Começa o ocaso
E o céu vibra em cores
O Sol se recolhe
E a noite se anuncia
Nos homens
O desejo do descanso
E as estrelas já se apressam
Em aparecer
Nos travesseiros
Preces
Angústias
Prazeres
Por fim o sono
E o mergulho
(É Morfeu
Na noite plena)
Gozos ou horrores
Destinos
Premonições
Sonhos
Mas de repente o galo canta
A barra já se ergue
E o nascente se ilumina
É o mesmo sol apagando a madrugada
Para Germano Romero,
por sua delicadeza e sapiência.
É bom ser feliz
No raio primeiro
Do sol
No Lilás do ocaso
Na cor da blusa
Da menina
Ou do menino
Que amo...
É bom ser feliz
Como feliz
Deve ser o pássaro
Que voa
A mão que acena
Num adeus
Que abençoa
É bom ser feliz
E fazer contagiar
Como as grandes febres
Depositar nos vales
Os cabides do arco-íris
E pendurar neles todos os amores.É certo que o certo não há
Nem nos astros da noite
Nem nas estrelas do mar
A verdade
A vereda que leva
A vontade
O tempo definido
A prata que ocupa
A honra que encerra
É certo que tudo
Se transfigura
E nos arrasta para um novo voo
Mas é certo também
Que o ser racha e vaza
Dores, flores, fontes d'água
Amores...
Certo, sim, é amar
Florir o mundo de cores
Com mão de liberdade
O coração de alegria
E um certo trem de Veloso...
O certo é ser
Deixar os outros serem
E viver feliz!
Nada haverá
Depois do último
Suspiro
E ele há de vir
Antes
À luz do saber
As cores
E os sinais
Eles determinarão
As formas da vida
As esquinas
O tempo
E a temperatura das coisas
Na tempestade
O Templo também
Será devastado e
Voarão os Deuses de gesso
E as almas de flandres
Mas os amores de verdade
Resistiram às intempéries
E flutuarão leves
Como as pétalas
Ao sol a se abrir
Cores belas
Grãos de areias
Cantos para os Anjos
A lua vista de uma cancela:
Eu retiro o chapéu e choro de alegria