Terra, para universo
Terra, para universo
Na escuta?
Universo, para terra
Universo, para terra
Câmbio!
Universo, estou mais uma vez aqui te pedindo para conspirar a meu favor.
Tu que estás na terra, mais uma vez, te respondo: sai da inércia, para que eu possa conspirar a teu favor.
Se não tiveres a vontade pulsando em ti, nada poderei fazer.
Nunca vi uma pessoa para gostar tanto de café quanto eu. E isso, desde criança.
Quando voltávamos do curral, depois de tomar o leite no "pé da vaca", me deitava esperando a casa acordar e o movimento da cozinha começar, não por sentir fome, mas pela hora da liberdade. Depois do café, podíamos sair para brincar. Era a hora de mergulhar num mundo mágico, só visto
Para mim o “fato” é insubstituível. Ele existe. Ponto.
Fato!
Odeio conversas fiadas, para não dizer mentirosas; interrompidas; deixadas pela metade; mergulhadas no pavor da verdade e com despedidas apressadas; motivada pela fuga, para que o adágio da realidade não se cumpra; acompanhadas das corriqueiras frases: “depois conversamos” ou “assim que possível entrarei em contato”.
Odeio!
Sem grilhões em seus pés, pelo vale da confiança, sem medo de na decepção tropeçar, corria sem cessar; nos rios do prazer, sem receio de em uma pedra de desgosto bater, mergulhava de olhos fechados; arriscava voar nas asas do regalo das trocas do saber; andava de mãos dadas com o riso frouxo; vestia-se sem os adornos da obrigatoriedade.
Entre as árvores do anonimato era possível ouvir o canto da admiração, que encantava os dias de solidão sem deixar se tornarem escuridão.
Tranquila, vivia apostando nos avanços e recuos.
A incerteza em que pé iria dançar deixava a pura emoção aflorar.
Veio o fim dos tempos, em minutos o que era paraíso virou deserto.
Já não há abraços de carinho para as noites embalar, nem conversas para as dores amenizar. A escuridão sem estrela virou constante. O calor do verão da entrega congelou; flores da primavera do gozo não brotam mais; lágrimas do inverno dos desencontros não cessam de jorrar; a convivência vive no outono com suas folhas caídas pelo chão do dia a dia.
Na floresta as oportunidades eram enredadas pelas cordas do desejado encontro, hoje já não existe a matéria prima para sua criação, apenas a causalidade dita sua aparição.
O deserto cada dia castiga mais. Os oásis dos encontros estão mais escassos e disputados. O tempo de permanência no respirador da esperança foi reduzido para segundos. Assim, correndo contra o relógio da sobrevivência, ela tem tentado de tudo para não morrer.
Um fio de vida corre em suas veias certificando que ainda pulsa a raiz do que há anos foi plantado, amenizando a dor da cruenta situação que se encontra. A espera que bate forte em seu peito quebrantado, lhe garante que desse chão ressequido da presença brotará a mais linda flor que irá ver, mesmo que seja apenas no entardecer do seu viver.
Apesar da razão negar, o coração diz que basta mais um pouquinho de paciência e lhe pede para aguentar que o solicitado “um tempo” vai terminar.
Ela, seguindo firme com o propósito de se salvar, tem conseguido sorrir e não chorar.
“Mesmo o homem que é puro de coração e faz suas orações à noite, irá se transformar em lobo, quando o acônito florescer e a lua do outono brilhar.” (do filme “O lobisomem” de 1941, com Lon Chaney Jr.)
Disse o Barão de Itararé: “O português é uma língua muito difícil. Tanto que calça é uma coisa que se bota, e bota é uma coisa que se calça.” As línguas possuem seus mitos, fato!
João Batista cumpriu sua missão no “deserto da Judéia” (Mt 3:1), usando roupas feitas com “pêlos de camelo e um cinto de couro na cintura” (Mt 3:4), não sentava à mesa para comer figos e tomar vinho. Comia no chão batido ou em uma pedra, se servindo de “gafanhotos e mel silvestre” (Mt 3:4).
COMPREENDER
Dar, sem prender.
Ser, sem incomodar.
Estar, sem cobrar.
Pedir, sem mendigar.
Aceitar, sem questionar.
Não é fácil, mas possível de ser feito.
Fui a uma agência da Caixa Econômica Federal, comecei a viajar no mundo das lembranças quando uma moça se aproximou e perguntou “você é a viúva de Shuka? Irmão de Maika?”. Meio que aterrissando respondi que sim, foram minutos de conversas sobre os dois.
Hoje trago para vocês um pouco da minha leitura sobre o novo livro do escritor Helder Moura - A INSANA LUCIDEZ DO SER - uma fábula
O livro inicia, já na dedicatória, com uma provocação sobre a insanidade da lucidez.
Hoje, trago para vocês algumas anotações que fiz sobre Maria Madalena.
Nossa história começa em El-Mejdel ou Migdal, mais conhecida como Magdala, cidade localizada ao norte de Tiberíades e perto do Lago Genezaré. Conhecida por receber pessoas de costumes e religiões diversas.
José era justo, piedoso, influente, verdadeiro no amor pelos outros, conhecedor da palavra de Deus, um homem bom e respeitoso. Da sua carpintaria a jovem Maria ele viu. Ela ia saltitando, uma terrina carregando. No poço pegaria um pouco d’água para o dia. Quando o olhar do moço notou, de soslaio, envergonhada lhe sorriu.
Era uma vez um universo onde a luz suprema decidiu fazer verso.
Entre côncavos e convexos, criou os sexos.
A decisão de quem iria de tudo cuidar, tomou imensidão.
Diferente de toda sua criação, resolveu criar Adão.
Algo sério lhe preocupou, sozinho ele não poderia ficar.
Precisava uma solução urgentemente encontrar.
Em quatro esquinas me encontro.
No centro delas me perco.
Continuo sem saber por qual delas seguir.
Razão chama para as certezas.
Urgência se faz necessário. Sinto ser o certo fazer, enquanto ainda sou capaz.
É muito comum ouvirmos sobre as Avós. E sobre o Avôs? Nem tanto.
Avó é aquela figura de uma segunda mãe, docemente acolhedora, que tem a maestria de preparar as guloseimas preferidas de cada neto; que oferece um colo acolhedor; que é advogada e dá guarita contra os castigos pelas travessuras feitas. Presentes? Não precisam de data. Vó simplesmente vê e imagina a alegria deles ao receberem a mais boba das lembrancinhas.
Apenas, uma dose!
Só um tiquinho, não ofende!
Uma lasquinha, não me derruba!
No instante que quiser, pularei fora!
Posso entrar, sairei num segundo!
Essas são as senhas para se entrar pela porta da destruição.
Iscas que conseguem pegar o peixe confiante de sua esperteza.
Tem momentos que a vida parece ter chegado ao fim, que não existe saída para o sofrimento, a escuridão é a única luz presente.
Precisei ir para longe de tudo e de todos. Me escondia para não ter que disfarçar meu sofrimento. Era imprescindível enxergar alguma maneira de sobreviver mesmo imersa naquele buraco negro. Olhava e nada vislumbrava. Não conseguia ver nenhuma possibilidade de retornar.
Apesar dos momentos atuais estarem banhados de insatisfação, recebestes mais uma chance de escrever outra página no livro da vida.
Infelizmente, encontramos pessoas que não conseguem viver sem trazer comentários e observações deprimentes e negativas. É comum, não deveria ser, mas é.
Quando procuramos culpados para nossas quedas, não temos essa clara visão que “o outro eu”, somos nós mesmos.
O nosso “outro” cruel eu, nos assombra, segue, induz, persegue. Desconhece o limite da realidade, leva jovens à crueza de determinar seus próprios “aqui jaz”.
A coragem de se questionar é descartada e esquecida; negada.