O ser humano é a única criatura que goza do privilégio de poder tirar novos e sutis prazeres da dor, da catástrofe e da fatalidade. Mesmo sendo um caminhante sombrio e solitário, imerso na corrente das multidões, os seres humanos, são eles próprios, seus grandes inimigos, por serem naturalmente violentos, escreveu o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588–1679).
Os que sabem observam-se a si mesmos e guardam as lembranças de suas impressões; dessa forma podem construir seu barômetro espiritual no observatório de seu pensamento. Por isso, permitem surgir belas estações, dias felizes e minutos deliciosos em sua existência.
No "Espelho da Existência", me lembro do dia em que descobri meu reflexo em um deles, e não apenas minha imagem, mas também minha alma.
Meu rosto refletido não era o mesmo que eu via todos os dias. Era um rosto cansado, marcado pelas linhas do tempo e da experiência. Mas havia algo mais. Algo que não conseguia definir. Era como se o espelho estivesse me mostrando a essência do meu ser.
Perguntei ao espelho: "Qual é o sentido da existência?"
O espelho começou a se turvar, como se a névoa da ignorância estivesse se dissipando. E então, vi que a existência não tem sentido, mas é o sentido que damos a ela que a torna significativa.
Vi que a vida é um mistério, mas é o nosso olhar que o torna claro.
O espelho me mostrou que a verdade não está fora, mas dentro de nós. Que a busca pelo conhecimento é uma jornada interior. Que a existência é um espelho que reflete nossa própria essência. Entendi que a verdadeira reflexão é a que ocorre dentro de mim. E que o sentido da existência está em cada momento, em cada escolha, em cada respiração.
O espelho da existência me ensinou que a sabedoria não está na resposta, mas na pergunta. E que a vida é um enigma que só podemos resolver olhando para dentro.
Não devemos criar Paraísos Artificiais para contentar algumas horas de nosso desejo. Basta observar como o frio aumenta e toma nossas ideias quando mentimos para nós mesmos a tal ponto que nossa busca se torne vazia e pequena, ao aceitar que "o resto seja o resultado que nos resta".
Ao final de todas as histórias, "O bom senso nos diz que as coisas da terra não existem inteiramente e que a verdadeira realidade só é encontrada nos sonhos" (Charles Pierre Baudelaire).