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Nordeste A porta partida em duas Mode não entrar os bicho Lá dentro os dois no cuchicho O tempo contado em luas As alma...

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Nordeste
A porta partida em duas Mode não entrar os bicho Lá dentro os dois no cuchicho O tempo contado em luas As almas se pondo nuas Rezar, conferir menino O labutar severino O pote uma vela acesa O cururu na frieza Um poema nordestino…

Acordei pensando nele… será o meu primeiro Dia dos Pais sem o meu "velho"! Corri pra registrar, e só então vieram-me as pr...

Acordei pensando nele… será o meu primeiro Dia dos Pais sem o meu "velho"! Corri pra registrar, e só então vieram-me as primeiras lágrimas, ausentes na última despedida. Continuava intrigado, por que será que não chorei, como meus inúmeros irmãos?

Dormi com esta pergunta ecoando ao inconsciente. De manhã, junto com o sol, veio, afinal, a desejada explicação: fui muito feliz com meu pai, recebi dele o amor que, pródigo, distribuiu com fartura. Desfrutei de seus conselhos, admirei-o, imitei-o com orgulho, pude ser seu amigo e, por fim, recebi a grata honraria de ser seu cuidador.

NÁUTICA ODISSEIA PARAIBANA Canto I Corcéis e cavaleiros destacados De tradicionais praias paraibanas Partiram com...

NÁUTICA ODISSEIA PARAIBANA
Canto I Corcéis e cavaleiros destacados De tradicionais praias paraibanas Partiram com destinos planejados Pra outras litorais vistas praianas Movidos sem temor pela coragem Do rico e grande desafio da viagem

DIÁRIO DE BORDO Vida é viagem Eu passageiro Verso a bagagem Dele o roteiro... O BUSÃO DA VIDA Por aqui todos...

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DIÁRIO DE BORDO
Vida é viagem Eu passageiro Verso a bagagem Dele o roteiro...
O BUSÃO DA VIDA
Por aqui todos passam de passagem Não conheço quem fique pra semente Rico, pobre, o doutor e o indigente Vão descer o que muda é a paragem O bilhete é pra uma só viagem Bagageiro não há pra acumular Quem se apressa acaba por pular Curta a vista, ame muito todo dia Pra que tanta ganância e correria Se ninguém veio aqui para ficar?…

NETO ANUNCIAÇÃO (Canto I - Eu Neto) Quando vim ganhei camisa oito Fui tratado qual rei, majestade Não trazia malícia o...

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NETO ANUNCIAÇÃO
(Canto I - Eu Neto) Quando vim ganhei camisa oito Fui tratado qual rei, majestade Não trazia malícia ou maldade Via tudo só meu, príncipe afoito Meu reinado, em meses, dezoito Vi meu trono usurpado e notei Que entre tantos não seria rei Ser no máximo um meia armador Nasci NETO, hoje filho e genitor E amanhã serei vô, agora sei

Nascido em Campina Grande - PB, em 1935, Orlando Tejo, faleceu em Recife - PE, em 01 de julho de 2018. Advogado, jornalista, ensaista e p...

orlado tejo poesia academia cabedelense letras cordel
Nascido em Campina Grande - PB, em 1935, Orlando Tejo, faleceu em Recife - PE, em 01 de julho de 2018. Advogado, jornalista, ensaista e poeta, é conhecido por sua obra prima - Zé Limeira O Poeta do Absurdo (1973) - mais um caso clássico em que, a obra, ou o personagem, superam o próprio autor. Um bom exemplo, é o das gêmeas Ilíada e Odisseia que brilham além de Homero, e que também registram mitos transferidos pela tradição oral.

O vermelho em sua obra retratava o artista errante, mas violência de sobra ceifou, mais cedo, um gigante. Caravaggio foi um dos maiores ...

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O vermelho em sua obra retratava o artista errante, mas violência de sobra ceifou, mais cedo, um gigante.

Caravaggio foi um dos maiores artistas do barroco italiano e viveu no século XVI. Dono de uma personalidade forte e um estilo extravagante, grande parte de sua obra chocou, e ainda choca, a sociedade. Sua pintura foi considerada revolucionária para a época, seja nas técnicas utilizadas, seja nas pessoas retratadas.

Eu, em plena quarentena, ontem revi Valdenice, mal evitei os beijinhos pela própria pirronice(*). Até que ouvi o atchim e vi-me perto do f...

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Eu, em plena quarentena, ontem revi Valdenice, mal evitei os beijinhos pela própria pirronice(*). Até que ouvi o atchim e vi-me perto do fim.

Microconto, miniconto ou nanoconto são como uma tentativa de drible no futsal: tento fazer no menor espaço possível e, na maioria das veze...

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Microconto, miniconto ou nanoconto são como uma tentativa de drible no futsal: tento fazer no menor espaço possível e, na maioria das vezes, com uma palavra ou tema prévios. Algumas vezes faço o título gigante; em outras, acrescento informações adicionais. Às vezes também imponho a rima, para aumentar a dificuldade.

SÓ ELE SABIA, MAS... – Não, não conto!
FICOU CLARO QUE NÃO DAVA MAIS PRA CONTINUAR. TINHA QUE ACABAR TUDO DE UMA VEZ POR TODAS, MAS É DIFÍCIL, TALVEZ UMA CARTA, OU QUEM SABE, UM TORPEDO... – Fui!
FOI-SE Levou tudo que era dela. Meu coração, inclusive...
ÚLTIMO CONTO Foi dormir bem, absorto. Quando acordou... ‘stava morto.
TORRES De tanto, o Torres, falar da torre. Ouviu da noiva um: — NÃO TORRES!
QUEDA CÔMICA Palavra do dia: revestrés. Dois do dois de vinte vinte, plena data palindrômica. Levantei de revestrés e levei uma queda cômica.
FUBÁ — ONOMATOPÉIA SUICIDA Palavra do dia: fubá. Pistoleiro de aluguer, de regra, o luso Vavá, sempre depois de atirar, soprava seu revólver. Na hora do bafafá, ordem era: bá e fú. Se distraiu e... fu bá!
JEKYLLHYDESTELENSON Palavra do dia: monstro. Esquento, mas não demonstro. Ora médico, ora...
DOMINGO NO PARQUE Palavra do dia: paralelepípedo. João o rei da confusão, José o da brincadeira, viu no parque a Juliana em atitude traiçoeira. Lançou-lhes como um torpedo, paralelepípedo, vil tragédia domingueira. (Saudade do tempo em que Gil fazia só música.)
TRATADO SOBRE ELA Ela some e sou fantasma. Se me aparece, asma...
ATROPELO Palavra do dia: Matrícula. Cruzava a rua o poeta e achou a morte ridícula. Colheu-lhe uma bicicleta. – Alguém anotou a matrícula?
TORNOZELO À MOSTRA Palavra do dia: tornozelo. A conheci num lava a jato e foi paixão de primeira, mas não pôs o pé no laço, era arredia e inzoneira. Usava um longo modelo a esconder-lhe o tornozelo e aquela tornozeleira.
BENEPLÁCITO Palavra do dia: beneplácito. Com o maridão Benedito havia um acordo tácito, ela dançar despacito, mas sob seu beneplácito. Eis que surge a confusão, aparece um ricardão e ele o mesmo Bené, plácido.
ESPIRRO Palavra do dia: espirro. Hipocondríaca, a Cássia, esvaziou a farmácia. Mas foi vitória de Pirro, tudo água a baixo: um espirro!
HELIOPATIA Palavra do dia: heliopatia. A lua amava o sol desde as mais remotas eras. Somente desconhecia, que a heliopatia causava aquelas crateras... (Olha o verão aí, gente!)
CHOVA VACINA, SÃO JOSÉ! Palavra do dia: proteção. Chuva e proteção divina, era a prece recorrente. Hoje o pleito é diferente, pede chuva de vacina!

Eu não vim pra falar da reles droga Que campeia o sonho adolescente Nem da dor quando à sarjeta joga A escória humana de minha gente

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Eu não vim pra falar da reles droga
Que campeia o sonho adolescente

Nem da dor quando à sarjeta joga
A escória humana de minha gente

A GATA Enroscou-se no meu pé e tomei aquele susto Eu concentrado ao café De novo, roçou-me o busto Pena! Nem era a Teresa Era...

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A GATA

Enroscou-se no meu pé

e tomei aquele susto

Eu concentrado ao café

De novo, roçou-me o busto

Pena! Nem era a Teresa

Era a minha siamesa

Pra eu levá-la ao arbusto...

Pensei minha biografia Numa quadra, achei demais Não há bastante poesia Então lembrei dos haikais Olhei meu acervo artístico Era pequ...

Stelo queiroga ambiente de leitura Carlos romero

Pensei minha biografia

Numa quadra, achei demais
Não há bastante poesia
Então lembrei dos haikais
Olhei meu acervo artístico
Era pequeno prum dístico
Talvez o meu universo
Caiba bem num monoverso
Sou floresta de bonsais...

Mainha Digo o que de Mari Estela Que ela é uma fortaleza? Que é uma batalhadora, um ser de rara grandeza? Que mais diria eu dela Que ...


Mainha

Digo o que de Mari Estela
Que ela é uma fortaleza?
Que é uma batalhadora, um ser de rara grandeza?
Que mais diria eu dela
Que pelo nome é estrela?
Que é alguém diferente
Que viveu pra educar gente
Que conduz com o coração
E criou um batalhão?
E me ensinou ser prudente?

No começo era um recado e um portador como meio Depois um bilhete ousado e um corvo ou pombo-correio Foi-se a emoção e o segredo ...


No começo era um recado

e um portador como meio

Depois um bilhete ousado

e um corvo ou pombo-correio

Foi-se a emoção e o segredo

é poste é guife é torpedo

já é vintage o emêio...



A poesia é meu bilhete

é nela que uso gravar

aqui escrevo a mensagem

engarrafo e lanço ao mar

Leva os segredos e as dores

notícias dos mil amores

e arroubos que temo ousar...

(Falando da evolução dos recados n”A Mensagem” da Nilza Freire)


Stelo Queiroga é engenheiro e poeta

Já faz tempo que o tempo me cobra Versos que há tempos ando devendo Faltava tempo pra engenhar tal obra Como se tempo vivesse eu perd...


Já faz tempo que o tempo me cobra
Versos que há tempos ando devendo
Faltava tempo pra engenhar tal obra
Como se tempo vivesse eu perdendo

Velho inspirador tempo que não para
É dele que o poeta espera a jóia rara
Garras que me imprimem à face cicatrizes
Nevando cabeças com alvas matizes

Operoso o tempo em sempiterna lida
Milagroso mestre em diuturnas curas
Dligente em sarar feridas das criaturas
Paciente a escutar os horrores da vida

Dias irascíveis em que animal me sinto
E esqueço pelo ódio o passado ancestral
Se a ele dou tempo afasto o vil instinto
Pois pra cada coisa há o tempo divinal

Tempos demorei pra me achar inteiro
Até concluir que meu sangue é tinteiro
Registrando tempos de dor e alegria
Tempo que meu Deus me permitiu poesia

Andei cinco quadras neste passatempo
À caça da rima pra fechar mais nobre
Pois o próprio tempo dava rima pobre
Vou pedir ao Pai que me dê mais tempo



Stelo Queiroga é engenheiro e poeta E-mail

Quanto de dor já escorreu nas frestas Quanta coragem foi ali bradada Quanto de lágrima foi derramada Por entre as tábuas que aqu...


Quanto de dor já escorreu nas frestas
Quanta coragem foi ali bradada
Quanto de lágrima foi derramada
Por entre as tábuas que aqui nos emprestas?

Quantos momentos de folguedos festas
Quantas vitórias  fúteis declamadas
Quantas paixões, quão tórridas noitadas?
Quantas tramóias, tramas desonestas?

É testemunha a mesa e suas tábuas
Do ser humano que acumula mágoas
E as impregna com a sua dor...

Porém não raro, deixa ali gravados
Comuns vestígios dos apaixonados
Os mais bonitos versos de amor...

* (Ouvindo o bom “Fado das Mesas de Tábuas” na, ainda melhor, companhia do Mestre Sonetista Fernando da Cunha Lima.)


Stelo Queiroga é engenheiro e poeta E-mail

Eita pai, mas que saudade Dos nossos papos compridos Quando tu me convocavas E esquecias os motivos Eita pai são quatro anos E eu ch...



Eita pai, mas que saudade
Dos nossos papos compridos
Quando tu me convocavas
E esquecias os motivos

Eita pai são quatro anos
E eu cheio de novidade
A vida muda meus planos
Assusta a velocidade

Eita pai, sou vô agora!
Tu amarias Letícia
Fiquei mole com a notícia
Mas havias ido embora

Eita pai, tem os problemas
Sem ninguém pra dividir
Nos mais variados temas
Sinto falta de te ouvir

Eita pai, agora entendo
Que conselhos são em vão
Pois só se aprende vivendo
Sofrer por filho é ilusão


Eita pai, a vida é dura
Talvez a grande vitória
Esteja em contar a história
Feito tu de alma pura

Eita pai, mas é verdade
Que um dia serei saudade
E espero que assim sentida
De quem muito amou na vida

Inferno choca os modernos Que país é esse ó minha gente? País de “Morte e Vida Severina” Que João Cabral de Melo Neto assina Mas tre...



Inferno choca os modernos

Que país é esse ó minha gente?
País de “Morte e Vida Severina”
Que João Cabral de Melo Neto assina
Mas treme ante à justiça indecente

Brasil que deu à luz Mário de Andrade
Pra ver uma corte de macunaímas
Vendendo entre conchavos e vindimas
A preço vil a tal dignidade

Que fez Bandeira fugir pra “Passárgada”
Ao ver a roubalheira desbragada
Da pátria de destino tão mesquinho

E viu Drumond perder de vez a fé
Monologando o “E agora José”
Com “A Pedra” gigantesca em seu caminho

(Para o colega, e grande sonetista, heliojsilva e seus “Milhões de Transatlânticos Falidos



A (quase) morte do Português

Carinho trocado por carinha
Léxicos que viram cumprimento
Curtir a vida em movimento
Tuitar quem segue é ladainha

Latim língua morta era única
Camões revira-se ao túmulo
Pessoa reclama: é o cúmulo!
Romanos querem nova guerra púnica

Somente sobrevive a poesia
Diante de tamanha heresia
Assassinam diuturno os idiomas
"Emotions" são apenas os sintomas

O mal só piora a cada dia
Ainda quero o Português que houve um dia

(Para a "Emotion" da poetisa Auglure Martins)