Em reconhecimento aos vultos da Igreja de elevado conhecimento nas áreas do saber filosófico e teológico, a Academia Paraibana de Let...

Um bispo na Academia

dom marcelo carvalheira apl jose loureiro lopes
Em reconhecimento aos vultos da Igreja de elevado conhecimento nas áreas do saber filosófico e teológico, a Academia Paraibana de Letras concedeu o título de sócio honorário a Dom Marcelo Pinto Carvalheira, Arcebispo Metropolitano da Paraíba, quando este exercia atividades pastorais nas terras paraibanas.

A iniciativa do professor e acadêmico José Loureiro Lopes, padre casado, aprovada por unanimidade, reconhecia os gestos do epíscopo em favor das artes, das letras e da mensagem de paz que protagonizava em solo paraibano desde 1975.

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Dom Marcelo Carvalheira
A Academia Paraibana de Letras nasceu com o incentivo de integrantes da Igreja que, à época, tinha uma forte presença na esfera política, social e cultural.

Desde o primeiro momento de sua fundação, no ano de 1941, a Academia Paraibana de Letras recolhe ao seu ambiente integrantes da Igreja para compor seu quadro de acadêmicos. Na sua concepção, esta instituição cultural contou com o entusiasmo do Cônego Mathias Freire. Membros da Igreja foram escolhidos para patrono, dando visibilidade intelectual a casa do saber recém-criada. Também diversos leigos com conhecimentos teológicos e atributos religiosos, ocupam a cadeira da imortalidade na Casa de Coriolano de Medeiros.

No quadro de expoentes da cultura e do ensino da Paraíba, Padre Francisco Lima é um destaque, entre outros proeminentes religiosos. Autor de preciosos textos e biografias, ele salvou a memória de eminentes figuras da sociedade e da Igreja da Paraíba.

Devemos lembrar do Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares, do Monsenhor Anízio Bezerra Dantas, do Monsenhor Marcos Trindade e outros que deixaram um legado para a literatura paraibana.

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Eurivaldo Tavares e Marcos TrindadePMPB/Arquidiocese (PB)
Padres casados também ocuparam lugar de destaque na Academia depois do exercício presbiteral, como foram José Loureiro, José Jackson de Carvalho, Francisco Pereira Nóbrega. O confrade também Manoel Batista de Medeiros teve uma passagem marcante na Casa de Coriolano de Medeiros, onde foi seu presidente.

No grupo dos dez escritores fundadores da Academia Paraibana de Letras, o Monsenhor Mathias Freire foi um dos entusiastas. Em sua casa aconteceram as reuniões preliminares e, depois de instalada, em diversas oportunidades os acadêmicos ali se reuniam para dá corpo ao novo sodalício das letras.

Não foi novidade a escolha de Dom Marcelo Carvalheira para integrar a APL, como sócio honorário. Pelos seus atributos no cultivo da palavra e das letras, reconhecidos
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José Loureiro Lopesl
Autografia Editora
pelo PEN Clube do Brasil, que o acolheu em seu quadro, o arcebispo paraibano mereceu receber a honraria.

Na saudação ao novo sócio, o acadêmico José Loureiro Lopes ressaltou a vocação de Dom Marcelo, destacando sua identificação helênica, apontou como atributos o “equilíbrio entre o passado e o futuro, pela ação do presente; o exercício das letras e das artes; a convivência solidária de amantes e cultores do saber”.

Mantendo seu modo de vida que a atividade de bispo exigia, sem expor em demasia o conjunto da cultura e conhecimentos nas diversas linhas do pensamento da Patrística e da Mística emanada a partir dos Padres do Deserto, em sua peculiar humildade, Dom Marcelo afirmou:

“Tenho, entretanto, a consciência de que não posso me considerar um literato, em sentido estrito, nem mesmo um perito em ciências humanas”.

Sua escolha para receber a honraria foi uma atenção especial da APL porque, atenta a esse espírito singular reservado no seu Estatuto, “reservou o galardão para pessoas dignas desse título”.

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Dom Marcelo Pinto Carvalheira
Para Loureiro Lopes, Dom Marcelo possuía todos os atributos que “compreendem, no caso, a vida religiosa em suas várias matrizes, a cultura humanística, os estudos e conhecimentos filosóficos e teológicos e as inúmeras publicações veiculadas em livros e em revistas cientificas de circulação nacional e internacional”.

Loureiro lembrou o apóstolo São Paulo para apontar os atributos de Dom Marcelo: ser vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, competente para ensinar, moderado, não contencioso, nem avarento.

Sua presença na Academia enriqueceu a galeria dos padres que compõem seu quadro de acadêmicos.

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