“Eu adoro palavra... Eu fiquei com muita vontade de aprender mais palavras. Avião, girafa, pudim, açude, caju, serra, cidade....Eu ado...

Coisas que escrevi para Nelson

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“Eu adoro palavra... Eu fiquei com muita vontade de aprender mais palavras. Avião, girafa, pudim, açude, caju, serra, cidade....Eu adoro a palavra sozinha. Por exemplo: você. E a palavra junta: você e eu.”
(Nelson Barros)

Nelson Barros, esse querido que conheço desde os anos 80, mas foi só de alguns anos para cá que nos aproximamos como amigos de infância, e que tomei conhecimento da sua escrita, da sua vida, das suas crônicas, poemas e lirismo do cotidiano. E ganhamos intimidade para conversas tanto sobre todos os assuntos do mundo.


Nelson nasceu em Belo Jardim, Pernambuco, mas desde os anos 70 que aqui veio morar. Médico, Psicoterapeuta, escritor e cantor nas horas vagas.

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Hirllen Mendonça e Nelson Barros
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Primeiro veio a escrita no jornal e nas mídias sociais. Chamava-me atenção uma questão geracional (embora eu seja mais velha), dos temas, da identificação cultural, e tantas outras coisas. Até que cheguei a conhecer a sua casa, os seus afetos, Corona (a cadela dálmata mais linda), sua casa colorida de Sagi, para onde fui algumas vezes, tomar banho de rio, tomar caipirinha de seriguela e churrasco de lagosta. Sem falar nas mangas do pé, das mudas de manjericão e outros temperos que Hirllen, o seu companheiro, carinhosamente embalava.

Depois veio o seu primeiro livro Coisas que escrevi para ela (A União, 2021), com uma capa retrô de uma mulher em preto e branco, desanuviada, com um cigarro em punho. O prefácio de Albiege Fernandes que, já corrobora para o que eu disse acima; a falar da sua atenção às artes plásticas, cênicas, gráficas, musicais e tantas outras. Nesse exemplar de um projeto de quatro livros, que reúne trabalhos desde 2015, Nelson homenageia as mulheres com o título, a epígrafe (de Chico César) e nos agradecimentos, com muitos nomes de mulheres, inclusive o meu. Sim! Ganhei um texto só para mim também, o que é para emoldurar na parede: “Mal Traçadas Linhas”. E lá se vai ele falar do dia da mulher, das lindas e loucas, da bondade, das mães, das amigas tantas, dos cadernos, dos caleidoscópios e das bruxas. Nelson entende das mulheres. Mas não só. Nelson entende dos homens também. E do mundo. E da vida.

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Ney Matogrosso e Nelson Barros
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Não na ordem, Nelson lança Trilha Sonora (Ideia 2022). Além do seu vozeirão dos sambas e pagodes, Nelson tem um repertório que vai do bolero aos tantos ritmos quanto queiramos. Sabe das músicas. É amigo de Ney Matogrosso. E não pode ver ou ouvir um rádio que, já faz uma trilha para as suas crônicas, um luxo dos luxos. Pois nesse livro, ele reúne temas variados sobre o mundo, o olhar, as novidades, os lugares, o cinema, amigos, felicidade, viagens, carnaval, os pecados, e a natureza humana. Como tão bem falou o jornalista, amigo e nosso editor comum por um tempo, Phelipe Caldas, no prefácio, comentando Octavio Paz e o seu O Arco e a Lira, ressaltando comentários sobre a poesia e o poema. O fazer poesia como “conhecimento, salvação, poder, abandono, exercício espiritual, método de libertação interior, convite à viagem, regresso à terra natal, súplica ao vazio, diálogo com a ausência, oração, epifania,..” isso tudo para dizer que, Trilha Sonora é um livro de poesias. Assim no plural. Poesias que transitam pela vida do autor e do seu cotidiano. Como diz o próprio Nelson na apresentação do livro, a presença da música na sua vida é tão emblemática que muitas vezes é a música que dá o mote, o tom, o ritmo e as palavras para o texto.

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Como desenhar uma flor adorável (Ideia 2022), tem igualmente uma edição adorável, e ilustração singela e linda (Américo Filho). Os temas inesgotáveis do cotidiano, do amor, do tempo, das músicas e da vida. Pensamentos, desnecessidades, coisas, afetos, voltas, olhares, corpos despidos ou não, silêncios, homens, naus, com ou sem rumo, pêndulos, sonhos, rosas e paraísos, mantras, chuvas, poemas, corações, esperanças, entardeceres, Paris, flores, adoráveis ou não.

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O Tarot Poético, é uma edição particular (2022), onde Nelson mistura a arte do Tarot, com um belo projeto gráfico de Teehaus.co), e faz das cartas do Tarot a sua prosa e poesia. Magia e articulação das palavras. Os títulos das cartas – A Justiça, O Louco, O Mago, A Sacerdotisa, Os Enamorados, A Roda da Fortuna, A Morte etc, passeiam pelas rimas, compassos, destinos sobre os dias e Orações. Uma edição de luxo para quem teve o tempo e a oportunidade de ler. Um baralho de cartas exotéricas! E Lindas!

E o mais recente livro – Menino (Arribaçã), uma nova coletânea das suas memórias da infância e do seu mundo, como tão lindamente escreveu o Professor, escritor e poeta Amador Ribeiro, no último” Correio das Artes” (janeiro, 2025). “Nelson Barros escreve com clareza e objetividade jornalísticas e mais o encanto literário.”

Nelson Barros, esse escritor/poeta que escreve com sabor e som, meu amigo. Esse menino que não é sério! E que “brinca de ser sério e leva a sério a brincadeira.” Só aplausos!

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