Abri minha janela no natal
vi as ruas coloridas iluminadas
vi um ébrio tombando na calçada
aos tropeços, sem saber que noite era
decidi debruçar em minha janela
a pensar naquela noite encantada
tanta festa, música alta, algaravia
e alguns, dormindo gélidos, nas calçadas
lá num canto um papelão por cobertor
uma pedra, o travesseiro ou assento
uma mãe, de tão esquálida, já não anda
do seu peito, o leite há muito acabou
a criança, chora em vão, a fome acena
e a mãe, assombrada com seus medos
já não lembra, se um dia foi feliz
noutras festas, se viveu algum folguedo
sente apenas, que um dia foi criança
mas não lembra do Noel de sua infãncia
e Jesus? Na igreja, falam dEle
mas será que é o Mesmo da esperança?
Se é Ele, onde está neste momento
já que a festa, é de seu aniversário
tantas vozes, a cantarem sons ao vento
mas não ouvem, nem a voz dos emissários
de Jesus, que pregou um mundo novo
onde a paz, e o amor seriam amigos
mas na terra, nesta noite, só o perigo
pros que moram, nestas ruas sem abrigo.
Passa um grupo de rapazes, em algazarra
de seu carro, jogam garrafas fazias
lhe atingem, a fronte magra, e já fria
pela noite, sem agasalho que alivie...
tanta dor, pelo corte rubro e forte
que se abre, qual uma rosa escarlate
o filhinho, chora em vão pedindo peito
sua mãe, assassinada por covardes!
dezembro 17, 2024
Abri minha janela no natal vi as ruas coloridas iluminadas vi um ébrio tombando na calçada aos tropeços, sem saber que no...
Assinar:
Postar comentários (Atom)