Em 1954, com o tricentenário de Sorocaba, o quadro com a fundação da cidade, do suíço Ettore Marangoni, inundou as capas de meus cadernos, no curso ginasial, e o Baltazar Fernandez da tela foi reproduzido em estátua de bronze ante a qual eu passava todos os dias - de 55 a 62 - quando ia para o trabalho.
Dez anos depois, já na agência do Banco do Brasil de Pombal, no alto sertão da Paraíba, vi - no jornal A União que recebíamos lá, por causa do Diário Oficial - que Campina Grande comemorava, naquele ano, o centenário de sua elevação à categoria de cidade, ocorrida em 11 de outubro de 1864. Fora fundada 43 anos depois de Sorocaba, em 1697.
A associação foi imediata. Fui atrás da História desse momento e, na república de funcionários solteiros do BB, armei uma tela um pouco maior do que eu, desenhei, sem modelo (ouvindo a "Cavalgada das Valquírias" , de Wagner) a imagem do Teodósio de Oliveira Ledo, ... na mesma posição do Baltazar Fernandes. O colega José Bezerra Filho posou para um índio, o Lessa para o primeiro cavaleiro. A prefeitura de Campina comprou o quadro e Raimundo Asfora - que eu não conhecia - elogiou meu trabalho no Diário da Borborema de 16 de maio de 1964:
"(...) tem apenas vinte e três anos (...) funcionário do Banco do Brasil, lotado, há pouco mais de um ano, na agência de Pombal. (...) Lendo o livro do sr Elpídio de Almeida, pintou um quadro sôbre a fundação de Campina Grande, com mais de dois metros de altura, descoberto pelo dr. Antônio Queiroga, que estimulou o autor a apresentá-lo à Comissão Cultural do Centenário. No último domingo, o jovem artista o trouxe para a residencia daquele seu amigo, onde foi visto pelos srs. Elpidio de Almeida e Bezerra de Carvalho.
A pintura representa a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo e seus indios ariús ao Planalto da Borborema. Não só Teodosio, mas outros colonizadores, sob o comando do sertanista baiano. Este, um garboso bandeirante, larga capa vermelha solta ao vento, segurando, pelas rédeas, um belo cavalo negro. Atrás dele, em fila, os demais companheiros de «entrada», em meio a numerosos silvícolas. Ao fundo, uma vasta e verde campina, sob um céu de borrasca. Achei notável o rosto de Teodósio, viril, vincado de decisão. Fiel, aliás, ao Fundador, de quem não se conhece qualquer retrato. O pintor concebeu a seu modo as figuras e circunstâncias do aldeamento. (...) Solha joga bem com as tintas e tem um desenho firme".
A pintura representa a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo e seus indios ariús ao Planalto da Borborema. Não só Teodosio, mas outros colonizadores, sob o comando do sertanista baiano. Este, um garboso bandeirante, larga capa vermelha solta ao vento, segurando, pelas rédeas, um belo cavalo negro. Atrás dele, em fila, os demais companheiros de «entrada», em meio a numerosos silvícolas. Ao fundo, uma vasta e verde campina, sob um céu de borrasca. Achei notável o rosto de Teodósio, viril, vincado de decisão. Fiel, aliás, ao Fundador, de quem não se conhece qualquer retrato. O pintor concebeu a seu modo as figuras e circunstâncias do aldeamento. (...) Solha joga bem com as tintas e tem um desenho firme".