“A Índia é uma terra de maravilhas infinitas, onde cada rua sussurra histórias antigas e cada amanhecer traz uma nova cor de magia.”Will Durant
A Índia é uma viagem para lá da fronteira de tudo o que os nossos sentidos podem conhecer de mais belo. Ali não há uma única perceção que não se apure: são imensas as cores, intensos os odores, diversos e picantes os paladares. As tradições, os festivais, as religiões, a arte, a cultura, a dança, a comida, os temperos, as pimentas, as roupas, os tecidos, as texturas.
AcervoA. Rodrigues
E depois temos a riqueza histórica e cultural que encontramos em qualquer esquina e viela, onde se erguem pequenos e grandes templos, de ornamentos sem igual. Por todos os lados há imagens dos deuses do hinduísmo, como Brahma, Shiva, Ganesha, Kartikeya ou Krishna, adorados e reverenciados por quem por eles passa.
O cantor, compositor, músico e produtor inglês Chris Martin, da banda Coldplay, confessou, numa entrevista ao jornal indiano Times of India, que, para ele, "a Índia sempre representou ‘tudo’; representa ‘todos’; tudo está aqui". E acrescentou: "Você pode ficar aqui para sempre, e nunca sentirá que perdeu a vida”. Esta parece-me ser uma das chaves para a compreensão do país.
Respira-se religiosidade e misticismo em todos os lugares. Tudo transpira a grandiosidade de tempos idos. Caminhar pelas ruas vivas da Índia leva-nos sempre à simplicidade e à renúncia, em cada esquina, por cada beco ou ruela, de cada vez que nos cruzamos com um saddhu, místico, asceta, sacerdote ou monge brâmane, que deixam as suas oferendas em pequenos altares, ou caminham indolentes à beira da estrada.
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É uma bela Índia em estado bruto, onde tudo é possível. Estas são almas que nos dão uma lição avalanche sobre o desapego, seja dos bens materiais (acima de tudo daquelas ambições ansiosas do dia-a-dia tão comuns no ocidental) seja da ilusão de preenchimento que nunca se esvazia. Como afirmou o filósofo e historiador francês Jules Michelet, a Índia é “berço de raças e religiões, o útero do mundo”.
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Distribuídos em diferentes castas, os indianos desempenham diversas atividades profissionais e têm grande admiração por estrangeiros.
“A Índia é o berço da raça humana, o local de nascimento da fala, a mãe da história, a avó das lendas e a bisavó da tradição. Os nossos materiais mais valiosos e artísticos na história da humanidade estão guardados na Índia.”Mark Twain
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A vida nas ruas é bizarra. O trânsito é caótico, mas com poucos acidentes. Os esgotos a céu aberto e o som contínuo das buzinas dos tuk-tuks surpreendem os visitantes, assim como templos e palácios muito bem-preservados e o hábito de fazer cremações em locais abertos, em algumas cidades. Vacas deitadas na faixa de rodagem, locais a puxar carroças pesadas, charretes enfeitadas de chiffon, ruas pejadas de gente em todos os cantos, a vender fruta, a vender roupa, a orar. Algumas pessoas ainda embrulhadas em cobertores a acordar para o dia, fotógrafos improvisados e até barbeiros móveis fazendo-nos pensar como será possível viver numa realidade tão extrema e tão diferente da nossa.
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Como o resto do mundo, a Índia também está em ebulição. Todavia, por aqui aprende-se que o conceito de felicidade não está no ter, mas no saber renunciar. Quanto mais se desapegam mais livres são, mais alto chegam, mais se saciam, mais alcançam. Uma jornada pela Índia é uma autêntica peregrinação de descoberta geográfica, pessoal e interior. Legitimamente, Erin Reese escreveu na sua obra “As Aventuras de Bindi Girl: Mergulhando Fundo no Coração da Índia (Trilogia Alma da Índia)” a judiciosa frase:
“Há três viagens que você faz para a Índia: aquela que você acha que vai fazer – aquela que você planeja; aquela que você realmente faz; e aquela que você vive quando volta para casa.”
A Índia é um pouco do mundo que somos e como estamos. Num só país. Num só território. Que bom que há beleza em todo esse universo. Que bom que, afinal, seja ela a reinar acima de tudo. Cada experiência, desde meditar num ashram (lugar isolado dedicado a atividades espirituais) até participar numa celebração vibrante, oferece uma nova perspectiva sobre a vida e lembra-nos da importância de abraçar a diversidade e a complexidade do mundo em nosso redor.
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Berço do yoga, mas universal no apelo, da meditação, de cultos como o hinduísmo, o budismo, o jainismo e o sikhismo, e de diversos rituais espirituais, a Índia é repleta de encantos e mistérios.
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Este extenso país do Sul da Ásia com geografia diversificada, desde os picos dos Himalaias até à costa do Oceano Índico, passando por desertos dourados e uma história que remonta a cinco milénios, a Índia colorida, distinta e misteriosa, de olhares curiosos, palete de idiomas, de dialectos, estrada feita de diversos caminhos, ensina-nos que nesta dimensão caminhamos para evoluir como almas e esse é o foco. Quando alcançamos esta consciência tudo se torna fácil, tudo flui, as dúvidas e os medos desaparecem...
