoso pé de tamarindo, que dava uma fruta azeda de fazer careta. Um paraíso que o progresso acabou.
E como era gostoso passar o dia debaixo das frondosas mangueiras, conviver com alguns personagens que perambulavam por ali. Todas as manhãs a Policia Militar ia treinar os seus músicos, e a Lagoa se transformava numa festa. A criançada com as suas babás, que paqueravam com os soldados.
A verdade é que todas as manhãs na Lagoa eram uma festa. E foi numa dessas alegres manhãs que conheci um homem extraordinário. Um homem que nunca freqüentou uma universidade, mas que impressionava pela cultura, pela conversa, pelos ensinamentos. Ele respondia a qualquer pergunta.
O homem se chamava Inácio. E tanto conversava com os os adultos, como com as crianças. Alto, simpático, educadíssimo, meu amigo Inácio me deixou fortíssima impressão. Não sei se ele era solteiro, casado ou viúvo. Soube depois que era um solteirão. Mas estávamos nesse pé, quando, um dia, ele me apareceu com um livro de sua autoria. Aí eu caí das nuvens. O livro se intitulava “Deus”. Procurei lê-lo, mas não entendi nada. Eu estou certo que nem o próprio Deus entendeu aquele livro.
Depois Inácio achou de construir um telescópio, o que me deixou pasmado. E não é que pelo aparelho dava para ver a lua?... A meninada ficou curiosa para ver de perto o satélite, ainda virgem dos pés norte-americanos. E todo mundo queria ver a lua de Inácio. Inácio Pereira (agora me lembro do nome todo). A meninada e até os adultos faziam fila. E o nosso filósofo terminou ganhando um dinheirinho.
Simples, sempre bem humorado, solteirão, e de uma cultura impressionante. Fizemos amizade com ele. Esteve em nossa casa, onde ouvia nossos discos, especialmente um deles, muito bonito, cuja música se chamava “Eternamente”. Pois não é que o disco desapareceu? E Inácio, sem perder a calma, disse: ”Morreu, eternamente... ” E todo mundo caiu na risada. Inácio Pereira... Cadê seu telescópio, seu livro “Deus”, seu admirável bom humor? Tudo virou passado, que a saudade, vez por outra, tenha recuperar...

P ara falar a verdade, as três maiores tentações do homem são: o dinheiro, o sexo e o poder. E eu não sei qual é a mais forte. Talv...


Para falar a verdade, as três maiores tentações do homem são: o dinheiro, o sexo e o poder. E eu não sei qual é a mais forte. Talvez seja o sexo, pois se não fosse ele, não existiria a própria humanidade. Daí ser ele a atração mais forte. Os jornais, diariamente, dão notícia de abusos da sexualidade, em suas mais variadas expressões.
E o dinheiro? Quem diabo não o ambiciona, com exceção dos missionários, a exemplo de uma Tereza de Calcutá ou de um Chico Xavier. O dinheiro é o grande ópio do homem. Todo mundo o quer, e quando ele chega às nossas mãos, nunca ficamos saciados. Desejamos sempre mais e mais. Dinheiro é como água salgada, quanto mais se bebe, mais sede se tem. Mesmo quem estava desempregado e consegue um trabalho, ou quem recebe um aumento e passa a ganhar uma boa quantia, em pouco tempo estará insatisfeito.
Os detentores de grandes fortunas, os homens de negócio, vivem numa constante ansiedade. Ansiedade de faturar mais. E vem a competição, cada um desejando aumentar os seus lucros. Dinheiro, dinheiro, dinheiro e mais preocupações. A ganância não tem limites. E lá vêm o stress, as doenças... A vida se torna um inferno. Não se vive mais para si. Um inferno, apesar do dinheiro.
Por fim, vêm o poder e a política, também como tentações do homem. Na política investem-se fortunas com o objetivo de um bom retorno. E este nunca deixa de vir. Mas, toda regra tem exceção. Há os políticos que entram na política para servir e não para se servir. Há exemplos na nossa história. Raríssimos, mas existem. E aqui para nós, se um político gasta fortunas para se eleger ou se reeleger, é porque o negócio é bom...
Sexo, dinheiro, poder. Indiscutivelmente, é uma poderosa trindade. Trindade que não é santíssima e que, às vezes, se torna satânica.
Não esqueçamos as exceções. Pegue a história e ela lhe dará admiráveis exemplos de políticos que fizeram da política uma oportunidade de servir à coletividade, e jamais de se locupletar com vantagens ou com dinheiro publico.
Mas, o grande fiscal dos políticos é o povo. Se este se degrada termina votando em Barrabás, ao invés de Jesus...

M eu colega de saudades, Carlos Pereira, vai concordar comigo. As bandas de música, que tanto alegravam o povo de uma cidade, estão...

Meu colega de saudades, Carlos Pereira, vai concordar comigo. As bandas de música, que tanto alegravam o povo de uma cidade, estão virando espécies em extinção. Qual o motivo disso, senhores prefeitos? Se existem, estão em crise. E me vem à memória o maestro Joaquim Pereira, todo elegante, conduzindo a bem afinada Banda do 15 R. I...
Lembro-me também que organizaram um festival de bandas de música do Estado que foi um sucesso. Difícil, muito difícil mesmo era ficar triste quando a banda passava. E o nosso Chico Buarque chegou a compor aquela inspirada modinha que falava da alegria que uma banda de música causava numa cidadezinha do interior. Todo mundo se alegrava, todo mundo saía de suas casas, todo mundo deixa seus trabalhos, seus afazeres, por um momento, e corria para as calçadas.
E lembro das retretas de outrora, sobretudo na praça João Pessoa, atraindo todo mundo da capital. E o programa da banda saía até no jornal A União, em que figurava o “Nabuco” de Verdi, sem esquecer o Guarani, de Carlos Gomes.
Uma banda de música numa cidade do interior é instrumento de cultura despertando muitas vocações e, ao mesmo tempo, incentivando os sentimentos de solidariedade entre as pessoas.
Estariam mesmo em extinção as bandas de música? Ao que tudo indica, sim, o que é uma pena...
Que beleza se pudéssemos reunir num concurso todas as bandas de música do interior. Bandas de Riacho dos Cavalos, de Catolé do Rocha, Pombal, Cajazeiras, Piancó, Campina Grande, Sapé... e assim por diante.
Vamos, senhores prefeitos, estimular as vocações. As bandas de música precisam voltar às praças, alegrar as pessoas, fazendo o povo esquecer, por alguns instantes, os problemas da vida. E viva a terapia musical.
Nunca mais me esqueci, quando, certa manhã, acordei ouvindo a Banda de Música do 15 R. I. executando o famoso dobrado “Os Flagelados”, sob a batuta do Joaquim Pereira. Acho que todo mundo se levantou da cama com outro astral, desejando abraçar o mundo inteiro. A retreta ia até às 9 horas da noite, pois o povo dormia cedo, embora naquela tempo não se falasse em assaltos.
Uma banda de música numa cidadezinha do interior é excelente instrumento de cultura. Incentiva vocações para a boa música.

C omeço dando viva à imaginação! Que seria do homem sem ela. A imaginação é uma das maiores dádivas que Deus nos deu. Graças a ela ...


Começo dando viva à imaginação! Que seria do homem sem ela. A imaginação é uma das maiores dádivas que Deus nos deu. Graças a ela nada se perde. Tudo fica na nossa cabeça. Se você quiser trazer uma pessoa para junto de você, sem ser fisicamente, basta recorrer à imaginação. Bem disse o ditado que recordar é viver, e recordação implica em imaginação. Se eu quiser ver Paris, basta trazê-la à imaginação. E somos capazes de sentir o cheiro gostoso de uma baguete fresquinha.
A imaginação é do homem. E é graças a ela que estou trazendo, agora, à minha presença, uma pessoa muito querida, que não está mais aqui no mundo, todavia, continua viva na minha imaginação e na minha saudade.
Esta pessoa muito querida, que tanto admirei e com quem muito aprendi, não é outro senão o desembargador Paulo Bezerril, um respeitável nome do nosso Tribunal de Justiça. Estou a vê-lo, baixinho, discreto, mas sempre elegante na sua postura. E que simplicidade! A toga não o envaideceu.
Mas, sua grande paixão não eram os acórdãos do Tribunal, que ele prolatava com tanta segurança e conhecimento. A sua grande paixão eram os acordes da música. Para comprovar isto, basta dizer que o desembargador Paulo Bezerril era um excelente flautista. E, aqui para nós, ninguém sabia disso. Ele tocava aquele instrumento em sua casa, para esquecer os prosaicos acórdãos do Tribunal.
Até que um dia... Aconteceu o inesperado. Quando a Orquestra Sinfônica da Paraíba foi fundada, numa certa noite, num prédio lá da Rua Direita, o nosso Bezerril lá compareceu para prestigiar o acontecimento. E quando a Sinfônica estreou, lá estava Paulo Bezerril como um dos seus músicos. Isto fez com que eu o admirasse ainda mais. O desembargador flautista soube descer a escada do nosso Tribunal para prestigiar com sua presença o grande acontecimento cultural.
Por isso e outras coisas, eu muito aprendi com o meu desembargador, que tinha alma de sonhador, de artista, de homem muito sensível. Certa vez, ele me confessou: Carlos, eu admiro três belezas na vida, que começam com “M”: música, mar e mulher.
Paulo Bezerril, como o admirei! E como, vez por outra, ele entra na minha saudosa imaginação...

Pode até parecer ficção científica, mas, acredite, esses 5 lugares bizarros existem mesmo. Para qual deles você mandaria um político corru...

lugares estranhos

Pode até parecer ficção científica, mas, acredite, esses 5 lugares bizarros existem mesmo. Para qual deles você mandaria um político corrupto?


1A Ilha dos Mascarados • Japão

E la se chamava Joaquina - nome muito usado naquela época – mas que, na intimidade, terminou virando Quininha. Ah, como eu a admira...


Ela se chamava Joaquina - nome muito usado naquela época – mas que, na intimidade, terminou virando Quininha. Ah, como eu a admirava e respeitava... Sempre muito bem limpinha, dela exalava um cheiro de alfazema. Minha avó era muitíssimo respeitada, inteligente, perspicaz e bem humorada. Dava gosto conversar com ela. Casou-se – imagine só, leitor – com a idade de 12 anos. Seu marido Vicente, meu avô, que tocava muito bem clarinete, era um próspero comerciante. Vendia couro. E sabe quem comprava o couro que ele vendia? O famoso Delmiro Gouveia, lá de Alagoas.
Mas, voltando à dona Quininha, ela fumava. Fumava um cigarro chamado “Deliciosos”. Dizia-me que o fumo não a ofendida, porque ela não tragava, isto é, não engolia a fumaça. E mais: não pegava no cigarro. Segurava-o com longos grampos.
Muito inteligente. Dava gosto conversar com ela. Outro vício seu era, todo dia, apostar no jogo do bicho. E quem ia fazer o jogo era o seu criado Liberato, um rapazinho moreno, muito esperto e trabalhador.
Ao que saiba, ela nunca acertou no jogo, mas me dizia que o jogo era o seu passatempo. Tinha seus palpites. ”Hoje sonhei com cachorro”. E o sonho nunca se realizava.
Dona Quininha teve sete filhas, minhas tias. Quase todas elas professoras formadas pela conceituada Escola Normal, que funcionava no prédio onde hoje é o Tribunal de Justiça, lá na praça João Pessoa.
Mas, do que eu mais gostava, quando ia visitá-la, lá numa espaçosa casa na rua Maciel Pinheiro, era ver o santuário de minha avô, que ela me dizia ser “o céu, cheio de santinhos, de ovelhas e outros animais domésticos”. O santuário ficava no seu quarto de viúva. Dona Quininha era uma católica que nunca entrou numa igreja, nunca assistiu a uma missa e que não se incomodou quando algumas filhas se tornaram espíritas. E eu ficava pensando: minha avó tinha tanta fé, mas nunca, ao que saiba, acertou no bicho...
Conversar com ela era uma maravilha, sobretudo pelo humor, o que me faz lembrar um casamento que iam fazer com dois de seus sobrinhos. Eles não tinham nada. E ela sorrindo, exclamou: ”deixem, meninos, trata-se de um casamento de bonecas... ”
Minha avó, quando ia passear, não gostava que a segurassem. Não queria ser velha. E, aqui para nós, tinha muita razão. Velho é aquele que se julga.
Guardo muitas lembranças dela. E não esqueço o seu santuário, cheio de santos. O céu da minha avó...

Q uando me disseram que em Buenos Aires havia uma livraria colossal, talvez uma das maiores do mundo, fiquei ansioso para conhecê-l...


Quando me disseram que em Buenos Aires havia uma livraria colossal, talvez uma das maiores do mundo, fiquei ansioso para conhecê-la, pois, se não sabe o leitor, minha cachaça é o livro, que para muita gente talvez não passe de um objeto sem significação maior, ou mesmo de um intruso. Tanto é assim, que uma ilustre dama da sociedade pediu ao seu arquiteto que “pelo amor de Deus, não estragasse a ambientação de seu novo apartamento deixando os livros do marido à mostra, e exigiu que fechasse com portas as prateleiras da biblioteca.
Melhor foi aquele ilustre industrial paraibano, de saudosa memória, que embora bom de dinheiro, nada entendia de livros, livrarias e bibliotecas, a ponto de informar aos mais íntimos que dera à esposa uma “biblioteca de perfumes”... Por incrível que pareça, o fato é verídico.
Mas, cada qual com os seus gostos. Já um Ariano Suassuna adora deitar-se na cama abraçado a um livro. E disse, em entrevista, que jamais faria isso com um iPad.
Ora, ora, mas eu comecei a crônica falando da grande livraria de Buenos Aires, a famosa El Atheneo, que quando assomei à sua porta, fiquei sem acreditar no que via. Um enorme e histórico espaço que já serviu de teatro, com seu ambiente original preservado e milhares de livros por toda parte, muitos deles enchendo os antigos camarotes e frisas daquela antiga casa de espetáculos. Fiquei de queixo caído. E sabe quando se fecha a livraria? Só à meia-noite. E que silêncio! Ali só os livros falam.
Senhores, jovens, muitos deles deitados no carpete, com um livro aberto aos seus olhos, certamente, em gostosa pesquisa. Um deles me pareceu um professor, um desembargador, talvez ministro, não sei. E gente entrando, subindo as escadarias do antigo teatro, num religioso silêncio. A livraria El Atheneo lembra um templo. Templo da sabedoria. E alguns ainda insistem em dizer que o livro vai desaparecer!...
Não há lugar mais propicio à reflexão do que uma livraria. É um verdadeiro templo religioso, Um templo religioso sem barulho...
Mas fiquemos por aqui, lamentando apenas os que ainda não descobriram o prazer da leitura.

Muitas vezes, comprar um presente pode ser uma grande dor de cabeça. Se não bastasse a grana curta, falta inspiração na hora da escolha. ...


Muitas vezes, comprar um presente pode ser uma grande dor de cabeça. Se não bastasse a grana curta, falta inspiração na hora da escolha. A lista abaixo poderá ajudá-lo a resolver esse dilema. A maioria dos produtos custa menos de 100 reais.

Parece inacreditável que uma banda de rock mantenha-se viva por meio século, fazendo sucesso, conquistando fãs e reunindo multidões durant...

the rolling stones
Parece inacreditável que uma banda de rock mantenha-se viva por meio século, fazendo sucesso, conquistando fãs e reunindo multidões durante todo esse tempo.

O portal Seterra apresenta um interessante desafio, com mapas interativos.

jogos para testar conhecimento de geografia
O portal Seterra apresenta um interessante desafio, com mapas interativos.

Todo mundo tem aquele 'amigo' esnobe, de nariz empinado, que se acha perfeito e vive a criticar o modo de vida, a religião e a roup...

frases sarcasticas ambiente de leitura carlos romero frases debochadas frases inteligentes

Todo mundo tem aquele 'amigo' esnobe, de nariz empinado, que se acha perfeito e vive a criticar o modo de vida, a religião e a roupa dos outros.

O incômodo causado por esse tipo de gente é bem antigo. Foi para eles que grandes pensadores da história, como Voltaire, Leonardo da Vinci e Machado de Assis, criaram frases sarcásticas e desconcertantes.

Oportunas e inteligentes, servem para dar respostas elegantes e à altura do que as circunstâncias merecem, e, por vezes, geram situações bem humoradas que jogam a arrogância por terra pelo menos por alguns instantes.

Eis algumas delas:


frases inteligentes e sarcásticas para quem se acha perfeito
Você se acha perfeito? Saiba que toda perfeição é um grande defeito.

F ui dormir bem ontem, à noite. Vi um espetáculo que me comoveu. E fiquei ainda mais satisfeito porque o fato se deu aqui na nossa capital, ...


Fui dormir bem ontem, à noite. Vi um espetáculo que me comoveu. E fiquei ainda mais satisfeito porque o fato se deu aqui na nossa capital, coisa que ainda não vi nos chamados países civilizados, ou de primeiro mundo. Nem na fria e solene Londres, na moderna Berlim e mesmo na minha querida Paris, testemunhei coisa igual.
E à medida que eu ia vendo o que estava acontecendo, aumentavam a minha alegria e o meu orgulho paraibano. Não, leitor, pelo amor de Deus não foi um carro de som, destruindo o silêncio e a paz, pois isso me envergonha. Mas, sabe quem imaginei presenciando o tal fato, com o sorriso nos lábios e no olhar? Jesus!..
Mas vou matar a curiosidade do leitor contando o que me emocionou: Nada mais, nada menos do que crianças, muitas delas ainda com a chupeta na boca, brincando com livros. A livraria, que não é outra, senão a “Leitura”, do Manaíra Shopping, reservou grande parte de seu espaço para livros infantis. A mesma coisa vem fazendo a Saraiva, também no Manaíra, onde você vai encontrar uma área só para leitura infantil. E o belo foi ver as mães orientando os filhos. Haja sorrisos e alegria. Livros com excelente e atraente visual. E os temas? Quase tudo, principalmente, ecologia, respeito ao meio ambiente e assim por diante. Os garotos iam descobrindo um novo mundo. Vi um deles folheando as obras de Lobato, outro interessado no desfecho de “Alice no país das maravilhas”, obra prima da literatura mundial, sem esquecer “O pequeno príncipe. ”Ah, como esse espetáculo me comoveu. Estou certo de que, se Jesus esteve ali, não deixou de abrir os braços dizendo: “Bem-aventurados os que encaminham seus filhos para a boa leitura”. Leitura que edifica, que eleva, que modifica comportamento.
Crianças, muitas delas ainda tropeçando no tapete, procurando seu livro predileto... De parabéns ambas as livrarias. Certa vez, entrei numa livraria de Londres, considerada uma das maiores do mundo. Ninguém para atender. Não vi uma criança, nem mesmo um adolescente. Ainda bem que havia poltronas, peças hoje indispensáveis numa livraria, porquanto leitura pede cadeira.
E saio da crônica emocionado com a visão que tive. Crianças fazendo dos livros brinquedos. E só em nosso país testemunhei tal fato. Nem em Paris, cidade que tem livros até pelo chão, vi a presença da criança, como nas livrarias Leitura e Saraiva, daqui da nossa terrinha.

E i s aí uma indagação que mexe com a nossa curiosidade. Sim, qual é a última, trazida pelo jornal, pela televisão, pelo rádio ou Internet? ...


Eis aí uma indagação que mexe com a nossa curiosidade. Sim, qual é a última, trazida pelo jornal, pela televisão, pelo rádio ou Internet? E foi com essa pergunta que ela, muito simpática, elegante e de excelente bom humor, foi dizendo para a gente, num encontro casual, lá no Shopping Manaíra, há alguns anos.
Diante de nossa negativa, ela foi logo dizendo: “Sabe da última” é o título do livro que estou escrevendo e que publicarei em breve.
Confesso que fiquei com água na boca, isto é, com um acentuado apetite para a leitura do livro de minha amiga, uma mulher inteligentíssima, muito bem humorada, como já disse, (aliás, humor é o tempero da sabedoria) e que tinha muito o que contar da vida. Personalidade forte, bastante viajada, ela sabia ver o espetáculo da vida como ninguém. Seu pai, era para ela um ídolo. Não só o admirava. Mais do que isto, venerava-o. Não me esqueço daquela manhã, em que foi prestada uma homenagem ao igualmente bem humorado magistrado, quando ela fez a saudação ao velho. Melhor perfil não era possível fazer daquele homem bonachão, sempre alegre, sempre sorrindo da vida e dos homens. Ela o amava, assim como o compreendia. Ambos se identificavam. Ele era ela, e ela era ele.
Escritora, boa cronista, vez por outra nos brindava com um texto, nos jornais. E lembro que, certa vez, eu lhe disse: “esta menina precisa escrever um livro. Tem talento e bagagem para isso”.
Aquela pergunta que ela nos fez, não me sai da cabeça “Sabe da última?”
Passou-se o tempo, até que, numa manhã, alguém me telefona, perguntando: “Sabe da última?”. Pergunta que muito me entristeceu. “Sua amiga, a quem você tanto admirava, não está mais neste mundo”...
Decerto, a amiga Sílvia Rique está num bom lugar pelas amizades que fez, pelo exemplo que deu na vida, pela inteligência e simpatia, que exalavam de sua personalidade, e, sobretudo, pela coragem de ser ela mesma. Inteligente no falar, no olhar, sabendo ficar sempre acima da mesquinhez humana.
“Sabe da última? Que belo título para um livro... Porque, pensando bem, a vida nos leva sempre a uma constante interrogação.

O castigo de quem não ama, ou nunca amou, é a solidão. Os que amam estão sempre acompanhados de amigos. Por conseguinte, leitor, cumpramos ...


O castigo de quem não ama, ou nunca amou, é a solidão. Os que amam estão sempre acompanhados de amigos. Por conseguinte, leitor, cumpramos o grande mandamento do “amai-vos uns aos outros. ”Difícil, não? Dificílimo. E Jesus disse que se identificariam os seus discípulos por muito se amarem. Esta a grande carteira de identidade do verdadeiro cristão.
Agora uma indagação: Desde quando o homem ama o seu irmão? Não, pelo amor de Deus, não olhe a nossa história, que provou que “o homem é o lobo do homem”, como disse Hobbes, um grande pensador. Já Sartre afirmava que “os outros são o inferno”. E nosso torturado Augusto dos Anjos disse num poema que “o homem que vive entre feras, sente necessidade de ser fera”.
Mas, muita gente poderá monologar: como é possível amar ao próximo como a si mesmo? Para cumprir tão dificílima lição é preciso, antes de amar, compreender. Amar é um sentimento, compreender é um pensamento, um raciocínio. O próximo é um enigma. É preciso decifrá-lo.
O escritor católico Gustavo Corção escreveu um belo livro intitulado “A descoberta do outro”. Muita gente ainda não descobriu o outro, esquecido de que ele é a nossa ponte para Deus. E qual foi a grande recomendação de Jesus? “Reconcilia-te, depressa, com o teu adversário enquanto estás a caminho com ele”. Bote isso na cabeça se queres ser um verdadeiro cristão. Reconciliação e nada de vingança, de ressentimento, nem de indiferença diante do semelhante.
Mas, como disse, e repito, o importante mesmo é compreender o outro. Para amar é preciso antes compreender. Jamais julgar. Da compreensão surge a compaixão, que nada mais é do que se colocar no lugar do outro, sem jamais julgá-lo. Dirá você: é tão difícil isso, senão impossível... Concordo. Mas não se esqueça que para Jesus só seremos seus discípulos e se amarmos uns aos outros. E lembrar que há muitos que conseguiram aprender essa difícil lição...
O ensinamento é muito difícil. Mas, lembremos, enfatizando o que dissemos acima, que são muitos os já conseguiram aprendê-lo e praticá-la, não esquecendo que o castigo do egoísta é a solidão.

O Ponto Nemo é o lugar do oceano que fica mais distante de qualquer pedaço de terra no planeta, habitada ou não.


O Ponto Nemo é o lugar do oceano que fica mais distante de qualquer pedaço de terra no planeta, habitada ou não.