Terebê (Maria da Grã) foi uma mulher Guaianá do século XVI, filha do Morubixaba Tibiriçá e de sua esposa Potira. Terebê é irmã de Bar...

A paixão de Terebê

terebe maria da gra tibirica historia sao paulo
Terebê (Maria da Grã) foi uma mulher Guaianá do século XVI, filha do Morubixaba Tibiriçá e de sua esposa Potira. Terebê é irmã de Bartira (Isabel Dias), sendo esta a filha mais famosa de Tibiriçá. Porém, a história de Terebê foi muito emocionante. Terebê, batizada como Maria da Grã (Maria da Graça) não deve ser confundida com a prima Terebê, filha do Morubixaba Piquerobi (assassinado pelo irmão Tibiriçá).

Terebê (Maria da Grã) foi uma mulher de vontade própria que escolheu seu marido, tendo a escolha recaído sobre o Padre Jesuíta Pero Dias (Pedro Dias). Pero Dias é de origem incerta. A Ordem dos Jesuítas teria achado interessante tirar vantagem da paixão de Terebê, bem como seu pai
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Tibiriçá Orgulho de Ser Paulista
Tibiriçá e rapidamente, com o apoio do Papa, segundo algumas fontes que consultei no Family Search, Pero Dias foi liberado para o casamento para consolidar o projeto jesuíta.

Embora menos famosa que a irmã Bartira, a descendência de Terebê deu origem aos fundadores de diversas cidades do interior paulista e de bairros também da cidade de São Paulo como a Freguesia do Ó, por meio de sua neta Águeda Rodrigues que foi casada com Manuel Preto. As linhas que descendem de Terebê e Pero Dias deram origem a muitos bandeirantes e descendentes famosos da história do Brasil, assim como de sua irmã Bartira.

O porquê de Bartira ter se tornado mais famosa se deve provavelmente ao fato de que seu marido João Ramalho se destacou mais entre os portugueses que aqui já se encontravam com a chegada de Martim Afonso de Sousa, tendo galgado espaços políticos, mesmo que se coloque em dúvida seu nível de alfabetização para alguns historiadores e estudiosos de genealogia. Atualmente, Bartira se destaca por ser uma das avoengas da Rainha Silvia da Suécia.

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Instituição da Câmara Municipal de São Paulo Antônio Parreiras
Mas o temperamento apaixonado de Terebê se identifica com o de diversas mulheres. Inclusive consta um verbete para Terebê Maria da Grã no Dicionário de Mulheres do Brasil (2000). Viúvo, Pero Dias se casou novamente com uma mulher miscigenada (português + mulher indígena) chamada Maria Gomes da Silva, como eram muito comuns os casamentos naquele tempo. Terebê é minha décima-quinta avó, assim como Bartira e as primas Terebê Piquerobi e Antônia Rodrigues.

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Tibiriçá José Wasth Rodrigues
Também descendo de Pero Dias com Maria Gomes da Silva(mais de uma vez), sendo tanto Terebê como Maria Gomes da Silva e as demais citadas minhas avoengas. O entrelaçamento da descendência de Piquerobi e Tibiriçá é recorrente no grupo genealógico luso-brasileiro de São Vicente, iniciado antes de 1532, que se espalhou para o centro-sul fluminense, Minas Gerais e o restante do Centro-Sul do país.

Dos genros de Tibiriçá e Piquerobi, Pero Dias foi o único que não encontrei registro de envolvimento de tráfico de pessoas indígenas e também de referência a uniões múltiplas simultâneas com várias mulheres indígenas ou descendentes. Como estudiosa curiosa de genealogia, é interessante perceber na formação das primeiras elites luso-brasileiras do país como a consaguinidade se faz fortemente presente do período colonial até os dias atuais nos descendentes dos primeiros colonizadores.


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