Paz
Arma quente
Já disse um poeta
(Quem
Diz guerra?)
Se a dor não importa
Adorar Deuses é tolice
E só restam portas trancadas
(Sem saídas...)
Os projéteis riscam o céu
E decerto lindos e coloridos
Estrelas cadentes
Pedidos insanos
E um humano morto
Que são todos
Os odores que empestam o ar
O mar
Os contaminados amores
A guerra é cor rubra e
Mórbida é a putrefação
Delícia de certos Deuses
E feita por aqueles que também
Desejarão atravessar Aqueronte
Por uma moeda
O barqueiro
Não perdoa e
Eles não terão moedas!
Hades os espera
Caso contrário
O bem é tão inútil quanto a guerra
O menino da noite
Respingado de estrelas
Atravessa as esquinas
Seu falo
Seu falar
Seu rastro
Ecoa o Cão Negro
Na madrugada
E ele conduz
A constelação de Orion
Viu a humanidade
Crescer
A lua deu sua face
À poesia
E o homem fez guerras
Deito no mar
As minhas esperanças
Mas as Naus...
As naus portuguesas
Mataram os índios
E escravizaram negros
Eles
Os escravos
Eram os filhos de Olorum
Das madrugadas
Mortas
Às tardes quentes
Da lua dançando
Na minha mão
Por detrás do espelho
Revejo o tempo
Esse ser que passa
E nunca termina
Quanto a mim
Gota d'água
E silêncio
Se os Titãs
Pereceram e as bactérias venceram
Durmo tranquilo
Sou nada além
Do que brota entre as pedras
Se houver o fluído da vida
Para Hippolyte Léon Denizard Rivail
Pontuar a doçura Da vida Tocar o pé Na rocha que eleva Durante a subida pelas montanhas Molhar a mão no córrego E beijar a brisa Na tarde (Quem sabe a beira mar?) Deitar um sorriso Na janela Para o ilustre passante desconhecido Sovar a custa de muito suor O Pão para Dar um pedaço ao outro Romper as cadeias Da ignorância e Beijar o pensamento que ensina Desconjurar a ignorância E amar como se À toa No mais O tempo apaga Quem não quiser prosseguir... Como Vida...