Título: | A LESTE DOS HOMENS |
Autor | Políbio Alves |
Sobre o autor
Políbio Alves, escritor e poeta, nasceu em Cruz das Armas, um bairro operário de João Pessoa, Paraíba. Em 1964, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde recebeu o Título de Cidadão Carioca, por serviços prestados na área de educação. Em 1968 Políbio foi preso e torturado, logo após a passeata dos 100 mil, por ter se indignado com o assassinato de seu colega, o estudante Edson Luis, assassinado com um tiro no coração no restaurante Calabouço. Detém alguns prêmios literários, como o Escritor do Ano, Trento, Itália, e o Augusto dos Anjos, no Brasil. Com oito livros publicados, entre eles, três em espanhol e um em inglês. E verbete da Enciclopédia da Literatura Brasileira. Reside em Cabedelo, Paraíba, desde 1990.
Políbio Alves, escritor e poeta, nasceu em Cruz das Armas, um bairro operário de João Pessoa, Paraíba. Em 1964, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde recebeu o Título de Cidadão Carioca, por serviços prestados na área de educação. Em 1968 Políbio foi preso e torturado, logo após a passeata dos 100 mil, por ter se indignado com o assassinato de seu colega, o estudante Edson Luis, assassinado com um tiro no coração no restaurante Calabouço. Detém alguns prêmios literários, como o Escritor do Ano, Trento, Itália, e o Augusto dos Anjos, no Brasil. Com oito livros publicados, entre eles, três em espanhol e um em inglês. E verbete da Enciclopédia da Literatura Brasileira. Reside em Cabedelo, Paraíba, desde 1990.
Sobre a obra
Enquanto os corpos dos estudantes assassinados boiam pelo rio Sanhauá, os soldados com capacetes de plumas alvas queimam os livros em Varadouro, um microcosmo que condensa a realidade sofrida por nosso país durante a ditadura militar.
A presente obra, do premiado poeta Políbio Alves, nos leva a uma travessia pelas entranhas da monstruosa face que os regimes ditatoriais assumiram no Brasil para manter no poder "grupos oligárquicos de mentalidade agropastoril, que dominam as finanças, o povo, o país".
Porém, não é só a dor do passado que continua insultando a dignidade das pessoas, mas também a dor que ressurge todos os dias. 1964 não é um ponto fora da curva, assim, não serve para apagar, nem as cicatrizes da repressão do Estado Novo, nem as infâmias cotidianas que persistem enquanto houver capitalismo.
A leste dos homens é uma porrada, que causa aflição ao ser lido. É um livro para inquietar e para embrulhar nosso estômago. Faz parte de um rol de obras que nos permitem sair um pouco do cotidiano robotizado e pasteurizado e desvelarmos o sofrimento humano onipresente, a todo momento. Essa consciência é o que nos leva à luta.
Opinião
Por Cibele Laurentino
Em A Leste dos Homens, Políbio Alves entrega uma obra visceral e perturbadora, que resgata os horrores da ditadura militar no Brasil, especificamente no emblemático ano de 1968. O autor, conhecido por sua sensibilidade poética, usa sua prosa para construir um microcosmo onde a violência e o medo se tornam onipresentes, desnudando a monstruosidade dos regimes autoritários. Trata-se de um livro que não permite ao leitor o conforto da distância histórica, mas o arrasta para um estado de inquietação e reflexão crítica.
O texto é hábil ao desvelar o sofrimento humano e os mecanismos de repressão usados para perpetuar no poder as oligarquias brasileiras, descritas como “grupos de mentalidade agropastoril”. Políbio Alves não apenas denuncia essas estruturas opressoras, mas também faz um convite à consciência crítica, rompendo com a apatia cotidiana e instigando o leitor a repensar sua própria posição diante das injustiças sociais e históricas.
A narrativa de Políbio Alves é intensa e provocadora, muitas vezes causando desconforto e aflição. Esse efeito, no entanto, é proposital, servindo para retirar o leitor de um estado de passividade e confrontá-lo com a dura realidade que marcou o período. A construção literária é um grito contra o esquecimento, funcionando como uma memória viva das atrocidades do regime militar e como alerta para o futuro.
Embora impactante, o texto exige um leitor atento, capaz de lidar com a densidade temática e com o peso emocional da narrativa. Para alguns, a abordagem explícita dos horrores da ditadura pode ser difícil de digerir, mas é justamente essa dureza que confere à obra sua relevância e urgência.
A Leste dos Homens não é uma leitura fácil ou confortável, mas é profundamente necessária. Políbio Alves utiliza sua escrita para iluminar as sombras da história brasileira, oferecendo um relato que transcende a denúncia e se torna um apelo à transformação social. Um livro que, mais do que ler, é preciso sentir, para que sua mensagem de resistência e memória nunca seja esquecida. Uma obra inquietante e fundamental para quem busca compreender e refletir sobre os impactos da ditadura militar no Brasil. Adquira a obra na Amazon