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O problema dos vários porquês tem perturbado escritores e estudiosos. Antes de entrar diretamente na explicação do seu emprego, gostari...

lingua portuguesa uso do porque
O problema dos vários porquês tem perturbado escritores e estudiosos. Antes de entrar diretamente na explicação do seu emprego, gostaria de tecer algumas considerações técnicas sobre os diversos tipos de perguntas. Quem estiver interessado apenas nos porquês deve ler em diagonal os quatro parágrafos seguintes, para não se aborrecer com explicações que não dizem respeito diretamente aos porquês, mas são importantes para melhor entender a necessidade da distinção entre os seus vários usos.

Religiões há que, em princípio, privilegiam tanto a violência que, não raro, a consideram santa. Em contrapartida, o sexo é considera...

maria jose egito mae jesus
Religiões há que, em princípio, privilegiam tanto a violência que, não raro, a consideram santa. Em contrapartida, o sexo é considerado coisa suja e indigna. Se pensarmos que os religiosos cultuam um Deus que criou o sexo exatamente para a preservação da espécie, ¿Não seria um contrassenso esse mesmo Deus renegar a própria criação? ¿Por que dar tanto valor à virgindade em detrimento da função natural de um pai, de uma mãe?

O pretérito imperfeito do indicativo é normalmente estudado como um tempo passado de ação incompleta, com aspectos vários: durativo (...

lingua portuguesa expressões linguisticas
O pretérito imperfeito do indicativo é normalmente estudado como um tempo passado de ação incompleta, com aspectos vários: durativo (“Havia um ano que ele morava ali.”), progressivo ou cursivo (“Em 1910, ele estudava no Colégio de Jesuítas.” “A natureza quedava-se imóvel.”), iterativo (“Ele se ajoelhava sempre que passava diante do altar-mor.”) e imperfectivo (“Ele celebrava a missa quando ocorreu a explosão.”).

1 Estar de viseira caída é uma expressão portuguesa para exprimir zanga de alguém que se apresenta com cara de poucos amigos. Os ...

lingua portuguesa expressões linguisticas
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Estar de viseira caída é uma expressão portuguesa para exprimir zanga de alguém que se apresenta com cara de poucos amigos. Os cavaleiros medievais usavam um elmo com viseira. Quando se preparavam

O politicamente correto é uma ideia que criou um monstro com o objetivo de destruí-lo. Em outras palavras, proíbe-se hoje o qu...

floresta amazonica politicamente incorreto linguistica
O politicamente correto é uma ideia que criou um monstro com o objetivo de destruí-lo. Em outras palavras, proíbe-se hoje o que antes era permitido e inocentemente encarado, até que o politicamente correto o tachou de monstro a fim de destruí-lo.

Há certos desvios semânticos curiosos, cometidos por bons usuários da norma culta que inadvertidamente acabam escrevendo e publicando...

igreja lingua portuguesa erros
Há certos desvios semânticos curiosos, cometidos por bons usuários da norma culta que inadvertidamente acabam escrevendo e publicando o contrário do que pretendem dizer. Às vezes, nem mesmo uma releitura do que escreveram os leva a descobrir a escorregadela. Erros semânticos são desculpáveis, para quem

Lipograma é um texto a que falta uma letra por decisão do autor. Lope de Vega, dramaturgo espanhol (1562-1635), escreveu cinco cont...

conto casal verbo linguistica
Lipograma é um texto a que falta uma letra por decisão do autor. Lope de Vega, dramaturgo espanhol (1562-1635), escreveu cinco contos em cada um dos quais falta uma vogal específica. Mais difícil foi o trabalho do escritor francês Georges Perec (1936-1982), que publicou em 1969 um romance lipogramático a que falta a vogal e: La Disparition. O próprio título é um desafio, embora fácil de resolver: em lugar de “O desaparecimento”, poder-se-ia dizer “O sumiço”.

Os gramáticos falam em 1ª, 2ª, 3ª pessoas, para os pronomes pessoais eu , tu , ele , respectivamente. De preferência, deveriam fal...

língua portuguesa pronome linguistica
Os gramáticos falam em 1ª, 2ª, 3ª pessoas, para os pronomes pessoais eu, tu, ele, respectivamente. De preferência, deveriam falar em pronome elocutivo (o falante), alocutivo (o interlocutor) e delocutivo (a pessoa de quem se fala). Não se trata apenas de nomenclatura, mas de clareza de sentido. Um pronome elocutivo pode ser equivalente a ele/ela; ou pode designar tu ou você; um pronome alocutivo pode equivaler a ele/ela ou eu. O pronome nós, originalmente elocutivo, pode ser pronome de tratamento equivalente a você (excluindo o falante). É o que vamos tentar mostrar neste artigo.

Segundo HALLIDAY, M.A.K. e HASAN, Ruqaiya ( Cohesion in English . London: Longman, 1976, p.35), Peter Hawkins, pesquisador da Soci...

faroeste futebol gramatica lingua portuguesa
Segundo HALLIDAY, M.A.K. e HASAN, Ruqaiya (Cohesion in English. London: Longman, 1976, p.35), Peter Hawkins, pesquisador da Sociological Research Unity, deu a crianças de 5 anos uma série de 4 quadros cuja sequência sugere uma história: o primeiro quadro mostra alguns meninos jogando futebol; no segundo, a bola atravessa, quebrando, a janela de uma casa; o terceiro quadro mostra uma senhora olhando pela janela quebrada

As gramáticas, na parte de sintaxe, omitem quatro problemas sintáticos que podem determinar reprovação em concursos e em vestibular...

lingua portuguesa sintaxe
As gramáticas, na parte de sintaxe, omitem quatro problemas sintáticos que podem determinar reprovação em concursos e em vestibulares. Um desses problemas é a hendíade.

Os elementos significativos que fazem parte da rede de relações chamada língua se chamam formas. Formas livres são as que se podem pr...

lingua portuguesa dicionario
Os elementos significativos que fazem parte da rede de relações chamada língua se chamam formas. Formas livres são as que se podem pronunciar isoladamente, constituindo-se num enunciado completo, como livro, caneta, pasta. Formas presas são as que se associam às formas livres e não se podem pronunciar separadamente, como o {–s} final de livros, que significa “mais de um”, ou como as terminações verbais. Formas dependentes são os elementos átonos que dependem de outro vocábulo, mas não se prendem diretamente a ele, como

Há vários tipos de dicionários: de etimologia, de usos, de língua, de morfologia ( O Dicionário Morfológico da Língua Portuguesa , de...

lingua portuguesa linguistica
Há vários tipos de dicionários: de etimologia, de usos, de língua, de morfologia (O Dicionário Morfológico da Língua Portuguesa, de Evaldo Hackler, Sebold Back e Egon Ricardo Massing, publicado pela Unisinos, de São Leopoldo, em 1984, é, que eu saiba, o único dicionário morfológico do mundo), de afixos e desinências, de análise do discurso, de sinônimos e antônimos, de linguística, de termos literários, de provérbios, de origens de expressões, de filologia, de filosofia, de gramática, de onomatopeias, de vozes de animais, de palíndromos

Dizem que os provérbios, mesmo os que estão na Bíblia, mas adquiriram popularidade, constituem a sabedoria do povo. Mas “povo” é turb...

ditados populares proverbios
Dizem que os provérbios, mesmo os que estão na Bíblia, mas adquiriram popularidade, constituem a sabedoria do povo. Mas “povo” é turbamulta, pluralidade de pessoas, de ideias, de pensamentos, uma abstração, em suma. Um pequeno levantamento de provérbios populares mostra que as lições da choldra ou da arraia-miúda são desencontradas ou opostas. Alguns destes provérbios talvez sejam desconhecidos de muitos por serem pouco divulgados ou por conterem expressões específicas, de pouco uso generalizado,

Certa vez um aluno perguntou-me se existe algum livro que ensine a prever e a normatizar a ocorrência de desvios gramaticais. Por razõe...

lingua portuguesa gramatica linguistica
Certa vez um aluno perguntou-me se existe algum livro que ensine a prever e a normatizar a ocorrência de desvios gramaticais. Por razões alheias à minha vontade, só conheço um único livro a respeito: La Grammaire des Fautes, de Henri Frei, publicado em 1971 pela Slatkine Reprints, de Genebra. Um artigo de Milton Azevedo, intitulado “O papel da análise de erros no ensino de idiomas”, publicado no número 779-80, do Suplemento Literário de Minas Gerais,

1 Fazer ouvidos de mercador Castro Lopes explicou essa expressão como corruptela de “fazer ouvidos de mau credor”, sem explicar como...

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Fazer ouvidos de mercador
Castro Lopes explicou essa expressão como corruptela de “fazer ouvidos de mau credor”, sem explicar como se deu a confusão entre “mau credor” e “mercador”, ou como se processaram as alterações fônicas (Cf. LOPES, Castro. Origens de anexins, prolóquios, locuções populares, siglas, etc. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1909, p.159 e ss.) João Ribeiro (apud NASCENTES, Antenor. Tesouro da Fraseologia Brasileira. 3.e. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, s.v. Ouvido)

Os pedagogos modernos, normalmente pouco conhecedores da norma culta e, portanto, contrários a ela, combatem os professores de portu...

lingua portuguesa gramatica linguistica
Os pedagogos modernos, normalmente pouco conhecedores da norma culta e, portanto, contrários a ela, combatem os professores de português que ensinam gramática, sob a alegação de que estes estão oprimindo os alunos, ao impor-lhes um falar estranho em substituição ao seu próprio saber linguístico, e inibindo-lhes a criatividade ao exigir deles, nas redações, a “linguagem dos opressores”. Ora, não existe um saber das classes dominantes, mas apenas o saber, tout court, sem adjetivações. Quem sabe detém o poder porque sabe, não porque é apenas poderoso. É o saber que leva ao poder e não o poder que dita o saber.

Algumas gramáticas ensinam que {–zinho} é alomorfe, isto é, uma forma diferente do sufixo {–inho}, formador de diminutivos. Veremos ...

flores romance linguistica
Algumas gramáticas ensinam que {–zinho} é alomorfe, isto é, uma forma diferente do sufixo {–inho}, formador de diminutivos. Veremos mais à frente um conceito melhor de alomorfe. Outras gramáticas ensinam que {-zinho} é apenas o sufixo {-inho} com uma consoante de ligação. Chama-se “consoante de ligação” a consoante que se apõe entre a palavra primitiva e o sufixo, para facilitar a

Diziam os gregos que a noite é a mãe dos deuses e que suas trevas precederam a formação de todas as coisas. As primeiras linhas da Bíbl...

numerologia oito noite linguistica
Diziam os gregos que a noite é a mãe dos deuses e que suas trevas precederam a formação de todas as coisas. As primeiras linhas da Bíblia dizem que Deus criou o céu e a Terra e que a Terra era vazia, e que as trevas cobriam o abismo.... Por isso, a noite tem uma significação de fertilidade: a partir dela é que as coisas se formaram. Em certas religiões, na doutrina tradicional, a noite e a morte se confundem, e a morte seria uma passagem para uma vida melhor... (Cf. Diccionario de símbolos, de Juan Eduardo Cirlot, Barcelona: Editorial Labor, 1981, s.v. noche.)

O anacoluto é a interrupção brusca de uma frase inicial a que se segue outra à qual aqu...

anacoluto linguagem portugues gramatica
O anacoluto é a interrupção brusca de uma frase inicial a que se segue outra à qual aquela não se integra. Por exemplo: “O presidente, eleito só por causa da moeda forte, os professores das Universidades Federais sabiam que dele não podiam esperar apoio.” O início do período não tem conexão com o resto, sintaticamente.

Apesar da prolação generalizada pego (com /e/ (= ), de preferência, e não com /ε/ (= ), há razões para crer que o verbo pegar só a...

gramatica lingua portugues
Apesar da prolação generalizada pego (com /e/ (= < ê >), de preferência, e não com /ε/ (= < é > ), há razões para crer que o verbo pegar só admita pegado como particípio.