O livre-arbítrio é a capacidade de escolher nossas próprias ações sem sermos condicionados por causas externas ou coações. Ao menos esse é o conceito debatido em diversas áreas, como a filosofia, a religião, psicologia, ética e a ciência.
Porém, no direito penal, a liberdade de expressão pressupõe responsabilidade pelos nossos atos. Toda escolha deve ter consequências seja ela benéfica ou maléfica. A teoria do compatibilismo tenta explicar a dicotomia entre destino e livre-arbítrio. O homem pode ser influenciado pelo meio em que vive, mas tem liberdade de escolha, por isso se torna responsável por suas ações.
Segundo Santo Agostinho, o livre-arbítrio é o poder de escolha ou decisão que Deus concede ao ser humano. Por isso, é um bem. O mal é o resultado do uso incorreto que o homem faz dessa dádiva. O filósofo defende que o livre-arbítrio é a liberdade por excelência. É por meio dele que o ser humano pode optar por uma vida reta ou pecaminosa. Não é uma necessidade natural, mas a capacidade de decidir, a cada momento, o caminho a seguir.
Segundo o cientista Robert Maurice Sapolsky, escritor estadunidense, professor de ciências neurológicas, ciências biológicas e de neurologia da Universidade Stanford, e pesquisador adjunto no Museu Nacional do Quênia, somos a soma do que não podemos controlar. Ele não acredita no livre arbítrio, mas na forma como agimos como parte de uma longa cadeia de eventos. Diz ele:
“Para mim, é como se cada momento fosse resultado do que veio antes”. Este é um mundo em que não há nada que aconteça sem explicação, sem um precedente. O que aconteceu, aconteceu por causa do que aconteceu antes, e isso se aplica a todos os mecanismos que nos tornam quem somos.”
Esse é o conceito filosófico chamado determinismo, que parte da ideia que tudo que existe está pré-definido, e que as decisões humanas são resultados de relações de casualidades e não de livre-arbítrio.
Polêmico e intenso, este assunto abrange nossas vidas e a humanidade que nos cerca.
Como somos livres para fazer nossas escolhas, mas prisioneiros das consequências, o tema é relevante e vale algumas horas de análise individual para você escolher se sua vida está mais para Agostinho, para Robert ou para os seus instintos autônomos afiados, que desenham seu próprio destino.