É muito confortável encontrar pessoas com quem a gente tem sintonia: os mesmos gostos, as mesmas idéias, as mesmas afinidades. De fato, quando vamos apresentar alguém, é muito comum mencionarmos a profissão, as habilidades, onde estudou, os lugares que conhece, para que as pessoas possam dialogar, sintam-se parte da mesma turma. São referências. As pessoas se reúnem
C. Cantoni
Mas para o nosso próprio desenvolvimento, é interessante nos permitirmos ouvir opiniões diferentes do nosso. Não falo em concordar com tudo ou até com o absurdo, mas em ouvir, considerar até parte da explanação. Passa a ser uma dose de humildade e sabedoria. O sábio não é aquele que só ouve o que gosta, mas que lê, ouve, assiste o diferente. Como criticar o marxismo se você nunca leu O Capital? Como discutir sobre o liberalismo econômico se você não leu Adam Smith? Como achar que não existe preconceito se nunca ouviu um relato de um homem preto, de um homossexual, uma pessoa com síndrome de down?
Y. Krukrau
Claro, falar para quem acha que já tem opinião formada é perda de tempo. Dar opinião para quem não sabe recebê-la é outro grande problema. Mas o que percebo é que, nos dias atuais, as pessoas querem viver no seu nicho, na sua bolha, querem conforto, querem apenas reforçar a sensação de que estão certos. Ego ou ignorância? Ou os dois?
Y. Krukau