Sobre a obra
Casada com um homem conservador e filha de pais autoritários, Luiza vive em uma bolha e acredita que é feliz. Tudo muda quando ela descobre problemas de fertilidade e é massacrada pela ignorância dos seus familiares, que a culpam pela incapacidade de engravidar e passam a fazer
uma pressão desmedida para que faça repetidos ciclos de reprodução assistida. Luiza encontra um novo propósito ao visitar um orfanato, onde conhece Dudu, um garotinho de cinco anos que lhe desperta um amor maternal instantâneo. Mas não vai ser fácil lutar pelo menino, já que todos à sua volta são avessos à ideia da adoção e repletos de um racismo nada velado. Para ter a guarda da criança, Luiza vai ter de renunciar a tudo que acreditou ser verdade, e ainda enfrentar o desequilibrio emocional do ex-marido que, aos poucos, vai se mostrando imprevisível e perigoso. Uma história sobre amor, que mostra que a maternidade, quando desejada, é capaz de transformar as pessoas de múltiplas e irremediáveis formas.
Sobre a autora
Formada em Produção Editorial pela ECO/UFRJ, Gisele Fortes começou a carreira literária em janeiro de 2021 e, desde então, publicou sete livros de maneira independente, sendo dois deles best-sellers da Amazon: "Da fossa à bossa" (2022) e "Não deu match" (2023). Sua mais nova obra,
Gisele Fortes
intitulada "O filho que eu quero ter", acabou de ser lançada pela Caravana Editorial durante a FLIP 2024. Com 250 mil páginas lidas no Kindle Unlimited e mais de 16 mil e-books baixados, a escritora já participou de programas de televisão (Encontro e Altas Horas), fez parcerias com importantes influenciadores literários e marcou presença nos principais eventos do mercado editorial. Roteirista formada, Gisele tem trabalhado em vários projetos de adaptação para o audiovisual.
O romance O filho que eu quero ter, de Gisele Fortes, se apresenta como uma obra essencialmente contemporânea, tanto pela linguagem quanto pelas temáticas abordadas. A protagonista da história, dividida entre os valores que carrega e as expectativas sociais impostas a ela como mulher e mãe, reflete os dilemas enfrentados por muitas mulheres na sociedade atual. O enredo questiona, com profundidade, a maternidade compulsória, problematizando o direito – ou a falta dele – da mulher sobre seu próprio corpo e destino.
Unsp
A força do romance está na forma como Gisele Fortes mistura ficção e realidade, criando uma narrativa envolvente, porém nada linear ou maniqueísta. A autora ilumina temas como maternidade, amor e silêncio com uma abordagem madura, desprovida de respostas fáceis. Não há aqui uma polarização de vilões e heróis; a vida, assim como a trama, se constrói de luz e sombra, e é essa complexidade que confere autenticidade à obra.
A narrativa exige uma leitura atenta e cuidadosa, pois Gisele aposta em nuances, em sutilezas que, por vezes, dizem mais do que o explícito. Seu estilo de escrita é imersivo, fazendo com que o leitor se sinta convidado a acompanhar a introspecção das personagens e a refletir junto com elas. O romance também destaca o silêncio – seja como opressão ou resistência – e o peso simbólico das palavras não ditas, um recurso que revela a habilidade da autora em tratar o subtexto com delicadeza e firmeza.
O protagonismo feminino é construído com sensibilidade, mostrando não apenas a força, mas também as fragilidades e contradições de uma mulher inserida em um mundo que insiste em determinar seu papel. Esse é um dos méritos de Gisele Fortes:
Unsp
criar personagens femininas complexas, com uma interioridade densa, que fogem dos estereótipos e representam, ao mesmo tempo, uma experiência particular e universal.
No conjunto, O filho que eu quero ter é um romance necessário e atual, que provoca o leitor a repensar estruturas sociais e questões profundamente humanas. Gisele Fortes demonstra, com esta obra, que é uma autora comprometida com a verdade de suas personagens e com a realidade do mundo que as molda. Trata-se de um livro para ser lido com tempo, para ser digerido aos poucos – como toda boa literatura que ousa tocar em feridas que, muitas vezes, preferimos ignorar.