OS HEROIS É que chega a noite E existem corpos Corpos nas calçadas É que existem corpos Feitos em camas, becos Chãos e s...

Camas, becos, chãos e sedas

poesia paraibana antonio aurelio cassiano
 
OS HEROIS
É que chega a noite E existem corpos Corpos nas calçadas É que existem corpos Feitos em camas, becos Chãos e sedas E também corpos Crivados De balas E os corpos São arquivos E contam memórias Nos cantos da história Dedicada Aos marginais




Teu nome Homem Nos vales da morte A flor do si e se Ao sol do outono E aos demais E de todos Um nome É que o homem Só tem serventia Se à luz de si E de resto A angústia De saber se vai ter flores no velório Flores cor do pôr do sol Paisagens de ontem Através das curvas E nos abismos A beleza do nada Carregada pela mão A mão que diz não: Homem de si que cai Ou nada




Chega a Cor branca Sobre minha mente E mostra-me Das coisas Celestes Atravessa meu corpo Vagueia no meu Rio de sangue E me conta Na memória O meu tamanho diante do tudo Mas do tudo mesmo Porque sei Que em mim Moram muitos universos Eles, os físicos Meus átomos são sistemas Solares O tempo é um lento Caminho Que temos que atravessar Nós Consciência Porque o tempo não há É construção De quem precisa dele Para morrer Mas os imortais Não Precisam de tempos Nem memórias Eles são A conquista de dominar a dor E se soltar do corpo e fluir Os imortais Não existem Porque não há morte




Era um tempo Das coisas idas As mais lindas E nele havia futuro Também Pra quem quiseze Era um tempo de horas E de projetos Na esperança do amanhã Um tempo de flores prometidas Melhoras de vida Novos frutos e canções Até que a música parou E o tempo virou de direção O ouvido dormiu e o relógio também O tempo então morreu E dentro dele apagou Quem um dia já foi Um dia Na correnteza Não é tempo É tão somente o veloz Deslocar-se das coisas Pelo Universo e dentro de nós!




O espaço do ser É onde ele estiver Com suas memórias Carregamos o mundo Não só na mente ou desejos Mas por onde passamos O que construímos Nos construiu também e Fez cicatrizes Do que deixemos Levemos cópias Que causarão dores ou alegrias Findar o dia é bom Como findar a noite Ambos relâmpago de vida As fotos As marcas nas cavernas antigas Os livros Os satélites sobre o mundo AI e Blade Runner Um futuro que atropela o presente Mas nós que já estamos de saída Não devemos nos assustar Já fizemos nossa revolução Já atropelamos nossos futuros Em nossos presentes E somos responsáveis por hoje Que chova num fim de tarde com Internet caída E Anjos em volta da minha cama Para minha despedida Foi assim Com meus ancestrais E o Sol e a Lua assistiram

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