Quem escreve o faz por prazer, por dever, por necessidade de compartilhar sentimentos. Ninguém escreve só para si. Talvez nenhum artista, poeta, músico, componha apenas para as estrelas. Bom seria se elas ouvissem. Quem sabe...
O que se escreve pode ser verdadeiro, falso, invenção ou razão. E há escritos que nada têm a ver com o autor, vêm da hipocrisia, da vontade de se mostrar como não se é. Só quem cria sabe quais máscaras usa para dizer o que não vive.
O que se escreve pode ser verdadeiro, falso, invenção ou razão. E há escritos que nada têm a ver com o autor, vêm da hipocrisia, da vontade de se mostrar como não se é. Só quem cria sabe quais máscaras usa para dizer o que não vive.
Outros distribuem saberes adquiridos, aprendidos, porque vividos, na vontade de tornar melhor quem lê aquilo que algum bem lhe fez. Uns têm ego inflado para exibir cultura, conhecimentos, outros naturalmente, espontaneamente, apenas querem dividir o que pensam para um mundo melhor, mais sábio, mais consciente.
Os poetas também fazem o mesmo. Mas o dizem com música, com a melodia da emoção lírica, vestindo as palavras com a luz que as estrelas ouvem. E podem nem ser sinceros...
Não é o caso de Cristina Siqueira, que sempre nos atraiu pela poesia viva, que diz de si mesma em tom maior, em sol maior. Ela debulha o que viveu desde criança, o que vive como mulher, sem subterfúgios. E olhe que viveu, e vive ainda mais! Conta de seus amores, sem desamor, do que lhe falta, do que lhe sobra, e com a gente divide, como quem convida para um chá, para passear na praia, olhar a lua, ouvir uma música, lembrar e reviver os sonhos de Trancoso, da bela Bahia que todos os santos carrega.
Foi isso que nos cativou. A espontaneidade de saber poetizar sem véu, sem artifício, cristalina. Sua poesia ri com a mesma vontade que chora, sem se esconder de nada, sem amargar nem magoar. É doce viver no mar, morrer no mar, no luar... Cristina sabe.
E como gosta do que vive, do que faz, da música que ouve, de espalhar seus muitos eus e outros líricos pelas ruas de Tatuí, com o “Livro de Rua”, projeto que brilha nos muros e nas paredes da cidade onde vive. Ruas que sorriem e cantam poesia a quem passa, a quem olha o que vê, sem pressa de olhar.
Instagram cris_luz_siqueira
Foi isso que nos fez acolher seus poemas que também colorem as ruas do Ambiente de Leitura Carlos Romero, como se fossem as de sua Tatuí, de seu Livro de Rua, de seu Livro de Vida, de sua vida em livros.Bravo, Cristina Siqueira! Que sua vida continue nas ruas das praias que a lua prateia, nas manhãs que lhe entoam poemas, nos mares que lhe banham os sonhos, na alegria que você sabe tão bem distribuir a quem tem olhos de ouvir e ouvidos de ver.