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O mundo é belo antes de ser verdadeiro. O mundo é admirado antes de ser verificado. Gaston Bachelard . O Ar e os Sonhos . Michèl...

michele petit somos animais poeticos
O mundo é belo antes de ser verdadeiro. O mundo é admirado antes de ser verificado.
Gaston Bachelard. O Ar e os Sonhos.

Michèle Petit é antropóloga e pesquisadora das práticas de leitura. No livro Somos animais poéticos: a arte, os livros e a beleza em tempos de crise (Ed. 34, 2024), procura demonstrar como a literatura – oral e escrita - e outras formas de arte a elas associadas podem nos ajudar a recuperar nossos desejos e a nos conectar conosco e com o mundo à nossa volta. Por esta mesma editora, já publicou A arte de ler ou como resistir a adversidade e Os jovens e a leitura.

"Os livros têm um poder extraordinário. Mas tenha cuidado. É o livro que detém o poder, não você" (Sosuke Natsukawa ▪️ O...

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"Os livros têm um poder extraordinário. Mas tenha cuidado. É o livro que detém o poder, não você"
(Sosuke Natsukawa ▪️ O gato que amava livros)

O gato está associado à literatura, ao meditar, ao filosofar, e vários romancistas, poetas, pintores, artistas de um modo geral são admiradores desses felinos, eles aparecem em fotos com seus donos, em telas de pintores famosos. É bem conhecido o quadro de Matisse – O Gato com peixes vermelhos - e Marc Chagall pintou a belíssima tela Paris através da janela em que um gato, com cara de um ser humano, está situado em primeiro plano com o olhar voltado para a Torre Eiffel. Quem não se recorda das pinturas de gatos do brasileiro Aldemir Martins? São várias telas em cores bem tropicais. É frequente também a presença de gatos em romances e poemas.

A releitura do texto Cartografia da solidão: memórias de um jovem leitor , do escritor Bruno Gaudêncio , publicado no livro Confesso...

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A releitura do texto Cartografia da solidão: memórias de um jovem leitor, do escritor Bruno Gaudêncio, publicado no livro Confesso que li (Editora Ideia, 2012), me conduz até as memórias de minhas leituras feitas também na adolescência Nas “memórias de um jovem leitor”, Bruno relembra, entre outras leituras, o romance Olhai os lírios do campo, de Érico Veríssimo. Foi um livro tão marcante que guardou na sua estante até hoje, esse fato me fez lembrar O Tempo e o Vento, leitura que fiz na adolescência, mas o meu livro teve um destino bem trágico.

No livro Notas de Teoria Literária , Afrânio Coutinho elenca vários tipos de cônicas, e cita a “crônica-poema em prosa”, de conteúdo lí...

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No livro Notas de Teoria Literária, Afrânio Coutinho elenca vários tipos de cônicas, e cita a “crônica-poema em prosa”, de conteúdo lírico, que é um mero extravasamento da alma do artista diante o espetáculo da vida, das paisagens ou dos episódios. Na literatura brasileira, Cecília Meireles escreveu muitas crônicas que se enquadram nessa modalidade. O título de alguns de seus livros nos levam a esse gênero, como: Crônicas de viagem, Crônicas de educação. Acrescento a esses títulos

Bendita seja a árvore, semeadora de livros. Cada pessoa tem seu Pinóquio, vou contar a história do meu, o leitor poderá também con...

pinoquio carlo collodi
Bendita seja a árvore, semeadora de livros.

Cada pessoa tem seu Pinóquio, vou contar a história do meu, o leitor poderá também contar a sua. Pinóquio está presente nas minhas mais antigas recordações da infância. Lembro-me de um episódio que me marcou muito, era pequena, devia ter oito anos, fui com minha mãe assistir ao desenho animado de Pinóquio, uma versão romantizada de Walt Disney. O cinema ficava em Campina Grande, Cine Avenida, situado na Avenida Getúlio Vargas. A sala que exibia o filme estava completamente lotada, ficamos em pé. No meio do filme, minha mãe resolveu sair,

As lembranças e os sabores não precisam morrer para outros nascerem. O espaço da memória é infinito. Juliana Ulyssea . Quero vive...

literatura cordel infancia leituras
As lembranças e os sabores não precisam morrer para outros nascerem. O espaço da memória é infinito.
Juliana Ulyssea. Quero viver para sempre.

Na infância, duas pessoas foram fundamentais na minha formação literária, minha mãe e Chicuta. Minha mãe costumava contar histórias para que o sono chegasse. Menina traquina e fujona, só ficava quieta quando estava ouvindo histórias. Lembro-me bem de três dessas histórias que embalaram minhas noites insones – João e Maria, Maria Borralheira e A menina dos cabelos verdes que, em Câmara Cascudo aparece com o título de A Madrasta. Anos mais tarde,

Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar. Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar. (Fernando Brandt/ Milton Nascimento - ...

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Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar. Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.
(Fernando Brandt/ Milton Nascimento - Canção da América)

Uma amiga de longas datas me telefonou e fez esta solicitação: “meu neto quer saber quais eram as minhas leituras da infância, é um dever da escola e eu não me lembro mais.” Confessou que anda um pouco esquecida e resolveu recorrer a quem lida com literatura infantil. Calculei a idade da minha amiga e fui examinar alguns livros na minha estante e me deparei com três títulos: Heidi, Poliana e Reinações de Narizinho.

O Colégio Estadual da Prata de Campina Grande, oficialmente Colégio Estadual Dr. Elpídio de Almeida, é o segundo maior colégio ofi...

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O Colégio Estadual da Prata de Campina Grande, oficialmente Colégio Estadual Dr. Elpídio de Almeida, é o segundo maior colégio oficial da Paraíba. Foi fundado em 1953 no governo de José Américo e completou o ano passado 70 anos. Era frequentado por alunos e alunas que depois se tornaram artistas, políticos, médicos e engenheiros renomados. Tinha em seus quadros os melhores
colegio estadual prata campina grande educacao
Sevy Nunes
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J. Elias Barbosa
professores da cidade. Ensinar no Gigantão da Prata, como era chamado, constituía privilégio para poucos. Por lá passaram professores como Elizabeth Marinheiro, Francisca Neuma Fechine Borges, Sevy Nunes, Francisco Celestino e muitos outros. José Elias Borges lecionava inglês, Padre Emídio Viana, Latim, Sevy Nunes, Francês, Gabriel Agra, Português. Os melhores alunos do curso de engenharia da Escola Politécnica eram convocados para dar aulas de Matemática, de Física ou Química. Os médicos ministravam Biologia, como Dr. João de Assis. Advogados, juízes e promotores davam aulas de Moral e Cívica e de Organização Social e Política Brasileira.

Um texto de Rodrigo Casarin, publicado no livro de crônicas - A Biblioteca no fim do túnel um leitor em seu tempo, me levou ao encon...

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Um texto de Rodrigo Casarin, publicado no livro de crônicas - A Biblioteca no fim do túnel um leitor em seu tempo, me levou ao encontro de passagens por livrarias e da aquisição de livros e o feliz achado de alguns livros esgotados que só foi possível encontrá-los em sebos.

Em 2006, juntamente com a jornalista Yolanda Limeira, organizamos o livro Memórias rendilhadas: vozes femininas (João Pessoa: Editor...

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Em 2006, juntamente com a jornalista Yolanda Limeira, organizamos o livro Memórias rendilhadas: vozes femininas (João Pessoa: Editora Universitária/UFPB). O título foi inspirado em um bonito texto da poeta alagoana Arriete Vilela, Alma enrodilhada, alma rendilhada. Quinze paraibanas escreveram textos em forma de crônicas que falavam de suas primeiras experiências com a leitura. O livro foi muito bem recebido pela crítica e com quatro meses estava esgotado, infelizmente não foi mais reeditado. Em 2008, foi selecionado pela SEC/PB para constar no acervo das bibliotecas públicas da Paraíba. Teve lançamento em

No Dicionário de Língua Portuguesa (Houaiss:2001,p. 1740), o verbete lembrar é definido como trazer algo à memória (própria ou de ou...

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No Dicionário de Língua Portuguesa (Houaiss:2001,p. 1740), o verbete lembrar é definido como trazer algo à memória (própria ou de outrem); recordar, relembrar. E lembrança, de acordo com o filólogo, é aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas, reminiscências. Vivenciei essa experiência ao abrir uma caixa cheia de lembranças do passado. Lá encontrei, no meio de vários livros, cartas, cartões, uma entrevista com um escritor.

Quando era criança gostava de me deitar na calçada de pedras da minha casa e ficava olhando as estrelas no céu, não contava nem aponta...

infancia brincadeiras
Quando era criança gostava de me deitar na calçada de pedras da minha casa e ficava olhando as estrelas no céu, não contava nem apontava para as estrelas porque diziam que criava verrugas e achava feio um dedo cheio de verrugas como o da minha amiga Janice.

Como professora de Literatura Infantil por mais de vinte anos, Ziraldo sempre esteve presente nas minhas aulas. Lembro-me do primeir...

Ziraldo literatura infantil
Como professora de Literatura Infantil por mais de vinte anos, Ziraldo sempre esteve presente nas minhas aulas. Lembro-me do primeiro texto que publiquei no Correio das Artes (1983) – Flicts: um texto fantástico? Este texto foi também apresentado em um dos Congressos de Teoria e Crítica Literária, organizado pela professora Elizabeth Marinheiro, em Campina Grande.

Multipliquei-me, para me sentir Para me sentir, precisei sentir tudo, Transbordei, não fiz senão extravasar-me, Despi-me, entr...

solha literatura paraibana autobiografia
Multipliquei-me, para me sentir Para me sentir, precisei sentir tudo, Transbordei, não fiz senão extravasar-me, Despi-me, entreguei-me, E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente. (Álvaro de Campos. Passagem das horas).

Autobiografia é uma das modalidades da “escrita do eu”, as outras são diários, confissões, memórias. Em cada uma dessas modalidades há o extravasamento do “eu”. Na autobiografia, a vida interior é passada a limpo e se compõe de reflexões sobre a vida, pensamentos, emoções, análises do mais recôndito do ser. Geralmente as autobiografias seguem uma ordem cronológica, isso não acontece com Autob/i/ografia (Ed. Arribaçã, 2023), de Solha. Espírito irrequieto e não afeito às convenções, o autor extrapola os limites tradicionais das autobiografias. Em flashbacks ou caminhando para o momento presente, às vezes até de forma premonitória para o futuro, retalhos da vida são apresentados como se estivéssemos vendo um filme com seus avanços e recuos.

No dia 15 de fevereiro comemorou-se o aniversário de nascimento da médica psiquiatra Nise da Silveira, como estamos no mês de fevere...

nise silveira terapia psiquiatria
No dia 15 de fevereiro comemorou-se o aniversário de nascimento da médica psiquiatra Nise da Silveira, como estamos no mês de fevereiro resolvi rever um pouco da sua vida e da obra. Nasceu em Maceió (1905) e faleceu no Rio de Janeiro e, 1999, está inscrita no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, fruto de um projeto da deputada federal Jandira Fhegali (PCdo B – Rio de Janeiro).

Quem gosta de sebos? E quem gosta de catar livros no lixo? Conheci um leitor compulsivo que não podia ver livros no lixo, ia logo...


Quem gosta de sebos? E quem gosta de catar livros no lixo?

Conheci um leitor compulsivo que não podia ver livros no lixo, ia logo examinando e às vezes levava para casa relíquias abandonadas. Certo dia encontrou uma Bíblia traduzida pelo português João Ferreira de Almeida no lixo de uma escola católica, fruto talvez de uma biblioteca escolar, e guardou com muito carinho o exemplar descartado. A tradução de João Ferreira de Almeida é considerada um marco da história da Bíblia, foi a primeira tradução do Novo Testamento a partir das línguas originais e o livro estava jogado no lixo. Quanto desperdício!

O professor e acadêmico Milton Marques Júnior promoveu um passeio cultural no dia 25 de novembro, sábado, às 9h, pelas ruas do Cen...

augusto anjos milton marques rua duque caxias centro historico joao pessoa
O professor e acadêmico Milton Marques Júnior promoveu um passeio cultural no dia 25 de novembro, sábado, às 9h, pelas ruas do Centro Histórico de João Pessoa, percorrendo as trilhas de Augusto dos Anjos e de José Américo. O passeio contou com a presença de alguns acadêmicos e de admiradores das obras dos dois escritores paraibanos. No dia 27, segunda-feira, do mesmo mês, na sede da APL, publicou o livro Ei-lo pulando de uma casa outra, nas ruas da capital: um roteiro de Augusto dos Anjos, nas ruas da Paraíba (João Pessoa: Ideia, 2023).

      UBI SUNT Onde estão as cantigas de ninar? Os contos de fadas – João e Maria, Branca de Neve todos contados por Aninh...

literatura poesia paraibana neide medeiros santos
 
 
 
UBI SUNT
Onde estão as cantigas de ninar? Os contos de fadas – João e Maria, Branca de Neve todos contados por Aninha? Perderam-se no tempo. Onde estão os retratos da infância perdida? O álbum de fotografias da família? As joias antigas? Estão guardados no baú da memória.

A casa da minha infância A casa da minha infância tinha muitas janelas, por elas eu fugia para o mundo e me sentia livre como...

A casa da minha infância
A casa da minha infância tinha muitas janelas, por elas eu fugia para o mundo e me sentia livre como um passarinho. A casa da minha infância ficava numa rua enladeirada, quando chovia a água escorria no meio fio, colocava barquinhos de papel e navegava por muitos mares.

“Ninguém se perde na volta”, frase cunhada por José Américo de Almeida quando regressou à Paraíba depois de um tempo morando no Rio d...

jardim serido rio grande norte
“Ninguém se perde na volta”, frase cunhada por José Américo de Almeida quando regressou à Paraíba depois de um tempo morando no Rio de Janeiro, repito esta mesma frase ao voltar a Jardim do Seridó depois de oito anos ausente. Constato que a cidade cresceu e ficou mais bonita. As ruas do centro estão arborizadas com caibreiras, o pau d'arco do sertão. Flores amarelas em profusão enfeitam as avenidas com seus tons de amarelo dourado nesta época do ano. Existe um novo bairro, Alto da Bela Vista, de lá se avista a cidade inteirinha com os rios da Cobra e o Seridó com os leitos secos.