A razão instrumental , conforme desenvolvida pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno (1903-1969) e Max H...

Razão instrumental

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A razão instrumental, conforme desenvolvida pelos filósofos e sociólogos alemães Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) na Dialética do Esclarecimento, publicada em 1944, é um conceito que gravita em sua crítica à modernidade e à racionalidade ocidental. Eles o utilizam para explicar como a racionalidade é aplicada nas sociedades modernas e contemporâneas, especialmente para o capitalismo e a industrialização.

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Charlie Fair
Por exemplo, essa razão, em vez de se preocupar com a busca do conhecimento pela compreensão ou pela solidariedade, preocupa-se apenas com a exploração desumana da eficiência do cidadão pela força de trabalho e a apropriação criminosa do lucro progressivo que ele produz, ou seja, a razão instrumental não questiona os fins em si, mas apenas os melhores meios para alcançá-los. Essa transformação da razão em um instrumento para a obtenção de objetivos práticos de dominação e alienação é a tese principal da crítica de Adorno e Horkheimer.

Adorno e Horkheimer afirmam que o movimento iluminista, que se originou no século 18, inicialmente emancipava os seres humanos da superstição, da opressão religiosa e das autoridades arbitrárias por meio do uso da razão. No entanto, ao longo do tempo, esse processo de esclarecimento se transformou, especialmente com o avanço da má industrialização e da insensível ciência moderna, em uma racionalidade instrumental que se desvia da busca pela liberdade e pela autonomia humanas.

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Theodor Adorno@Adorno-Archiv
Para eles, o que deveria ser a razão emancipatória tornou-se, paradoxalmente, uma forma brutal de controle contra a dignidade humana. O exemplo mais visível disso é observado no desumano desenvolvimento da tecnologia. Embora a ciência tenha sido inicialmente considerada um processo para libertar os seres humanos da ignorância e da opressão, ela também foi absorvida pela ganância desenfreada do preservo sistema produtivo, tornando-se um meio para a exploração das habilidades dos cidadãos desprovidos de senso crítico, também para destruição dos recursos da natureza.

Adorno e Horkheimer argumentam que, com a ascensão da razão instrumental, a capacidade crítica e reflexiva da racionalidade foi reduzida, noutras pessoas foi destruída. Por consequência, a razão passou a ser utilizada para a manipulação do mercado globalizado, por meio à adoração de objetos de consumo, bem como às crenças ou a uma ideologia discriminatória, também à importância excessiva e irracional atribuída a algo, sem o respeito à dignidade humana. Por consequência, isso consolida e expande a dominação social, uma vez que ela se adapta à exploração econômica.

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Max Horkheimer Goethe University
Em sua crítica ao falso progresso, Adorno e Horkheimer questionam também a ideia do progresso tecnológico que é orientado pela razão instrumental. Para eles, esse avanço não conduz à emancipação humana, mas ao aumento da alienação e da opressão. A razão instrumental, em vez de promover a autonomia, reforça os sistemas de poder e a destruição da cultura de pertencimento, gerando um embrutecimento na maioria dos cidadãos.

Quanto às implicações para a ética e a política, a razão instrumental, ao se separar das questões éticas e normativas, destrói ou enfraquece a capacidade de julgar e avaliar criticamente as condições sociais e políticas de uma sociedade. Isso resulta em uma cegueira moral que permite que as pessoas participem, muitas vezes, de forma passiva, de sistemas de opressão. Além disso, essa forma de racionalidade contribui para a perda do senso crítico do mundo, algo que Adorno e Horkheimer consideram essencial para a transformação social por meio da solidariedade humana, e também para eliminar a cegueira moral das pessoas em sua racionalidade instrumentalizada.

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