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    Abri minha janela no natal vi as ruas coloridas iluminadas vi um ébrio tombando na calçada aos tropeços, sem saber que no...

natal injustica olhar urbano
 
 
Abri minha janela no natal vi as ruas coloridas iluminadas vi um ébrio tombando na calçada aos tropeços, sem saber que noite era decidi debruçar em minha janela a pensar naquela noite encantada tanta festa, música alta, algaravia e alguns, dormindo gélidos, nas calçadas

Ao abrir o armário cruzei o umbral. Vi maravilhas como a liberdade, descobri meu lugar de fala, de choro, de grito, desesperacão e rai...

homofobia liberdade preconceito grito
Ao abrir o armário cruzei o umbral. Vi maravilhas como a liberdade, descobri meu lugar de fala, de choro, de grito, desesperacão e raiva, de canto, acalanto, assovio e silêncio.

    Quando nasci, seu moço uma estrela perguntou — O que tu queres menina? Podes pedir que te dou. Estava ainda chorando, com o...

poesia paraibana vania farias castro
 
 
Quando nasci, seu moço uma estrela perguntou — O que tu queres menina? Podes pedir que te dou. Estava ainda chorando, com o oxigênio varando os meus pulmões com furor! Mas respondi enfadada — Estrela, não quero nada, além do que destinou o universo pra mim: um lar com pais amorosos, trabalhadores e éticos, empáticos, inteligentes, amantes de festa e gente

      Quando eu partir que farão com o meu nome? Criarão pequeno verso, ou cantiga de assombro Como as cantigas de ninar de m...

poesia paraibana vania farias castro
 
 

 
Quando eu partir que farão com o meu nome? Criarão pequeno verso, ou cantiga de assombro Como as cantigas de ninar de meu tempo de infante? Quando eu partir que dirão que fui um dia? Incansável sonhadora, não obstante a covardia dos meus pares, mais ditosos… Mulher doce por momentos mas tirana e atirada dependendo do repente que se faça, nessa data…

Perguntei à borboleta o que é o amor, e ouvi como resposta, sem pressa ou temor: "O amor, meu nobre amigo, é poder beijar a ...

Perguntei à borboleta o que é o amor, e ouvi como resposta, sem pressa ou temor:


      Coisa estranha é o amor Quando te falava que teu corpo não era o mais importante que nossos sentimentos eram mais valio...

poesia paraibana vania farias castro
 
 
 
Coisa estranha é o amor Quando te falava que teu corpo não era o mais importante que nossos sentimentos eram mais valiosos Não acreditavas. Querias ser forte, jovem e viril Ainda não entendias de amor platônico Do amor que existe, que é correspondido mas que o corpo pode ser irrelevante.

      O velho? Um dia já foi feto nadando no oceano de amor chamado mãe. um dia já foi rosa desabrochando aos olhos da partei...

 
 
 
O velho? Um dia já foi feto nadando no oceano de amor chamado mãe. um dia já foi rosa desabrochando aos olhos da parteira, aparado pela sabedoria ancestral um dia já foi criança ensaiando os primeiros passos emitindo os primeiros sons choro, como sinal de que algo o incomodava ou quando se sentia solitário e cobrava a presença de seus cuidadores ou mesmo quando seu corpinho ardia com os ferretes da urina ácida.

      Jamais desistas de ser quem és! Vais receber inúmeros rótulos: sentimental, romântico, bobo, sensível Vais ser taxad...

poesia paraibana vania farias castro
 
 

 
Jamais desistas de ser quem és! Vais receber inúmeros rótulos: sentimental, romântico, bobo, sensível Vais ser taxado de louco, trouxa, bronco descompensado, exagerado, deslumbrado Vão atirar pedras por todos os lados algumas cortarão tua carne das feridas, o rubro líquido percorrerá tua face outras, deves usar como alicerce são elas que sustentarão teu edifício ou pavimentarão tuas estradas Jamais desistas de ser quem és! És único e singular, jamais terás um igual seja no gênio, caráter ou educação nem um gêmeo xifópago, teu irmão viverá ou sentirá como sentes.

      Ah, querido Diógenes escolheste um tonel por moradia alguns trapos como vestimenta parcimônia com alimentos mas tinhas f...

poesia paraibana vania farias castro
 
 
 
Ah, querido Diógenes
escolheste um tonel por moradia alguns trapos como vestimenta parcimônia com alimentos mas tinhas força e energia pra falar questionar os poderosos procurar ao meio dia homem com uma vela acesa clarear Já conhecias as armadilhas do poder sa hediondez de um ego adoecido e se tinhas um tonel como abrigo era por opção e por prazer… Mas e estes que aqui moram? sobrevivem dos restos dos abastados não tem casa, nem sonhos nem bocado garantido para seus filhos, seus irmãos Falta força para luta e pro combate combater a fome é tarefa árdua e cansativa imaginar que a companheira adormecida na marquise fora assassinada por homens "sãos"

      Hoje, confio a ti, pergaminho envelhecido meus segredos, quase adormecidos impressões guardadas na lembrança... Hoje...

poesia paraibana vania farias castro
 
 
 
Hoje, confio a ti, pergaminho envelhecido meus segredos, quase adormecidos impressões guardadas na lembrança... Hoje, confio a ti amigo paciente: acerbas angústias, vagando em minha mente fervilhando ante a dor da traição. Hoje confio a ti meu companheiro e amigo gravar em símbolos o que o mundo antigo falando apenas, perdeu na imensidão: do tempo, do espaço, do compasso mas as linhas que hoje aqui traço são as veias do meu coração! Tu és o responsável pela ascensão da fala a um grau mais elevado e digno dos registros que passam à autenticidade. Minha oralidade hoje te deseja bem como te ama com a real certeza que gravarás meu som, em forma de gemido. Hoje, me rendo a ti, amado confidente relatando em lágrimas como uma criança meus dramas angústias, antes da nascente Hoje, mais uma vez, confio-te meus segredos de quem vive há muito tempo num degredo: minhas ambiguidades, culpas e meus medos... A dor enviada pela solidão. Me curvo pra ti, como aconselharam: sábios de hoje, como os do passado na certeza de tua origem fidalga. És tu o meu servo, quando a ti falo quando imprimo em ti para que salves a dança da megera e louca, mas minha paixão! Mas gravas também, as dores de um luto exultação de júbilo e êxtase no minuto do parto feliz que tive em um verão: Trouxe para à vida, minha criação Filho amado do meu pobre coração que ao nascer o fez se tornar rico!


Minhas mãos...
Hoje imóveis, como meus sentimentos sem função, apenas lamento comiseração, perdão sofrimento penhorei meus sonhos meu futuro incerto pensei que o amor se encontrava perto Maia me acordou com a triste notícia estávamos num palco dublê de artistas

E vamos juntando com calma os pedacinhos de fé esperança confiança e nossas caras lembranças costuremos uma peça novo ma...

poesia paraibana vania de castro farias

E vamos juntando com calma os pedacinhos de fé esperança confiança e nossas caras lembranças costuremos uma peça novo manto pra cobrir nossas cabeças perplexas diante dos novos fenômenos nossa mente inquieta nossas angústias com pressa querendo se alojar mas com cuidado, quem sabe costuremos com desvelo um véu para nossos cabelos branquinhos ou cor de ébano com cores de avelã quem sabe surja o elã que há muito esperamos…

      Ontem te vi partir fechado como um livro esquecido na estante queria teu olhar por mais alguns instantes mas só vi indif...

poesia paraibana vania farias castro
 
 
 
Ontem te vi partir fechado como um livro esquecido na estante queria teu olhar por mais alguns instantes mas só vi indiferença qual espora. Esperava que no livro eu leria mil histórias de amores, desamores dissabores esperança renúncia, belas conquistas de teu passado memória...

Melhor abraçar as feras Abracei alguns amigos e fui apunhalado com os projéteis da calúnia e maledicência com as lâminas ...

poesia paraibana vania farias castro

Melhor abraçar as feras
Abracei alguns amigos e fui apunhalado com os projéteis da calúnia e maledicência com as lâminas afiadas da indecência transferindo para mim, seus desequilíbrios e taras Outros, recebia em meu lar com alegria escolhia os lençóis para aquecer com simpatia e cobrir seus corpos ávidos por prazer e mordomia descobria assustado que bem logo amanhecia fugiam apressados à procura de euforia.

Nunca fiz listas de intenção para o Ano Novo. Também não faço retrospectiva do ano envelhecido... Entretanto, um misto de alegria ...

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Nunca fiz listas de intenção para o Ano Novo. Também não faço retrospectiva do ano envelhecido... Entretanto, um misto de alegria e esperança vai surgindo com a aproximação do novo ciclo, como se realmente algo pudesse mudar para melhor. Pelo menos tenho sempre o desejo de melhorar um pouquinho, mesmo que não esteja na lista.

Uma amiga querida, Paloma Diniz, afirma que tenho uma excelente agenda mental, e, pensando bem, concordo com ela. Fica tudo na mente: sobrecarregada de tanta culpa, medo, insegurança, curiosidade, alegria, raiva, contentamento, anseios, dor pelos que partiram, seja pela desencarnação ou por outros inúmeros motivos que só dizem respeito a eles.

A velhice até que é boa também tem a sua graça livra de muita trapaça exageros e engodo. As vezes ficamos gordos em ár...

velhice poesia paraibana vania farias castro

A velhice até que é boa também tem a sua graça livra de muita trapaça exageros e engodo. As vezes ficamos gordos em área inconveniente quem nunca teve cintura até fica mais contente eis que culpa a velhice e vamos seguindo em frente. Outra coisa que gostei foi de acordar mais cedo antes dormia um bocado disso não faço segredo dormia mais que S. João segundo meus companheiros Agora acordo cedinho imitando outros bichos aproveito mais o dia parece até que espicho mexendo nos cacarecos costurando outros vestidos com o resto de meus sonhos que estavam adormecidos Estou gostando da amiga ela me trouxe mais calma mais alegria na alma antes eu tinha no corpo agora sou menos escopo tenho sido mais centrada outra coisa que gostei foi ver meus netos nascendo agora é que entendo quando minha mãe falava: "filha, a nossa alma fica mais rica com os netos". Eles são do meu afeto coroas no meu reinado! Amigo agora eu te digo só não gosto dos achaques dói a perna, dói o braço as pernas ficam mais finas essa é a triste sina dos velhos, mulher ou macho. Mas temos muita vantagem somos bem mais resolvidos olhamos menos pro umbigo vemos por todos os lados enxergamos o escondido escutamos o calado. Coisa boa na velhice: a contagem regressiva agora levamos a vida antes, ela nos levava levamos menos porrada e damos mais gargalhadas.

Apaixonei-me por Klima quem sabe alguém me anima a entender a ironia… Não gosto de ambiguidade de mentiras ou engodo prefiro o todo errado meio torto, atrapalhado ao santinho do pau oco Mas vejam que absurdo minha Valsa dos Adeuses percebi que o percevejo sempre esteve na garganta com seu odor que espanta até quem não se asseia Oh meu Deus! Eu quero ajuda para sair da armadilha da cobra que se enrodilha agora em meu pescoço em minha mente em alvoroço qual biruta sem controle meu avião fez um pouso aterrissou apressado sem rumo desengonçado se transformando em destroço Oh Jesus! Eu quero tanto que me ajudes neste conto ou romance do Kundera Meu Senhor, ai quem me dera jamais ter sido o algoz quando em verdade, era a vítima de um script encenado num carnaval com um reinado comandado por um momo quase nu, sem adereço apenas a fantasia em seu mundinho pelo avesso menor que casca de noz!

Imaginava eu que herdaria os negócios da família foram quatro gerações viajei ao exterior fui à meca daquele ofício… Ao retornar queria aprender com outros mestres conviver e me aperfeiçoar sob o comando de pessoas mais exigentes Os empregados de meu pai poderiam ser complacentes comigo eu precisava de excelência e para obter excelência se faz necessário rigor. E assim fui me aperfeiçoando preparando-me para aprender com meu pai alguns segredos daquele ofício, estavam guardados com ele toda a simplicidade e beleza das coisas singelas todo o requinte que só encontramos na natureza da vida, das coisas, das pessoas… Um dia recebi uma ligação meu pai se fora ainda jovem em nossa cultura 55 anos se é jovem em seu ofício voltei para assumir e continuar com os negócios da família mas sem o meu pai para me indicar os caminhos... Procurei os meus próprios caminhos nas memórias da infância na riqueza dos rios, da floresta e das montanhas.

Foi quando o mutismo a invadiu Já não suportava mais tantas partidas manhã cedo, Pablo Milanês também parte Erasmo Carlos n...

poesia paraibana vania farias castro

Foi quando o mutismo a invadiu Já não suportava mais tantas partidas manhã cedo, Pablo Milanês também parte Erasmo Carlos nosso gigante gentil Não saberia descrever o que sentia sentimentos desconexos só havia uma sensação nítida: o vazio foram muitas, ao longo desses anos E a cada uma delas: uma dor, uma saudade, uma angústia surda, uma indagação um luto que ainda não clareara.

A humanidade está enlouquecida, adoeceu e não procurou a recuperação. Está feliz com sua enfermidade cruel, com seu egoísmo e sordidez...

A humanidade está enlouquecida, adoeceu e não procurou a recuperação. Está feliz com sua enfermidade cruel, com seu egoísmo e sordidez. Tentam impor suas convicções religiosas aos outros, sem conseguir entender ou mesmo viver as próprias.

Repetem mantras e salmos, como autômatos, porque é mais cômodo do que aplicarem a sua conduta. Desistiram de pensar, de escolher, e preferem que outros manipuladores e espertos pensem por eles. Adotam comportamentos bizarros e fogem aparvalhados das coisas simples, desataviadas, sem enfeites multicolores. À semelhança de ave de rapina, sentem-se atraídos por tudo que brilha, que ostenta, que confunde seus sentidos.

Em verdade, somos sempre enfermeiros e médicos uns dos outros. Ao ler o que o outro escreve, ao prestar atenção em seus posicionamento...

Em verdade, somos sempre enfermeiros e médicos uns dos outros. Ao ler o que o outro escreve, ao prestar atenção em seus posicionamentos, muitas vezes equivocados, segundo nossa perspectiva, ao agirmos com cautela e educação, quando em alguns momentos sentimos um impulso de mandar tudo às favas, já estamos cuidando do coração um do outro... Tentando não melindrá-lo, não feri-lo em sua integridade psicológica, eis que estamos sempre aprendendo uns com os outros...

O TEMPO I Quando o tempo chegar, não te espantes eis que a hora do tempo não é nossa a hora do tempo lhe pertence ...

poesia paraibana tempo
O TEMPO I
Quando o tempo chegar, não te espantes eis que a hora do tempo não é nossa a hora do tempo lhe pertence quando o tempo chegar, chegou a hora. Quando o tempo chegar, não te enganes não uses da astúcia ou de malícia eis que o tempo consegue ser tirano com aqueles que tentam lhe iludir e fugir do controle de suas vistas com aqueles que pensam que o enganam.

      Sabe aquela resistência em entender que as pessoas mudam? Em aceitar que as amizades se desfazem que amigos traem, fami...

 
 
 
Sabe aquela resistência em entender que as pessoas mudam? Em aceitar que as amizades se desfazem que amigos traem, familiares abandonam que algumas mães matam os próprios filhos para agradar os seus amantes? Ela luta com todas as forças que lhe restam para compreender que nada é eterno que nem sempre as coisas são o que parecem e que alguns humanos, não se comportam como humanos