Estratos, cirros, cúmulos e nimbos, em que pese às toneladas d´água, milagrosamente levitam, e, nesses limbos, transit...

Veja o Tâmisa e a gente famosa que aí existe...

 
 
Estratos, cirros, cúmulos e nimbos, em que pese às toneladas d´água, milagrosamente levitam, e, nesses limbos, transitam, até que... tudo... deságua... em frágua de raios, furacões, trovões, desce aos... belos, grandes, sombrios rios, que vão, de novo, pros mares – como se eles fossem seus lares – e, clandestinos, pros céus, de onde vêm, de novo, em... véus, ...pras minas, nascentes e fontes, passando debaixo das pontes, ... pra foz, ...a dar, nos seus tantos e muitos trajetos – e insondáveis projetos – vida atrevida... a esses ... estranhos, que fomos e somos, e sempre seremos: nós. Veja o Tâmisa... e a gente famosa que aí ... existe: Holmes, Tolkien, ... Oliver Twist, a Winehouse, Eliot, o elenco do Globe, e o Hume, Locke, Newton, ... Hobbes, Hockney, Shakespeare, Queen, Mr. Bean, e ainda Lennon, Virginia Woolf, os Rolling Stones, Turner, Austen, Bono, Churchill, …o Tom Jones! Ao mesmo tempo, o rio... Tibre – com o nome de fiume Tevere – attraversa Roma, imagine, como as motos do ROMA, di Fellini, ... fantasmas ante plateias... nada pasmas, ... da Martinelli, Totó, De Sica, Mastroianni; Pier Angeli, Virna Lisi, la Magnani, e aí está o povo – nada sereno – às margens do Reno, dos nibelungos a Fafner ( das óperas de Wagner ), e de Margarethe von Trotta à genial Riefenstahl, além de um Bach, Beethoven, Bausch, etc e tal, e a Merkel, Marx, la Dietrich, o Einstein, Wenders, o Herzog, mais Schopenhauer – ... Nietzsche, ... Capibaribe!, no aceiro do qual... se exibe cabralino, o Severino... de Maria ( do finado Zacarias ) que – a menos que o abocanhe um esquife – vai ao Recife, que tem de Brennand e Ascenço Ferreira, de Josué de Castro e Gilberto Freyre a Manuel Bandeira, mais, sem a censura que os proíba, o Abelardo da Hora, Capiba, e, como se adensa, ali, tanta gente que pensa, o Kleber Mendonça, ... e o Alceu Valença. Do Parahyba sai, silencioso, um povão misterioso que vai do hermético Augusto dos Anjos ao Suassuna sagaz, loquaz. gracioso. E olha o Javert – dOs Miseráveis – ... que se desaliena: atira-se ao Sena. E há o Zolá... de “Naná”, mais a horda... de artistas: impressionistas, cubistas, fauvistas, Deleuze, Méliès... Deneuve, o Apollinaire, Baudelaire. O Rimbaud, Rameau, Cocteau, Jean-Jacques Annaud, ... o Robespierre! À beira do Hudson – iluminado por Édson – Gene Kelly – in heaven – dança, de terno e gravata, chique, e há o brado – nos quadrinhos de Eisner – do pai de Helen, o bolchevique, gente – por toda parte – fazendo arte: da Broadway à Times Square, de Woody Allen ao Fred Astaire, e eis o Sinatra... que ouve... e idolatra... o My Way – que canta com atitude de um... Hemingway. E, deus nos acuda: empolga – como Drummond – sobre a Batalha de Stalingrado, no Volga, o Neruda, e - na feira nipônica intensa – solta-se a vida, imensa, às margens do rio Sumida e impera, no Nilo, o deus: Sebek – o crocodilo. Águas. Descem – a estrondar – as montanhas, em busca de terras estranhas, a repetir sem chorar, que Le roi est mort, ( Que sorte! ): Vive le roi, pois nada detém a vida nada, jamais, deterá.

(De Vida Aberta — Editora Penalux, 2019)


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