O ser humano, em algum momento, se frustra por não alcançar um objetivo ou por cometer um erro. Consequentemente, o fracasso é uma parte inevitável da existência. É nessa situação que a autocompaixão surge para aliviar o sofrimento. A autocompreensão deve ser uma prática para o bem-estar emocional e psicológico. Autoempatia é a prática de tratar a si com a mesma compaixão, cuidado e compreensão que a pessoa oferece aos outros em momentos de sofrimento.
A autocompaixão é uma resposta à experiência humana, a qual todos passam por momentos desafiadores. Pode ser estável, pois se baseia na aceitação de si mesmo como um ser humano imperfeito. Uma das pesquisadoras que estuda esse processo é a psicóloga e professora estadunidense Kristin Neff, nascida na Califórnia no ano de 1966. Em seu livro Autocompaixão, publicado em 2017, a pesquisadora mostra o caminho para as pessoas se libertarem do sentimento de frustração, culpa e inadequação. Para Kristin, a autocompaixão impulsiona a compaixão pelos outros. Ela defende que autoempatia deve apresentar estas características: manter a bondade para consigo mesmo ao invés de autocriticar-se de forma bruta; aceitar que todos os seres humanos falham e cometem erros. Isso faz com que a pessoa não se isole, unindo o próprio mal-estar ao sofrimento dos outros e compreendendo que a angústia é uma característica da existência humana; preservar uma atitude consciente e com resiliência em relação às próprias emoções, sem diminuir ou exagerar seu sofrimentosem se deixar levar por pensamentos de apequenamentos ou sentimentos tóxicos. Para isso, deve-se envolver ativamente com o momento presente para reconstruir novos sentidos de vida.
A prática da autocomplacência está associada ao bem-estar mental e físico. Isso inclui: evitar sentimento de culpa e vergonha; aceitar os próprios defeitos, a fim de cultivar a confiança nas próprias habilidades intelectuais e cognitivas; ser mais empático e compassivo com os outros e melhorar as relações interpessoais. Nesse processo, a resiliência ajuda a manejar o estresse de forma mais criativo e rápido para as novas experiências desafiadoras.
Marshall Bertram Rosenberg foi um psicólogo e educador americano. Ele nasceu em 1934 e morreu em 2015. Foi autor do livro Comunicação Não-Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, publicado no ano de 2006. Seu método está focado na resolução de conflitos e na promoção da empatia, fundamental para a construção de relacionamentos saudáveis, os quais criam a capacidade de entender o que o outro sente e necessita, também para compreender as ações e as palavras de uma pessoa.
A importância da empatia na Comunicação Não-Violenta é criar o acolhimento para que as pessoas se sintam ouvidas e compreendidas, com a finalidade de fortalecer os laços entre elas. Para isso, a resolução de conflitos deve suprir as necessidades de todos os envolvidos. O autoconhecimento induz as pessoas a se tornarem mais conscientes das próprias emoções e a expressar suas necessidades de forma objetiva e assertiva, assim, evitando mal-entendidos. A prática da empatia apresenta quatro etapas, segundo Rosenberg:
ouvir com máxima atenção não apenas às palavras, mas também ao tom de voz, linguagem corporal e emoções do outro; identificar os sentimentos que estão expressos nas palavras do outro; perguntar sobre oque a pessoa precisa no determinado momento; comunicar ao outro que é possível compreender seus sentimentos e necessidades.
Assim, cria-se um mundo mais compassivo quando a empatia se desdobra na autoempatia.