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Anel perdido Menina de Andaluzia girou o anel no dedo andava pela calçada cantando sonhos bonitos em troca de quase nada...

mitologia anel giges rosa luizari
Anel perdido
Menina de Andaluzia girou o anel no dedo andava pela calçada cantando sonhos bonitos em troca de quase nada Glauco nos sugeria: sê o que tu desejas esconde o que aparece e pensa: ninguém vê nada refaz tua caminhada Ficou sem reação a menina de Andaluzia pensava na ruptura de toda uma cultura e agora, minha gente?

Estou lá. Cenário da vida real e figurino à paisana. Atuação moderada e impagável de alguém que sabe seu lugar na realeza das ruas. Só...

literatura estilo escrever inspiracao
Estou lá. Cenário da vida real e figurino à paisana. Atuação moderada e impagável de alguém que sabe seu lugar na realeza das ruas. Só para me descolar da ficção, entro em casa. Tiro os sapatos para não levar pra dentro a podridão externa porque a interna exige muito de mim. Estou com fome e fico em dúvida entre champignon e a pilha de livros que me espera. Salvamento automático do texto e não me preocupo com sinônimos para a linguagem que esqueci. A página inicial foi escrita há um certo tempo e sem mapas. Apenas um local de identificação e caneta. Combinei comigo mesma que preciso me reconhecer nas palavras impressas.

Digitar para inserir a própria vida no livro não é simples. Requer coragem e planejamento e confesso que tenho ambos de sobra. Em se tr...

literatura estilo escrever
Digitar para inserir a própria vida no livro não é simples. Requer coragem e planejamento e confesso que tenho ambos de sobra. Em se tratando da sociedade pós-moderna, quando tiramos de nossas vidas o lado ruim e os compromissos diários, fica somente o tempo da escrita. Eis a questão crucial: aproveitá-lo da melhor maneira (im)possível. Santo Agostinho perguntou “o que é o tempo” no livro XI de Confissões e até hoje perguntamos a mesma coisa e é assunto que não se esgota. Se o tempo também não se esgota, devemos preenchê-lo com questões interessantes para que a vida não se torne um tédio, contra o que tanto lutamos.

Diga-me com quem andas que eu te direi quem és. Não tenho medo de dizer com quem caminho. De uns tempos para cá, tenho convivido com ge...

literatura estilo filosofia estoicismo
Diga-me com quem andas que eu te direi quem és. Não tenho medo de dizer com quem caminho. De uns tempos para cá, tenho convivido com gente que nem sabe que existo até porque existiam bem antes de mim. Tem sido de meu agrado estudar a vida dos estoicos. Coragem, temperança, justiça e sabedoria e eis as virtudes que aprendo a cultivar no cotidiano e deixo bilhetes a esse respeito para quem está ao meu redor.

Em uma de minhas aventuras pela escrita, realizei um exercício de fazer perguntas para que eu mesma respondesse. É o resultado de um pr...

literatura escrita estilo poesia
Em uma de minhas aventuras pela escrita, realizei um exercício de fazer perguntas para que eu mesma respondesse. É o resultado de um projeto desenvolvido ao longo de um curso de escrita realizado há pouco tempo. Vários escritores também o fazem. Resolvi publicar em minha newsletter o resultado da brincadeira. Vamos lá!

Tudo começa no olhar e isto não é novidade, mas pode começar na pele. Escrevendo isto e penso como o amor pode acontecer mesmo que ...

conto encontro impressao
Tudo começa no olhar e isto não é novidade, mas pode começar na pele. Escrevendo isto e penso como o amor pode acontecer mesmo que não seja à primeira vista. Eu, por exemplo, não amei desta forma, mas alguma coisa aconteceu e posso garantir: a partir daquele momento, não fui mais a mesma.

Escrevo o corpo e o que a ele pertence. O detalhe da roupa, assim como dos gestos, faz a diferença. Quando o conheci, a camisa branca me passou um certo ar de refinamento. Nem sei por que lembrei-me disto agora. Comecei a rastrear lembranças de nossa história

Padre Nuestro é um documentário colombiano de ficção produzido em 2015 e dirigido por Daniela Abad Lombana. A sinopse do filme foi pub...

sinopse filme religiao padre nuestro 2015
Padre Nuestro é um documentário colombiano de ficção produzido em 2015 e dirigido por Daniela Abad Lombana. A sinopse do filme foi publicada em espanhol no site da plataforma Retina Latina e traz as seguintes informações:

Olhei pela porta e vi Georgette ao piano. Dedos e mãos suaves distorcem o real escondido à sombra da cor neutra. Evito me precipitar na ...

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Olhei pela porta e vi Georgette ao piano. Dedos e mãos suaves distorcem o real escondido à sombra da cor neutra. Evito me precipitar na tomada de decisões. Adio a conversa e deixo para depois o conflito trancado no peito. Georgette já não tem olhos, audição, língua. Tem os nervos à flor da pele e a face cheia de sentimentos ocultos. Os sentidos despertam em Georgette a curiosidade de redesenhar o mundo. Por isso, cria a própria arte ao piano. Improvisa Mozart com a Sonata em Dó Maior para buscar equilíbrio.

I A existência deste objeto justifica minha narrativa. É um vaso de bordas pretas bordado de cores por todos os lados. Este vaso é uma ...

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I

A existência deste objeto justifica minha narrativa. É um vaso de bordas pretas bordado de cores por todos os lados. Este vaso é uma ilha que me persegue. Estou ilhado. Daqui para adiante é recolher os restos que sobraram do meu processo de desertificação e seguir. Pego as folhas secas, interrogações e interrogatórios. Símbolos atemporais guardados na gaveta me acompanham na ocupação do solo.

Tua linguagem soa oxítona aos meus ouvidos. A última sílaba ressoa em escassez. É desta ótica que vejo tua fala. A língua parece um objeto...

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Tua linguagem soa oxítona aos meus ouvidos. A última sílaba ressoa em escassez. É desta ótica que vejo tua fala. A língua parece um objeto cortante. Resvala na pele e o resto é só ferida. Será demorada a cura? Tuas palavras pagaram todas as despesas da minha viagem. Guardei tua fala na carteira e resolvi partir. Depois disso, ficaram na estrada, e a cada quilômetro rodado, deixei o grito, o gesto e o nefasto. Deixei você no asfalto.

Recentemente, fiz a leitura do livro Aprendendo a viver, do filósofo espanhol Lúcio Anneo Sêneca. É uma coletânea de cartas que ele escr...


Recentemente, fiz a leitura do livro Aprendendo a viver, do filósofo espanhol Lúcio Anneo Sêneca. É uma coletânea de cartas que ele escreveu para Lucílio, seu amigo e interlocutor.

      Da inconsistência de todas as coisas a vida é uma pétala de rosa que brotou no chão de um discurso vazio no olho do furacã...

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Da inconsistência de todas as coisas
a vida é uma pétala de rosa que brotou no chão de um discurso vazio no olho do furacão a vida esconde um véu cheio de fragilidades estampada na camiseta à venda na esquina do desequilíbrio fluida e frágil, escapa das intenções e do destino se querem dar-lhe nome de batismo e sobrenome de menino

É suficientemente tranquilo para mim o fato de negar a multiplicidade de experiências amorosas e qualquer incredulidade a esse respeito ...

É suficientemente tranquilo para mim o fato de negar a multiplicidade de experiências amorosas e qualquer incredulidade a esse respeito em nada me aflige. Mesmo com a vida modificada por certas circunstâncias, desconheço o movimento dos móveis em casa estranha e penso que um relacionamento estável nada tem de extraordinário. Desconheço os efeitos patentes do amor produzidos fora do círculo habitual da minha casa. O amor para mim foi desenhado em um âmbito bastante restrito.

      três por quatro Você ficou bem na foto síntese! das nervuras da folha simétrico coração no meio do traço m...

 
 
 
três por quatro
Você ficou bem na foto síntese!
das nervuras da folha
simétrico coração no meio do traço multiplica-se em tons de verde es curo e traça caminhos na impressão digital há pouco digitalizada.

O território Pés pousados no chão. Abro os olhos para a realidade e sint...

reflexoes literatura escrever

O território
Pés pousados no chão. Abro os olhos para a realidade e sinto meu corpo, instrumento de reorganização da vida e luta pela sobrevivência, maturada nas instabilidades. A costura da vida não precisa ter um arremate perfeito e a junção dos pontos é retrato da multiplicidade de experiências. Sou múltipla. Preciso caber em muitos lugares, sem sair de onde estou. Preciso caber no poema e na prosa, em vozes caladas e mapas por onde transito. Meu terreno é mapeado com códigos ocultos aos quais, por vezes, nem eu tenho acesso. Sou um mix de texturas a buscar espaço onde menos se espera e ali firmo território.

Sinto a cidade do meu jeito. Gosto do paradoxo que mora nas ruas vazias, cheias de histórias para contar. Ruas feitas por gente e cheias ...

Sinto a cidade do meu jeito. Gosto do paradoxo que mora nas ruas vazias, cheias de histórias para contar. Ruas feitas por gente e cheias de ausência me apetecem. Meu olfato suga as histórias que ali ecoam. Memórias guardadas nas paredes, folhas, chão. Consigo ouvi-las quando transbordam na falta de transeuntes. Penso que em mim confiam e como nem tudo são flores (às vezes são folhas), as memórias entregam-me as pedras que encontram no caminho.

As rodas de conversa são um caminho para compartilhar os medos, desejos, fragilidades. Ela precisa ter medo para preservar o tempo e a vid...

medo fragilidade introspeccao terapia
As rodas de conversa são um caminho para compartilhar os medos, desejos, fragilidades. Ela precisa ter medo para preservar o tempo e a vida.

Ela precisa do medo para o autocontrole e ruptura do insensato. Ela precisa. O olhar ficou sofisticado e o espaço pequeno. Ela busca a expansão no divã do analista e no diário escrito à mão.

Minha rua não tem o esboço da tradição, mas é minha rua. Sou estrangeira de cinco anos para cá no lugar onde moro. Desde às cinco da manhã...

cotidiano vizinhanca rua convivencia
Minha rua não tem o esboço da tradição, mas é minha rua. Sou estrangeira de cinco anos para cá no lugar onde moro. Desde às cinco da manhã, vizinhos fechados em salas abafadas e escuras. Janelas fechadas para o mundo, roupas surradas. Uma das casas tem a voz calada pela morte do filho. A mulher é clara, olhos azuis, delgada. Nunca responde a chamados no portão ou chamadas telefônicas. Deslinkou-se do mundo. Quer copiar o filho. Enquanto aguarda na fila da autorização Suprema, raramente abre o portão e se alimenta de focos de luz solar. Fecha depressa a fresta pro mundo. Ignora-me.

I A cor amarela tem cheiro de infância. Luz, vida, inocência. Antes de me estabelecer na vida adulta, pensava que essa cor viesse do ...

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I
A cor amarela tem cheiro de infância. Luz, vida, inocência. Antes de me estabelecer na vida adulta, pensava que essa cor viesse do Sol e que bastava estar acordado para compartilhar energia com todos nós. Nessa época, eu já experimentava o sabor das ideias em meu pensamento. No calor dos meus sete anos, comecei a organizar cadernos de escrita para desenhar, com letras, o brilho daquele Corpo amarelo. A cada desenho, o ânimo se renovava.

Gosto da brutalidade do solo onde piso, do cheiro do verde e da palavra. O solo me transmite a sensação de terra firme. Nela, aprecio a su...

autobiografia escrever primeiro livro rosa acasssia luizari
Gosto da brutalidade do solo onde piso, do cheiro do verde e da palavra. O solo me transmite a sensação de terra firme. Nela, aprecio a suavidade do colibri e a materialidade da escrita. Mas eu não vivo unicamente da palavra. Dou risadas de bobagens que vejo naquele filme assistido repetidas vezes, do chinelo que guarda um lugar na fila cheia de gente, da piada sem cabimento. Isso também é viver. Música suave me agrada. Guns n' Roses também. Falo baixo com palavras escandalosas, amorteço a guerrilha interna, leio. Gosto do livro que me segura na mesma página quando a conversa é boa, gosto do texto. Ele é meu território, já disse muitas vezes, mas, antes dele, precisava de um chão consistente para criar.