Tudo passa e também se renova no transcorrer dos dias, mas é fundamental manter-nos sempre operosos e úteis na construção da felicidade dos outros, como forma de edificar o próprio sucesso. Enquanto preparamos e nutrimos a nossa bem-aventurança, devemos contribuir para a alegria do próximo.
A revolta, o desespero, o desequilíbrio, a angústia e o desencanto, atrapalham a assistência que nos está destinada, impedindo o amparo do amor e a chegada da paz desejada. Se tivermos olhos para ver, enxergaremos o brilho da esperança que nos chega em decorrência de uma atitude de gratidão consciente e permanente. Todo serviço dedicado ao bem nos abençoa de volta. O socorro aos outros, auxilia-nos de volta. A falta de sentido, enche-se de propósito quando tocada pela dedicação às boas causas.
Jamais reclamar, preservar a esperança, manter-se útil, são boas notícias que devemos dar à vida diariamente. Se confiarmos em silêncio, a aflição que se desenhava insuportável pode desaparecer antes mesmo de surgir. Quando o fel é diluído no perdão e no favor aos inimigos, toda a amargura se dissipa no doce elixir da misericórdia.
No sofrimento, devemos confiar, sem queixume e nem irritação, no amparo divino e invisível que nos acompanha e monitora.
Na intercessão do esforço e da perseverança, construímos a estrada para o que virá. Cada gesto de bondade, cada palavra de conforto, cada silêncio carregado de compreensão, cada trabalho realizado com dedicação e responsabilidade, torna-se um novo alicerce na edificação de um futuro melhor e luminoso.
Por mais ruidosos que sejam os trovões e assustadores que sejam os relâmpagos, não há tormenta que dure indefinidamente. A alvorada é a linha de chegada da escuridão. As dificuldades com as quais nos deparamos são sombras que logo serão dispersadas pelo sol da renovação da vida.
Quando nutrimos a alma com gratidão, permitimos a chegada das bençãos que nos foram destinadas. O Dr. Albert Schweitzer lembra que “não é a felicidade que nos torna gratos, mas a gratidão que nos torna felizes”. Essa atitude, cultivada nos menores gestos, como o reconhecimento pela luz solar que nos ilumina os passos e pela brisa que nos acaricia o rosto com suavidade, torna-nos mais aptos para seguir adiante, com confiança e tranquilidade, mesmo diante das incertezas.
Moldamos o amanhã com a ajuda da fé que mantemos e com o apoio da paz que cultivamos. Rainer Maria Rilke dizia que devemos ser poetas o bastante para convocar as riquezas da vida, capacitando-nos a enxergar beleza e propósito onde a maioria só vê fealdade e vazio.
Não devemos nos assustar com o caminho que devemos percorrer até onde somos aguardados. Ele pode ter trechos áridos, ermos e até assustadores, mas se renova inevitavelmente. Todas as passagens mudam com o tempo e com a luz. O abismo profundo e trevoso se torna num tacho de luz preenchido pelo sol a cada manhã, como o cadinho que se enche de luminoso metal derretido.
Mesmo frente aos cenários mais desoladores, o aprendizado e a renovação são inevitáveis quando se busca o amparo divino e a mudança de atitudes. O trajeto da existência é repleto de desafios, mas é através da superação dos próprios erros que nos fortalecemos. Nossos sofrimentos são reflexos de nossas escolhas e enganos. Contudo, ao aderirmos ao trabalho regenerador e à disciplina da própria conduta, começamos a perceber o despontar de um novo horizonte. Nenhuma dor permanece quando se admite a oportunidade de refazer os passos com humildade e coragem. Cada deserto esconde um oásis de renovação.
O amanhã nos aguarda bem à frente, com a colheita da nossa sementeira. Convertamo-nos agora nas sementes de amor, perdão, gratidão e esperança que germinarão depois. A boa recompensa é regada com suor, e, às vezes, até com lágrimas. Porém, sejam gotas de trabalho ou de dor, que a fé no futuro que Deus nos Preparou jamais nos abandone.