Abri minha janela no natal vi as ruas coloridas iluminadas vi um ébrio tombando na calçada aos tropeços, sem saber que no...

Janela de Natal

natal injustica olhar urbano
 
 
Abri minha janela no natal vi as ruas coloridas iluminadas vi um ébrio tombando na calçada aos tropeços, sem saber que noite era decidi debruçar em minha janela a pensar naquela noite encantada tanta festa, música alta, algaravia e alguns, dormindo gélidos, nas calçadas lá num canto um papelão por cobertor uma pedra, o travesseiro ou assento uma mãe, de tão esquálida, já não anda do seu peito, o leite há muito acabou a criança, chora em vão, a fome acena e a mãe, assombrada com seus medos já não lembra, se um dia foi feliz noutras festas, se viveu algum folguedo sente apenas, que um dia foi criança mas não lembra do Noel de sua infãncia e Jesus? Na igreja, falam dEle mas será que é o Mesmo da esperança? Se é Ele, onde está neste momento já que a festa, é de seu aniversário tantas vozes, a cantarem sons ao vento mas não ouvem, nem a voz dos emissários de Jesus, que pregou um mundo novo onde a paz, e o amor seriam amigos mas na terra, nesta noite, só o perigo pros que moram, nestas ruas sem abrigo. Passa um grupo de rapazes, em algazarra de seu carro, jogam garrafas fazias lhe atingem, a fronte magra, e já fria pela noite, sem agasalho que alivie... tanta dor, pelo corte rubro e forte que se abre, qual uma rosa escarlate o filhinho, chora em vão pedindo peito sua mãe, assassinada por covardes!

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