1 Estar de viseira caída é uma expressão portuguesa para exprimir zanga de alguém que se apresenta com cara de poucos amigos. Os ...

Origem de seis expressões

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1
Estar de viseira caída é uma expressão portuguesa para exprimir zanga de alguém que se apresenta com cara de poucos amigos. Os cavaleiros medievais usavam um elmo com viseira. Quando se preparavam
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para um combate singular, abaixavam a viseira. Quando não tinham intenção de lutar, erguiam a viseira, em sinal de amizade. O gesto de erguer a viseira em sinal de paz modificou-se com o tempo e transformou-se na continência militar.

2
Há uma crença popular segundo a qual o avestruz enfia a cabeça na areia para esconder-se do mundo. Na verdade, o avestruz enfia a cabeça na areia para comer pequenas pedras que lhe facilitam a digestão. Muitas aves, como os passarinhos, por exemplo, costumam comer pequenos grãos de areia ou pedrinhas exatamente por causa disso. Daí a frase latina: Passarinho que come pedra conhece o traseiro que tem (“Avicula quae petram est culum suum noscit.”).

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3
O substantivo feminino francês “tringle” significa “gancho, escápula de açougue, vara de cortinado”, entre outros significados, inclusive o de “cabide de alfaiate”, segundo ensina Orlando Neves no seu Dicionário das origens das frases feitas (Porto: Lello & Irmãos,1992, s.v. “andar nos trinques”). Os alfaiates antigos costumavam pendurar os ternos recém-feitos em escápulas a que chamavam trinques. Assim, só roupas novas e boas se punham nos trinques. Daí a expressão “estar ou andar nos trinques” para indicar que alguém está bem vestido.

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A palavra esnobe (de “snob”), origina-se da expressão latina “sine nobilitate”, abreviada “s.nob”. Segundo José Ortega y Gasset, no livro A rebelião das massas (3.ed. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1971, p. 26, nota 5), “Na Inglaterra, as listas de residências indicavam junto a cada nome o ofício e classe da pessoa. Por isso, junto ao nome dos simples burgueses aparecia a abreviatura s. nob., que quer dizer, sem nobreza. Essa é a origem da palavra snob” (grifos do autor).

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Carnaval, para Dauzat, Dubois e Mitterand, autores do Nouveau Dictionnaire étymologique et historique (Paris: Larousse, 1964, s.v.), se origina do italiano “carnevale”, alteração de “carneleva” (“afasta a carne”), forma ainda existente no dialeto de Gênova. O étimo alvalatino ou albanolatino “carne vale” (adeus, carne) é invenção popular.

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Embora designe o demônio por um erro dos doutores da Igreja, Lúcifer, de origem latina, significa “o que leva (ferre) a luz (lux)”, equivalente ao termo “fósforo”, pelo étimo grego. Lúcifer passou a designar o demônio por causa da má interpretação de
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duas passagens de Isaías, cap. XIV, versículo 4, em que se fala do rei da Babilônia, e versículo 12, em que o rei caiu do céu e é chamado Lúcifer, tradução do hebraico ben-xabar (filho da aurora), designativo da estrela da manhã ou estrela d’alva. Os doutores da Igreja viram semelhança entre o que Isaías dizia e a queda do anjo mau, na mitologia bíblica. E Lúcifer, apesar da etimologia, passou a designar o anjo mau, o primeiro Arcanjo. Vale dizer: se fosse boa conselheira, a etimologia permitiria chamar “Lúcifer” ao próprio Cristo, e não ao demônio, já que “lúcifer”, conforme vimos, significa, etimologicamente, “o que leva a luz”...

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