RÉQUIEM Olhou pela sacada, abençoou os incautos e fez a última caminhada. Depois, exausto, fechou os olhos, entrou em ...

À sombra das flores

poesia paraibana marineuma oliveira
 
 
 
RÉQUIEM
Olhou pela sacada, abençoou os incautos e fez a última caminhada. Depois, exausto, fechou os olhos, entrou em transe e foi, em paz, para sua eterna morada.



PASSARELA
Caminho à sombra de flores que logo murcharão. E, nas calçadas, restos de folhas silenciam meus passos pelo chão.



BRANQUINHO
Era um cãozinho travesso de olhar singelo. Balançava o rabinho quando me via. Que alegria! O veterinário disse que ele era da raça “mestiço puro”. E ele passou a disso ter orgulho Esqueceu até que foi encontrado na rua, perto de uma lata de lixo. Que saudades do meu caramelo, de pelo brilhante, branco e amarelo.



PRISÃO
Preso, mas protegido, querendo lá fora estar. Que bom seria se ele pudesse sair por aí e depois voltar. Sem vontade respeitada, passa o dia a olhar a rua por uma fresta, ao rés do chão. Que tédio é a vida de um animal que quer se libertar.



CALMARIA
coisas que, dizem, aquietam o coração: tomar banho frio ver o lume da vela rezar o santo anjo dormir a sesta olhar os rios acariciar um gato calar-se um instante escutar o silêncio abraçar um amigo



ARTE POÉTICA
Estar fora da razão, navegar por entre as ondas da imaginação. Perder-se nas cores e nas formas da criação. É o que conta, quando mergulho e me encontro com a poesia e sua dispersão.

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