Sobre a obra
Numa época em que os livros são proibidos, o misterioso Santiago Pena acaba de chegar a Portugal, onde conhecerá Alice, menina desprezada pelos pais. O encontro de um antigo caderno trará questões intrigantes. Que relação haveria entre um jovem acusado de crime que alega não ter cometido, suntuosos projetos arquitetônicos e a descoberta de uma biblioteca abandonada?
O Silêncio dos livros é uma declaração de amor à Literatura. Romance para ser saboreado não só pelo enredo recheado de tensões e suspense, mas também pelos detalhes de construção, insere-se na melhor tradição da cultura ocidental, com sutis menções a livros, poemas e vinhos, a mitos clássicos e folclore, a obras de arte e teorias científicas, além de enveredar por grandes discussões da contemporaneidade, como privacidade, identidade, genética, direito ao esquecimento. Manejando uma linguagem precisa e poética, o autor cria metáforas surpreendentes, explora recursos estilísticos e sabe convidar o leitor a desvendar sentidos apenas sugeridos.
Sobre O autor
Fausto Luciano Panicacci nasceu em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Já morou em Cambridge (Inglaterra) e fez seu doutorado em Ciências
Fausto Panicacci
Jurídicas na Universidade do Minho (Portugal), além de ser formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Sua paixão pela arte e literatura o levou a estudar Fotografia, História do Cinema e História da Arte. Atualmente, é promotor de Justiça e escritor com três obras publicadas, entre elas O silêncio dos livros, que alcançou a lista de mais vendidos na Espanha e no Brasil.
O Silêncio dos Livros apresenta-se como uma narrativa profundamente imersiva e multifacetada, que homenageia a literatura enquanto explora as complexidades da condição humana em um contexto distópico. Sob a trama aparentemente simples de Santiago Pena, recém-chegado a Portugal, e Alice, uma criança ignorada por seus pais, a obra tece um enredo intrincado que dialoga com temas contemporâneos e atemporais.
GD'Art
O ponto central da história – o encontro de um caderno que desencadeia uma série de mistérios envolvendo um crime, projetos arquitetônicos ambiciosos e uma biblioteca esquecida – é habilmente construído. A narrativa mescla elementos de suspense e drama com uma reflexão filosófica sobre o valor da memória, da identidade e do conhecimento em tempos de censura e vigilância. A intertextualidade é outro destaque: a obra não apenas cita grandes textos literários e referências culturais, mas também os transforma em peças essenciais para o avanço da história.
O autor demonstra um domínio raro da linguagem, equilibrando precisão e lirismo. As metáforas, muitas vezes surpreendentes, não apenas encantam, mas também ampliam os sentidos do texto, desafiando o leitor a desvendar significados ocultos. Além disso, a descrição minuciosa de cenários, objetos e sensações aproxima a narrativa da melhor tradição literária ocidental, evocando obras de autores como Umberto Eco e Italo Calvino.
Em certos momentos, o ritmo desacelera devido à necessidade de decifrar referências ou explorar metáforas elaboradas. Ainda assim, isso não diminui o impacto geral do romance, que se afirma como uma experiência intelectual e sensorial singular.
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A relevância de O Silêncio dos Livros reside em sua capacidade de tratar questões contemporâneas, como privacidade, manipulação genética e o direito ao esquecimento, sem perder de vista a universalidade de temas como o abandono, a busca por pertencimento e a luta pela preservação da memória.
Em suma, o romance é uma ode apaixonada à literatura e à cultura em todas as suas formas. É uma leitura desafiadora, mas recompensadora, ideal para quem aprecia histórias que não só entretêm, mas também convidam à reflexão.
O Silêncio dos Livros é mais do que um enredo – é uma jornada de descobertas e um convite a pensar o papel da arte e do conhecimento em um mundo cada vez mais assombrado pelo silêncio.