Dia de festa.
Compus a orquestra com virtuoses-mendigos,
A palavra passei aos poetas mansos.
Equilibrei o tom com vozes iradas;
Desde que gritassem baixo, só um coro de fundo,
com plasticidade dramática em poemas enérgicos.
Rápido e passageiro, uma dose mínima de tempero.
A cabeceira da mesa ofereci ao pai desempregado,
ao meu lado, uma família de refugiados do fim do mundo.
Os ossos guardei para os cães abandonados,
e ao grupo de ambulantes ofertei mais que dinheiro trocado.
Vesti as crianças com retalhos de paetês,
e os velhos aconcheguei com cachecóis dos mortos,
sem brinquedos de plástico e bolo de mentira.
Aos doentes servi doses de carinho e beijos que selam cicatrizes.
Dei um lugar de honra ao escritor que envelhecia,
as mulheres em triunfo curtiram a vertigem da razão.
Os homens ganharam cédulas de mentira e ouro de chocolate,
A música fez render a animação
Desfazendo a ilusão, coloquei espelhos na sala.
Pedi que à entrada deixassem os problemas e a mala,
de amável cortesia a expressão de um sorriso sincero.
Aos jovens pedi duetos de amor,
aos pintores, papel de seda e cores.
Proibi terminantemente a entrada de penetras;
Um detector apontaria o impostor, o corrupto, o mentiroso e o covarde
De medida preventiva proibi políticos de histórias mal contadas
Entrou Pedro Malazarte respirando fundo o clima da verdade
Festa que promete lendária história
O coração em desvelo atento a servir com absoluta satisfação
Banquete farto de amor e paixão,
ao humano em nós.
Um brinde à gratidão,
apelo a misericórdia e compaixão.
dezembro 24, 2024
Dia de festa. Compus a orquestra com virtuoses-mendigos, A palavra passei aos poetas mansos. Equilibrei o tom com voze...
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