Quando eu era missivista, eu me via assim com a alma presa na caneta Bic, (ou na ponta fina do lápis Crayon), esculpindo, cuidadosamente, um pouco das paixões que me escorriam pelo peito. Viajava a bordo de beijos e longuidão.
Amores aéreos Quando eu era missivista, eu me via assim com a alma presa na caneta Bic, (ou na ponta fina do lápis Crayon),...
Amores aéreos
Quando eu era missivista, eu me via assim com a alma presa na caneta Bic, (ou na ponta fina do lápis Crayon), esculpindo, cuidadosamente, um pouco das paixões que me escorriam pelo peito. Viajava a bordo de beijos e longuidão.
Então, nos sentimos assim: As amizades envelhecendo e quase sem tempo mais para as boas conversas, cumprimentos e abraços presenciais....
Até quando, consciência?
Tememos perder até mesmo a prática do saboroso cafezinho, presentificado por um bom papo sem ser frio nem amargo.
Ao invés disso, ficamos assistindo aos desfiles das síndromes de solidão e medo, do engasgo com esse grande carnaval de incertezas que esquenta os blocos frenéticos
Do alto da Serra do Cruzeiro, na cidade de Alagoa Grande-PB, o olhar pra cidade, panoramicamente, gera um raro prazer. Mas, quem olha a...
Pegando mal
Hoje os habitantes e visitantes erguem-se pra ver a serra, essa que era chamada Serra do Santo Cruzeiro, e esbarram numa agressão absurda.
NO AR, O GOL DE VOLEIO Poderia dizer que foi um traçado, ou um desenho que fez no ar, na amplidão de Catar. Não. Foi...
Pintou um arco-íris, um gol de voleio
Poderia dizer que foi um traçado, ou um desenho que fez no ar, na amplidão de Catar. Não. Foi só um gol de voleio no ar, numa acrobacia da nave dos pés
A que ponto chegou o clamor angustiado do nosso povo!... Há poucos minutos, passou aqui em frente a minha casa uma procissão, uma car...
Tende piedade de nós
Há poucos minutos, passou aqui em frente a minha casa uma procissão, uma carreata silenciosa (lenta), organizada pelo pároco do bairro onde moro. Eram muitos automóveis!
De um carro de som, ouvia-se solos de uma guitarra quase murmurando, como que solidária aos pedidos veementes de fé, de angústia e de oração dos participantes transeuntes.
Alfredo da Rocha Vianna Filho, nada menos que Pixinguinha. Foi compositor, instrumentista, regente, arranjador e um dos maiores músicos ...
Pixinguinha, carinhosamente
Nasceu no bairro da Piedade, zona Norte do Rio de Janeiro, no século XIX.
O quanto carrego de mim ...
Só as cigarras entendem...
Metade de mim é interno onde estou me dou e me vejo lugar onde me procuro e me encontro. Metade de mim é integralmente ancestral kármico cósmico pleno absoluto e simplesmente!
O firmamento expôs uma janela com vistas pro infinito.
RESPEITO Quando lhe roubarem frutos de seu coraçãozeiro, espere a próxima safra e aumente os cuidados com a vigilân...
Lá me vou... caminhando comigo
Lá me vou pra mais um ano, caminhando comigo, sem saber pra onde, mas consciente do que me guia e me rege.
17 anos de morte e vida. Neste mês de junho completam-se 17 anos do rompimento da "Barragem de Camará", a mesma que invadiu...
A fúria de Camará
Parece que foi ontem!
A vida passa, e tantas vezes, não nos pede consentimento, nem nos dá conhecimento dos desvãos de suas íntimas surpresas avassaladoras.
A barragem se rompeu! E, do ninho onde dormiam as suas águas, rompeu-se com um barulho de vulcão, a sua quietude e, inesperadamente — de madrugada — ainda no escuro da noite, desaguaram todos os seus terrores e fantasmas.
Como uma gigantesca serpente veloz pelas grutas dos caminhos, margeando a Serra da Borborema, foi fazendo suas ranhuras pelo chão da terra, ainda adormecida do Sertão do Paó.
Numa invasão gravíssima, num frio árduo da madrugada do mato brejeiro, desde o furor de suas comportas estranguladas na cidade de Alagoa Nova, atirou-se, destruindo quase tudo, e sem clemência!
Das agonias que a sua ira deixou, ficaram as sequelas de um tempo de assombrações e perdas irreparáveis.
Passados 17 anos, só os sarcófagos vieram à tona. Esses da nossa imaginação. Todos cheios de restos de casas simples, sem cadeiras nas calçadas, misturadas com os sambaquis, pedaços de pontes, encostas, restos de móveis, colchões que boiavam ao léu sem servir mais para o sono tranquilo dos homens, das mulheres, das crianças e dos bichos de criação e de estimação.
Cada um se somando à sua história, à própria culpa da sorte que o destino atribuiu a um caso negligente. E foi!...
A oficina de Jorge Alemão virou leito na água turva da inundação. As águas levaram todas as fundações de sua oficina, só deixando os consertos das máquinas pesadas dos engenhos, e dos tachos e moendas que o eficiente Jorge reconstruiu em Alagoa Grande e deixou na memória da cidade. Se vivo fosse, aquela devastação teria sido considerada uma terceira guerra, do tipo daquelas que destroem os indefesos, tais quais as ruinas da Segunda Guerra que lhe tangeram da Alemanha para Alagoa Grande, capital dos quilombolas. E assim, as águas que rolaram durante o revés, só poderiam esbarrar na simbologia feita de espera, após os ventos enxugarem a rebelião e o desastre, e desenharem no espelho das águas enlameadas, a partitura de algum opus de Ludwig Van Beethoven e Johan Sebastian Bach, seus conterrâneos do céu.
O "Clube 31" - por exemplo - onde noites maviosas entraram na relação das coisas eternas, saudosas, sagradas, ficou estremecido! Enfraquecidas as suas bases, empurraram-no para o chão. Aquele castelo de enlevos de música e de paixões bem que deveria ser reconstruído noutro lugar da cidade, no mesmo formato, porém, numa versão maior. Deveria, sim, para grandioso ser o espaço a fim de rememorar o que dele cresceu tanto e muito se eternizou.
Também revitalizados deveriam estar os outros monumentos, tal qual a “Estação Ferroviária”, ora carrilando o vagão do abandono, fora da linha de qualquer interesse político, estilhaçado pelos anos, em plena lembrança viva ainda, apesar de tudo, sem a concretude merecida da memória oficializada. Enfim, o prédio ainda agoniza, morrendo lentamente ao cair dos seus últimos rebocos. Sem trem, sem trilhos, sem rumos. Só as viagens fenomenais estacionadas na configuração do passado.
E outros tantos patrimônios ceifados, a exemplo da Banda de Música, extinta por um canalha, regida por um dobrado mal composto e um espírito roto que a desafinou e a jogou para as bandas do lixo. São valores tangidos, brutalmente, do convívio do povo, esse que tanto precisa ficar contente e sorrir mais um pouquinho, além da vida!
Muitos estão alimentados por alguma beleza que poderia ser mais bem cuidada. Estão metidos numa ilusão! Essa é a sustentação, ou diria, o consolo de quem não quer reconhecer que essa terra amada poderia ser maior e ter mais brilho e mais beleza!
Outros patrimônios urgem, e não foi só a ira de Camará, mas os atos de destruição que todos veem, todos sabem, e quase todos se calam, mas nunca apontam para os culpados, justamente, em época de eleição.
Alagoa Grande não merece esse padecimento. Isto é muito sério!!! Ou melhor, seríssimo!!!
Por outro lado, não podemos ir só envelhecendo nessas lamúrias, advindas de tantos reveses e tantos Camarás da vida, pela natureza tempestuosa, mas também pelo não saber cuidar, pelos maus tratos, e essas omissões de gente com viseiras, sem amor e sem excelência nenhuma.
Por enquanto Quando poderei brincar agora de viver sem receios nesses intervalos de tempo que dizem de recreios? A vida dolori...
Saudades vivas
Quando poderei brincar agora de viver sem receios nesses intervalos de tempo que dizem de recreios? A vida dolorida desbotou o matiz de quase todas intensidades!
A nomenclatura criada pela ciência para identificar a patologia “Síndrome do Coração Partido”, por estranho que pareça, um nome meio poéti...
Síndrome do medo
No entanto, essa pandemia não fica para trás. É carregada em nossa atmosfera de vivências humanas num clima traumático de desassossego; tem carcomido a normalidade dos nossos nervos com avidez, provocando um mar de apreensões.
Para Lena, cúmplice das lutas e glórias que ajudaram a transplantar a fé para um otimismo plural, sublimado, Saulo Mendonça ...
Um certo dia 13 de maio
Saulo Mendonça
Sim! Foi aquele que nunca esqueci ter vivido nas trevas por que passei, numa perspectiva insegura, algo quase que um estorvo, mergulhado numa dúbia esperança.
Fascinante, como tudo se deu por milagre! E, súbito, a dubiedade foi esfacelada e vencida pelos pedidos da minha oração e dos amigos espalhados por vários estados brasileiros, emitidas generosamente, por extenso, pelas suas mentalizações e mensagens.
Está completando dois anos (28.04.2021) da passagem do soldado da Polícia Militar do Estado da Paraíba Antônio Augusto da Silva, o não me...
O fantasmagórico 'Apito de ouro'
Parceiro em um trabalho integrado ao trânsito da capital da Paraíba, ficou conhecido pelas suas mungangas, mas também pela sua abnegada atuação, como um bom soldado de trânsito que era e que, simultaneamente, contribuiu para o ordenamento e a segurança no trânsito das vias da nossa querida Jampa.
Suas atuações chamavam a atenção dos motoristas e transeuntes, pedestres em circulação, os quais recebiam, além das ordens do apito, as suas orientações de disciplina, de uma forma maneira, branda, educada, atraente e até divertida.
Alguns outros se notabilizaram no mundo e foram também especiais, pela atuação e forma, adotando um padrão atípico da função exercida.
Temos conhecimento de algumas outras histórias, a exemplo do soldado Castelo, Guarda de Trânsito em Ribeirão Preto, que tinha um espírito humanista, e que sobressaiu no exercício de sua profissão, não apenas orientando o fluxo de veículos, imprimindo a paz e a ordem no trânsito, mas que também tinha o respeito especial aos velhinhos, para os quais tinha uma atenção diferenciada e um tratamento notório de desvelo.
Outro profissional de trânsito – salvo engano - existiu no Peru. Esse ficou conhecido por um gesto marcante que andou circulando por toda a América Latina: Uma moça, no trânsito, ficou preocupada, quase desesperada, ao ver que uma gatinha de um mês de vida ia ser esmagada por um ônibus. Quando observou tamanha preocupação da moça, imediatamente, dirigiu-se a ela e se expressou assim:
– Fique aí, deixe que eu cuido disso!
Num flash de segundos, parou todo o trânsito da avenida e salvou a gatinha. Colocou a felina na mão da moça que havia ficado em prantos. Recusou-se a receber qualquer recompensa e optou por não revelar a sua identidade, voltando a trabalhar normalmente.
Não sei se caberia ao Carlos Lacerda, no livro “A Casa do Meu Avô”, esse fato ser chamado de “pequeno nada”. Não sei. Tenho só a certeza de que são essas as pequenas atitudes com as quais o homem consegue ser melhor e indispensável ao convívio da humanidade. Que mal fazem, às vezes, essas blitze que só visam o interesse de arrecadação, explorando o cidadão, e que tanto esquecem o lado educativo, didático, humano, para tornar mais calmas e práticas as voltas que o mundo dá, e menos estressante a roda viva dessa vida meio insana? Seria outra realidade se a importância do respeito às regras fossem prioridade, no entanto, por meio educativo e conscientizador, para prevenir acidentes e acalmar a alma irrequieta das pessoas. - Quem já ouviu falar em um Guarda de Trânsito chamado Luizinho?
- Ele é o Luiz Gonzaga Leite, um nordestino de João Pessoa, há muito radicado em São Paulo, hoje aposentado.
Ninguém nunca foi atropelado no cruzamento do Teatro Municipal de São Paulo, diz ele, com orgulho e honra. O seu jeito criativo e inteligente de tratamento o fez ficar conhecido como o Guarda de Trânsito mais competente do Brasil. Nunca multava! Os bons resolvem a parada e não multam! Dizia que os motoristas e os pedestres eram todos seus aliados.
Mas, esse tal Apito de Ouro, meu amigo, esse foi completo em quase tudo! Mudou-se para outros mundos, outras ruas transversais, outros astrais, alamedas. Esse fantasmagórico “Apito de Ouro” foi-se com o seu último sopro, (último apito). Sem risos e sem mais as ferramentas de trabalho. Só um siso estático, apático aos sinais do tempo e de loucos ao volante que ele tratava com o seu “Gardenal” de calmaria, bem comprimido dentro do seu estado diferente de espírito.
Viajou sem multas, as quais nunca foram lavradas pelas suas mãos. Dirigiu-se num percurso isento de semáforos.
Agora, tudo azul e, por sinal, só uma lua, ainda a descrever a metáfora dos seus braços abertos, indicando e abrindo caminhos, alargando-os.
Paz no trânsito! No trânsito e na paz de Deus!!!
Tarde em Tambaú Restos de nuvens São bailados de andorinhas. Não me comoveu A morte daquela noite. O galo cantou Reló...
Haikais
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” Fernando Pessoa Foi no "Bar e Restaurante do Damião", em Alagoa Grande, num ...
Sinfonia dos Sapos
A moda das comemorações de aniversários natalícios, segundo o livro The Lore of Birthdays, dos antropólogos americanos Ralph e Adelin Lint...
A última lua
Apresentação Milimetricamente picotados como na delicada arte japonesa, o haikai é um lampejo de inspiração como fotografia do instant...
31 anos de poesia minimalista
A Ponte do "Tê” é uma construção inacabada de via férrea situada na cidade de Alagoa Grande, interior do Estado da Paraíba.
Ponte do 'Tê'
Na pele, ainda o frio das noites diferentes de Alagoa Nova, batendo quase gelado nas paredes mornas da memória. ...
Férias em Alagoa Nova
Peço a Deus que Ele não permita que o destino me leve a morar em um apartamento de condomínio. Com todo o respeito aos que moram em edifíc...